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Sistemas de Telecomunicações III

Redes Ópticas
Estrutura Estratificada das Redes de
Telecomunicações

Camada de rede de
serviços

Camada de rede de
Tecnologias usadas:
PDH, SDH, OTN transporte

PDH: Plesiochronous Digital Hierarchy; SDH: Synchronous Digital Hierarchy; OTN: Optical Transport Network

Camada de serviços: Consiste em redes de diferentes serviços (circuitos, IP,etc.)

Camada de transporte: Fornece à camada superior uma plataforma apropriada


para transferência de informação, que se pretende independente dos serviços.

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Rede de Transporte

• A rede de transporte é uma plataforma tecnológica que


assegura uma transferência transparente e fiável da
informação à distância, permitindo suportar diferentes
serviços.

• A rede de transporte garante diferentes funcionalidades, como


sejam, transmissão, multiplexagem, encaminhamento,
protecção, supervisão e aprovisionamento de capacidade.

• A rede de transporte é constituída por diferentes elementos de


rede ligados entre si segundo uma certa topologia física (anel
ou malha) e interagindo directamente com o plano de gestão.

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Multiplexagem
• Multiplexagem designa a operação pela qual vários sinais analógicos
ou digitais são combinados num único sinal tendo em vista a sua
transmissão sobre um único canal.

• O dispositivo que realiza a operação de multiplexagem designa-se


multiplexador (MUX), enquanto o dispositivo que realiza a operação
inversa designa-se desmultiplexador (DEMUX).

• A multiplexagem pode ser realizada no domínio do tempo (TDM,


Time-Division Multiplexing), no domínio da frequência (FDM,
Frequency Division Multiplexing) ou no domínio do comprimento de
onda (WDM, Wavelength Division Multiplexing).

• A operação de multiplexagem inversa consiste em separar um fluxo


de informação em vários fluxos, os quais são transmitidos por
diferentes canais e agregados na recepção.

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FDM e WDM
• Na multiplexagem por divisão na frequência (FDM) cada sinal (analógico ou
digital) vai modular uma portadora com uma frequência própria.

D
f f1 E
M fN f f
f1 M f1
U
X U
X
f Aplicações: Redes de TV por cabo f
fN fN

• Na multiplexagem por divisão no comprimento de onda (WDM) os sinais


ópticos obtidos a partir da modulação de lasers são multiplexados.

λ1 λ1 Na emissão N sinais eléctrícos vão


Fibra Óptica R1 modular N lasers, cada um emitindo
L1 D
λ2 M E λ2 num comprimento de onda próprio.
L2 U M R2
X λ1, λ2, .....λΝ U Na recepção os N sinais ópticos
λN λΝ
LN X R3 obtidos a seguir ao DEMUX são
Receptor
convertidos para o domínio eléctrico e
Laser Óptico regenerados com receptores ópticos.
Aplicações: Redes OTN e WDM

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Multiplexagem por Divisão no Tempo
• A multiplexagem por divisão no tempo permite que uma via de
transmissão seja usada simultaneamente por vários
utilizadores (canais).
Trama
1 1
Bits de Bits do Bits do Bits do Bits do D
2 sincro canal 1 canal 2 canal 3 canal N
2
M E
3 U M 3
X Via de U
transmissão X
N N
multiplexador
Desvantagem
N canais de desmultiplexador
entrada N canais de do TDM
saída

• A transmissão da informação na via é organizada em tramas.


• Cada trama contém um número fixo de time-slots.
• Cada time-slot é atribuído a um determinado canal de entrada.
• Se esse canal não transmitir informação o time-slot correspondente está vazio.

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Hierarquias Plesiócronas
• Na hierarquia PDH (plesiochronous digital hierarchy) os relógios dos
diferentes elementos de rede (regeneradores e multiplexadores) não estão
perfeitamente sincronizados.

• Os diferentes débitos são obtidos tendo por referência um sinal a 64 kb/s,


que corresponde à digitalização de um canal de voz.

• A primeira hierarquia PDH (sistema multiplexer primário) europeia


corresponde à multiplexagem de 30 canais de 64 kbit/s, enquanto as
hierarquias de ordem superior obtêm-se multiplexando 4 de ordem inferior.

E1
2.048 Mbit/s
(30 canais)
E2
Mux 8.448 Mbit/s E3
Mux
30 canais primário (120 canais) 34.368 Mbit/s
primário E4
(64 kb/s) X30 X4 (480 canais)
X30 X4 139.264 Mbit/s
(1920 canais)
X4
X4
X4
X4

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Desvantagens da PDH
• Não há normalização para débitos superiores a 140 Mbit/s.

• Incompatibilidade entre equipamento de diferentes fabricantes.

• Falta de flexibilidade. É díficil usar o equipamento PDH para funções


de inserção/extracção de canais.

• Difícil a monitorização do desempenho dos canais ao longo da


transmissão.

• Capacidade muito limitada para funções de gestão centralizada (não


há canais nas tramas destinados a esta função).

• Não tem interfaces normalizadas a nível óptico (ex. definição dos


códigos a usar, do nível de potência, da largura de linha das fontes)

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Desvantagens da PDH (2)
• Cascata de multiplexadores/desmultiplexadores usados para extrair um E1 de
um E4.
34 Mb/s

140 140
Terminal de Terminal de
linha de linha de
140 Mb/s 34 140 Mb/s
34 8 Mb/s
34 34
MUX
DMUX
8 8
2 Mb/s
8 8

2 2

2 Mb/s

• As interfaces só estão normalizadas a nível eléctrico


Códigos de linha, níveis de potência óptica,
tipo de fibra, não normalizados .
Terminal de
MUX linha óptica
Fibra óptica
Interface óptica proprietária
Interface eléctrica
do fabricante
normalizada (G.703)

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Hierarquia Digital Síncrona
• A hierarquia SONET (Synchronous Optical Network) foi proposta pela
Bellcore (Telecordia) em 1985, com o objectivo de transportar os
sinais DS-n no domínio óptico.

• A hierarquia SDH (Synchronous Digital Hierarchy) foi definida


posteriomente pelo ITU-T como uma norma internacional, compatível
com a SONET e com capacidade para transportar os sinais PDH E-n.

• A informação transmitida na SDH/SONET está organizada em tramas


TDM.

• O sinal básico SDH designa-se por Synchronous Transport Module


(STM). O sinal básico SONET no domínio eléctrico designa-se por
Synchronous Tranport Signal (STS), enquanto no domínio óptico
designa-se por Optical Carrier (OC).

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Débitos SONET/SDH
• Hierarquias SONET e SDH

SONET SONET SDH Débito Binário


(Óptico) (Eléctrico) (Mb/s)
OC-1 STS-1 ----- 51.840
OC-3 STS-3 STM-1 155.520
OC-12 STS-12 STM-4 622.080
OC-48 STS-48 STM-16 2488.320
OC-192 STS-192 STM-64 9953.280
OC-768 STS-768 STM-256 39813.120

• As hierarquais SDH também foram definidas para o transporte de


células ATM e pacotes IP empacotados em PPP (point-to-point
protocol) ou HDLC (high-level data link control).

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Vantagens da SDH (1)

• Há normas até 10 Gbit/s: Apropriada para as rede de transporte.


STM-1 ⇒ 155.52 Mbit/s, STM-4 ⇒ 622.08 Mbit/s, STM-16 ⇒2488.32 Mbit/s,
STM-64 ⇒9953.28 Mbit/s ( STM: Synchronous Transport Module)

• Compatibilidade entre o equipamento de diferentes fabricantes e


entre as hierarquias europeias e americanas.

• Função de inserção/extracção simplificada. Como a tecnologia é


síncrona é fácil identificar os canais de ordem inferior.

• Gestão centralizada fácil. A trama SDH dispõe de um número elevado


de octetos para comunicação entre os elementos de rede e um centro
de gestão centralizada, usando o sistema TMN (Telecommunications
Management Network).

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Vantagens do SDH (2)
• Elevada disponibilidade permitindo uma provisão rápida dos serviços
requeridos pelos clientes. Tal deve-se ao facto da SDH fazer uso
intensivo de software, em contrapartida com a PDH cuja
funcionalidade reside no hardware.

• Elevada fiabilidade. As redes SDH usam mecanismos de protecção


que permitem recuperações rápidas a falhas (da ordem dos 50 ms),
quer das vias de comunicação, quer dos nós da rede.

• Normalização das interfaces ópticas (definindo os códigos a usar, os


níveis de potência, as caracteristicas dos lasers e das fibras, etc).

• Possibilidade de monitorizar o desempenho dos diferentes canais.

• Plataforma apropriada para diferentes serviços.

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Exemplificação do Papel do Transporte
• A rede de transporte neste exemplo é representada pelo plano
inferior e é constituída por multiplexadores ADM interligados por
fibras ópticas.
• A camada de rede de serviços é representada por centrais de
comutação telefónica (CC).

Camada de rede de serviço


d

CC
c
CC

CC
a CC b
Tecnologias de rede
para o transporte: SDH
(Synchronous Digital ADM
ADM
Hierarchy) , WDM,
E
(Wavelength Division D

Multiplexing), OTN A ADM


ADM
ADM
(Optical Transport C
Network) Camada de rede de Transporte B

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Rede de Transporte em Aplicações
Telefónicas

CT3 Rede de Serviço


CL2
(circuitos) CL3

CT1 CT2 CL1

ADM ADM

ADM 155-622 Mbit/s


2.5 Gbit/s ADM DXC
ADM
ADM
ADM
Rede de Transporte Usada para interligar
(SDH) diferentes centrais
telefónicas

Elementos de rede SDH


Elementos de rede telefónica
DXC: Cruzador digital (digital crossconnect)
ADM: Multiplexador de inserção/extracção CL: Central telefónica local
(add/drop multiplexer) CT: Central telefónica de trânsito

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Rede de Transporte em Aplicações de
Dados

Rede de Serviços
CR
ER
(pacotes)

ER
CR CR
ER

ADM ADM

ADM 155-622 Mbit/s


2.5 Gbit/s ADM DXC
ADM
ADM
ADM
Rede de Transporte Usada para interligar
(SDH) diferentes routers de
uma rede IP ou
diferentes comutadores
de uma rede Ethernet
Elementos de rede SDH
Elementos de rede de
Numa rede IP (Internet Protocol) os routers são usados
DXC: Cruzador digital (digital crossconnect) pacotes para encaminhar os pacotes Os edge routers são
ADM: Multiplexador de inserção/extracção ER: Edge router aqueles que estão mais próximos do utilizador,
(add/drop multiplexer) CT: Core router enquanto os core routers fazem parte da dorsal da rede.

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Estabelecimento de Caminhos
Fases do estabelecimento:
1) O sistema de gestão configura os diferentes elementos de rede envolvidos no circuito;
2) Os elementos de rede de serviço iniciam a sua actividade.

Interligações representadas:

1: CL3 CT1
CT3 Rede de Serviços
CL2
2: CL2 CT3
(circuitos) CL3

CT1 CT2 CL1

ADM ADM

ADM 155-622 Mbit/s


2.5 Gbit/s ADM DXC
ADM
ADM
Sistema de
ADM
Gestão de Rede Rede de Transporte A informação de gestão é
enviada através do DCC (Data
(SDH) Communication Channel)

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Definição dos Elementos de Rede (1)

• Regenerador: Regenera o relógio e a forma dos sinais de entrada. Possui


canais de comunicação a 64 kb/s para transmitir mensagens.
STM-N STM-N
R

• Multiplexador terminal: Agrega sinais plesiócronos ou síncronos de modo a


formar sinais STM-N de débito mais elevado.

PDH
STM-N (N>M)
SDH (STM-M) MT

• Multiplexador de inserção/extracção: Permite extrair/inserir, quer sinais PDH,


quer sinais SDH de débito mais baixo do que o da linha.
STM-N STM-N
ADM
Oeste Este

Tributários PDH, SDH (STM-M) M<N

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Definição dos Elementos de Rede (2)
• Comutador de cruzamento ou cruzador (DXC, digital cross-connect):
Proporciona funções de comutação apropriadas para estabelecer ligações
semi-permanentes a nível do VC-1, VC-3, VC-4, e permite o restauro das redes.
STM-N STM-N

STM-N STM-N

• Os comutadores de cruzamento são usados para interligar anéis SDH, ou


como nós de redes em malha. 1
ADM ADM
2
E3 C,2
ADM A ADM DXC ADM C ADM
E3 B,3 4
ADM ADM 4 ADM Fibra Óptica

3
ADM ADM
1 B
3
ADM

2
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Topologias Físicas (1)
• Topologia em cadeia

PDH
PDH
STM-N STM-N
SDH MT ADM R ADM MT SDH

PDH SDH PDH SDH

• Topologia em anel com duas ou quatro fibras

ADM ADM
ADM

ADM

ADM

ADM
Duas fibras ópticas ADM
Quatro fibras ópticas ADM

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Topologias Físicas (2)
• Anéis unidireccionais e bidireccionais
ADM ADM

ADM
ADM

ADM
ADM
Anel unidireccional Anel bidireccional
ADM ADM

• Topologia emalhada (usada no núcleo central da rede)


DXC
DXC
A presença dos DXC permite
implementar um sistema de restauro
DXC
DXC dinâmico para fazer face a falhas na
rede.
DXC
DXC
DXC
DXC Com esta técnica o sistema de gestão
da rede reencaminha o tráfego por
percursos alternativos àqueles onde
DXC
DXC DXC
DXC ocorreram falhas.

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Arquitectura de uma Rede de Transporte

DXC
DXC DXC

DXC Rede Dorsal


DXC
DXC ( STM-64)

ADM ADM

ADM
ADM DXC
ADM
ADM
ADM
Rede Metropolitana
(STM-4 ou STM-16)

ADM

Nó concentrador ADM
ADM
(Hub) ADM ADM
ADM ADM
ADM
Rede de Acesso
ADM
(STM-1)
ADM TM
ADM

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Modelo de Camadas da SDH (1)

Ordem
Camada superior
de
caminho Ordem Sub-camada de
inferior secção de
Rede de multiplexagem
Camada
transporte de
Camada secção
SDH Sub-camada
de
transmissão de secção de
regeneração
Camada
física
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Modelo de Camadas da SDH (2)
• Algumas das funcionalidades das camadas:

Caminho:
Identificação da integridade da ligação, especificação do tipo
de tráfego transportado no caminho e monitorização de erros.
Secção de multiplexagem:
Sincronização, comutação de protecção, monitorização de
erros, comunicação com o sistema de gestão.
Secção de regeneração:
Enquadramento de trama, monitorização de erros,
comunicação com o sistema de gestão.

Física:
Forma dos pulsos ópticos, nível de potência, comprimento de
onda, sensibilidade dos receptores, etc.

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Modelo de Camadas da SDH (3)
• Cada camada (com excepção da física) tem um conjunto de octetos que são
usados como cabeçalho da camada. Estes octetos são adicionados sempre
que a camada é introduzida e removidos sempre que esta é terminada.
Multiplexador de Multiplexador
inserção/extracção terminal
Regenerador

MT R ADM MT

S. Regeneração S. Regeneração S. Regeneração

Secção de Multiplexagem S. de Multiplexagem

Caminho
• Inserção de cabeçalhos
Serviços
Camadas:
Cabeçalho de caminho
Caminho

Secção de Multiplexagem Cabeçalho de secção de multiplexagem

Secção Regeneração Cabeçalho de secção de regeneração


Física
Multiplexador Regenerador Multiplexador Multiplexador
terminal ADM terminal

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Modelo de Camadas SDH (4)

CL3 CT1
CT3 Rede de Serviços
CL2
(circuitos) CL3

CT1 CT2 CL1

ADM ADM

ADM 155-622 Mbit/s


2.5 Gbit/s ADM
ADM
ADM
Caminho
ADM
TM

S. multiplexagem
Rede de Transporte

DXC: crossconnect
CT: central de trânsito
TM: multiplexer terminal
CL: central local
ADM: multiplexer de inserção/extracção

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Estrutura da Trama Básica
• Uma trama SDH básica (STM-1) contém três blocos:
- Cabeçalho de secção (SOH, section overhead)
- Ponteiro (PT): permite localizar a informação transportada no VC
- Contentor virtual (VC): capacidade transportada + cabeçalho de caminho.

• A duração da trama é igual a 125 μs, o que corresponde a 8000 tramas/s.


270
9 261
Representação bidimensional
Cabeçalho da secção de uma trama STM-1: matriz
de regeneração SOH com 9 linhas e 270 colunas, a
3
que correspondem 2430
octetos.
Ponteiro 1 PT
Contentor
Os diferentes octetos são
Virtual transmitidos linha a linha,
Cabeçalho da secção
SOH começando pela 1ª linha e 1ª
5
de multiplexagem coluna.

125 μs

1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Contentores Virtuais

• O tráfego da rede de serviços ( Plesiócrono, IP, ATM) é transportado em


contentores virtuais (VC, virtual container) de diferentes dimensões.

Redes da camada de circuito E4


Circuito

Octectos sem informação+


Caminho de VC-11 VC-12 VC-2 VC-3 cabeçalho de caminho
ordem inferior
Caminho
VC-4
Caminho de VC-3 VC-4
ordem superior
Ponteiros

Camada de multiplexagem AU-4 Unidade administrativa


Camada de
Secção
Transmissão
Camada de regeneração Cabeçalho de secção

Camada de
Física Camada física STM-1

• O contentor VC-12 é usado para transportar um E1, o VC-3 um E3 e o VC-4 um


E4. Os outros contentores são usados para sinais da hierarquia americana.

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Camada Física da SDH
• As interfaces da camada física normalizadas pelo ITU-T ( normas G.957 e
G.961) para a SDH inclui essencialmente as seguintes categorias:
- Ligações de alcance intermédio (S, short-haul ): cerca de 15 km a 1310 nm
e 40 km a 1550 nm;
- Ligações de longo alcance (L, long-haul): cerca de 40 km a 1310 nm e 80 km
a 1550 nm;
- Ligações de muito longa distância (V, very-long-haul): cerca de 60 km a 1310
nm e 120 km a 1550 nm;
- Ligações de ultra-longa distância (U, ultra-long-haul): correspondente a
distâncias de cerca de 160 km.

• Nas ligações referidas, não se inclui a utilização de amplificadores ópticos,


nem de técnicas de compensação de dispersão.

• As normas consideram a utilização de três tipos de fibra (G.652, G.653 e


G.655). As fontes ópticas consideradas incluem o LED e laser FP para
distâncias curtas, em 1310 nm e o laser DFB para distâncias longas.

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Ineficiências da SDH Convencional
• A utilização da estrutura de contentores da SDH convencional (incluindo a
concatenação contínua ) é muito pouco eficiente para o transporte de dados.
Aplicação Débito da aplicação Estrutura/ Ineficiência
Ethernet 10 Mbit/s VC-3 /80%
Fast Ethernet 100 Mbit/s VC-4/33%
Gigabit Ethernet 1 Gbit/s VC-4-16C/58%
Enterprise Systems
Connection
ESCON 200 Mbit/s VC-4-4C/67%

• A fragmentação dos contentores virtuais vai também contribuir para aumentar


a ineficiência.
D
A STM-16
SDH SDH
B NE-A NE-B E
STM-1 livre
C F

STM-1 #1 STM-1 #2 STM-1 #3 STM-1 #4 STM-1 #5 STM-1 #6 STM-1 #7 STM-1 #8 STM-1 #9 STM-1#10 STM-1#11 STM-1#12 STM-1#13 STM-1#14 STM-1#15 STM-1#16

Etapa 1: Os primeiros 8 STM-1 são atribuídos à ligação entre A e D, enquanto os últimos 8 STM-1 são usados entre B e E.

STM-1 #1 STM-1 #2 STM-1 #3 STM-1 #4 STM-1 #5 STM-1 #6 STM-1 #7 STM-1 #8 STM-1 #9 STM-1#10 STM-1#11 STM-1#12 STM-1#13 STM-1#14 STM-1#15 STM-1#16

Etapa 2: Os utilizadores A-B libertam 2 STM-1 e os ultilizadores B-E libertam outros 2. Os utilizadores C-F requerem uma capacidade VC-4-4c.
Embora fisicamente haja capacidade disponível, como os STM-1 livres não são contínuos, não é possível satisfazer o pedido de C-F.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 217


Tecnologias Chave da SDH-NG
• GFP (Generic Framing Procedure)
É uma técnica ( ITU-T Rec. G7041) apropriada para mapear o tráfego de
pacotes (Ethernet, Escon, etc) em canais SDH ou OTN de débito fixo. O
mapeamento pode ser feito de modo transparente (GFP-T), ou usando as
tramas dos clientes completas (GFP-F).

• Concatenação virtual ou VCAT (Virtual Concatenation)


É um mecanismo (ITU-T G707) que permite combinar um número variável de
contentores virtuais de diferentes ordens de modo a criar canais de
capacidade muito elevada. É mais eficiente do que a concatenação contínua
para o tráfego de pacotes e contrariamente aquela não requer que todos os
elementos de rede suportem essa funcionalidade.

• LCAS (Link Capacity Adjustment Scheme)


Permite modificar dinamicamente a capacidade alocada pelo VCAT através da
adição/remoção de membros do caminho estabelecido (ITU-T Rec. G7042).

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 218


Elementos de Rede SDH-NG (I)
• Multiservice Provisioning Platform (MSPP)

Virtual Private Networks


Digital Video Broadcasting
Storage Area Networks
(Fiber Channel, ESCON, etc.)

Um MSPP resulta da evolução dos ADMs convencionais com interfaces PDH


e ópticas para um nó de acesso que inclui:

• Interfaces PDH convencionais

• Interfaces de dados como Ethernet, GigE, Fiber Channel, ou DVB

• Funcionalidades GFP (Generic Framing Procedure), VCAT(Virtual Concatenation) e


LCAS (Link Capacity Adjustment Scheme)

• Interfaces ópticas desde STM-1 até STM-16 Funcionalidades SDH-NG

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Elementos de Rede SDH-NG (II)
• Multiservice Switching Platform (MSSP)

• O MSSP é o elemento de rede SDH-NG equivalente ao cruzador da


SDH, realizando agregação de tráfego e cruzamento não só ao nível
STM-N, como também ao nível VC.

• A nível de dados (Ethernet) o MSSP para além das funções de


mapeamento de tráfego, suporta também funções de switching.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 220


Parâmetros para diferentes interfaces SDH
Parâmetros STM-1 STM-4 STM-16 STM-64
Código S-1.1 L-1.2 V-4.1 U-4-3 V-16.1 U-16.2 S-64.1 L-64.2 V-64.3

Comprimento de 1310 1550 1310 1550 1310 1550 1310 1550 1550
onda (nm)
Fibra óptica G.652 G.652 G.652 G.653 G.652 G.652 G.652 G.652 G.653

Fonte óptica FP DFB DFB DFB DFB DFB DFB DFB DFB

Potência média -15--8 -5-0 0-4 12-15 10-13 12-15 __ __ 10/13


(dBm)
Atenuação (dB) 0-12 10-28 22-33 33-44 22-33 33-44 6-11 11-22 22-33
Dispersão (ps/nm) 96 ____ 260 530 260 3200 70 1600 400
Razão extinção 0.16 0.1 0.1 0.1 0.25 0.1 0.15 0.1 0.15
Sobrecarga (dBm) -8 -10 -18 -18 -9 -18 -3 -9 -3

Sensibilidade -28 -34 -34 -33 -24 -34 -13 -26 -24
(dBm)

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 221


Sistema WDM Ponto-a-Ponto
• Os elementos essenciais de um sistema de multiplexagem por divisão no comprimento de
onda ou WDM (Wavelength Division Multiplexing) são os multiplexadores (MUX),
responsáveis por agregar vários canais ópticos (comprimentos de onda) num único sinal
multiplexer e os desmultiplexadores (DMUX) que realizam a operação inversa.
λ1 λ1
Laser 1 Sinal multiplex ⇒ λ1, λ2 ,λ3,..., λN Receptor
Óptico 1

λ2 λ2 Receptor
Laser 2 Óptico 2
MUX EDFA EDFA EDFA DMUX

λN λN
Laser N Receptor
Fibra óptica Óptico N
monomodal

• Sistemas DWDM ( Dense WDM) ponto-a-ponto comerciais de ponta (2007)

Fabricante Equipamento Capacidade Número de λs


Ciena CoreStream 1.9 Tb/s 192 λs × 10 Gb/s

Alcatel-Lucent 1625 Lambda Extreme 2.56 Tb/s 64 λs × 40 Gb/s


Transport 1.28 Tb/s 128 λs × 10 Gb/s

Nortel Optical Long Haul 1600 0.8 Tb/s 80 λs × 10 Gb/s


320 λs × 2.5 Gb/s
Ericsson Marconi MHL 3000 Core 3.2Tb/s 80 λs × 40 Gb/s

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 222


Técnicas de Multiplexagem WDM

• A multiplexagem por divisão de comprimento de onda ou WDM (Wavelength


Division Multiplexing) pode ser efectuada recorrendo a dois métodos.
Pλ1 α(Pλ1+ Pλ2+ .....+ PλΝ) α2 Pλ1
Pλ2 D α : perdas
Multiplexagem
M
M α2 Pλ2
U
selectiva U
X Fibra Óptica
X
PλΝ α2 PλΝ
Multiplexador Desmultiplexador

Pλ1 Pλ1/Ν2
Pλ2 C D Pλ2/Ν2
Multiplexagem O E
não selectiva M (Pλ1+ Pλ2+ .....+ PλΝ)/Ν R PλΝ/Ν2
PλΝ
Derivador Filtros ópticos
Combinador selectores de canal
óptico
óptico

• Na multiplexagem selectiva usam-se dispositivos baseados nas grelhas


difractoras ou AWG. A principal vantagem desta solução é que as perdas são
independentes do número de comprimentos de onda usados.
• Na multiplexagem não selectiva a separação dos canais é feita usando filtros
ópticos. Neste caso as perdas dependem do número de λs.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 223


Multiplexagem Selectiva
• MUX/DEMUX baseados em grelhas difractoras
λ1
λ2 Todos os comprimentos de onda são
MUX focados no mesmo ponto focal e
λN acoplados a uma fibra óptica.

Um sinal de luz policromático ao incidir


λ1+ λ2+.... λN DMUX numa grelha difractora é difractada e
Fibras ópticas dirigida para diferentes pontos no espaço.
Grelhas difractoras Lente

• MUX/DEMUX baseados em AWG (arrayed waveguide grating)


Desmultiplexagem

0 Perdas
λ
Free
λ λ λ λ

Transmitância (dB)
1 2 3 4 Spectral
5 crosstalk
λ Range
1
λ
2
λ
3
λ
4 Acoplador em Acoplador em
2+FSR
f f f f
λ estrela estrela 1 2 3
f f f
5 4 5

Foram fabricados AWGs para 256 canais (comprimentos de onda), com um espaçamento
entre canais de 0.2 nm (25 GHz), perdas de inserção de cerca de 5 dB e crosstalk< 33 dB.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 224


Normalização dos Comprimentos de Onda
• A normalização dos comprimentos de onda a usar nas redes WDM é
importante para garantir a interligação de equipamentos de diferentes
fabricantes e permitir aos fabricantes a redução dos custos de fabrico.

• A normalização de comprimento de onda é feita pela norma G.692 do ITU-T e


usa um espaçamento idêntico na frequência para essa normalização. Os
canais são colocados numa grelha de 50 GHz (≈ 0.4 nm), com a frequência
central nominal de 193.1 THz (1552.52 nm).
193.1 THz

50 GHz 50 GHz 50 GHz

frequência

• Outro parâmetro importante é o desvio máximo da frequência nominal de


canal. Este desvio não deve ser muito elevado, caso contrário contribui para
aumentar o crosstalk e as perdas. Para Δf≥200 GHz o ITU-T especificou um
desvio máximo de ±Δf/5.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 225


Cabo Submarino EASSy
• Exemplos de cabos submarinos ópticos :
“The fact that the Eastern Africa seaboard lacked a
fibre optic cable system meant it had to rely
exclusively on satellite links for voice and data
transmission at about ten times the cost and at
transmission speeds of less than a quarter those of
fibre optic links. Unlike satellite-based
telecommunication systems, fibre optic cables
provide high quality broadband international
connectivity and cost less to access and maintain”

Preliminary Technical Description:


SDH Transmission
System length: 10,500km (Main Trunk Length)
System design life of 25 years
Direct Optical Amplification
Dense Wavelength Division Multiplexing (DWDM)
3 Fibre pairs: 3 x 10 Gb/s per fibre pair initially
Upgradeable to 32 x 10 Gb/s Wavelengths per fibre pair
System Interface at STM-1 Electrical (STM4/16 optional)

Países servidos pelo EASSy :Quénia, Uganda, Tanzânia,


Ruanda, Burundi, Somália, Moçambique e Zâmbia. Fonte: www.eassy.org

• O cabo submarino óptico EASSy (Eastern African Submarine Cable System)


foi projectado para ligar vários países das costa este de África, que não têm
acesso directo à rede de cabos submarinos ópticos internacionais.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 226


Papel da Rede de Transporte Óptica

Rede de Serviços
Router B
(Rede IP) Router E
Router F

Router A Router C
Router D

ADM1
OADM: multiplexador de
inserção/extracção óptico
ADM4 OTM: multiplexador óptico
ADM2 terminal
ADM3
OXC: comutador de
cruzamento óptico
Rede de Transporte SDH

Caminho Óptico OADM


(ADM1 →ADM3) OADM
OADM OXC OADM
OADM

OADM
OADM
OTM Caminho Óptico ( router D→router F)
Rede de Transporte WDM

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 227


Elementos de Rede Óptica
• Os elementos de uma rede óptica incluem amplificadores ópticos (OA),
multiplexadores ópticos terminais (OTM, optical terminal multiplexer),
multiplexadores de inserção/extracção (OADM, optical add/drop multiplexers)
e cruzadores ópticos (OXC, optical crossconnects).

• Esses elementos de rede estão interligados entre si através de fibras ópticas


de acordo com determinada topologia física (anel, malha, etc.).

• Os OLTs multiplexam diferentes comprimentos de onda num fibra óptica e


também desmultiplexam um sinal WDM nos comprimentos de onda
individuais.

• Os OADMs são usados em pontos da rede em que é necessária terminal


localmente uma certa fracção dos comprimentos de onda transmitidos. São
usados nas redes em anel.

• Os OXCs são usados quando é necessário comutar comprimentos de onda de


uma fibra, para outra fibra, como é o caso das redes em malha.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 228


Amplificadores Ópticos de Linha
• Os amplificadores ópticos de linha são colocados no meio das vias ópticas, a
intervalos periódicos, tipicamente entre 80-120 km.

• Este amplificadores normalmente incluem dois blocos de amplificação EDFA,


e um compensador de dispersão situado entre esses blocos. No caso dos
amplificadores usados nas banda C e L, essas bandas são separadas na
entrada e usam-se diferentes EDFAs para cada banda.

λ1, λ2,... λN
EDFA EDFA

Terminação do canal de Adição do canal de


λso Compensação λso
supervisão óptica supervisão óptica
de dispersão

Receptor Laser

• O canal de supervisão óptica é extraído e terminado na entrada do


amplificador e é adicionado na saída. Este canal é usado para controlar e
monitorizar o desempenho dos amplificadores ópticos. É transportado num
comprimento de onda diferente do usado para o tráfico.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 229


Multiplexador Óptico Terminal (OTM)
• O multiplexador óptico terminal é usado nas extremidades das ligações
ponto-a-ponto para multiplexar e desmultiplexar diferentes comprimentos de
onda. Inclui três elementos funcionais: transponder, multiplexador WDM e
amplificador óptico.

Transponder
Não é ITU λ ITU λ1
Router IP O/E/O
λ1, λ2 ,λ3, λso
Não é ITU λ ITU λ2
O/E/O MUX EDFA
ADM SDH

ITU λ3
ADM SDH Adição do canal de λso
supervisão óptica
Função de adaptação
Laser

Multiplexador óptico terminal

• A adaptação realizada pelos transponder corresponde às seguintes funções:


- Alteração dos comprimentos de onda, de modo a ter na saída λs ITU-T;
- Adição de cabeçalhos para funções de gestão;
- Adição de códigos FEC (forward error correction);
- Monitorização do BER (bit error rate).

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 230


Tipos de OADMs
• Num OADM o sinal WDM é desmultiplexado e os comprimentos de
onda que requerem processamento local são extraídos e
posteriormente inseridos. Os restantes comprimentos passam
directamente do DMUX para o MUX.

• Os OADMs podem ser fixos ou reconfiguráveis. Nos primeiros o


conjunto dos comprimentos de onda extraídos/inseridos é fixo,
enquanto nos segundos pode ser alterado em resposta a mudanças
nos padrões de tráfego.
OADM fixo
OADM reconfigurável
λN λN

λ1, λ2,.. λN λ1, λ2,.. λN λ1, λ2,.. λN


DMUX λ2 λ2 MUX DMUX λ2 MUX
λ1 λ1 λ1

Extracção Transponders (O/E/O)


Inserção Comutador óptico
Transponders(O/E/O)

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 231


Estrutura de um ROADM
• Estrutura de um ROADM (Reconfigurable OADM)
Comprimento de onda expresso

Fonte: I. Kaminow et al., Optical Fiber


Telecommunications V. B, Fig. 8.2

WADD: wavelength add/drop device → Dispositivo usado para inserir/extrair lambdas


OA: Optical amplifier: amplificador óptico tipo EDFA.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 232


Configurações de OXCs
• A configuração de um OXC pode ser opaca ou transparente. Nas
configurações opacas há conversões O/E ou E/O dentro do OXC,enquanto nas
transparentes a configuração é totalmente óptica.

• Um OXC é constituído por vários OTMs, que realizem entre outras as funções
de multiplexagem/desmultiplexagem, e por uma matriz de comutação. A
matriz de comutação pode ser óptica ou eléctrica.
OXC com comutação óptica OXC com comutação eléctrica

λ1 λ1 λ1 λ1
λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3
λ2 λ2 λ2 λ2
OTM OTM OTM OTM
λ3 λ3 λ3 λ3

λ1 Matriz de λ1 λ1 Matriz de λ1
λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3
λ2 comutação λ2 λ2 comutação λ2
OTM óptica OTM OTM eléctrica OTM
λ3 λ3 λ3 λ3

λ1 λ1 λ1 λ1
λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3 λ1, λ2, λ3
λ2 λ2 λ2 λ2
OTM OTM OTM OTM
λ3 λ3 λ3 λ3

Conversão O/E Conversão E/O


Gera λs ITU- não usa transponders

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 233


Elemento de Rede SDH-NG+WDM
• Multiservice Transport Platform (MSTP)

Fonte: José M. Caballero


“Migration to next generation
Virtual Private Networks
SDH,” Trend Communications
Digital Video Broadcasting
Storage Area Networks
(Fiber Channel, ESCON, etc.)

• Um MSTP resulta da adição a um MSPP de funções de inserção


extracção no domínio óptico.

• Permite o provisionamento de comprimentos de onda extremo-a


extremo ao longo de uma rede, evitando o uso de transponders para
para funções de conversão O-E-O.

• Tipicamente é usado nas redes de núcleo e metro.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 234


Sobrevivência de Rede
• A sobrevivência de rede traduz a capacidade de uma rede continuar a
oferecer serviços na presença de falhas internas.

• As falhas podem ocorrer a nível dos nós da rede (equipamento) ou a nível


das vias de transmissão, sendo as últimas as mais frequentes.

• A causa mais comum está associada à danificação dos cabos de fibras


ópticas devido a causas de origem natural (tremores de terra, etc. ) ou
humana (escavadoras, incêndios, etc.).

AT&T fiber optic cable cut in In December 2006, 4 major fiber optic lines were severely damaged following a major
California earthquake in Taiwan. … The cuts basically erased all eastward data routes from Southeast
April 9, 2009 — 2:07pm ET Asia. It took 49 days for crews on 11 giant cable-laying ships to fix all of the 21 damage
An AT&T-owned fiber optic cable points…. Fonte: www.wired.com/threatlevel/2008/01/fiber-optic-cab/
was severed in Silicon Valley
Thursday, causing Internet, voice, Corte de cabos de fibra óptica em Lisboa deixa... (1/11/2007)
and wireless outages, as well as Um corte nos cabos de fibra óptica na zona de São Sebastião, junto ao Corte Inglés, em
compromised 911 access for Lisboa, privou cerca de 12 mil clientes da TV Cabo dos serviços da Portugal Telecom na
thousands of customers. AT&T quarta-feira, disse à Lusa fonte oficial da operadora. «Também alguns clientes móveis foram
confirmed the outage to CNET, and afectados», adiantou a mesma fonte.
said it is working to fix the issue. O corte deveu-se às obras do metropolitano em São Sebastião, onde umas estacas bateram
Fonte: www.fiercetelecom.com/story/t-fiber- num cabo de fibra óptica e deitaram-no abaixo, indicou à Lusa fonte do Metropolitano de
optic-cable-cut-california/2009-04-09 Lisboa. Fonte:metrolisboa.blogspot.com/2007/11/corte-de-cabos-de-fibra-ptica-em-lisboa.html

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 235


“Fiber Optic Cable Cuts Isolate Millions From Internet,Future
Cuts Likely” (January 31, 2008)

O cabo submarino FLAG foi um dos Large swaths of the Middle East and Southeast Asia
fell into internet darkness after two major underseas
cabos afectados fiber optic links were damaged off Egypt’s coast on
Wednesday.

Early reports blamed an errant anchor for severing the


cables, but THREAT LEVEL has not yet been able to
confirm that’s the cause.

Telecoms in Egypt, India, Pakistan and Kuwait (among


others) are scrambling to find other arrangements to
carry their internet and long distance phone traffic.

Some telecoms had complete outages since their


contingency plans if one cable broke was to use the
other. Seventy percent of the networks in Pakistan
experienced an out, with Egypt, Malidives, Kuwait,
Lebanon and Algeria also suffering severe outages,
according to traffic analysis by Renesys.

FLAG runs about 17,000 miles, stretching from London,


through the Suez canal, around India, along China’s
The cuts hit two fiber optic links: FLAG Europe Asia and
coast to Japan……. SEA-ME-WE-4 follows roughly
SEA-ME-WE-4. The two cables are competitors that carry
the same geographic path.
traffic from Europe through the Middle East along to Japan
(and vice versa). Fonte:
www.wired.com/threatlevel/2008/01/fiber-optic-cab/

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 236


Técnicas de Sobrevivência
• As técnicas usadas para garantir que uma rede SDH continue a proporcionar serviços
mesmo em presença de falhas na rede são as seguintes:
– Protecção de equipamento;
– Protecção linear;
– Protecção de anel;
– Restauro.

• A protecção de equipamento é garantida duplicando as cartas e as ligações entre estas.

• A protecção linear é aplicada em ligações ponto-a-ponto. Essa protecção pode ser


realizada a nível de caminho (protecção de caminho), ou a nível de secção de
multiplexagem (protecção de secção).

• A protecção de anel aplica-se a topologias físicas em anel e também pode ser realizada a
nível de caminho ou a nível de secção.

• O restauro aplica-se a redes com uma topologia física em malha e consiste em encontrar
caminhos alternativos aos caminhos com falhas, sendo a operação, normalmente,
coordenada pelo plano de gestão de rede.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 237


Protecção de Anel: Tipos e Estrutura de Anéis
• Os anéis podem ser unidireccionais ou bidireccionais. No caso dos anéis
unidireccionais um caminho (bidireccional) entre dois nós ocupa todo o anel,
enquanto nos anéis bidireccionais só ocupa parte do anel.
Anel Unidireccional Anel Bidireccional com 2 fibras
C→A A→C
C→A A→C Arco

ADM A
ADM A

ADM D
ADM D ADM B ADM B

ADM C
ADM C
Fibra de protecção
Fibra de protecção

Fibra de serviço

Fibra de serviço C→A


C→A A→C
A→C

• Um anel é composto de diferentes arcos, sendo cada um responsável por ligar


dois nós. Os anéis podem ainda usar duas ou quatro fibras.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 238


Anel Unidireccional com Protecção de Caminho
• O anel unidirecional com protecção de caminho, designado na terminologia SONET por
UPSR (Unidirectional Path-Switched Rings) usa um esquema de protecção dedicado 1+1.
O tráfego originado num determinado nó é enviado simultaneamente pela fibra de serviço
no sentido dos ponteiros do relógio e pela fibra de protecção no sentido contrário.
C→A A→C C→A A→C

Este tipo de protecção


representa uma caso
particular da SNCP

ADM A ADM A

ADM D
Estado Normal ADM D
Estado Normal
ADM B ADM B As entidades
comutadas são
contentores
Fibra de protecção Fibra de protecção
virtuais
ADM C ADM C

Corte nas
duas fibras
Fibra de serviço Comuta para a protecção
C→A A→C C→A A→C

• A comutação de protecção é realizada a nível da camada de caminho para cada ligação. A


qualidade do sinal é continuamente monitorizada. Quando tem lugar um corte na fibra de
serviço o nó que detecta a falha comuta para a fibra de protecção.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 239


Protecção de Anel: Protecção a Nível de
Secção
• A protecção de anel a nível de secção de multiplexagem pode ser partilhada ou
dedicada.
Anel com protecção partilhada de secção de
multiplexagem ou MS-SPRING (Multiplex Section
Protecção de secção Shared Protection Ring)

(ITU-T G.841)
Anel com protecção dedicada de secção de
multiplexagem ou MS-DPRING (Multiplex Section
Dedicated Protection Ring)

• Os anéis MS-SPRING compreendem duas categorias: anéis de 2 fibras e anéis


de 4 fibras.
– Estes anéis são bidireccionais: os sinais de tráfego normal (canais de serviço) são
transmitidos sobre os mesmos arcos mas em sentido oposto. Os canais de serviço são
protegidos pelos canais de protecção, que podem ser usados para tráfego não prioritário.
– Na terminologia SONET, esses anéis designam-se por BLSR (Bidirectional Line-
Switched Rings).

• Os anéis MS-DPRING consistem em dois anéis unidireccionais com propagação


em sentido inverso. Um transporta tráfego normal (anel de serviço) e o outro é
reservado para proteger este tráfego (anel de protecção).
João Pires Sistemas de Telecomunicações III 240
Anel MS-DPRING
• No anel com protecção dedicada de secção de multiplexagem, os diferentes nós estão
ligados por duas fibras ópticas, uma para a função de serviço e outra para protecção. O
anel é unidireccional e no estado de funcionamento normal só a fibra de serviço
transporta tráfego. O anel de protecção é usado quando a terminação de secção de
multiplexagem detecta uma falha ou uma degradação do sinal na fibra de serviço.
C→A A→C C→A A→C

ADM A ADM A

ADM D
Estado Normal Estado de Protecção
ADM B
ADM D ADM B

Derivação
Fibra de protecção
ADM C
ADM C

Corte nas duas


fibras

Fibra de serviço Derivação


C→A A→C C→A A→C

• Depois de detectada a falha inicia-se o processo de recuperação usando o protocolo APS,


o qual permite estabelecer derivações da fibra de serviço para a fibra de protecção nos
nós que envolvem a falha e transportar a secção afectada pela fibra de protecção.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 241


Anel MS-SPRING com Duas Fibras
• No anel MS-SPRING com duas fibras, a capacidade de trabalho entre quaisquer dois nós
só usa metade da capacidade bidireccional total, sendo a outra metade destinada a
protecção. Assim, por exemplo, num anel com capacidade STM-N, os sinais STM-N
transmitidos nos dois sentidos reservam os AU-4 numerados de 1 a N/2 para o transporte
de tráfego de serviço e os AU-4 numerados de N/2+1 a N para protecção.
Estado Normal Estado de Protecção
C→A A→C
STM-N C→A A→C

ADM A ADM A

ADM D Protecção
ADM B ADM B
ADM D

Derivação
ADM C
ADM C
Corte nas
duas fibras

Derivação C→A
Fibras ópticas C→A A→C A→C

A falha é indicada a nível de secção e a recuperação da falha usa o APS

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 242


Anel MS-DPRING
• No anel com protecção dedicada de secção de multiplexagem, os diferentes nós estão
ligados por duas fibras ópticas, uma para a função de serviço e outra para protecção. O
anel é unidireccional e no estado de funcionamento normal só a fibra de serviço
transporta tráfego. O anel de protecção é usado quando a terminação de secção de
multiplexagem detecta uma falha ou uma degradação do sinal na fibra de serviço.
C→A A→C C→A A→C

ADM A ADM A

ADM D
Estado Normal Estado de Protecção
ADM B
ADM D ADM B

Derivação
Fibra de protecção
ADM C
ADM C

Corte nas duas


fibras

Fibra de serviço Derivação


C→A A→C C→A A→C

• Depois de detectada a falha inicia-se o processo de recuperação usando o protocolo APS,


o qual permite estabelecer derivações da fibra de serviço para a fibra de protecção nos
nós que envolvem a falha e transportar a secção afectada pela fibra de protecção.

João Pires Sistemas de Telecomunicações III 243

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