Você está na página 1de 14

REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS


1.1 - Princípios básicos dos sistemas celulares

Os sistemas de comunicação sem fio são formados basicamente por dois usuários –
transmissor e receptor, dependendo do sentido em que viaja a informação -, cada um
com os seguintes componentes:
- Microfone: converte o sinal de voz (de quem quer transmitir a informação) em sinais
elétricos;
- Alto-falante: converte o sinal elétrico (vindo de quem transmite a informação) em
sinal de voz (para o receptor ouvir a mensagem);
- Transmissor: envia os sinais gerados pelo microfone para o receptor
- Receptor: recebe e entende os sinais enviados pelo transmissor e os envia ao alto-
falante.
- Antena: Converte sinais elétricos em ondas de rádio, para enviar a informação pela
atmosfera, ou faz a operação contrária para receber essas informações. É a alma da
comunicação sem fio, por ser o aparelho capaz de se comunicar sem a necessidade de
um contato físico.
Ondas de rádio são sinais eletromagnéticos capazes de levar dados de um ponto a
outro de forma confiável e rápida.

1.1.1 - Modulação
Para enviar um sinal de um ponto a outro é necessária a modulação do sinal.
Modular o sinal consiste em agregar um sinal conhecido (onda portadora) ao sinal da
informação. O receptor pode, então, analisar a onda recebida, e, como conhece a onda
portadora, pode entender a informação como a alteração do sinal recebido em relação
à portadora. Esse processo chama-se demodulação.
Existem diversos tipos de modulação, pois pode-se alterar diversas características da
portadora, separadamente. Pode-se alterar a freqüência da portadora de acordo com
o sinal, na modulação FM; alterar a amplitude da portadora em relação ao sinal, na
modulação AM; alterar a fase da portadora, na modulação PM, entre outros diversos
tipos de modulação. Cada tipo de modulação possui suas vantagens e desvantagens,
e por isso cada serviço pode ter peculiaridades que façam esse ou aquele tipo de
modulação ser mais interessante.

1.1.2 - Estações móveis (MS)


As estações móveis são os próprios aparelhos de telefonia celular. Possuem uma

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 1 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

antena, capaz de modular ou demodular o sinal. Precisa também de osciladores, que


posam gerar os sinais nas freqüências determinadas.

1.1.3 - Estações Rádio Base (ERB ou BTS)


Para a implementação do serviço de telefonia celular, utiliza-se Estações Rádio Base,
que consistem em uma antena e um sistema capaz de atender as necessidades de
comunicação de uma certa região com o restante da rede de telefonia.
O termo “estação Rádio base” é mais usado em sistemas celulares analógicos. Para
sistemas digitais, usa-se o nome “Estação Transceptora Base”, em inglês, BTS.

1.1.4 - Enlaces
A comunicação entre MS e ERB acontece quando a onda portadora da informação, ou
seja, a informação modulada, é gerada em um ponto, viaja pela atmosfera e é
recebida no outro. Cada portadora tem uma freqüência definida, em uma mesma
região da atmosfera, cada freqüência corresponde a uma conhecida portadora. Sendo
assim, o transmissor deve modular seu sinal naquela freqüência, e o receptor deve
ajustar seu sensor para essa mesma freqüência.
Porém, cada portadora não consegue levar toda a informação em exatamente um
valor de freqüência. Na verdade, cada canal possui uma faixa de freqüências, cuja
freqüência central é a da portadora. A informação é incluída principalmente nessa
freqüência principal, mas pode estar em freqüências um pouco maiores ou um pouco
menores. Para incluir essas variações da freqüência, o canal tem uma largura de
freqüências, ou seja, o transmissor emite naquela freqüência e em freqüências um
pouco maiores ou menores, e o receptor deve se preparar para “sentir” aquela
freqüência, mas também um pouco mais e um pouco menos.
O tamanho desse erro, ou seja, a largura do canal, limita o número de canais na
célula, pois eles devem “caber” na banda passante da célula (faixa total de
freqüências que uma célula suporta).

Ao canal físico que interliga a Estação Rádio Base e a Estação Móvel se dá o nome de
enlace. Quando a informação viaja da ERB para a MS, chama-se enlace direto;
quando a informação parte da MS chama-se enlace reverso.
Os modos de transmissão de informação para comunicações móveis podem ser feitos
de três maneiras:
- Simplex: opera com uma única freqüência e apenas a ERB pode transmiti-la. Tem-se,
portanto, apenas enlaces diretos. Exemplos de aplicações desse modo de transmissão
são os serviços de rádio AM e FM, ou a televisão convencional.

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 2 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

- Semi Duplex: Opera em uma única


freqüência, mas suporta comunicação
bidirecional, sendo cada sentido de
comunicação operado em um momento. Ou
seja, o usuário pode escutar ou falar, mas não
os dois ao mesmo tempo. Como exemplos, os
aparelhos de walkie-talkie, e o sistema de
comunicação da polícia.
- Duplex completo (ou full duplex): cada
usuário tem um canal de recepção (enlace
direto) e outro canal de transmissão (enlace
reverso). É possível, portanto, realizar
comunicação em dois sentidos ao mesmo tempo. E importante lembrar que cada
canal opera em uma freqüência diferente, necessitando-se, portanto, de duas larguras
de freqüência (uma para cada enlace). Esse modo é o utilizado pelos serviços de
telefonia móvel.

1.1.5 - Célula
Cada Estação Rádio Base (ERB) atende a uma certa região, limitada de acordo com as
capacidades físicas da Estação. A essa região dá-se o nome de Célula. As células
podem ser omnidirecionais ou setorizadas.

No primeiro caso, a ERB é equipada de


forma a irradiar suas ondas uniformemente
em todas as direções. São mais utilizadas em
regiões onde há pouca necessidade de
tráfego, como regiões rurais. Em
compensação, por ser distribuída
uniformemente, abrange uma área de
cobertura mais extensa, o que significa ter
menos ERBs para atender a certa região.
Nas células setorizadas as antenas da ERB
são projetadas para irradiar em direções estabelecidas, chamadas setores. Cada setor
geralmente é formado por um ângulo de 120º, o que significa 3 setores por ERB, ou
por célula. Essa setorização permite um tráfego mais denso que as células
omnidirecionais, apesar de não conseguir cobrir uma região tão extensa.
O padrão de irradiação de uma célula se aproxima da forma circular, mas totalmente

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 3 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

irregular. Isso se dá pela formação de


áreas de sobreposição (mais de uma
célula atuando na região) e áreas de
sombra (áreas onde interferências
destrutivas causam falta de sinal). Por
causa disso, o padrão escolhido para
representar uma célula foi o de um
hexágono regular. Essa escolha
simplifica cálculos essenciais, como a
distância mínima entre canais, ou seja,
distância mínima entre centros de duas
células adjacentes.

1.1.6 - Espectro de freqüências


Os sistemas celulares utilizam o domínio da freqüência para dividir seus canais de
comunicação. Cada canal de comunicação exige uma quantidade de valores de
freqüência para realizar a comunicação, a largura de faixa: um canal com largura de
faixa de 30 Hz pode ser implementado da freqüência 340 Hz até 370 Hz, por exemplo.

Cada ERB tem uma faixa de valores de freqüência nos quais consegue se comunicar.
A ANATEL regulamenta o uso das freqüências, a fim de evitar o mau uso do espectro
de freqüências. A largura da faixa de freqüências de uma ERB é chamada Largura de
Banda, e é uma medida da capacidade de tráfego da ERB.

1.1.7 - Acesso múltiplo

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 4 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

Um dos sérios problemas enfrentados pela ERB ocorre quando mais de um usuário
deseja acessá-la, ou seja, requerer e chamado múltiplo acesso. Para resolver esse
problema, existem basicamente três tecnologias: FDMA (que divide a freqüência),
TDMA (que divide o tempo) e CDMA (que usa um código para cada acesso).
A tecnologia FDMA libera uma faixa de freqüência para cada acesso. Dessa forma, o
usuário tem uma largura de banda fixa, sempre disponível.
A tecnologia TDMA libera uma faixa de freqüência para alguns usuários. Esses
usuários só podem acessar de forma intercalada, ou seja, eles dividem entre si o
tempo.
A tecnologia CDMA insere um código para cada usuário. Assim, eles podem acessar
a mesma freqüência durante todo o tempo.

1.1.8 - Cluster
Um cluster é uma região que abrange algumas células, onde:
- há todas as freqüências disponíveis;
- nenhuma freqüência pode ser reusada.
Fora do cluster, é possível reusar as mesmas freqüências. Assim, quanto mais células
dentro de um cluster, maior será a distância mínima entre portadoras de mesma
freqüência. Programar o reuso de freqüências faz aumentar o tráfego da rede.
Para calcular o número Nf de freqüências por célula, basta dividir a largura de banda
Bs do sistema pela largura de banda Bc de cada célula.

1.1.9 - Fator de reúso e Razão de reúso


O fator de reúso é o número de células dentro do cluster: um fator de reúso 9 usa
cluster com 9 células, o de 12 usa cluster com 12 células, etc.
A razão de reúso é dada por d/r, onde d é a distância entre os centros de duas células
adjacentes e r é o raio da célula.
O fator de reúso N está relacionado com a razão de reúso d/r segundo a fórmula:
(d/r)²=3N. Quanto maior o fator, maior o reúso, quanto menor o reúso, menor o
fator.
Aumentando-se o fator de reúso, dividem-se as freqüências de um cluster em um
número maior de células, diminuindo assim o tráfego oferecido em cada célula.
Por outro lado, aumentar o razão de reúso significa dificultar a interferência entre
duas células que irradiem a mesma freqüência. Isso melhora a qualidade do sinal.
Como o fator e a razão de reúso aumentam juntos ou diminuem juntos, ao projetar
um sistema celular deve-se escolher entre aumentar o tráfego em cada célula
(diminuindo o número de células por cluster) ou melhorar a qualidade do sinal

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 5 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

(aumentando o número de células por cluster).


No sistema GSM usa-se fator de reúso 9 ou 12.

1.1.10 - Capacidade de sistemas celulares


A capacidade de tratamento de tráfego em sistemas celulares depende dos seguintes
fatores:
- Número de canais físicos disponíveis na célula;
- Setorização das antenas transmissoras;
- Fator de reúso escolhido.
A capacidade de tratamento de tráfego é medida pelo número máximo de usuários
que podem acessar uma célula em um determinado instante (Umáx). Para realizar
esse cálculo, considera-se que todos os canais físicos – canal de usuário, necessário
para efetuar uma chamada – serão ocupados, e todos com a mesma potência.
A relação usada para o cálculo é: Umáx=(Bs.Uc)/(Sc.N.Fs), onde:
Bs é a banda de RF alocada para o sistema, Sc é o espaçamento de freqüência entre
portadoras de RF – análogo à largura de freqüência usada pelo canal -, e essas duas
variáveis mostram quantas portadoras de RF há por célula. Uc é o número de
usuários na mesma portadora (depende do tipo de modulação), e, junto às variáveis
anteriores, calcula o número de canais físicos disponíveis na célula. N é o fator de
reúso e fs o fator de setorização.
Para aumentar a capacidade do sistema GSM já implantado, pode-se alterar os
seguintes fatores:
- Aumentar a banda passante do sistema, adquirindo mais espectro. E importante
lembrar que o espectro de freqüências da interface aérea é regulamentado pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações);
- Aumentar o número de usuários por cada portadora de RF, aumentando o número
de janelas de tempo em TDMA ou o número de códigos em CDMA, por exemplo;
- Diminuir o espaçamento entre portadoras, ou seja, estreitar a largura que um canal
necessita para comunicação. Essa alternativa é problemática, pois altera a estrutura
da interface aérea;
- Diminuir o fator de reúso, ou seja, considerar cluster com menos células.

1.2 – Evolução histórica

A evolução dos sistemas celulares é sempre puxada pela necessidade ou vontade de

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 6 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

se agregar novos serviços ao serviço de telefonia móvel – identificação de chamadas,


envio e recebimento de imagens, acesso à internet, entre outros. Para implementar
esses novos serviços, cria-se novos padrões, arquiteturas, ou simplesmente otimiza-se
o que já existe.
A história dos sistemas celulares é separada em gerações. A primeira geração (1G)
usava celulares analógicos, e a segunda geração (2G) digitalizou a comunicação.
Estamos na terceira geração de celulares (3G), que provê acesso a internet banda larga
pelo telefone celular. Essas são apenas algumas características importantes de cada
geração.
Cada geração é dividida em padrões e em “sub-gerações”, que nada mais são do que
os padrões existentes, mas melhorados, no sentido de alcançar a geração seguinte.
O padrão GSM pertence à segunda geração de celulares e, portanto, realiza
comunicação digital.

1.2.1 – Primeira geração – 1G


Até então, toda a comunicação móvel era centralizada, tendo assim baixa capacidade
de tráfego e alto custo. Seu sucesso deveu-se à novidade que surgia: realizar
chamadas telefônicas longe de casa, em um aparelho sem fio, e em movimento.
Por ser um sistema novo, pouco se conhecia sobre seu potencial e sua aceitação no
mercado. Vale lembrar que, no momento de desenvolvimento dessa tecnologia, tudo
que a humanidade realizava era feito sem a utilização desse sistema, o que poderia
levar muita gente a pensar que isso talvez não fosse tão importante, ou que não
valesse o custo de investimento.
Até por isso, na primeira geração foram feitos poucos esforços no sentido de
padronizar o uso em todos os países. De fato, vários padrões foram propostos e
implementados, de forma isolada, em apenas um país. Após a consolidação dessa
geração, constatou-se que a Europa havia se dividido em padrões:
- Padrão TACS : Reino Unido, Áustria, Espanha, Irlanda, Itália;
- NMT450 : Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca;
- Radiocom2000 : França.

1.2.1.1 - Padrão AMPS


O Brasil seguiu a linha dos EUA e adotou o padrão AMPS, que opera na faixa dos 800
MHz. São destinados 25 MHz de banda passante para o enlace direto, e mais 25 MHz
para o enlace reverso.
Esse padrão utiliza a tecnologia de acesso múltiplo por FDMA (que reserva uma
banda de freqüência para cada canal, para ser usada por todo o tempo), tendo cada

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 7 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

canal 30 kHz de largura.


Como cada canal precisa ter uma largura pertencente à banda passante dos enlaces
diretos e outra igual pertencente à banda dos enlaces reversos, divide-se 25 MHz por
30 kHz para se calcular o número de canais. Na verdade, portanto, cada canal de
usuário consiste em dois canais, um direto e um reverso.
Isso implica em 833 canais. Nessa conta, não foram levados em consideração o
padrão de reúso de freqüências nem a setorização das células. Há ainda de se
considerar um canal de controle, o canal 0. Assim, há 832 canais disponíveis aos
usuários.

1.2.2 – Segunda geração (2G)

Como já foi comentada, uma nova geração cresce sempre no sentido de oferecer o
que a primeira geração deixava a desejar. Os EUA necessitavam de maior capacidade,
enquanto o problema na Europa era uniformizar os sistemas para o Mercado Comum
Europeu (MCE). Uma característica marcante da segunda geração é o uso da
tecnologia digital, em vez da analógica. Isso permite a integração com circuitos
digitais, como computadores, em geral.
Para conseguir o aumento de capacidade de tráfego os americanos implementaram
três padrões: IS-54 (AMPS digital), IS-136 (TDMA digital) e IS-95 (CDMA digital).
Na Europa, o esforço de uniformização fez surgir o GSM (Global System for Mobile
Communications). Esse esforço em busca de um padrão tornou o GSM o principal
representante da segunda geração. Ao conseguir atingir uma larga parcela da
sociedade, diversos investimentos voltaram-se para esse sistema, ampliando a escala
de produção, o que atrai mais investimentos, e assim por diante, ate que o mundo
todo pudesse ter acesso a essa tecnologia. A competição pelo mercado fez os preços
caírem, tornando-o ainda mais acessível.
O foco principal dos sistemas de segunda geração era oferecer telefonia digital móvel
para os usuários. Por isso, os protocolos de transmissão de dados se esforçam em
adaptar o canal de voz para a transferência de bits de dados. O resultado é que o
tráfego máximo de bits obtido pelo GSM foi inicialmente projetado para atender ao
tráfego de bits gerado por conversações telefônicas. Para fazer um celular acessar a
internet, por exemplo, seria necessária uma taxa bem maior de tráfego, e os
projetistas do GSM inicialmente não se preparam para isso.

1.2.2.1 - Padrão IS-136


Bastaram cerca de dez anos para o padrão AMPS ser totalmente substituído por um

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 8 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

sistema digital. O Brasil adotou o padrão IS-136, que usava a mesma largura de canal
que o padrão já implantado (30kHz), e aumentava a capacidade e desempenho do
sistema.
Esse padrão permite que até seis unidades móveis possam ser suportadas em apenas
uma portadora de RF. Utilizando a tecnologia TDMA (Acesso múltiplo que divide o
tempo em slots para acesso de vários usuários de forma revezada), divide-se o quadro
TDMA (duração de 40 ms) em seis slots de tempo, um para cada usuário.
Um quadro TDMA carrega 1944 bits, logo, cada canal carrega 1944/6=324 bits.
Canais podem ser do tipo full-rate ou half-rate. Os canais full-rate (taxa máxima)
reservam dois slots, um para o enlace direto e outro para o enlace reverso. Sendo
assim, em vez de 6 usuários por portadora, apenas 3 podem ser suportados. Nos
canais half-rate (taxa média), cada slot é ora enlace direto, ora enlace reverso. Assim,
cai pela metade a taxa de transmissão de bits, mas dobra o número de usuários por
portadora.

1.2.2.2 - Padrão IS-95


Esse padrão utiliza o acesso múltiplo por divisão de código (CDMA). Cada usuário é
identificado por um código, e podem usar a mesma freqüência. Sua principal
característica é a técnica de espalhamento espectral, onde a freqüência da portadora
do sinal a ser transmitido é variada aleatoriamente, espalhando-a dentro da largura
de banda. Um código é usado para enviar uma seqüência a um sintetizador que gera
as freqüências da portadora.
O padrão opera na faixa dos 800 MHz. A largura de cada canal é de 1,25 MHZ, com
uma largura de banda de 25 MHz disponível. A distância entre os canais dos enlaces
direto e seu respectivo reverso é de 45 MHz. O número de usuários por canal é
projetado segundo a relação Sinal/Ruído adotada na rede.
A modulação do sinal de voz é a QPSK, modulação digital que transmite 32 mil
símbolos por segundo, cada símbolo formado por 2 bits.

1.2.2.3 - Padrão GSM


Antes de 1980, o mercado celular europeu era constituído por vários padrões
analógicos incompatíveis entre si. Isso restringia os serviço muitas vezes a seu
próprio país.
O padrão GSM foi criado no intuito de oferecer tecnologia digital de telefonia celular
a toda a Europa. Sua alta capacidade tornou-o rapidamente o padrão mais utilizado
no mundo. Em dezembro de 2004, 74,9% dos celulares eram do padrão GSM.
No Brasil, o sistema foi implantado em 2002.

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 9 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

A modulação usada é a 0,3GMSK, variante da FSK. Cada canal possui 200 KHz de
largura de faixa, e é possível a utilização de 8 usuários em cada canal, ampliando-se
para 8 usuários no caso da implementação da transmissão de voz em meia taxa. A
faixa de operação depende do padrão GSM implantado. Os padrões mais usados
serão estudados abaixo.
1.2.2.3.1 – Variações

Padrão P-GSM
Também conhecido como GSM 900 Primário, é o sistema GSM original. Usa
freqüências na banda de 900 MHz, de 890 a 960 MHz, com uma distância de 20 MHz
entre os enlaces direto e reverso. Isso dá uma largura de 25 MHz, o que sustenta
25MHz/200KHz = 125 canais de RF.

Padrão E-GSM
Também conhecido como GSM 900 Estendido, começa a usar o espectro de
freqüências em 880 MHz, portanto 10 Mhz antes do padrão P-GSM, mas termina em
960 MHz, tal como seu antecessor. Além disso, a distância entre enlaces direto e
reverso é de apenas 10 MHz, o que gera 20 MHZ de largura a mais que o padrão
anterior. Dividindo-se essa largura a mais entre enlaces direto e reverso, obtém-se um
acréscimo de 10 MHz de largura de banda.
Isso implica em 50 canais extras de RF. Esse padrão suporta, portanto, 175 canais de
RF.
É importante ressaltar que o padrão E-GSM inclui o P-GSM, pois a banda utilizada no
P-GSM também é disponível no E-GSM. A recíproca não é verdadeira.

Padrão R-GSM
Também conhecido como GSM 900 ampliado, foi desenvolvido para se ampliar a
capacidade de canais de RF.
Começa a utilizar o espectro em 876 MHz, usando-o até 960 MHz, o que lhe
disponibiliza mais 4 MHz em relação ao E-GSM. Diminui também a distância entre os

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 10 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

enlaces, passando a 6 MHz.


A banda passante tem 39 MHz de largura, portanto, e sustenta 195 canais de RF.

Padrão GSM 1800


Também é conhecido como DCS 1800, implantado no Brasil.
Adaptação do sistema GSM 900, ampliou suas bandas para 75 MHz de largura, e
passou a utilizar a faixa de 1,8 GHz. Trabalha de 1710 a 1880 MHz. Para a
identificação dos padrões utilizados, os canais desse padrão são identificados de 512
a 885 ( 375 canais de RF), enquanto o P-GSM numera os seus de 1 a 124.
Esse padrão foi criado a fim de se implementar Redes de Comunicações pessoais
(Personal Communication Networks – PCN).

Padrão PCS 1900


Desenvolvido para dar uma gama maior de serviços aos usuários, opera na faixa de
1,9 GHZ.
De 1850 a 1990 MHz, com 20 MHz separando os seus enlaces. Isso gera 300 canais de
RF.

1.2.2.3.2 – Serviços GSM

À medida em que cresce a demanda por novas aplicações, os serviços GSM vão sendo
desenvolvidos. A tecnologia GSM é dividia em 3 fases, onde os novos serviços
acabam por criar a próxima geração.

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 11 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

Fase 1
Fase inicial, oferecia :
- Telefonia (voz);
- Chamadas de emergência;
- SMS (mensagens curtas) ponto a ponto e ponto multiponto;
- Dados síncronos e assíncronos (0.3 a 9.6 kbps);
- Transmissão de pacotes assíncronos.

Fase 2
- Serviços de e-mail;
- Voz a meia taxa (half rate). Esse serviço permite ampliar o número de usuários,
abrindo mão de certa parcela da qualidade da voz;
- Melhoras no SMS;
- Serviços de dados, como informações sobre tempo, clima, esportes, entre outros;
- Transmissão síncrona e dedicada de pacotes;
- Serviços adicionais como identificador de chamadas, chamada restrita,
teleconferência.

Fase 2+

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 12 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

Introduziu o serviço de dados por pacotes em altas taxas de transmissão (GPRS-


General Packet Radio Service) na rede GSM. Mais detalhes serão abordados à frente.

1.2.3 – Terceira geração (3G)

Com o advento e a estúpida evolução da Internet, essa demanda atingiu os telefones


celulares. Enquanto na década de 80 realizar chamadas em telefones portáteis era o
que se sonhava, há pouco tempo o que se espera é acessar a Internet através do
celular.
É interessante perceber a dificuldade de se acessar a Internet em um lugar qualquer,
sem um canal de Internet disponível. Mesmo com um computador portátil, é
necessário um ponto de acesso à rede. Com a criação do acesso banda larga à Internet
através do telefone celular, esse serviço pode ser adaptado para ser usado por um
computador. A terceira geração evoluiu no sentido de oferecer tráfego em alta
velocidade para que o acesso a Internet com boa velocidade fosse alcançado. Com o
sistema de alta velocidade viabilizado, diversos outros serviços passam a ter alta
qualidade, como envio de imagens, vídeo-conferência, etc.
A segunda geração de celulares evoluiu para a chamada 2.5G, que incluía o serviço
GPRS (para o padrão GSM) e a revisão do sistema CDMA IS-95. Na evolução
seguinte, para a chamada 2.75G, o GPRS evoluiu para o sistema EDGE, que
estudaremos mais a frente. Na terceira geração, o CDMA IS-95, ainda da geração
2.5G, evoluiu para CDMA 2000, e depois para EVDO e EVDV em seguida. O sistema
EDGE evoluiu, num sentido para EDGE fase 2, e, em outro, para WCDMA.

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 13 de 14
REDES GSM, GPRS, EDGE E UMTS 07/10/13 20:27

http://www.gta.ufrj.br/ensino/eel879/trabalhos_vf_2008_2/ricardo/1_1.html Página 14 de 14

Você também pode gostar