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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Comunicação, Turismo e Artes


Disciplina: História Social dos Meios Paraibanos
Docente: Rodrigo Martins Aragão.

Discente:
Larissa Gomes Nóbrega – Matrícula: 20200045538
Luciana dos Santos Mello Dias – Matrícula: 20210022902

Ao pesquisarmos sobre a história da Rede Paraíba de Comunicação temos a história da


Tv Cabo Branco, a página na web “G1 Paraíba” nos informa que: “No dia 1º de janeiro de 1987,
a TV Cabo Branco entrou no ar em caráter definitivo, integrando a Rede Globo e se tornando a
primeira emissora de televisão de João Pessoa”. Esse dado é muito interessante, pois nos revela
outras informações, como por exemplo: o seu tipo de programação e o seu público, no qual mais
tarde será analisado de forma mais abrangente.

Pâmela Araújo Pinto, em “Mídia regional: nem menor, nem maior, um elemento
integrante do sistema midiático do Brasil”, aborda que se faz mister observar a relação entre
comunicação e política. Nesse sentido, Pinto nos traz que na década de 80 houve uma
distribuição de outorgas de radiodifusão por uma permanência presidencial.

ACM foi o mediador da distribuição de outorgas de radiodifusão em pleno jogo para permanência
do presidencialismo e a não redução do mandato de Sarney, no Congresso Constituinte
(1987-1988). Entre 1985 e 1988 foram assinadas 1.028 outorgas, 91 dessas foram dadas para
deputados e senadores (MOTTER, 1994; LIMA, 2006). Destas 47,5% foram para o Nordeste,
23% para o Sudeste, 12% para o Sul, 11% para o Norte e 6,5% para o Centro--Oeste. O fenômeno
abrange todo o país e demanda sua investigação para além do olhar de inferioridade, buscando
compreender a complexidade e os laços dos mercados regionais e dos vínculos com a política
(PINTO, 2013, p.101)

Ademais, conforme as fontes da Wikipédia, foi fundada “pelo ex-governador da Paraíba Milton
Cabral”. Essa informação acaba por coincidir com o que Pâmela nos traz, um período marcado
por um “jogo para permanência do presidencialismo e a não redução do Mandato de Sarney”,
que foi entre 1985 a 1988, como ela aponta.

A mesma autora, já em outro artigo, chamado “Mídia regional no Brasil: uma análise dos
subsistemas midiáticos nas regiões norte e sul”, nos aponta as características dos grupos de
mídia em relação a referências nacionais:
Analisamos os subsistemas do Norte e do Sul para evidenciar a
complexidade e alguns desafios das mídias regionais no Brasil. Buscamos
explorar as semelhanças e diferenças entre ambos, inseridos no contexto de
redes brasileiras de radiodifusão. Destacam-se como semelhanças o
predomínio das retransmissoras de televisão como principal tipo de mídia nas
duas regiões e o consequente vínculo com os grupos de mídia de referência
nacional. A forte concentração de mídias é presenciada nos dois subsistemas,
sobretudo nas esferas supra estaduais e estaduais e é praticada por afiliadas à
Rede Globo. [...] As diferenças também foram notadas, a mais expressiva diz
respeito à relação entre as empresas regionais e as de referência nacional.
Todas as afiliadas a redes no Sul possuíam uma grade regional de
programação, enquanto no Norte a grade era restrita à parte jornalística
(PINTO, 2014, página 76)

No caso específico da TV Cabo Branco, ela é uma emissora de televisão


brasileira sediada em João Pessoa, capital do estado da Paraíba, operando no canal
virtual 7.1 (19 UHF digital) e é afiliada à TV Globo. A emissora pertence à Rede
Paraíba de Comunicação, braço midiático do Grupo São Braz, de propriedade do
empresário José Carlos da Silva Júnior, e a operação das emissoras de televisão,
atualmente, levam entretenimento e informação a 3,4 milhões de telespectadores, o que
equivale a 129 cidades do Litoral, Brejo, Agreste, Sertão e Curimataú, incluindo as
regiões metropolitanas de João Pessoa e Campina Grande.

O empresário José Carlos da Silva Júnior, além da indústria de alimentos São


Braz, deixou seu nome na comunicação do estado, sendo o criador e diretor-presidente
da Rede Paraíba de Comunicação, grupo que existe desde 1971, com o Jornal da
Paraíba e, ainda contempla as TVs Cabo Branco e Paraíba (afiliadas Globo), o G1
Paraíba, o ge Paraíba, a Cabo Branco FM, a CBN João Pessoa e a CBN Campina
Grande e a João Pessoa FM. O Grupo São Braz ainda é dono de concessionárias de
automóveis nos estados do Rio Grande do Norte, do Tocantins e da Paraíba como: a
Brazmotors, Autobraz, a Autovia, Araguaia Motors e a Brazauto Toyota, sendo grandes
e fortes empresas

Como não poderia deixar de ser, a política sempre permeia grandes ações e
concessões. Atuando como político o empresário José Carlos também foi
vice-governador da Paraíba e senador. Em 1982, foi convidado a disputar o cargo de
vice-governador na chapa de Wilson Braga pelo Partido Democrático Social (PDS). Na
ocasião, derrotou Antônio Mariz na disputa eleitoral. Quatro anos depois, em 1986,
deixou o cargo após a desincompatibilização de Braga, que disputaria uma vaga no
Senado Federal pela Paraíba.

Como suplente, assumiu a vaga de senador nos anos de 1996, 1997 e 1999, após
licenças de Ronaldo Cunha Lima. Em seus discursos, sempre defendeu melhorias à
conjuntura econômica nordestina e brasileira, com destaque para sua atuação como
membro da Comissão Especial que estudou as causas da pobreza no país, em outubro de
1999.
A fundação da Tv Cabo Branco data no ano de 1985, quando o empresário João
Gregório, com o apoio do então governador da Paraíba, Wilson Braga, e do prefeito de
João Pessoa, Tarcísio Burity, obteve a concessão para operar a TV Cabo Branco, canal
11 de João Pessoa, essa informação e a construção política do empresário José Carlos
nos revela o quão importante foi o apoio e o patrocínio político para a TV Cabo Branco
se estabelecer e criar raízes tão profundas de permanência e resistência como a maior e
a mais importante emissora de televisão do Estado da Paraíba.

A TV Cabo Branco entrou no ar em outubro de 1986, retransmitindo a


programação da Rede Bandeirantes, tornando-se a primeira emissora de TV na cidade.
O canal 7, até então, era ocupado pela retransmissora da TV Jornal do Recife, na época
também afiliada à Bandeirantes. A emissora foi fundada pelos irmãos e empresários
Antônio Bezerra Cabral e Milton Bezerra Cabral (então governador do estado), que, na
época, controlavam também as rádios Arapuan AM e FM. O primeiro programa da
emissora foi o Câmera 7, telejornal apresentado por Geraldo Oliveira.

No dia 1º de janeiro de 1987, à meia-noite, a TV Cabo Branco passou a integrar


a Rede Globo. Nesse dia, duas edições do Jornal da Cabo Branco ocuparam o horário
dos telejornais locais da Rede Globo. No final daquela manhã, Edilane Araújo
apresentou o Jornal da Cabo Branco 1ª Edição, uma estreia que deveria ter sido gravada
antes de ir ao ar, mas acabou sendo feita ao vivo, em meio a muita ansiedade e emoção.

No mesmo ano, o empresário José Carlos da Silva Júnior, dono do Grupo São
Braz e da TV Paraíba (afiliada da Globo em Campina Grande) e um dos sócios da TV
Cabo Branco, adquire o controle da emissora, através do genro Leonel Freire,
procurador de vários sócios minoritários ligados ao ex-governador Wilson Braga,
segundo a imprensa da época.
Pâmela nos aponta que a região norte se prende em maior parte jornalística em sua grade de
programação. Assim também observamos na região nordeste, ao buscarmos a programação da
Tv Cabo Branco no site da Rede Globo. Temos a transmissão do “Paraíba Comunidade”, no
domingo, na segunda a sexta temos os “Bom Dia Paraíba”, o “JPB1” e o “JPB2”, no sábado
temos o “JPB1” e o “JPB2”.

Por conta disso, a informação do “G1 Paraíba” acaba sendo fato muito interessante, uma vez
que nos aponta outras informações que estão inseridas nelas. Ao entendermos que a Tv Cabo
Branco, antes de tudo, é uma filial da Rede Globo, observamos um padrão que se faz presente,
seja no seu tipo de programação – que é mais jornalística, ou no seu modo de transmitir – em
seus programas, temos um linguajar mais formal, consequentemente, temos um afastamento de
um público mais popular.

Para finalizar, a Wikipédia nos informa que: “A emissora pertence à Rede Paraíba de
Comunicação, braço midiático do Grupo São Braz, de propriedade do empresário José Carlos da
Silva Júnior”. Esse grupo é conhecido por sua venda de café e cuscuz, e em decorrência disso,
verificamos uma atenção para o dia do cuscuz. Como exemplo, temos a matéria realizada em
março de 2021, no qual foi apresentado a produção do alimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. FOTOS: 35 imagens para relembrar os 35 anos das Tvs Cabo Branco e Paraíba – G1
Paraíba”. Link disponível em: <
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2022/01/02/fotos-35-imagens-para-relembrar-os
-35-anos-das-tvs-cabo-branco-e-paraiba.ghtml > Acessado em outubro de 2023.
2. Pinto, Pâmela Araújo. Mídia regional: nem maior, nem menor, um elemento integrante
do sistema midiático do Brasil, Universidade Federal Fluminense – UFF/Brasil, n. 29
(2013): A regionalização e democratização das comunidades: desafios da comunicação
regional frente os grandes centros midiáticos, p. 95-107
3. Pinto, Pâmela Araújo. Mídia regional no Brasil: Uma análise dos subsistemas
midiáticos das regiões norte e sul, Universidade Federal Fluminense – UFF/Brasil,
(2014). Revista Eletrônica Internacional De Economia Política Da Informação, Da
Comunicação E Da Cultura - Eptic, 16(3), 59–78.
4. TV Cabo Branco – Wikipédia. Link disponível em: <
https://pt.wikipedia.org/wiki/TV_Cabo_Branco > Acessado em outubro de 2023.
5. TV Cabo Branco – Programação. Link disponível em: <
https://redeglobo.globo.com/tvcabobranco/programacao/ > Acessado em outubro de
2023.
6. Dia do cuscuz: veja como é produzido o alimento que é estrela do cardápio nordestino –
19/03/2021. Link disponível em:< https://globoplay.globo.com/v/9364781/ > Acessado
em outubro de 2023.

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