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Rede Vida: a contrarreforma

na TV brasileira

Paulo Vagner Veloso Fonseca

Resumo: A presente pesquisa traz um estudo acerca da Rede Vida de


Televisão, procurando analisar desde os fatos que deram embasamento para
que o projeto de uma Tv católica acontecesse, passando pelos movimentos
para sua efetivação e, por fim, analisando a sua programação. Compreender
os movimentos de setores da Igreja Católica, bem como os do jornalista
Monteiro de Barros, fundador da Rede, é fundamental para entender qual é o
papel da Rede Vida no centário televisivo brasileiro. Como metodologia,
recorreu-se à dissertação de mestrado de Eduardo de Campos Lima
FORMAÇÃO DA REDE VIDA DE TELEVISÃO: entre a política brasileira
de concessões televisivas e as diretrizes católicas de comunicação social,
1989-1995 (2010), mesclada com os trabalhos de Fábio Sebastião Polato “O
uso do rádio e da TV por instituições religiosas: Um fenômeno crescente
nos mais variados canais de comunicação” (2015) e “TV Brasileira: novo
púlpito da Igreja Eletrônica” de Gérson Schmidt (2008).

Palavras-Chave: Rede Vida; Programação de TV; Monteiro de Barros;


Mídia Católica
1. INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo analisar o advento da Rede Vida


como a primeira Rede de TV católica do Brasil
Dessa forma é importante compreender que apesar de ter uma
maioria de católicos, somente após o avanço evangélico e a consequente
redução do percentual do número de católicos no país a igreja católica se
engajou firmemente para efetivar uma TV ligada à sua doutrina.
Quanto ao contexto político da época da concessão, percebe-se que o
advento da Nova República foi uma abertura de oportunidades para os
operadores de mídia. Constata-se que os acordos políticos para obter
benesses estarão presentes em todas as esferas de poder, inclusive do poder
religioso.
Compreender o papel do jornalista Monteiro de Barros Filho é
fundamental para entender os processos ocorridos para que a Rede Vida
tivesse os contornos que foi adquirindo desde o desejo da conseçãoo até a
execução do projeto. Monteiro Filho é considerado o fundador da Rede Vida.
Também será importante entender como diversas lideranças do clero
cooperaram com Barros Filho para que a TV de São José do Rio Preto fosse
uma realidade.
Em um contexto de contra-ataque na batalha religiosa pela
evangelização pela mídia, batalha esta na qual os evangélicos estavam em
grande vantagem, a igreja tinha um poderio editorial a ser usado,
divergências ideológicas internas a serem contempladas e uma história de
incentivo ao maior uso das mídias descrita em diversos documentos e ações
da Igreja.
Os desafios para a execução do projeto de uma TV passa por diversos
aspectos nos quais o econômico merece um estudo à parte. Diante disto
destaca-se a ação do INBRAC (Instituto Brasileiro de Comunicação
Católica) e do marketing católico a dar sustentação à Rede Vida.
A programação da Rede falará muito sobre o seu público, suas
diretrizes, de sua perspectiva quanto aos novos tempos que exigem uma
adaptação rápida nos modos de propor entretenimento. E mesmo a
evangelização esperada para os tempos modernos, com os novos modelos de
mídia, adquire aspectos nunca antes pensados. Assim apresenta-se a
programação inicial básica da Rede Vida, destacando alguns pontos de
interesse. Nestes quase 30 anos de existência não haverá grandes mudanças
estruturais.
Por fim, a classificação teórica de Wolton (1997) servirá de base para
uma análise da programação da Rede Vida em seu direcionamento ao
público-alvo, fazendo as comparações possíveis com outras TVs, tanto
católicas ou de segmento geralista.

2. Uma TV católica para um país de maioria católica

2.1 Os católicos ainda são maioria no Brasil

Ao final dos trabalhos do censo de 2010, o IBGE concluía o trabalho


de descrição do perfil religioso dos brasileiros. Os evangélicos haviam
avançado em números muito relevantes. Se em 2000 e eles representavam
15,4% da população, dez anos depois já representavam 22,2%. Os católicos
que eram 73,6 % da população, em 2010 passaram a representar 64,6 %.
O resultado censitário só vinha confirmar a tendência da perda de
fiéis católicos desde o primeiro censo, em 1872. Já havia subsídios
estatísticos para prever que a população que se declara evangélica deve
ultrapassar pela primeira vez o total de católicos no país a partir de 2032. Em
2020, ano previsto para um novo censo que não aconteceu, o Datafolha fez
uma pesquisa sobre o perfil religioso dos brasileiros: 50% dos brasileiros são
católicos, 31%, evangélicos e 10% não têm religião.
Estudiosos das ciências voltadas ao estudo demográfico e das
religiões propuseram diversas razões para o avanço dos evangélicos. Quase
em unanimidade concluíram que as lideranças evangélicas ganharam a
disputa comunicacional, fazendo-se presente em várias mídias, de um jeito
em que a “ovelha” se sentisse pertencente ao rebanho. A mensagem que dizia
que nossa igreja “se importa com você” mexeu no tabuleiro da disputa
religiosa. Estava em curso uma reforma nos costumes religiosos no Brasil.
Aos líderes católicos restava repetir a história e promover uma verdadeira
contrarreforma na disputa de narrativas midiáticas. Neste contexto geral, a
ideia de ter uma TV Católica no Brasil passava a ter entusiastas em diversos
setores da Igreja Católica.
Em 1995 nasceria a primeira emissora de televisão de inspiração
católica no Brasil, a Rede Vida de Televisão. A Rede só foi possível graças à
ação de alguns poucos personagens que conseguiram interagir e fazer
interseção entre o âmbito político, das comunicações e religioso. O final da
década de 80, do início da transição democrática que marcou o fim do
regime militar.
O que hoje ainda se vê na Rede Vida de televisão, uma programação
religiosa e generalista, será consequência de fatores econômicos aliados a
um compromisso evangelizados de seus fundadores. Um deles, o empresário
barretense João Monteiro de Barros Filho disse, por ocasião da instalação da
emissora, que o projeto de formação da Rede Vida de Televisão só poderia
ser concretizado pela intervenção divina,. Em junho de 1995, entrava no ar a
primeira rede de televisão de orientação católica, comprometida com ideais
cristãos. Um sonho realizado com ajuda de setores bem definidos da igreja
católica e de empresas de comunicação ligados a ela por diversas vias.

2.2 Tempo de mudanças e oportunidades

A Nova República, conquistada após a transição democrática, só teria


o seu arcabouço legal com a promulgação da Constituição de 1988. Foi a
partir dela que dirigentes religiosos passaram a vislumbrar e mesmo usufruir
das emissões de concessões televisivas.
Embora o decréscimo de fiéis fosse uma realidade, a influência da Igreja na
sociedade brasileira nunca pode ser descartada. Os católicos eram (e ainda são) maioria na
população de um país de mais de 200 milhões de habitantes. As diretrizes católicas
primavam pela necessidade urgente do uso da comunicação eletrônica.
Um exemplo de diretriz foi a Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB, em
1989. A pauta da Campanha foi compreendida pela discussão da atuação dos meios de
comunicação para promover a evangelização. Evangelização católica. Necessário lembrar que
nos anos 70 e 80, as Campanhas da Fraternidade, que ocorriam no período pós-carnaval
(quaresma), tinham um apelo fortíssimo na Igreja do Brasil, Igreja esta que possuía
direcionamento progressista (Teologia da Libertação).

Desde maio de 1967, após o Concílio Vaticano II, o Papa passa a publicar diversos
textos com referência ao meios de comunicação. Estes textos passam a integrar a
Documentação Oficial da Igreja, como diretriz. Foram criados organismos, como as pastorais,
que agem a partir de diretrizes da CNBB, para atuar em áreas específicas da sociedade como,
por exemplo, a área de comunicação e educação.

Em 1985, o então presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)


Dom Ivo Lorscheiter lança sua Carta aos Comunicadores. Nela ele ressaltava e lamentava a
ausência da igreja na mídia e apontava como responsáveis: a economia e o monopólio
existente no sistema de comunicação brasileiro.

Dom Luciano Mendes de Almeida é eleito presidente da CNBB em maio de 1987, .


Era ligado ao arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, que possuía
linha progressista. Dom Luciano era considerado brilhante intelectual e hábil político.

A corrida pela evangelização não acontecia somente no ambiente católico. Nesse


período também se vê o avanço da mídia evangélica e o aparecimento de novos agentes
sociais no campo comunicacional religioso.

2.3 João Monteiro de Barros Filho: o braço comunicacional da nova Rede

As relações políticas do jornalista Monteiro de Barros foram a base para o processo


de aquisição da concessão pública de televisão em São José do Rio Preto. O empresário
possuía um conglomerado de mídias na cidade de Barretos, que incluía rádio e jornal. João
Monteiro de Barros Filho iniciou sua carreira jornalística em 1955, atuando como radialista na
Rádio Barretos. Foi fundador do O Diário de Barretos, no final dos anos 60. Com o Diário, o
grupo empresarial de Monteiro de Barros se fortaleceria no ramo da comunicação e o
empresário veio a colocar seus veículos de comunicação a serviço de grupos políticos locais e
regionais.

As pesquisas em fontes impressas revelam um político habilidoso na condução


editorial de seu jornal. Aliado a correntes conservadoras do interior paulista, Monteiro de
Barros crescia suas empresas e seus sonhos. 
Católico fervoroso, Monteiro bebia das fontes documentais da Igreja Católica que
conclamavam a necessidade de evangelizar através de novas mídias. Bom articulador, ele
consegue perceber dentro da hierarquia da Igreja próxima a ele (Arquidiocese de Barretos) a
busca por oportunidades que fossem abertas dentro e fora da Igreja para que o sonho de uma
TV católica se concretizasse. Os tempos de redemocratização pareciam ser ótimos para novos
empreendimentos.

Neste tempo, o jornalista se aproxima de Dom Antônio Maria Mucciolo, bispo de


Barretos, que sempre apoiara politicamente Monteiro de Barros. A relação de amizade entre
ambos fiava-se entre afinidades religiosas e políticas.

2.4 As concessões de TV no governo Sarney

O sistema de concessão pública de veículos de comunicação não é de fácil


compreensão para leigos do campo comunicacional. Grande entendimento jurídico e robusto
capital político são necessários para ter seus interesses defendidos nas comissões temáticas do
Congresso Nacional. Nesta lógica, o processo de concessão de radiodifusão, apesar de ter uma
legislação específica, ficava refém de interpretações diversas e interferência política.

O presidente Sarney, durante seu governo (1985-1989) distribuiu 1.028 concessões de


rádio e televisão. Estava em jogo a extensão do mandato presidencial para cinco anos e a
distribuição de concessões, em grande parte, foi decretada como forma de obter, juntamente
com seus aliados, a maioria no Congresso Nacional para a mudança da lei do mandato. Além
disto, o governo passava por uma séria crise de imagem por conta de planos econômicos
fracassados e as novas tevês concedidas teriam, em tese, o compromisso de minimizar a
imagem negativa do governo Sarney.

Vale lembrar que o processo de concessões favorecia quem já possuía meios de


comunicação e/ou tinha relações políticas influentes no Congresso Nacional. Costa e Brener
(1997, p. 10) consideram que o processo de concessão de rádio e televisão reforçaria o poder
político de grupos em determinadas regiões, transformando o antigo coronelismo rural e
patriarcal em um novo coronelismo eletrônico.

Desde 1987, a igreja já vinha articulando seu “lobby” para atuação direta nas comissões.
Nesse ano, sob a liderança de Dom Luciano, a CNBB procurou unificar o discurso a fim de
obter apoio de outras entidades civis para que a Igreja no Brasil pudesse ter, enfim, uma Rede
Católica de TV.

Existia no final dos anos 80 e começo dos 90 vários programas de rádio e programas
televisivos de curta duração. A transmissão de missas e na sequência o comentário do bispo,
vide aqueles feitos por Dom Eugênio Sales em emissoras do Rio de Janeiro. As primeiras
transmissões televisivas de Missa começaram na TV Continental do Rio de Janeiro, entre
1964 e 1965. Em 1970, a carioca TV Globo retransmitia nacionalmente pelas afiliadas dessa
emissora a celebração com nome de “Santa Missa em seu Lar”. Isto ainda era muito pouco
para os clérigos da Igreja no Brasil.

“Tenho a máxima estima para com os meios de comunicação social. Penso que a igreja não
está valorizando, tanto quanto deve, os meios de comunicação”. (NEVES, 1972)
Dom Lucas Moreira Neves, quando Vigário Geral para a Pastoral dos Meios de
Comunicação Social (1971-74), já indicava quais caminhos a Igreja deveria seguir. A
comunicação midiática na Igreja não começaria do zero mas teria ainda um longo caminho a
percorrer.

2.5 O poderio editorial católico

Embora não possuísse ainda um arsenal midiático capaz de fazer frente ao avanço dos
evangélicos, o poderio comunicacional católico já existente não poderia ser desprezado. A
igreja possuía no final da década de 1970 e início dos anos 1980, 14 editoras (sete de grande
porte); 23 jornais semanais (impressos sob a responsabilidade direta das dioceses); 10 jornais
publicados por congregações ou grupos leigos; 11 revistas de circulação nacional (para o
público amplo); 7 revistas de cultura, 8 revistas de teologia, liturgia e pastoral; mais de duas
dezenas de periódicos destinados a públicos específicos, organizados pela CNBB e
congregações religiosas (Diretórios de Catequese e outros); e mais uma quantidade previsível
de três mil boletins impressos ou mimeografados em todo o país pelas comunidades,
paróquias, movimentos e dioceses, perfazendo, segundo cálculos estimativos de Frei
Clarencio Neotti, em 1979, três milhões de exemplares (SOARES, 1988, p. 286).

As principais editoras católicas a influenciar com substância o meio católico e até o


mundo secular foram a Editora Loyola, com a produção de livros e revistas, cerca de 1,5
milhões de exemplares por ano; a Editora Paulinas, com média de 1,1 milhões exemplares; a
Paulus Editora, com a produção de 1,5 milhões exemplares; e a Editora Vozes, com média de
1, 2 milhões exemplares. (BELTRAMI, 1996).

2.6 Progressistas e Conservadores dividem o público católico

Os grupos católicos progressistas ou ligados à Teologia da Libertação não possuíam


recursos financeiros para a produção e a veiculação de material audiovisual ou televisivo. Sua
atuação comunicacional era baseada na instituição e ação das CEBs (Comunidades Eclesiais
de Base) que estimulava a ação religiosa através da consciência política. O trabalho das CEBs
era realizado predominantemente na periferia das grandes cidades e nos rincões de
característica rural.

A Renovação Carismática, então em ascensão dentro da igreja e dispondo de mais


recursos financeiros, trazidos em parte pelo crescente número de fiéis, terminaria a década de
1980 com a criação da Canção Nova, canal de televisão de âmbito regional e ocupado com
programas religiosos de inspiração carismática. Mantida somente por doações de seu público
que se caracteriza como pessoas de classe média.

O avanço dos carismáticos foi um duro golpe para os intelectuais ligados à esquerda e
que atuavam no campo comunicacional católico. No início dos anos 1990, o crescimento do
movimento carismático foi vertiginoso. Um dos pioneiros do avanço carismático brasileiro
nos meio de comunicação foi Eduardo Dougherty. Ele afirmava que a intelectualidade dentro
da igreja era coisa do passado, e pregava: “Queremos falar diretamente com o povo sem
formalismos”.

Importante ressaltar que as lutas internas constatados no campo católico não estavam
presentes no meio evangélico. Lutas essas não só a nível nacional mas também no âmbito
internacional. Entre os evangélicos as aplicações de diretrizes comunicacionais eram
colocadas em prática prontamente, seja pelo tipo de organização institucional bem mais leve,
seja pela despolitização de temas. Assim, não ficavam expostos aos fiéis problemas político-
teológicos, conforme observado no meio católico. Gastavam tempo e energia no proselitismo
midiático que teria como consequência o aumento vertiginoso de fiéis.

A primeira Rede de Televisão Católica e sua programação iria se valer deste embate
ideológico em sua programação como iremos ver mais adiante.
3. Nasce a REDE VIDA de Televisão: o Canal da Família

Foi no quadro exposto anteriormente que, em 1995, se daria a criação da primeira rede
de televisão católica: a Rede Vida de Televisão. Poderíamos definir o processo que findou na
criação do Canal da Família (como denominam seus fundadores) como um feixe de relações
que envolveriam ações políticas (regionais e nacionais), a atuação de um grupo de
comunicação regional e o apoio de membros da hierarquia católica.

Aberta a oportunidade Monteiro de Barros passou a se ocupar com a obtenção de uma


concessão televisiva. Era sabedor que o domínio do setor de comunicação da região passava
pela conquista de um canal de TV. Amigo do bispo de Barretos, Monteiro de Barros empresta
o nome de sua empresa para o bispo participar do processo licitatório, que se iniciaria em
1987.

João Monteiro de Barros Filho já era um empresário de sucesso a nível regional. Neste
patamar, alavancou muito bem suas alianças políticas locais e estaduais para pleitear a posse
do Canal 11, reservado para a região de São José do Rio Preto (SP).

O então ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, partia do princípio


que a concessão fosse dada a um grupo que ainda não tivesse emissoras de TV. Deste modo
ele conquistaria novos aliados políticos que poderiam amenizar a imagem negativa que o
governo Sarney possuía naquele momento. Monteiro de Barros tinha o apoio do Partido
Liberal (PL), da União Democrática Ruralista (UDR) e de políticos influentes do
conservadorismo paulista.

No dia 14 de março de 1990 é publicada no Diário Oficial da União o ato de


concessão do canal 11 de São José do Rio Preto ao Grupo Monteiro de Barros. A demora nos
processos de liberação e análise das concessões abria espaço para os “lobbies” políticos e
empresariais tanto para a manutenção dos ganhadores das concessões quanto para a revisão
dos processos.

“Não vejo razões para dar a um grupo de Barretos, que é da região de


Ribeirão Preto”.(SEIXAS, 1991)
Monteiro de Barros usava o discurso de que utilizaria do canal televisivo para que as
regiões de São José do Rio Preto e Barretos se interligassem. O Senado Federal aprovou a
concessão do Canal 11 em outubro de 1991.

Várias redes de televisão como Manchete e Bandeirantes, mostraram interesse na


afiliação da TV Independente (nome primeiro da TV concedida à região de São José do Rio
Preto).

Monteiro abandona o discurso de integração regional e passa a trabalhar pela


elaboração e criação de uma TV de inspiração católica. O Grupo Monteiro de Barros entraria
com sua experiência na gestão de empresas midiáticas e Dom Antônio Mucciolo, bispo de
Barretos, com os contatos com a hierarquia e organismos católicos.

Em agosto de 1992, na tradicional reunião dos bispos em Itaici-SPP onde os bispos


tratam de diversos assuntos da Igreja no Brasil, a cúpula da CNBB decidiu pela não
vinculação institucional com o projeto televisivo. Entretanto, os bispos membros estavam
liberados para atuarem de maneira individual na concretização do projeto.

Em 1994, o Ministério das Comunicações autorizou a instalação de 75 emissoras


repetidoras, uma expansão de rede muito rápida se comparada às outras redes de televisão do
Brasil.

A conquista da concessão pelo Grupo Monteiro de Barros confirmou a tese de que o


CBT é uma peça que não preza pelo rigor técnico e capacidade de investimentos no setor,
muito menos agracia setores que pretendem desenvolver projetos sócio educacionais e de
promoção cultural. Ele é facilmente induzido por interesses políticos.

3.1 INBRAC: a entidade mantenedora do projeto

O INBRAC (Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã) foi criado para ser a entidade
mantenedora da grade de programação da Rede Vida. A TVI (Televisão Independente de
Portugal) e sua forma de captar de recursos, bem como seu tipo de programação serviram de
base para a implementação do projeto televisivo do INBRAC.

As diretrizes centrais do INBRAC são as seguintes:


• Realizar, patrocinar e promover, direta ou indiretamente iniciativa de atuação sobre os
veículos de comunicação social, de forma a propagar e difundir a mensagem Cristã,
buscando, principalmente o respeito aos valores ÉTICOS e SOCIAIS da Pessoa e da
Família;

• Assistir, desenvolver, apoiar e promover, direta ou indiretamente, isolada ou em


colaboração com entidades que têm idênticos ideais e finalidades, projetos,
empreendimentos ou investimentos voltados para Comunicação Social Cristã, em todo
território brasileiro, destinados ao Serviço de Radiodifusão Sonora (rádio), de Sons e
Imagens (televisão), imprensa (jornal) e demais veículos de informação e expressão,
sempre com vistas ao atingimento dos objetivos estatuídos nos Artigos 220 e 224 da
Constituição Federal.

Em março de 1993, o INBRAC promoveu o Primeiro Encontro de Produtoras Católicas


de Televisão. As produtoras tinham grande ligação com a Renovação Carismática Católica. A
união de produtoras independentes e de diversas partes do Brasil seria a base para a
viabilização da rede.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o secretário da CNBB, Dom Ivo Lorscheiter reiterou


o protagonismo dos leigos nas propostas do INBRAC. Os religiosos que pertenciam ao
INBRAC eram vistos, pela grande mídia, como pertencentes a núcleos conservadores,
principalmente Dom Antônio Maria Mucciolo. Os grupos carismáticos se encontravam em
expansão e abarcava um público que se valia dos novos tipos de linguagem para a
evangelização, como o apelo musical. o INBRAC tentaria se aproximar das lideranças do
movimento.

50 milhões de dólares deveria ser o investimento inicial do projeto. A despesa mensal


para manter o sinal de televisão no satélite girava em torno de 100 mil dólares. Um dos
apoiadores do projeto foi o empresário José Eduardo de Andrade Vieira, proprietário do
Grupo Bamerindus. Em 1993, as relações entre o Grupo Monteiro de Barros e o banqueiro se
estreitaram.

O nome Rede Vida foi adotado em maio de 1993.

3.2 Projeto em expansão


Ainda em julho de 1994, o Ministério das Comunicações acatou o pedido dos
dirigentes do INBRAC para autorizar a instalação de 75 emissoras repetidoras.

Em dezembro de 1994, a TV Independente já havia protocolado no Ministério das


Comunicações 305 processos de emissoras retransmissoras. Foi, sem dúvida, uma expansão
de rede muito rápida se comparada às outras redes de televisão do Brasil.

Para a produção de vídeo, inicial e basicamente, a emissora contaria com cinco


câmeras de vídeo, dois estúdios médios e duas ilhas de edição linear, ou seja, não digital. Era
uma estrutura comparada a algumas produtoras de vídeo e retransmissoras das grandes redes
de televisão.

A conquista da concessão pelo Grupo Monteiro de Barros confirmou a tese de que o


CBT (Código Brasileiro de Telecomunicações) é uma peça que não preza pelo rigor técnico e
capacidade de investimentos no setor, muito menos agracia setores que pretendem
desenvolver projetos sócio educacionais e de promoção cultural. Ele é facilmente induzido
por interesses políticos.

3.3 A formação da grade de programação da rede vida

Faltava ainda a concretização do projeto em forma de programas e conteúdo.

Figura 1: Logo da REDE VIDA


Sediada na paulista de São José do Rio Preto e transmitida em VHF, a Rede Vida
sempre deixou clara a sua diretriz católica. O logotipo da emissora – uma estrela de seis
pontas, estilizada e dourada que, segundo Dom Luciano Mendes de Almeida, representaria a
“difusão da boa nova, uma palavra de fé” - também poderia representar o ponto de interseção
das dioceses brasileiras, que estariam na ponta da estrela.
3.3.1 Diretrizes para implantação da programação da Rede Vida

A diretriz católica era a de que o leigo devesse ser protagonista na transmissão da


mensagem católica para as grandes mídias. Conseguir publicidade e audiência era o grande
desafio. Seria viável uma televisão privada com exclusão de programação que se opusesse aos
ideais católicos?

Um homem de televisão (….) disse, que o povo gosta de sensacionalismo, de


violência, de sexo, de apelação. Não é verdade. Povo brasileiro sabe o que é
bom, engole o que lhe apresentam, mas não é irracional como julgam muitos
diretores de televisão. (MONTEIRO DE BARROS, 1993)
Segundo a antropóloga Cecília Loreto Mariz, o INBRAC propõe que a Rede Vida seja
uma televisão comercial, até quando apresenta programação familiar. A emissora também
deseja, segundo a autora, ser porta-voz da Igreja Católica no Brasil:

A análise dos programas da Rede Vida revelou assim que projetos diferentes
de qual deve ser o papel dessa rede se intercruzam e se misturam. Essa
diversidade de projetos se relaciona com a própria diversidade do
catolicismo divulgada pela Rede Vida é plural e diversa. Nota-se, contudo,
uma forte marca clerical e a presença de uma imagem de católico de classe
média. (MARIZ, 1998, p. 53)
Definiu-se que seriam transmitidos um terço e uma missa diariamente: ritos puramente
católicos Os produtores de programação estavam desafiados a não se submeterem ao mercado
publicitário ao anunciar produtos nocivos à tradição familiar, como bebidas alcoólicas,
cigarros e outros.

O contato com produtoras de vídeo era estratégico e se intensificou. As primeiras a se


juntarem foram a Associação do Senhor Jesus (de moldes carismáticos) e o Sistema
Salesianos (educação para o público jovem).
3.3.2 O marketing católico
Antônio Miguel Kater Filho foi o responsável pela publicidade. Kater Filho tinha
fortes ligações com os carismáticos da Associação do Senhor Jesus. Ele tentava juntar o
marketing empresarial ao mundo da comunicação católica, criando um tipo de “marketing
católico. Ao publicar trabalhos sobre o assunto, Kater Filho (1994, p. 14-15) iria enfatizar:
Se a Igreja Católica afirma e acredita que o seu “Produto” é o mais eficaz e o
melhor, podendo satisfazer plenamente as necessidades espirituais do ser
humano dizemos: o marketing, adequadamente aplicado à Igreja Católica,
resolverá satisfatoriamente o problema da evasão dos católicos e a falta de
motivação entre seus fiéis. (KATER FILHO, 1994)

3.3.3 Uma programação para a família católica brasileira

Cecilia Loreto Mariz em A “Rede Vida”: o catolicismo na TV (1995), identifica três


processos ao analisar a programação:

1- a tentativa de ser comercial, de concorrer no mesmo mercado das emissoras


nacionais, mas atentando ao mesmo tempo para os valores éticos e morais;
2- a incumbência da televisão em ser porta-voz da igreja, com apresentação de debates
de líderes eclesiais e programas voltados à integração católica, como o caso de jornais
voltados a receber noticia das dioceses;
3-o viés evangelizador.

A linha carismática, ainda segundo Mariz, voltada a um público de classe média, seria
a linha mestra da programação.
Figura 2: Programação básica da Rede Vida em 2009

Em seu primeiro esboço, a programação da Rede Vida previa a exibição de programas


durante 6 horas diárias. Programação esta composta pela transmissão de terços, missa e um
programa infantil.
Na ampliação da grade, a programação da Rede Vida veiculada na madrugada tinha
uma forte presença de programas voltados à religião, como O Terço, O Pão Nosso, Terço
Bizantino.
A quantidade de reapresentações de programas jornalísticos e religiosos é muito
grande. Há um predomínio de programas produzidos pela própria emissora. Após 2003, o
principal programa da rede será a Tribuna Independente.
A programação religiosa predomina na grade. Os programas são de curta duração. A
Rede Vida pode ser considerada uma televisão de cunho religioso se compararmos a grade
com as televisões convencionais. Se comparada a TVs como a Canção Nova e TV Aparecida,
percebe-se enorme diferença. Elas possuem quase 100% de programação religiosa enquanto a
Rede Vida um pouco mais de 70%.
A produtora católica Paulinas Multimídia marcou o início da grade com inúmeros
programas com conteúdos teológicos e de entretenimento. Marca também a exibição do
Terço Bizantino apresentado pelo então fenômeno carismático padre Marcelo Rossi.
As tardes de domingo era preenchida com o Louvemos o Senhor, que apresentava
artistas e músicos pertencentes à produtora Associação do Senhor Jesus. Sobre o Louvemos o
Senhor, Mariz observa:

O programa Louvemos o Senhor é composto por momentos de oração,


adoração do Santíssimo e missa. (….). Os testemunhos lidos sobre a graça
alcançadas nesses rituais televisionados conferem a esses últimos
autenticidade e poder sobrenatural. Não são apenas programas de TV, mas
um momento de real comunicação com Deus. (MARIZ, 1998, p. 51).

Os primeiros programas musicais da Rede Vida eram apresentados por artistas que
fizeram grande sucesso no passado como Sílvio Brito e Francisco Petrônio. A linguagem
televisiva seguia a lógica comercial dos programas de entretenimento.
Os programas infantis também tiveram espaço na grade. Rinaldo Magic Show era um
programa de auditório que contava com a participação especial da dupla de palhaços Patati e
Patatá.
O programa feminino da Rede Vida era o Tempo de Viver, conduzido por Meire
Nogueira. Tentava repetir a fórmula inaugurada pela TV Mulher nos anos de 1980 na Rede
Globo.
A tônica de não colocar os convidados em situações embaraçosas, permeava o
programa Prazer em Conhecê-lo, onde Brancato Júnior entrevistava personalidades do mundo
artístico e religioso.
O setor jornalismo foi marcado pelos poucos recursos técnicos e financeiros, bem
como número reduzido de profissionais. O produto jornalístico melhor editado era o
telejornal JCTV ( a partir de 1997), apresentado ao vivo às 18 horas e com reprise na manhã
seguinte. O programa mais importante do início da grade da Rede Vida era o Tribuna
Independente. Este programa possuía um apresentador, três entrevistadores e o convidado.
Este variava desde religiosos, médicos a políticos. A palavra predominava sobre a imagem
nos audiovisuais produzidos pela Rede Vida, como bem observou Mariz. (1998, p. 44).
Conforme percebemos na análise das pautas, perguntas e respostas estão voltadas a
concepções muito próximas a valores e princípios cristãos, e, em casos específicos, à doutrina
católica. Entrevistados e convidados colaboram com as preocupações editoriais da emissora.
(LIMEIRA, 2006, p. 314).
A Universidade do Vale do Paraíba, UNIVAP e a Pontifícia Universidade Católica do
Paraná contribuíram com programas de alta qualidade técnica.
Luiz Henrique Marques, em Rede Vida de Televisão: análise da prática comunicacional
da Igreja católica a partir de um referencial (1999), conclui que não existe nenhum elemento
audiovisual novo na programação televisiva da Rede Vida.

O índice pequeno de audiência nunca foi preocupação para os mentores da Rede.


Talvez coadunem com a ideia de Machado :

A mais baixa audiência de televisão é, ainda assim, uma audiência de várias


centenas de milhares de telespectadores e, portanto, muito superior a mais massiva
audiência de qualquer outro meio, equivalente à performance comercial de um
best seller na área de literatura. (MACHADO, 2001)

O segmento católico se mostrou dividido entre a Rede Vida e outras emissoras


católicas. Se a concessão de horários para programa de vendas desagradou parte do público
católico, esta mesma concessão garantiu parte da viabilidade econômica da Rede. A entrada
de produtos alternativos, como o futebol e entretenimento, mostrava a tentativa de entrar em
outros segmentos que não o estritamente católico.
O trabalho de Michele Boff da Silva Limeira, intitulado Comunicação e diálogo na
Rede Vida sustenta a tese de que a Rede Vida é a voz oficial da igreja no Brasil. A Igreja
Católica no Brasil e sua representação oficial, a CNBB, não procuram informar que não há
um canal oficial que represente a Igreja. Neste compasso, os próprios consumidores da Rede,
mesmo que informalmente a consideram como a representante da Igreja na TV.
Quadro 1 - Programação da Rede Vida em 08/11/2022 (1)

Horário Programa

05h15 Maria de Todas as Graças


05h20 Terço Das Glorias de São José
05h30 O Perfume da Rosa Azul
05h40 Mãe Maria
05h50 Minuto de Fé
05h55 Terço Bizantino
06h O Terço
06h25 O Pão Nosso
06h30 Encontro Com Cristo
06h45 A Palavra do Arcebispo – Dom Paulo Mendes Peixoto
06h55 Missa do Santuário do Divino Pai Eterno
07h45 Programa Pai Eterno
08h Novena Maria Passa na Frente
08h25 O Perfume da Rosa Azul
08h30 Novena Perpétuo Socorro
09h Missa de Nossa Senhora de Fátima
10h Novena dos Filhos do Pai Eterno
10h30 Novena dos Filhos e Filhas de São José
10h55 Palavra Do Dia
11h Escolhas da Vida

12h Rosário da Vida


12h30 Vida Melhor
14h30 Novena Nossa Senhora de Fátima
15h Bendita Hora
16h15 Escolhas da Vida
17h Novena dos Filhos e Filhas de São José
17h30 Encontro Com Cristo
17h50 Palavra Do Dia
17h55 Terço Bizantino

18h O Santo Terço


18h30 JCTV
18h55 Palavra Santa a Devoção Do Dia
19h Missa do Santuário da Vida
19h55 Maria Mãe de Todas as Graças
20h O Santo Terço dos Filhos do Pai Eterno
20h30 Viva a Vida
23h Jornal da Vida
23h25 Palavra Santa a Devoção Do Dia
23h30 JCTV Edição da Noite

23h59 Conta Comigo


02h Novena Maria Passa na Frente
02h25 Terço Bizantino
02h30 Novena Nossa Senhora de Fátima
03h Terço da Misericórdia
03h10 Minuto de Fé
03h15 Conta Comigo

1 Quadro com informações de programação retiradas do site da REDE VIDA


3.4 A Rede Vida segundo a classificação de Dominique Wolton (1996)

A Rede Vida não pode ser considerada como uma televisão segmentada, se for seguida
a classificação oferecida por Dominique Wolton (1996). As TVs, segundo o sociólogo francês
poderiam ser classificadas em:

• TV geralista – programação com base na lógica comercial – pode reunir, ao mesmo


tempo, uma maior gama de informações e permite, assim, uma possível liberdade de
escolha.

• TV temática –voltada para um público específico – proporciona uma nova relação que
extrapola as formas de organização da TV geralista, porém ela esgarça as relações
entre indivíduo e coletividade.

• TV segmentada – seleciona o público através do tema, mostrando a não passividade


do telespectador frente a programações impostas pelas redes de televisão.

A Rede Vida não pode ser classificada apenas voltada para um segmento específico de
telespectadores católicos, a exemplo das TVs Aparecida e Canção Nova. A Rede Vida reúne
elementos comerciais próprios da TV geralista (programas infantis, futebol, quando exibe
entrevistas e variedades). Ela propôs um sistema de coexistência entre a programação
religiosa e a programação de uma emissora comercial.
Todos os programas que não característicos de uma ordem religiosa ou de produtoras
católicas podem ser classificados, de acordo com os pressupostos de Wolton, como
programação geralista.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Rede Vida foi a primeira rede televisiva de orientação católica brasileira e continua a
ser uma referência no que tange a comunicação católica no Brasil. Importante ressaltar que a
Rede Vida não fora criada por uma iniciativa oficial da igreja católica. Ela não é o canal
oficial da Igreja, mas é entendida como o fosse pela maioria do seu público. Nem a Igreja,
nem o canal fazem muito esforço para deixar isto claro. A concorrência com a mídia
evangélica e mesmo com as coirmãs católicas podem explicar o fato.
A constituição de uma rede de televisão, a Rede Vida, faz com que a significativa
abrangência de seu sinal em diferentes partes do país, em curto período de tempo, a coloque
em evidência no que tange à mídia católica. O investimento em satélites e em uma
programação geralista fazem com que as dificuldades técnicas e econômicas de sua produção
de programas sejam diluídas.
A Rede Vida fez um caminho contrário das outras emissoras católicas em atuação no
Brasil. Não quis ser uma emissora de cunho essencialmente católico, com programação
puramente evangelizadora. Quis oferecer programas próprios da chamada televisão
generalista, com diretriz informativa, formativa e de entretenimento. Tudo, inclusive o
entretenimento, dentro das diretrizes católicas de ser um canal para a família.
Por fim, a formação da Rede Vida foi a porta e é uma das janelas eletrônicas para o
catolicismo no Brasil. Não acrescentou muito à inovação no mundo televisivo brasileiro.
Possui uma história de conquistas ímpares que precisam se transformar junto com o modelo
de TV inclusiva no Brasil.
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REDEVIDA
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