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e Poder
O Papel da TV no Cenário Político Brasileiro
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Papel da TV no
Cenário Político Brasileiro
• Tv e Representação;
• TV e Política.
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Discorrer sobre o papel e a importância das Emissoras de Televisão na conjuntura política,
como um novo Agente Político.
UNIDADE O Papel da TV no Cenário Político Brasileiro
Contextualização
Que tal começarmos nossos estudos notando como a TV pode interferir na cons-
trução da imagem pública do político, hein?!
No link a seguir, você confere um vídeo que mostra um quadro piloto para o Fan-
tástico, que nunca foi ao ar. O quadro tinha como objetivo demonstrar como funcionava
a Televisão e, nesse piloto, Marcelo Tas elege como assunto o Teleprompter, o dito TP.
No vídeo, você encontra cenas de Paulo Maluf ensinando como um político deve se
comportar, Carla Perez falando fluentemente sobre globalização com o apoio do TP
e pessoas nas ruas de São Paulo se caracterizando como políticos bem sucedidos após
algumas dicas do Tas.
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Tv e Representação
Mesmo com todas as transforma-
ções e inovações que a Internet trou-
xe para o Sociedade mundial, nenhum
Meio de Comunicação provocou tanta
euforia como o Rádio e a Televisão.
Os dois veículos de produção massiva e
simbólica se transformaram em paixão
popular tão logo surgiram.
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UNIDADE O Papel da TV no Cenário Político Brasileiro
A evolução foi rápida e em menos de 20 anos grande parte dos lares brasileiros
já dispunham de aparelhos televisivos.
Roberto Marinho, assim como tantos outros empresários, apostaram nesse mo-
delo encantador de tecnologia de transmissão.
Hoje, vivemos num país que adora Televisão e, por mais que haja críticas, não há
como negar. Não importa se TV aberta ou por assinatura, ou até mesmo as novas
possibilidade de acesso como as plataformas de vídeo sob demanda, como a Netflix
ou o YouTube.
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Para se ter uma ideia, Avenida Brasil (2012) tornou-se a telenovela mais exportada
da Rede Globo, sendo exibida em 140 países e dublada em 19 línguas.
Vale ressaltar que o que diferencia a Globo da Televisa é que a TV mexicana, que
tem volume maior de produção, trabalha com versões estrangeiras e com orçamen-
tos mais baixos, enquanto a Globo opta por textos brasileiros, além de contar com
melhores atores e mais investimentos.
E é claro que, com toda essa forma de representação, esse tão importante meio
de comunicação não ficou alheio aos políticos, conforme veremos.
TV e Política
Giovanni Sartori é responsável pelo conceito de videopolítica e de homo ocular ou
homo videns. Seus estudos são determinantes para a presente Unidade.
Figura 3 – Política e TV
Fonte: Getty Images
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UNIDADE O Papel da TV no Cenário Político Brasileiro
E é por esse e outros motivos que os próprios Partidos Políticos, apesar da crise,
procuram realizar eventos que sejam passíveis de transmissão televisiva ou que sejam
capazes de atrair a cobertura televisiva por parte da imprensa.
Se antes a preocupação era suscitar o debate – até mesmo entre divisões internas
do grupo , hoje, a preocupação está em armar verdadeiros espetáculos com direito à
distribuição de brindes e a realização de sorteios até mesmo de carros.
O poder da imagem impõe, ainda, um padrão estético necessário para o êxito dos
candidatos. Para o autor, Joshua Meyrowitz (1989), vemos TV em vez de ouvir TV.
E isso ocorre até num debate político.
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Um exemplo disso é a eleição do ator Ronald Reagan como presidente dos Estados
Unidos, na década de 1980.
Trocando Ideias...
O vídeo “Fora do ar”, mencionado na contextualização desta Unidade, ilustra de forma
eficiente este aspecto. Para tecer uma crítica ferrenha ao uso do TP pelos políticos, o
apresentador Marcelo Tas vai às ruas e mostra como qualquer cidadão pode ser bem
sucedido na condição de candidato a um cargo público, desde que o TP seja utilizado. Tas
sugere que o sucesso dos políticos esteja atrelado estritamente ao seu desempenho na
mídia e diz: “Os políticos são os maiores fregueses desta maquininha (sic)’’ (TAS, 1998).
Cabe dizer que o piloto do vídeo jamais foi exibido na TV aberta brasileira e o
quadro Fora do ar nunca integrou o programa Fantástico, como foi previsto na
ocasião de sua criação.
Tal constatação nos faz crer que os Meios de Comunicação e os políticos preser-
vam suas estratégias discursivas e práticas como saberes exclusivos e misteriosos,
aspectos legitimadores do caráter ilusório da Mídia.
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UNIDADE O Papel da TV no Cenário Político Brasileiro
Esses veículos foram selecionados com base na audiência. Também foi considerada
sua capacidade de agendamento, ou seja, seu potencial de influenciar a opinião pública.
O Media Ownership Monitor – MOM é um projeto criado e lançado pela seção alemã da
organização internacional de direitos humanos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que visa
a defender a liberdade de imprensa e o direito de informar e ser informado em qualquer
lugar do mundo. Em cada país, a RSF coopera com uma organização local na realização do
MOM. No Brasil, a pesquisa foi realizada pelo ntervozes – Coletivo Brasil de Comunica-
ção Social. Disponível em: https://bit.ly/32qWJ4Q
Infelizmente, aqui no Brasil, o resultado da pesquisa não foi dos melhores. Entre
todos os países já analisados pelo estudo Media Ownership Monitor, o quadro de
indicadores de riscos à pluralidade na Mídia produzido no Brasil é o pior.
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Além disso, formamos nossa visão de mundo não somente pela TV. Convivemos
com outras Instituições formadoras de opinião, como: a Igreja, a Escola e a família,
entre outras.
Prova disso é que houve momentos históricos que a TV não conseguiu impedir,
como a campanha das Diretas já e o impeachment de Collor.
Outro papel que ele vive é o governador Celso Bonitinho, um corrupto que, mes-
mo na cadeia, vive cheio de regalias.
Apesar de tudo o que discutimos sobre a TV, não há motivos para acreditar que
tal Mídia seja uma vilã terrível e que não há formas de ela estabelecer práticas liber-
tárias nos dias atuais. Mesmo com todo o processo de demonização da TV, ela ainda
representa importante meio de informação e de entretenimento familiar.
Pensando nisso, quantos de nós, hoje, não possuímos condições de registrar nos-
sa indignação com a corrupção em um vídeo político e torná-lo público na Internet?!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Memória Roberto Marinho
Veja a importância do fundador da TV Globo para o cenário da TV no Brasil.
https://bit.ly/2ZCKujP
Livros
Dos Meios às Mediações – Comunicação, Cultura e Hegemonia
Este livro é extremamente importante para quem atua na Área da Comunicação,
especialmente alunos, pois ajuda a entender o papel dos Meios de Comunicação
como mediadores na Sociedade e a influência da produção mundial na América
Latina: MARTIN-BARBEIRO, J. Dos Meios às Mediações – Comunicação,
cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
Vídeos
Diálogos na USP – A Nova TV (Bloco 2)
Para falar sobre o futuro da Televisão no Brasil, o Diálogos na USP recebeu Maria
Arminda do Nascimento Arruda, socióloga, diretora da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciência Humanas da USP, a FFLCH, e Renato Levi, professor da Escola
de Comunicações e Artes da USP, especialista em memória audiovisual e história
da Televisão.
https://youtu.be/sE9dWRpqFSQ
Leitura
Mapa do Analfabetismo no Brasil
https://bit.ly/39aJzu4
Manual Básico de Mídia
https://bit.ly/39aJGpu
Televisão ainda se sobrepõe às Plataformas de Streaming
Neste Artigo, você verá como, apesar do poder da Internet, a Televisão ainda reina
nos lares brasileiros.
https://bit.ly/3fBCzJ3
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Referências
BIROLI, F.; MIGUEL, L. F. (org.). Notícias em disputa: mídia, democracia e forma-
ção de preferências no Brasil. São Paulo: Contexto, 2017. Biblioteca Virtual Cruzeiro
do Sul. (e-book)
Sites Visitados
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações. Dados de acesso à Televisão.
2015. Disponível em: <http://www.Anatel.Gov.Br/Portal/Exibirportalnoticias.Do?A
cao=Carreganoticia&Codigo=37859>. Acesso em: 25/04/2020.
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