Instrumentação Eletrônica

Análise de Incerteza

Prof. Everthon de Souza Oliveira

Departamento de Engenharia Elétrica

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

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 Erros de medida

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Erro estático e dinâmico

•É a diferença entre o valor lido ou transmitido pelo

instrumento em relação ao valor real da variável medida.

•Quando tivermos a variável alterando seu valor ao longo do

tempo, teremos um atraso na transferência de energia do
meio para o medidor. Esta diferença entre o valor real e o
valor medido é chamada de erro dinâmico.
▪Se tivermos o processo em regime, permanente,
chamaremos de erro estático.

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Erro Sistemático e Aleatório

Erro aleatório: resultado da medição menos a média de um

número infinito de medições efetuadas sob as mesmas condições
de repetitividade;

Erro sistemático: média de um número infinito de medições,

efetuadas sob as mesmas condições de repetitividade, menos o
valor verdadeiro.

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Erro Sistemático e Aleatório

O erro aleatório está associado à dispersão dos valores

obtidos em torno do resultado da medição (precisão);
O erro sistemático está associado a uma polarização do
resultado da medição em relação ao valor verdadeiro
(exatidão);

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Configuração de entrada e saída

▪Além da entrada que se deseja medir há,

normalmente, outras entradas que afetam a medição.
▪Variáveis Modificantes
▪Afetam a sensibilidade da leitura em relação à variável de
interesse (mensurando) e transformam a função nominal (ideal)
do instrumento.
▪Contribuem de forma multiplicativa

▪Variáveis Interferentes
▪Afetam a leitura mas não a sensibilidade da leitura em relação à
variável de interesse
▪Contribuem de forma aditiva

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Configuração de entrada e saída

•O sinal de entrada é a grandeza física a ser medida (o

mesurando), ao passo que a saída é a indicação fornecida
pelo instrumento.

Configuração de entrada e saída.

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Configuração de entrada e saída

Na prática, é possível haver mais de uma entrada de

interferência ou modificante. Assim, matematicamente,
podemos expressar a saída de um instrumento da seguinte
forma:

ou

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Configuração de entrada e saída

Entradas espúrias de um manômetro U

Manômetro diferencial

Do ponto de vista de operação, todo cuidado deve ser

tomado de forma a minimizar o efeito das entradas
espúrias.

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 Análise de incerteza

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Incerteza

▪A medida é uma variável aleatória (é um processo

estocástico), pois o resultado é afetado por muitas
grandezas além do mensurando, sobre as quais conhece-se
pouco, e que podem variar de forma aleatória.

▪Sempre existe a chamada incerteza ou tolerância da

medida associada ao erro de leitura.

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Incerteza

▪Parâmetro não negativo atribuído a uma medida que

caracteriza a dispersão dos valores. É associada a um nível de
confiança e deve ser calculada para cada método experimental
adotado.

▪Pode ser, por exemplo, um desvio-padrão denominado

incerteza de medição padrão ou a metade de um intervalo
tendo uma probabilidade de abrangência determinada.

▪A incerteza deve ter sempre a mesma natureza que o valor

básico ou dada em porcentagem.
Ex. 0,876 L ±0,003 L

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 Representação

Como expressar o Resultado da Medição:

𝑦 = 𝑦ෝ ± 𝑈
𝑈 – incerteza expandida
𝑦ො − Valor mais provável

A incerteza expandida de medição relatada é declarada como a

incerteza padrão da medição multiplicada pelo fator de
abrangência k = xxxx, que para uma dada distribuição (
Normal,Uniforme, etc) corresponde a uma probabilidade de
abrangência de aproximadamente ppp%.

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Estimativa de Valor

Há pelo menos 2 maneiras de se obter a estimativa do valor

mais provável do mensurando:
1. Usando um valor indicado pelo instrumento (N = 1);
2. Usando a média de N > 1 indicações/observações.

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 Curva Gaussiana ou Normal
Por que a FDP Gaussiana é tão utilizada?
1. Com somente 2 parâmetros é possível especificar
toda a função;
2. Teorema Central do Limite: Se uma variável aleatória
é o resultado da contribuição média de um grande
número de variáveis aleatórias independentes, então
essa variável resultante terá distribuição
aproximadamente Normal, mesmo quando as variáveis
aleatórias contribuintes não apresentam distribuição
Gaussiana.

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Gaussiana ou normal

Para uma variável aleatória x com distribuição

Gaussiana, os seguintes fatos são verdadeiros:

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Estimativa de Valor

A partir da Incerteza Padrão podemos obter o intervalo em

torno da Estimativa do Valor mais Provável, considerando
uma certa probabilidade de abrangência, isto é, a chance de
abranger o valor verdadeiro do mensurando:

𝑈 = 𝑘𝑢(𝑦)
ො
O fator de abrangência depende da distribuição de
probabilidade considerada.

Um valor usual é k = 2, que conduz a uma probabilidade de

abrangência de 95% no caso da FDP Normal.
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 Incerteza Padrão da Medição
A Incerteza Padrão da Medição é o desvio padrão da
variável aleatória ”Resultado da Medição”, usada para
se quantificar a dispersão de valores em torno da
estimativa do valor mais provável:

𝜎𝑚 = 𝐸 𝑦ො − 𝐸 𝑦ො 2 ;

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Instrumentação Eletrônica 18
 Incerteza Padrão da Medição
O cálculo exato do desvio padrão depende do
conhecimento completo da Função Densidade de
Probabilidade da variável aleatória para se aplicar com
propriedade o operador ”Esperança Matemática”:

p(x) é a função densidade.

+∞

𝐸 𝑥 = න 𝑥 𝑝 𝑥 𝑑𝑥;
−∞

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Instrumentação Eletrônica 19
Tipos de Incerteza Padrão

Há dois tipos de Incerteza Padrão:

1.Incerteza Padrão do Tipo A: obtida a partir de um

conjunto finito de amostras, usando estimadores
amostrais para a média e para o desvio padrão.

2. Incerteza Padrão do Tipo B: obtida por qualquer

outro meio, tal como informação prévia fornecida pelo
fabricante; aproximações conservadoras baseadas em
experiência prévia com instrumentos similares; modelo
matemático formal do processo de medição específico
como um processo estocástico; etc.
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Instrumentação Eletrônica 20
Tipos de Incerteza Padrão

Incerteza tipo A
• Avaliação estatística da incerteza envolvendo
uma série de observações
• Sempre possui uma associação com o número
de y
• Sempre possui uma associação com o número
de graus de liberdade.
• Exemplos incluem simples médias e estimativas
de mínimos quadrados

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Tipos de Incerteza Padrão

Incerteza tipo A

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Tipos de Incerteza Padrão

Incerteza tipo B
▪Qualquer avaliação que não é do tipo A é uma
avaliação do tipo B.
▪Não é incerteza sistemática
▪Exemplos:
▪Usando experiência profissional combinada com y
▪Usando experiência profissional combinada com uma
distribuição retangular
▪Obtendo incertezas padrão de certificados padrão ou de
livros de referência

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Instrumentação Eletrônica 23
Tipos de Incerteza Padrão

Incerteza tipo B

1 −|𝑥−𝜇|2
𝑝(𝑥) = 𝑒 2𝜎2
𝜎 2𝜋
𝐸[𝑥]=𝜇
;
𝐸 (𝑥−𝐸[𝑥])2 =𝜎

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Propagação de Incertezas

Considerando uma grandeza dependente das

variáveis 𝑥𝑖 , 𝑦𝑖 , 𝑧𝑖 , … as quais possuem distribuições
de erros gaussianas com desvios padrões
𝜎𝑥 , 𝜎𝑦 , 𝜎𝑧 , … e médias 𝜇𝑥 , 𝜇𝑦 , 𝜇𝑧 … respectivamente
a grandeza pode ser calculada para qualquer
conjunto de variáveis

𝐺 𝑥𝑖 , 𝑦𝑖 , 𝑧𝑖 , …

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Propagação de Incertezas

Série de Taylor
Variável y dependente de várias entradas com
incertezas associadas
𝑦 =𝑓 𝑥±𝑢

Ela pode ser aproximada pela função:

𝑑𝑓 1 𝑑2 𝑓
𝑦෤ = 𝑓 𝑥𝑜 − 𝑥 − 𝑥ҧ + 𝑥 − 𝑥ҧ + ⋯
𝑑𝑥 2! 𝑑𝑥 2
𝑦෤ = 𝑦ത + 𝐾 𝑥 − 𝑥ҧ + TOS
Propagação de Incertezas

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Instrumentação Eletrônica 27
Propagação de Incertezas

Depois do procedimento matemático, das simplificações

e considerações, pode-se obter a expressão para a
incerteza padrão na grandeza G:
2 2 2
𝜕𝐺 𝜕𝐺 𝜕𝐺
𝜎𝐺2 = 𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦2 + 𝜎𝑧2 + ⋯
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Esta equação permite calcular a incerteza mais provável
da grandeza G em função das incertezas de cada uma
das variáveis, das quais a mesma é dependente.

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Instrumentação Eletrônica 28
Propagação de Incertezas

Exercício:
Aplica-se uma Tensão de 𝑉 = 100. 𝑉 ± 1% a um resistor de
𝑅 = 10. Ω ± 1% sendo a corrente medida igual a 𝐼 =
10. 𝐴 ± 1%. Deseja-se calcular a potência dissipada de três
modos diferentes:
𝑉2
𝑃= 𝑃 = 𝑅𝐼 2 𝑃 = 𝑉. 𝐼
𝑅
Qual dos modos você considera mais adequado?

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 Comentários sobre a
Calibração Estática

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Instrumentação Eletrônica 30
 Gráfico de Calibração do Manômetro

12

10
Pressão Indicada kPa

6
Aumentando
4
Diminuindo
2

0
0.000 5.000 10.000 15.000
-2
Pressão Verdadeira kPa

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 Cálculo da reta de interpolação (mínimos
quadrados)

𝑦 = 𝑎. 𝑥 + 𝑏

𝑌 = 𝑋. 𝐴
𝑋 𝑇 𝑌 = 𝑋 𝑇 𝑋. 𝐴
(𝑋 𝑇 𝑋)−1 𝑋 𝑇 𝑌 = 𝐴

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Instrumentação Eletrônica 32 / 432
3
 Estimadores

Método de Mínimos Quadrados

𝑦 = 𝛽0 + 𝑥1 𝛽1 + 𝑥2 𝛽2 + 𝑥3 𝛽3 + ⋯ + 𝑥𝑘 𝛽𝑘 + 𝜀
𝑦1 1 𝑥11 𝑥21 … 𝑥𝑘1 𝑒1
𝑏0
𝑦2 1 𝑥12 𝑥22 … 𝑥𝑘2 𝑒2
𝑦3 𝑏1 𝑒3
1 𝑥13 𝑥23 … 𝑥𝑘3
𝑦4 = × 𝑏2 + 𝑒
1 𝑥14 𝑥24 … 𝑥𝑘4 4
… … …
… … … … …
𝑦𝑛 𝑏𝑘 𝑒𝑛
1 𝑥1𝑛 𝑥2𝑛 … 𝑥𝑘𝑛

𝒃 = 𝑿′ 𝑿 −𝟏 ′
𝑿𝒀

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 Estimadores

Método de Mínimos Quadrados

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Instrumentação Eletrônica 34 / 434
3
 Método dos Mínimos Quadrados

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Instrumentação Eletrônica 35 / 435
3
Método dos Mínimos Quadrados

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Instrumentação Eletrônica 36
 Método dos Mínimos Quadrados

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Instrumentação Eletrônica 37 / 437
3
 Calibração estática de instrumentos
✓ Calibração estática, ou aferição, é um termo utilizado
para descrever o procedimento pelo qual se obtém
informações importantes do tipo:

➢ A relação estática entre o mesurando (a entrada

do sensor) e a indicação recebida (a saída do
sensor).

➢ Outras propriedades metrológicas como o efeito

das grandezas de influência e as correções a
serem aplicadas
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Instrumentação Eletrônica 38
Calibração estática de instrumentos

• Em alguns casos, em vez de uma curva de calibração, tem-

se um conjunto de curvas que pode ser apresentado na
forma de um ábaco.

•Sempre que a relação entre um elemento e outro mudar, o

instrumento precisa ser recalibrado, a fim de determinar a
nova relação existente entre as variáveis.
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 Certificado de Calibração

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Instrumentação Eletrônica 40
Calibração estática de instrumentos

• Como obter dados de calibração?

Circuito com potenciômetro

para obtenção de dados de
calibração

✓É necessário atuar no mesurando, de forma a colocá-

lo nos diversos valores.

✓Para efetuar a calibração é necessário um padrão e,

muitas vezes, um atuador de precisão.
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Passos para uma calibração
Além dos cuidados apontados anteriormente, que passos
devem ser seguidos para se realizar a calibração estática com
qualidade?
Modelagem Dinâmica
1. Reconhecer as entradas desejada (mensurando), interferentes e
modificantes (grandezas de influência);
2. Decidir que grandezas de influência não poderão ser ignoradas na
aplicação específica do instrumento;
3. Montar uma bancada de teste que permita a variação e medida das
entradas e registro das saídas.
4. Desenvolva a relação entrada/saída (Curva estática) considerando
diferentes valores de grandezas de influência.
5. Definir a Qualidade/confiabilidade dos instrumentos.
Regra usual: padrão 10 vezes mais preciso que o instrumento sendo
calibrado
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 Estimadores

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