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MANUAL DE APOIO
Índice
Introdução ...................................................................................................................................... 4
Conteúdos ...................................................................................................................................... 5
Propagação .................................................................................................................................. 35
Onda Terrestre ......................................................................................................................... 37
Onda espacial .......................................................................................................................... 38
Onda celeste ............................................................................................................................ 38
Propagação Ionosférica ........................................................................................................... 39
Camadas da Ionosfera ............................................................................................................. 39
Propagação VHF e UHF .......................................................................................................... 41
Propagação em linha de vista .................................................................................................. 41
Propagação por difusão troposférica........................................................................................ 42
Propagação por conduta troposférica ...................................................................................... 44
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Conclusão .................................................................................................................................... 48
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Introdução
Hoje em dia estamos rodeados por sinais de telecomunicações, que como a própria
palavra indica, nos permitem comunicar à distância. Na sua forma genérica, para
que se estabeleça uma comunicação é necessário haver um emissor, um recetor e
um canal de comunicação.
Este manual debruça-se sobre o canal de comunicação e este capítulo introduz os
conceitos elementares que regem as telecomunicações.
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Objetivos
Conteúdos
Conteúdos Tópicos
• Conceitos fundamentais.
• AM/DSB.
• AM/SSB.
• Circuitos moduladores e desmoduladores simples.
• Recetor Super-heterodino.
Modulação de
• Princípios de funcionamento.
Amplitude
• Frequência Intermédia.
• AGC.
• Oscilador Local.
• Frequência Imagem.
• Dupla Conversão.
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Circuito de Telecomunicações
Figura 1
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Figura 2
A Fig. 1 mostra exemplos de uma linha simétrica (ou balanceada). Trata-se do cabo que
era largamente utilizado em TV há alguns anos atrás e que em gíria se designava por fita.
Esta linha é simétrica porque ambos os condutores são iguais e ambos transportam o sinal
de RF de tal modo que a corrente em cada fio está desfasada de 180º em relação ao outro.
A linha é balanceada porque nenhum dos dois condutores está diretamente ligado à terra.
O isolamento entre condutores é normalmente feito com materiais do tipo plástico, mas
pode ser também um isolamento a ar.
Pelo contrário, numa linha assimétrica ou não balanceada, os dois condutores são
desiguais e concêntricos. O condutor exterior (malha) está ao potencial da terra e serve de
blindagem, enquanto o condutor central (vivo) transporta a corrente de RF.
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A Fig. 2 mostra a mais utilizada das linhas assimétricas: o cabo coaxial. Também aqui o
isolamento entre condutores (dielétrico) é normalmente feito com materiais do tipo plástico
(polietileno) mas existem cabos coaxiais com isolamento a ar.
Figura 3
A fita e o cabo coaxial, utilizam-se para transportar sinais cujas frequências vão desde
frequências muito baixas (poucos Hz) até um máximo de cerca de 4GHz. Acima desta
frequência, e por razões que serão posteriormente explicadas, os sinais sofrem grandes
atenuações, mesmo para curtas distâncias e deixam de ter interesse prático.
Normalmente, para frequências acima de 4GHz, a linha de transmissão mais indicada é o
guia de ondas, (Fig. 2-3) e que se enquadra nas linhas assimétricas.
Figura 4
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Figura 5
A grande vantagem da fibra ótica, para além da enorme quantidade de informação que
pode transmitir é sobretudo o facto de ser totalmente imune a interferências
eletromagnéticas.
Ao iniciar o estudo das características das linhas de transmissão, convém fazer a distinção
entre linhas curtas e linhas longas:
Dá-se o nome de linha curta a uma linha cujo comprimento físico é inferior ao comprimento
de onda da corrente que a percorre; e dá-se o nome de linha longa a uma linha mais
comprida que esse comprimento de onda.
Suporemos, também, por princípio, que as linhas são uniformes quanto ao material,
dimensões, isolamento, etc., em toda a sua extensão.
As linhas de transmissão simétricas foram durante muitos anos, as linhas dominantes nas
telecomunicações, por serem as mais baratas e de menor atenuação, mas atualmente a
sua utilização é cada vez mais restrita e praticamente já desaparecerem das aplicações
domésticas, tendo sido substituídas pelo cabo coaxial.
Como se disse anteriormente a impedância característica de uma linha (Z0) depende
exclusivamente da sua construção física.
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Figura 6
A Fig. 2-12A mostra uma linha de transmissão do tipo coaxial, que atualmente é das mais
utilizadas. É uma linha não balanceada (assimétrica) porque tem uma blindagem que está
ao potencial da terra e por um condutor central. O condutor central transporta o sinal de RF
e a blindagem evita que a energia seja radiada para fora ou que as interferências exteriores
sejam induzidas no condutor central.
Assim, as perdas por radiação são minimizadas. Relembremos que na linha balanceada
(simétrica) a radiação também é mantida no mínimo porque os campos radiados por cada
condutor estão em oposição de fase e anulam-se.
Uma linha de transmissão coaxial tem uma impedância característica específica, tal como
tem uma linha balanceada.
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Figura 7
Ondas Progressivas
O circuito equivalente de uma linha balanceada, já foi indicado na Fig. 2-9. Existe indutância
porque sempre que flui corrente num condutor um campo magnético é produzido à volta.
Dado que existe uma diferença de potencial entre os dois condutores da linha de
transmissão devido ao desfasamento de 180º, existe também um campo elétrico entre os
condutores.
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Figura 8
Diz-se então que numa linha infinita, as ondas são progressivas (progridem ao longo da
linha). Estas características da linha infinita são melhor exemplificadas na Fig. 9A. Se
efetuássemos medidas do valor eficaz de corrente e tensão ao longo da linha com um
multímetro AC, verificaríamos que as amplitudes da tensão e da corrente são constantes
em todos os pontos de medida. O gráfico da tensão e corrente na linha de transmissão é,
portanto, o indicado na Fig. 9B.
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Figura 9
Uma vez que a tensão (V) e a corrente (I) são constantes em todos os pontos, então, pela
lei de ohm, a impedância também será constante (Z=V/I). Consequentemente, uma linha
de comprimento infinito tem uma impedância constante, que é precisamente a impedância
característica Z0 já anteriormente estudada.
Ondas Estacionárias
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por uma carga de valor igual à sua impedância característica, toda a potência aplicada num
dos extremos da linha é absorvida ou dissipada pela carga no outro extremo e a linha é
percorrida por uma onda progressiva.
Contudo, quando uma linha de transmissão é terminada com uma impedância de valor
diferente de Z0, então apenas alguma (mas não toda) da potência aplicada é absorvida
pela carga. A restante potência é refletida.
Quando a linha de transmissão está mal terminada, a potência que não é absorvida pela
carga é refletida de volta para o gerador. A quantidade desta potência refletida é
diretamente proporcional à quantidade de desadaptação da carga. Por exemplo, se a linha
for terminada por um curto-circuito ou por um circuito aberto, nenhuma potência é dissipada
na terminação e é toda refletida de volta para o gerador.
À medida que o valor da carga terminal se aproximar do valor da impedância característica
da linha, menos e menos potência é refletida, até que, finalmente, quando a carga está
adaptada à linha (isto é, quando o valor da carga é igual à impedância característica da
linha) toda a potência é absorvida na carga e nenhuma é refletida.
Quando se aplica potência a uma linha de transmissão, aparece uma tensão e uma
corrente na linha e os seus valores dependem da impedância característica da linha (Z0) e
da potência aplicada. As ondas de corrente e de tensão viajam para a carga (Z0) e se Z0
= ZL a carga absorve toda a potência e nenhuma é refletida. Neste caso, as únicas ondas
presentes na linha são as ondas progressivas de tensão e corrente que viajam do gerador
para a carga.
Contudo, se ZL é diferente de Z0 alguma potência é absorvida e a restante é refletida.
Assim sendo, haverá uma onda de corrente (e de tensão) que está a viajar em direção à
carga (onda incidente) e haverá outra onda de corrente (e de tensão) que está a viajar da
carga para o gerador (onda refletida). Isto é mostrado na Fig. 2-10 onde se representa a
corrente incidente e a corrente refletida numa linha em aberto (sem qualquer carga).
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Figura 10
Repare que neste caso, a onda incidente e a onda refletida de corrente, são iguais, mas
em oposição de fase pois caminham em sentido inverso. Estas duas ondas, viajando em
sentidos diferentes irão somar-se ou subtrair-se alternadamente devido às suas diferenças
de fase relativas e formar assim o que se chama de onda estacionária, porque se fosse
possível observar a resultante das duas ondas essa resultante pareceria estar fixa.
A Fig. 2-17 mostra a forma das ondas estacionárias de corrente e de tensão para o mesmo
caso de uma linha em aberto.
Na figura pode ver-se que há máximos e mínimos estacionários de corrente e de tensão.
Compare estas formas de ondas com as da Fig. 2-15B (linha infinita ou corretamente
terminada).
Na linha infinita ou corretamente terminada não há ondas refletidas que possam interferir
com as ondas incidentes, porque não há reflexão.
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Figura 11
A reflexão que ocorre no circuito aberto afeta tanto a tensão como a corrente. A tensão
refletida começa então a viajar de regresso para o gerador, sem alteração de fase (porque
a tensão é a mesma e tem ao mesmo sinal) mas a corrente é refletida com uma inversão
de fase de 180º (porque o sentido da corrente refletida é o inverso da corrente incidente).
Consideremos então um ponto que se situa exatamente à distância de ¼ ℷ do fim da linha
em aberto.
Aí, a tensão é permanentemente zero como mostrado na Fig. 2-17 porque as ondas
incidente e refletida estão desfasadas de 180º. Isto ocorre porque a onda refletida tem que
viajar uma distância de ¼ ℷ + ¼ ℷ, ou seja, ½ ℷ a mais do que a onda incidente. Como ½ ℷ
corresponde a uma alteração de fase de 180º, as duas ondas cancelam-se e neste ponto
a tensão é zero.
A onda de corrente também viaja um adicional de ½ ℷ, mas como sofreu uma inversão de
fase de 180º na reflexão, a inversão de fase total, será, neste caso, de 360º.
Portanto, como a onda incidente de corrente e a onda refletida estão em fase, os seus
valores reforçam-se e ocorre um máximo de corrente, justamente no ponto onde ocorre um
mínimo de tensão.
A Fig. 12 mostra ainda que a ½ ℷ da carga há um mínimo de corrente (zero neste caso) e
um máximo de tensão. Isto acontece porque as ondas incidentes e refletida de tensão estão
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agora em fase (a tensão viajou ½ ℷ+ ½ ℷ = ℷ ou seja 360º). Neste mesmo ponto, as ondas
incidente e refletida de corrente cancelam-se porque há uma inversão de fase adicional de
180º na onda refletida.
Verifica-se assim que pontos de máximos e mínimos se repetem cada meio comprimento
de onda e se invertem a cada quarto de comprimento de onda. Note que esta condição é
permanente e que é condicionada apenas pelo valor da carga.
A Fig. 12 mostra as ondas estacionárias que se formam numa linha de transmissão, mas
agora em curto-circuito. Aqui a corrente na carga é máxima e a tensão é obviamente zero
porque a carga é um curto-circuito.
Figura 12
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Ondas eletromagnéticas
Sempre que num condutor circula corrente, existe um campo magnético (Fig. 2a) e sempre
que há diferença de potencial, existe campo elétrico (Fig.2b). Estes conceitos já são
familiares da eletrotecnia e da eletrónica, onde o campo magnético aparece normalmente
associado à bobine e o c a m p o elétrico associado ao condensador.
Figura 13
Figura 14
As linhas de força (Fig. 3a) passam, por fora da antena (circuito oscilante), afastando-se
dela no espaço, e não podem, portanto, devolver a sua energia ao circuito de onde provêm
no momento em que a corrente ou a tensão se anula. São, pelo contrário, impelidas para
o exterior pelo novo campo que, entretanto, muda de polaridade. Como estes campos que
se afastam são portadores de energia, a antena está permanentemente a perdê-la e,
portanto, tem de a receber do circuito eletrónico ao qual está ligada.
As Fig. 1-3b) e c) mostram graficamente a formação do campo elétrico E e do campo
magnético H durante uma semi-oscilação. As linhas de força elétrica têm origem nas cargas
positivas e terminam nas cargas negativas.
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Figura 15
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Figura 16
A Fig. 1-5, mostra um gerador ligado a uma antena que lança para o ar o campo elétrico
E1, o qual gera o campo magnético H1 que por sua vez gera o campo elétrico seguinte (E2)
e assim por diante.
A velocidade de propagação deste sinal no vazio e no ar, é igual à velocidade da luz, que é
c = 3 x 108 m/s.A unidade de intensidade do campo elétrico é o V/m e a unidade de
intensidade do campo magnético é o A/m.A relação entre E (V/m) e H (A/m) tem o nome
de impedância do meio, Z = E / H, que no vácuo e no ar, tem o valor de Z=377 Ω.
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Figura 17
A intensidade de sinal (ou melhor dito, a intensidade de campo) e, com ela, a energia
radiada, diminui à medida que nos afastamos da antena. Isto compreende-se com
facilidade, visto que a energia se vai "diluindo" à medida que a onda se vai propagando no
espaço. Assim, se a uma distância de por exemplo, de 20 km da antena, o valor eficaz da
intensidade de campo for de 100 mV/m, a 80 km será já de apenas 25 mV/m (a quarta
parte) e a 100 km reduzir-se-á a 20 mV/m (a quinta parte).
Comprimento de Onda
Na grande maioria dos circuitos eletrónicos, (à exceção dos circuitos com frequências muito
altas), as distâncias percorridas pelo sinal dentro do próprio circuito são tão pequenas que
podem ser completamente ignoradas. Contudo, nas telecomunicações, as ondas
eletromagnéticas vão percorrer grandes distâncias, e este fator, a distância percorrida, tem
que se ter em conta.
A velocidade da onda eletromagnética é praticamente igual à velocidade da luz, e, portanto,
após 1 segundo, a primeira onda emitida por um emissor estará à distância, de 3x108m, e
atrás dela estarão enfileiradas "f" outras ondas, onde "f" é a frequência da emissão, ou
seja, o número de Hz ou ciclos por segundo (Fig. 1-6).
Figura 18
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Define-se comprimento de onda (ℷ) como sendo a distância que a onda percorre num ciclo
(Fig. 1-7). Obtém-se dividindo a distância percorrida num segundo (d=3x108m/s porque no
ar, os sinais viajam à velocidade da luz) pelo número de ondas (f) produzidas durante esse
segundo.
Figura 19
Bandas de frequências
O som, o calor, os Raios X, as ondas de rádio, etc., embora tenham efeitos muito diferentes,
são ondas eletromagnéticas, que se propagam no espaço e que se distinguem apenas pela
sua frequência e consequentemente, pelo seu comprimento de onda.
A Fig. 1-8, mostra as bandas de frequências relacionando-as com os respetivos
comprimentos de onda.
Foram atribuídos nomes às bandas mais utilizadas nas telecomunicações e que vão desde
a banda de LF (30-300KHZ) até à banda de EHF (30-300GHz). As mais utilizadas em rádio
e televisão são as de VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency).
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Figura 20
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Figura 21
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O medidor de SWR deve ser ligado em série, na linha de transmissão, entre o emissor e a
carga ou antena.
A vantagem dum equipamento que mede SWR, é que dá uma leitura direta e imediata do
valor da onda refletida.
Contudo, quando não se dispões de um medidor de SWR, pode utilizar-se um wattímetro.
Com este equipamento mede-se primeiro a potência incidente e depois a potência refletida.
Através de cálculo matemático, é então possível determinar o valor da relação de onda
estacionária.
Fibra Ótica
A Fibra Ótica é a linha de transmissão mais moderna e para a qual se augura um longo e promissor
futuro pois para além das aplicações em telecomunicações começa já a ter aplicação doméstica.
Enquanto nas outras linhas de transmissão, a transmissão é feita através de sinais elétricos de
frequências relativamente baixas (máx. GHz), no cabo de fibra ótica a transmissão é feita através
de sinais de luz o que a torna imune a qualquer tipo de interferências eletromagnéticas.
A fibra ótica, exteriormente, é semelhante ao cabo coaxial porque também tem um núcleo central
e um revestimento externo (Fig. 2-28). O núcleo tem a espessura inferior à de um cabelo e é feito
em vidro, ou de um tipo especial de plástico.
Figura 22
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No núcleo é injetado um sinal de luz proveniente de um LED ou laser, modulado pelo sinal
transmitido, que percorre a fibra e se reflete ao longo dela. Chegando ao destino, o sinal
luminoso é descodificado em sinais digitais por um segundo circuito chamado de fotodíodo.
O conjunto dos dois circuitos é chamado de CODEC (codificador/descodificador).
Existem dois tipos de cabos de fibra ótica, chamados de cabos monomodo e multimodo.
Enquanto o cabo monomodo transmite apenas um sinal de luz, os cabos multimodo podem
transportar vários sinais diferentes dentro do cabo.
Como se mostra na Fig. 23, nos cabos multimodo, o sinal viaja batendo continuamente nas
paredes do cabo, tornando-se mais lento e perdendo a intensidade mais rapidamente.
Figura 23
Já os cabos monomodo têm uma transmissão mais rápida do que os cabos multimodo, as
fibras podem ser multimodo ou monomodo as vantagens da fibra ótica são o isolamento
eletromagnético perfeito, permite comprimentos muito longos de cabo e alta taxa de
transferência.
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Tipos de Antenas
Para que um sinal de rádio ou televisão seja transmitido para o espaço e posteriormente
recebido, é sempre necessária a existência de antenas.
Neste capítulo serão abordadas as características genéricas das antenas e os seus tipos
mais utilizados.
Depois de um emissor gerar o sinal de RF, tem que haver algum método de radiar esse
sinal para o espaço. Tem também que haver algum método de, no recetor, se intercetar
(captar) esse sinal. As antenas são os dispositivos que permitem estas duas operações.
Uma antena é geralmente feita em metal, (muitas vezes apenas um fio ou varetas de
alumínio) e converte a corrente de alta frequência em ondas eletromagnéticas para a
emissão e faz exatamente o contrário na receção.
As antenas de emissão e de receção têm funções diferentes, mas comportam-se
exatamente da mesma forma, pois o seu comportamento é absolutamente recíproco.
As primeiras antenas, foram construídas por Heinrich Hertz em 1888, com a finalidade de
pôr em prática as teorias eletromagnéticas propostas por Maxwell.
Com esse dispositivo (Fig. 24), Hertz transmitiu e recebeu ondas eletromagnéticas a cerca
de 5 metros de distância.
A antena de emissão era formada por duas placas de metal ligadas a dois bastões
metálicos, que por sua vez se ligavam a duas esferas, separadas entre si por uma distância
pré-determinada. Nas esferas eram adicionadas bobinas que geravam descargas de alta
tensão por faísca no espaço entre as esferas, produziam ondas eletromagnéticas
oscilatórias nos bastões e que podiam ser captadas numa outra antena de receção.
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Figura 24
A antena de receção era constituída por um laço de fio metálico com uma pequena ranhura.
A faísca produzida no emissor era detetada na receção por uma pequena faísca na ranhura
demonstrando na prática tudo que Maxwell previra na teoria.
Desde estas primeiras antenas até a atualidade, os princípios físicos foram sendo
aprimorados e descobertas novas maneiras e tecnologias de transmitir e receber sinais
eletromagnéticos e nas modernas telecomunicações, as antenas são em alguns casos,
estruturas de extrema complexidade, mas sem elas seria totalmente impossível imaginar o
nosso mundo de telemóveis, GPS e Wi-Fi, para só citar alguns casos.
Tipos de Antenas
Figura 25
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Note que a linha de transmissão está ligada a cada elemento e que as correntes em cada
elemento estão em fase pois os comprimentos da linha de transmissão para cada elemento
são exatamente iguais.
O resultado é um diagrama de radiação mostrado na Fig. 26B.
A linha ponteada representa o diagrama de radiação que é obtido com um só dipolo. A linha
tracejada mostra a diretividade acrescida obtida com dois dipolos. Finalmente, a linha cheia
mostra o diagrama de radiação para os 4 dipolos colineares.
Figura 26
Normalmente neste tipo colinear de array, os dipolos não ficam na horizontal como indicado
na Fig. 26, mas sim na vertical (Fig. 26). Isto dá cobertura omnidirecional no plano
horizontal, mas no plano vertical dirige a energia para baixo em direção à linha do horizonte
o que aumenta o raio de cobertura em VHF e UHF. É por isso a solução preferida pelas
emissoras de rádio, TV e telemóveis que usam preferencialmente este tipo de array.
Outra forma muito divulgada de array alimentado é o array logarítmico-periódico (log-
periodic). Este nome deriva do facto de que os comprimentos dos elementos são diferentes
entre si, mas estão relacionados logaritmicamente.
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Figura 27
Cada elemento é sintonizado para uma frequência e serve como diretor para o elemento
seguinte e como refletor para o elemento antes dele.
Contudo, a sua maior vantagem, é uma grande largura de banda (cobre VHF e UHF).
Enquanto as antenas YAGI operam em bandas muito estreitas de frequência a antena log-
periodic pode operar em gamas muito vastas de frequências e sempre com o mesmo ganho
e directividade.
Um exemplo: para um SWR menor que 2:1, uma log periódica pode trabalhar de 100 a 900
MHz, enquanto que para o mesmo SWR, a Yagi só trabalharia entre 100 e 200 MHz.
Antenas Parabólicas
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tão pequenos é inviável porque eles têm a dimensão do próprio suporte onde ficariam.
Não é possível fabricar yagis para frequências tão altas.
A solução para emissão ou receção de frequências acima dos 4 GHz são as antenas da
família das parabólicas. Mas porque não se usam parabólicas para frequências abaixo dos
4GHz?
Figura 28
Repare que para uma frequência de sinais de TV terrestre, da ordem dos 400MHZ, seria
preciso uma antena parabólica de 2,4 de diâmetro (preço da ordem de muitas centenas de
euros) para obter o mesmo ganho que uma antena YAGI (muito mais simples de instalar e
preços da ordem da dezena de euros).
As antenas parabólicas que vamos analisar, embora obedecendo ao mesmo princípio,
fazem parte de 3 tipos distintos (Fig. 3-20): antena de foco primário, antena offset e antena
cassegrain
Figura 29
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Quando falamos em antena parabólica fica a sensação de que a parábola é que é a antena.
Mas não é o caso. A antena que vai captar o sinal é uma antena do tipo Marconi de quarto
comprimento de onda tal como já descrito anteriormente.
O problema é que a antena Marconi tem ganho de 0dbi e, portanto, como os sinais de
satélite que chegam à terra são fraquíssimos, ela nada receberia.
Um sinal de satélite para poder ser utilizado precisa pelo menos de uma antena que tenha
cerca de 40dB de ganho. Como conseguir esse ganho?
Utilizando um refletor, pode-se concentrar muito mais energia num ponto só. É essa a
filosofia da antena parabólica: a antena marconi fica no foco da parábola e recebe todo o
sinal que é captado pelo refletor parabólico Fig. 30
Os satélites comerciais atuais trabalham com frequências na ordem de 10GHZ o que
corresponde a comprimentos de onda de 3cm e a uma antena Marconi de apenas 7,5mm.
Não seria viável colocar tão pequena antena no foco por isso o que se coloca é a antena
já dentro de um bloco amplificador e conversor que normalmente se designa por LNB (low
noise Block)
Figura 30 Figura 31
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A tabela da Fig. 32 indica os ganhos de uma antena parabólica em função do seu diâmetro
e da frequência que está a captar.
Repare que para o mesmo tamanho quanto maior a frequência maior o ganho.
Da mesma forma repare que para a mesma frequência quanto maior o tamanho maior o
ganho.
Figura 32
Antenas Offset
A antena offset é uma parte de parábola que foi cortada de tal forma que o braço de suporte
para o LNB e o próprio LNB não irão fazer sombra sobre a área útil do refletor, tal como
acontece nas antenas de foco primário.
Isso pode ser melhor explicado recorrendo à Fig. 33.
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Repare que a inclinação da antena faz com que todos os raios incidentes batam na
superfície refletora e não interfiram com o LNB ou o suporte.
Como os satélites atuais são de alta potência, a grande maioria das antenas que
atualmente se instalam são do tipo Offset.
Figura 33
Antenas Cassegrain
A antena Cassegrain é uma antena do tipo offset, mas que tem dois refletores em vez de
só um (Fig. 34).
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Figura 34
O efeito produzido é assim semelhante ao que aconteceria com a utilização de duas lentes.
Enquanto que numa antena offset o rendimento é de cerca de 65% (relação entre o sinal
que incidiu na parábola e a quele que realmente foi aproveitado) na antena cassegrain esse
rendimento é da ordem dos 75%.
O princípio de funcionamento está ilustrado na Fig. 29.
Só não se utiliza mais esta antena porque é muito mais cara que a offset simples.
Propagação
A energia radiada por uma antena de emissão viaja no espaço em muitas direções e à
medida que a distância vai aumentado, essa energia espalha-se por uma área cada vez
maior e consequentemente, a intensidade de campo diminui.
Normalmente existem vários caminhos pelos quais o sinal emitido por uma antena emissora
pode atingir uma antena recetora. O melhor desses caminhos é sempre aquele que tem
uma menor atenuação do sinal e consequentemente o que produz uma maior intensidade
de campo na antena recetora.
A propagação direta é a que maior interesse oferece. Nela, a onda emitida pela antena
emissora atinge a antena recetora em linha recta sem sofrer nenhum desvio.
Figura 35
Na propagação por reflexão a onda é refletida por um obstáculo. Este tipo de propagação
pode ser indesejável, visto que podem chegar à antena recetora dois ou mais sinais
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Onda Terrestre
A onda terrestre (Fig. 35A) é uma onda de rádio que se propaga acompanhando a
superfície da terra. Nas bandas LF e MF é o modo de propagação predominante. Estas
ondas de solo têm grande comprimento de onda tendem a seguir a curvatura da terra e
viajam assim muito para além da linha do horizonte.
Contudo, à medida que a frequência aumenta, a onda de solo é mais absorvida pelas
irregularidades do terreno (colinas, montes, etc.) que assumem dimensões significativas
em comparação com o comprimento de onda. Por exemplo, a 30KHz o comprimento de
onda é de 10km. Mesmo grandes montanhas são insignificantes quando comparadas com
este comprimento de onda e consequentemente, a atenuação da onda de solo é muito
pequena a estas frequências. Mas a 3MHz, o comprimento de onda é de 100m o que é
suficientemente pequeno para que colinas, árvores e grandes edifícios possam absorver a
onda de solo.
Uma forma de aumentar a distância alcançada pela da onda de solo é utilizar polarização
vertical. Na realidade, na polarização horizontal o campo elétrico é paralelo à superfície da
terra e como tal a onda de solo é como que curto circuitada pela condutividade da terra.
Como esta onda só é utilizada nas bandas de LF, e MF, as antenas Marconi apresentam
problemas de tamanho. Por esta razão e outras, há poucos serviços em LF. A maioria dos
serviços é em MF onde as antenas são mais práticas.
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Onda espacial
Quando a frequência do sinal emitido vai para além de 4 ou 5 MHz, a onda de solo só existe
durante alguns (poucos) quilómetros. Nestas frequências e superiores, particularmente em
VHF e UHF, é possível transmitir muito mais longe usando a onda espacial.
Quando as antenas de emissão e receção estão em linha de vista, diz-se que se trata de
uma onda direta. A propagação direta está limitada à linha de vista, ou seja, à linha do
horizonte. Na prática ela vai cerca de 1/3 mais além devido ao efeito de curvatura da terra.
Para aumentar a distância da propagação direta há que aumentar a altura de ambas as
antenas de emissão e receção ou como é mais fácil, da antena de emissão. É Por esta
razão que as antenas de rádio e TV estão no alto de torres ou de edifícios.
Outra forma de propagação por onda espacial é a comunicação por satélite ou as
comunicações de e para aviões.
Onda celeste
Figura 36
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A quantidade de refração depende de vários fatores. Entre esses fatores estão a frequência
da onda, a densidade da região ionizada e o ângulo com o qual a onda entra na ionosfera.
Se todos estes fatores se conjugarem, a onda será encurvada ou refratada o suficiente
para voltar à terra como mostra a Fig. 36.
Esta onda espacial que é refratada de volta à terra chama-se de onda do céu ou celeste.
Quase toda a propagação na banda de HF é feita em onda do céu. Também a propagação
noturna de MF é feita deste modo. Uma vez que a ionosfera é responsável por este tipo de
propagação, vamos estudá-la mais em pormenor.
Propagação Ionosférica
As ondas celestes que regressam à terra da ionosfera, vêm de diferentes alturas acima da
terra e dependem da frequência e do momento (hora) da refração.
Este fenómeno mostra que existem várias camadas de ionização. Isto é devido a que
diferentes gases que constituem a atmosfera da terra, se ionizam a diferentes pressões e
são também afetados de forma diferente pela radiação ultravioleta e pelo bombardeamento
dos raios cósmicos.
Camadas da Ionosfera
O número de camadas presentes, a sua altura acima da terra, e a forma como elas refratam
mais ou menos as ondas eletromagnéticas dependem de muitos fatores interrelacionados,
mas como o fator de maior influência é a radiação solar.
Estes fatores variam de hora a hora, dia a dia, mês a mês, estação a estação, ano a ano e
até década a década. O fator de maior influência é a radiação do sol.
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Figura 37
A radiação solar aumenta a densidade das camadas da ionosfera e como varia com as
horas do dia , assim variam as camadas. Também outras perturbações solares ou
magnéticas influenciam as camadas. A Fig. 37 mostra as várias camadas da ionosfera.
A camada mais baixa, chamada a camada D, está a cerca de 50Km de altitude e existe
apenas durante o dia. Esta camada é a mais afastada do sol e, portanto, a sua ionização é
fraca. Por esta razão a camada D não afeta a direção da propagação das ondas.
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O fator limitativo nas comunicações VHF e UHF é a curvatura da terra e o relevo do terreno
local.
A Fig. 38 mostra um link típico de comunicação em linha de vista (ou ponto a ponto).
A distância entre as antenas H1 e H2 está limitada pela curvatura da terra.
Na prática, a linha de vista das comunicações é cerca de 1/3 mais do que a linha de vista
ótica (linha do horizonte) porque a terra exerce uma certa refração sobre a onda.
Esta refração deve-se ao decréscimo linear da densidade da atmosfera à medida que a
altitude aumenta.
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Figura 38
O que acontece é que o topo da onda viaja ligeiramente mais depressa do que o fundo.
Como resultado a onda encurva ligeiramente para baixo para seguir a curvatura da terra
para além do horizonte ótico (Fig. 39).
Figura 39
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Figura 40
A Fig. 40 mostra um link típico de comunicação por difusão troposférica. Aqui, um emissor
de UHF de alta potência usa uma antena direcional de alto ganho para transmitir energia
em direção à linha do horizonte. Esta energia é então difundida em todas as direções, mas
para que uma pequena parte é ainda recebida no recetor.
As razões para este fenómeno não são ainda totalmente compreendidas, mas julga-se que
ele seja devido a reflexões por irregularidades na atmosfera (troposfera) ou a reflexões nas
camadas atmosféricas.
A verdade é quer o fenómeno existe e é fiável, como método de estender as comunicações
de UHF muito para alem da linha do horizonte.
As melhores frequências para este método são 900 MHz, 2 GHz, e 5 GHz.
A distância típica para um link troposférico é de 300 a 1000 Km. Comparado com o máximo
de 100 Km para uma onda em linha de vista, a difusão troposférica é muito apelativa.
O único problema é que são imprescindíveis emissores de alta potência, recetores de alta
sensibilidade e antenas extremamente diretivas, normalmente arrays altamente
elaborados. Assim, o custo destes sistemas é muito alto comparado com os sistemas
convencionais de onda direta, o que por vezes torna preferível usar vários repetidores entre
dois pontos ou cabo coaxial para cobrir a mesma distância. Mesmo assim, a difusão
troposférica tem sido utilizada nas comunicações militares, nas comunicações com
plataformas petrolíferas muito afastadas da costa e também quando a zona a cobrir tem
muitas montanhas ou é de difícil acesso. Contudo, é um sistema que está em declínio pois
a comunicação por satélite permite muito maiores distâncias e com muito melhores
condições.
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Em condições normais, à medida que se sobe em altitude, o ar vai ficando cada vez mais
frio. Existem, contudo, algumas exceções como por exemplo no norte de África, Médio
Oriente e Austrália, onde em zonas costeiras e sobre o mar, há condições muito propícias
para o aparecimento de camadas de ar quente em altitude (troposfera).
Chama-se a este fenómeno inversão de temperatura.
Figura 41
Figura 42
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O ar quente e a terra formam assim uma espécie de paredes de uma conduta que atua de
forma parecida com um guia de ondas. Os sinais nesta conduta podem seguir a curvatura
da terra durante centenas ou milhares de quilómetros com degradação mínima.
Este fenómeno explica a ótima receção em Portugal de sinais de TV em UHF emitidos nas
Canárias.
Embora menos comuns, também se podem formar condutas troposféricas em altitude de
3Km ou mais. Nestes casos o sinal viaja dentro da conduta como mostra a Fig. 42. É um
tipo de propagação semelhante ao do guia de ondas e os sinais podem viajar milhares de
quilómetros.
Uma característica interessante desta forma de conduta é que tanto a antena de emissão
como a de receção devem estar dentro da conduta para o sinal ser máximo, o que nem
sempre é fácil.
Como os sinais têm comprimento de onda, o tamanho da conduta é que determina quais
as frequências máxima e mínima que se podem propagar.
Por outras palavras: condutas estreitas só deixarão passar sinais de UHF, enquanto
condutas mais largas deixam passar VHF e UHF.
Sinais em condutas troposféricas podem viajar de 1500Km ou mais, mas o habitual é entre
800 e 1200Km. Estes sinais são habitualmente muito intensos e chegam a produzir
interferências com emissoras locais.
Também se podem formar condutas com base noutros fenómenos meteorológicos como
por exemplo durante o arrefecimento noturno depois de um dia de muito calor. A terra perde
calor que sobe e acaba por constituir uma conduta que se mantém durante a noite e
desaparece de manhã com o aquecimento da terra.
Figura 43
Figura 44
Figura 45
Na prática são usados muitos mais, pois cada satélite tem um fim específico e destina-se
a uma área restrita. Um satélite que pretenda apenas cobrir a Europa, terá antenas
direcionais e a sua potência será mais orientada para a Europa, onde o nível de sinal na
receção será maior. A Fig. 45 mostra um satélite apontado ao reino Unido e exemplifica o
que acabou de ser dito. Podem também ver-se quais os diâmetros de antena necessários
para captar o referido satélite.
O satélite consiste de uma antena direcional (usada na receção e na emissão) e
emissores/recetores chamados de transponders. O recetor não desmodula o sinal do
uplink, de 14-15Ghz, apenas o converte para a gama dos 11-12 GHz, o amplifica e o aplica
à antena.
Os modernos satélites têm transponders de 110W ou mais o que é uma potência de
emissão muito razoável e que permite a captação na zona de cobertura com antenas de
pequenas dimensões.
A comunicação por satélite é na realidade a mais fiável e mais extensiva das que
atualmente se usam e agora mais difundida ainda com a massificação do GPS e da receção
satélite de TVe rádio.
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Conclusão
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