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Fanzeres
(PY1AAP)
Transmissores e
Geradores imr»
_____ de RF
Transmissores e
Geradores WTUT*
_______ de 111*
© EDITORA TECNOPRINT S.A., 1985
Prefácio ......................................................................... 9
5
Capítulo V — Irradiadores e Antenas ...............
O que é uma Antena? ................................
Aiimentador ..............................................
Irradiador .........................................................
Antena .............................................................
Antena mais Simples ..............................
Antena Doublê ..........................................
Antena Direcional Fixa ............................
Antena Direcional Móvel .......................
7
Prefácio
9
não é homologado, o leitor (desculpem o trocadilho) evi
tará ser confinado ou “engaiolado”...
Da necessidade de obras que tratem da parte teóri
ca e prática de geradores de RF e transmissores, é fácil
comprovar. Basta corujar a faixa de amadores ou ler as
publicações oficiais e oficiosas dos radioamadores. De
execução técnica, invenções, métodos e processos téc
nicos, quase nada se publica. A parte social, comunitá
ria, captação de figurinhas é sem dúvida uma das mais
desenvolvidas no radioamadorismo brasileiro; porém a
parte técnica, para a qual principalmente foi criado e de
senvolvido o radioamadorismo, aqui é incipiente.
Pretendemos com este livro, além de atender o gran
de número de leitores interessados na parte construtira,
despertar nas autoridades o interesse para que se olhe
para o imenso atraso que existe no setor didático de trans
missão e geração de RF em nível de estudantes, experi-
mentadores, amadores, pois é deste material humano
que irá se constituir a próxima geração de técnicos.
10
Transmissores e
Geradores y> T?
_____ de JMI
l.a Parte
Elementos
Teóricos
Capítulo I
Ondas de Rádio
15
A verdade é que, apesar de certas vantagens ine
rentes aos semicondutores, as válvulas se prestam a ex
periências ousadas que, se praticadas com os semicon
dutores, resultam quase sempre em desapontamento
quando o mesmo entra em pane, devido a um excesso
provocado por um circuito projetado de modo pouco
adequado ou a circunstâncias fortuitas. No caso das vál
vulas, há sempre um certo tempo para cortar o mal: o
aquecimento excessivo da placa, o avermelhamento das
mesmas, que leva alguns segundos até atingir o ponto
crítico, etc. fazem com que certos amadores experimen-
tadores se sintam mais à vontade em utilizar as válvulas.
Mas não vejam nisto um desprestígio ou atitude negati-
vista em relação ao semicondutor. Os semicondutores
possuem características próprias que as válvulas não pos
suem, e se não fossem eles os vôos interplanetários e
os satélites não seriam possíveis, pois o consumo do fi
lamento das válvulas demandaria tal energia que o pad
load dos veículos astrais seria algo impossível na atual
tecnologia espacial.
Mas como são geradas as ondas de rádio? Obvia
mente com um gerador, seja ele de válvula ou semicon
dutor. Este gerador é um circuito oscilador, onde com
ponentes, tais como bobinas, capacitores e resistores, são
agrupados ao redor do elemento principal (válvula ou
semicondutor) para produzir oscilações alternativas, com
uma freqüência situada dentro do espectro eletromag
nético destinada às radiocomunicações.
Notem que os circuitos oscilatórios podem operar
em outras freqüências que não as destinadas às radio
comunicações, porém neste livro vamos nos restringir às
oscilações radiofreqüentes situadas nas faixas destinadas
às radiocomunicações e, assim mesmo, nas regiões des
tinadas pelo Dentei para o amadorismo. Naturalmente
que um transmissor projetado, digamos, para a faixa dos
15 metros, pode operar na faixa dos 11 metros ou 10
metros, bastando alterar-se a parte de sintonia, mas, es
pecificamente neste livro, vamos nos restringir a equipa
16
mentos geradores de RF e transmissores, operando na
faixa destinada ao radioamadorismo.
Um gerador de RF ideal deve produzir oscilações
sinusoidais, de perfil absolutamente correto, na frequên
cia desejada. Se o perfil é sinusoidal puro e se a freqüên-
cia é estável, temos a pedra fundamental de um bom
transmissor ou gerador de RF: estabilidade de freqüên-
cia e ausência de harmônicos. Na prática isto é possível
facilmente, com baixas potências. A proporção que a po
tência aumenta os problemas se multiplicam e chegam
ao auge quando se constrói um transmissor com a po
tência máxima permitida para o radioamadorismo: 1 kW.
O recomendável ao experimentador em geradores
de RF e transmissores é que projete, experimente e cons
trua geradores e transmissores de pequena potência (5
a 20 W), até dominar completamente todos os aspectos
da transmissão. Só então se arrisque a entrar no campo
dos transmissores de maior potência.
E não julgue o leitor que 20 W é potência desprezí
vel. Se souber projetar, ajustar e operar adequadamen
te um-transmissor de 20 W, poderá, quando também uti
lizando um bom receptor, efetuar contato com todos os
países do mundo. Isto foi conseguido no passado pelo
autor e atualmente existem grupos de radioamadores em
que a condição de ingresso é de operar um transmissor
de potência reduzida e com o mesmo efetuar contato
com colegas situados em países ou regiões distantes. Is
to requer não só que o transmissor esteja dando um óti
mo desempenho, como também possua linha de trans
missão, antena, localizações adequadas, além de bom
receptor e grande habilidade e paciência do operador.
Muitos preferem adquirir pronto um transmissor, antena
e receptor, pagar a instalação e operar o equipamento...
só faltando pagar um operador para substituí-lo no co
municado...
Neste livro partimos da premissa que o leitor pos
sua conhecimentos básicos de eletrônica; caso contrário
terá alguma dificuldade em entender certos capítulos.
17
Pode-se dizer que um circuito oscilador nada mais
é que um circuito amplificador que fica instável. Se esta
instabilidade situar-se dentro de certos parâmetros, tere
mos uma oscilação controlada. Um amplificador a que
se aplica uma retroalimentação positiva (positive feed
back) alcançará um ponto que oscilará.
Manter a freqüência de oscilação e a amplitude do
sinal são os dois pontos importantes no que concerne
aos osciladores de RF.
Figura 1 - Oscilador
de estado sólido
Ll - RFC 24 micro H
Ql - 2N2222 ou Archer
Oscilador de Estado Sólido
276 - 1617 Na figura 1 temos um circuito oscilador de RF. Uti
RI - 4,7 K liza um transistor tipo 2N 2222A ou Archer 276-1617.
R2- 47 K
R3 - 22 O Baseia-se em um circuito original de Doug DeMaw
Cl - 25 mfd x 25 V (W1FB) publicado pela ARRL (Weekend Projects, vol. 1)
C2 - .01 mfd, cerâmica
C3 - 0001 mfd, cerâ A potência obtida à saída deste oscilador é da or
mica dem de alguns milivátios, sendo adequado para excitar
C4 - 00025 mfd, cerâ
mica
um circuito amplificador de RF para um transmissor de
Xtal - 7 MHz uns poucos vátios de saída. A bobina Ll consiste de um
"I
18
choque de RF de 24 microhenries. Uma fôrma de cho
que, com núcleo, onde se enrole experimentalmente cer
ca de 60 espiras de fio 28 ou 30 esmaltado servirá per-
feitamente.
Oscilador Valvular
Na figura 2 temos um oscilador a válvula. Pode-se
utilizar um triodo de aquecimento indireto ou, como é
o caso do circuito, a seção triodo de uma válvula dupla
(triodo — multigrade ECL86).
Figura 2 - Oscilador
Em ambos os circuitos, a estabilidade da freqüên- valuular
cia é principalmente assegurada pelo uso de um cristal.
fíl - 47 K
Mas a fonte de alimentação deve ser estável para asse Cl - 1000 pF
gurar uma tensão constante no circuito, completando a C2 - 1000 pF
LI - 2,5 y H
estabilidade fornecida pelo cristal. VI - ECLp86
19
Oseilador de Frequência Variável (VFO)
Em certos casos é desejável possuir um circuito os-
cilador que forneça uma freqüência estável, porém não
fixa, isto é, que possa ser variada. Isto é particularmente
interessante quando se deseja operar o transmissor na
mesma freqüência do transmissor que estamos recepcio
nando. O VFO, ou seja, o oseilador de freqüência variá
vel, neste caso substitui o cristal, permitindo que se ope
re na freqüência desejada.
Figura 3 - Oseilador Na faixa do cidadão, todavia, este processo não é
de freqüência uariâ-
adotado. Prefere-se utilizar cristais para operar nos vá
vel
rios canais.
Cl - 500 + P Na figura 3 temos o circuito de um VFO. Notem que
C2 500 + P
C3 - P utiliza um transistor tipo FET, Motorola (MPF 102) e que
C4 - 0.01 a bobina LI deve ser na faixa de freqüência que se de
C5 - 10 + P
RI - 100 K seja excitar o amplificador de RF subseqüente. Em um
R2- 100 próximo capítulo, serão dados alguns dados construtivos
Q1 - MPF 102
LI - Ver texto
de bobinas, onde o leitor poderá encontrar soluções pa
L2 - Choque RF 1 mH ra tal construção. Este VFO utiliza transistor.
20
V I
Figura 4 - VFO c
2 válvula pentodo
Z3
R1 - 22K '/•> IV
R2 - 47 K, 2 W
R3 - 470, '/2 W
Cl - Variável 35 pF
C2 - 10 pF (Ver texto)
C3 - 0,002 mfd, cerâ
mica
C4 ■ 0,001 mfd, cerâ
mica
C5 - 0,0068 mfd, mica
C6 - 0,0068 mfd, mica
Ll, L2, L3 - Ver tabela I.
L4 - Choque RF 2,5 mH,
125 mA
C7 - 35 pF, variável
C8 - 8 mfd x 350 V
C9 - 0,01 poliéster
vula e mesmo pelo ambiente faz com que ele contraba CIO - 10 pF (Ver texto),
lance a alteração que ocorre nos capacitores comuns. Isto coeficiente negativo
de temperatura
associado a uma montagem rígida, com blindagem de VI - Pentodo de recep
chapas espessas de alumínio ou cobre, e uma fonte vem ção, GAG7. CVI882.
estabilizada tornam este VFO, de simples construção, uma VT247, EL 81, EL 83,
EL 34 etc.
robusta peça que não decepciona.
21
Os circuitos que demos anteriormente são típicos ge
radores de sinais de RF. Se fosse analisado o sinal pro
duzido à saída dos mesmos, com a ajuda de um oscilos-
cópio, seria observada a existência de uma portadora de
RF. De baixa amplitude ou potência é certo, mas sem
dúvida uma portadora de RF (figura 5).
Figura 5 - Portadora Fosse este circuito colocado próximo a um radior-
de RF receptor e este sintonizado à freqüência de funcionamen
to do oscilador, seria percebida a presença da onda por
tadora. Este sinal se caracterizaria por uma redução da
estática que um receptor sempre apresenta quando está
ligado e não sintonizado a nenhuma estação. Aliás, pela
observação auditiva desta portadora em um receptor,
pode-se saber se a mesma está isenta de zumbidos (hum)
ou qualquer outra anomalia. Os osciladores, para per
mitirem um sinal adequado à transmissão, devem pro
duzir uma portadora de baixa potência, estável e limpa.
Lembre-se, porém, o leitor das observações que fizemos
no prefácio sobre legislação, Dentei e gaiola de Faraday...
Propagação
As ondas eletromagnéticas propagam-se no espa
ço livre, a uma velocidade de 300.000 km/s aproxima
damente. Assim, quando um gerador de RF ou um trans
missor iniciam as radiações, no meio ambiente que cir
cunda seu circuito de saída cria-se um campo elétrico-
magnético que se expande, teoricamente em todas as
direções, à velocidade de 300.000 km/s.
A proporção que a onda eletromagnética se afasta
de sua origem, a amplitude, a força do sinal vai decres-
cendo e chegará um momento que este sinal será tão
débil, tão fraco, que não terá condições de ser registra
do por um circuito detetor.
Porém, as ondas de rádio, apesar desta debilitação
enorne, chegam ainda com intensidade adequada a dis
tâncias que se medem em milhões de quilômetros. Ha
ja visto as sondas especiais lançadas pelos Estados Uni
22
dos da América do Norte e pela URSS que, tendo al
cançado planetas distantes como Vênus, Júpiter, Satur
no etc., têm várias operações de pesquisa comandadas
desde as estações emissoras situadas na superfície da
Terra.
Se as condições de irradiação e recepção forem ade
quadas é possível, com pouca potência de RF, alcança-
rem-se grandes distâncias. Isto implica naturalmente em
possuir o lado gerador de RF, não só o transmissor co
mo o sistema irradiante adequado, e do lado receptor,
além de um sistema captador (antena e correlatos), um
receptor com sensibilidade e discriminação adequadas.
Entre a antena emissora e a antena receptora não
raro existem fatores que fogem do controle do operador
transmissorista ou recepcionista. Ionização das camadas
atmosféricas, tempestades magnéticas, erupções solares,
chuvas, granizo, obstáculos fixos ou móveis entre os pon
tos, interferências etc., todos são fatores que fogem ao
controle do operador e que afetam a perfeita funcionali
dade da transmissão-recepção.
Recepção
Como dissemos antes, a transmissão pode ser afe
tada por fatores situados fora do alcance do operador
de transmissão e de recepção.
Mas, se deseja realmente obter êxito em suas trans
missões (e recepções), o leitor deve procurar ter seu equi
pamento em ordem, com antenas bem projetadas e ajus
tados para um desempenho ótimo. Em recepção, hoje
é mais difícil a construção caseira de receptores, pois qua
se inexistem as fábricas de bobinas de RF e FI e sua fa
bricação doméstica é pouco recomendável, salvo quan
do se possui aparelhagem de medida, normalmente não
encontrada na bancada do radioamador.
Mas mesmo assim, em capítulo apropriado, dare
mos alguns circuitos de receptores cujo desempenho não
23
é desprezível e cujo custo é muitas vezes menor do que
um receptor comercial.
A recepção depende muito, além do receptor, do
sistema captativo da antena. Uma antena bem projeta
da, um bom sistema de terra são fatores importantes na
captação de sinais de RF. Além disto, a escolha de local
com pouca interferência é importante.
Sobre interferência, notamos que há muitas recla
mações de usuários de TV com respeito às transmissões
dos radioamadores e Faixa do Cidadão. Porém, nem as
autoridades responsáveis nem os interessados atentam
para o inferno de interferências produzidas por utilida
des domésticas, motores, máquinas etc. Por exemplo, os
redutores de luminosidade de lâmpadas são terríveis pro
dutores de QRM; idem relés de elevadores, ignição de
carros, lâmpadas fluorescentes, comutadores de sinais de
tráfego, aparelhos de raios X, etc. Estes aparelhos pro
duzem interferências que às vezes são atribuídas aos ama
dores e PX’s, e nem os interessados nem as autoridades
do Dentei tomam uma medida adequada que dê cobro
ao assunto.
O leitor interessado pode, com um pequeno recep
tor a pilhas, sintonizado para as faixas de ondas curtas,
passear pela sua vizinhança e verificar as áreas onde re
crudesce o QRM. Depois é só comunicar ao Dentei e
ver o que acontece. De qualquer modo estará se preve
nindo, para quando começarem a acusá-lo de produtor
de interferências, apontar as zonas ou áreas onde, antes
de começar a irradiar, já existiam focos de QRM. Fica
a sugestão.
24
Capítulo II
Geradores de Radiofrequência
Introdução
Pode-se dizer que um oseilador é um gerador de
RF. Está correto, se analisado na essência, como dizer
que uma chance disjuntora de uma subestação de força
é um relê, pois ambos possuem contatos e uma bobina
de energização. Mas no cotidiano ninguém se refere a
uma chave disjuntosa como relé e vive-versa.
No caso de osciladores e geradores, julgamos po
der dizer que o gerador é um circuito oseilador mais ela
borado, com outros requisitos que o simples produzir os
cilações em uma faixa de radiofreqüência.
Em se tratando de transmissores e geradores de ra
diofreqüência, estes últimos são de vital importância, pois
se não houver uma geração adequada de RF não po
derá existir transmissão.
Mas o que vamos tratar aqui não se aplica somente
a geradores utilizáveis em transmissão, isto é, criação de
sinais de RF que possam ser irradiados à distância atra
vés de irradiadores (antenas). Desejamos abordar os cir
cuitos geradores de RF que podem ser utilizados para
injetar sinais a curta distância ou somente por acopla
mento direto, como é o caso dos geradores de sinais uti
lizados para ajuste dos circuitos sintonizáveis dos recep
tores, etc.
Achamos mesmo que o leitor que praticar no pro
jeto e construção destes tipos de geradores estará adqui
rindo uma grande prática, com gastos relativamente bai
xos e com poucas probabilidades de causar interferên
cias na vizinhança. Assim, recomendamos a nossos lei-
25
tores que leiam com muita atenção este capítulo e de
pois procurem executar alguns dos circuitos fornecidos
e, se possível, inovar, efetuando modificações e expe
riências para consolidar ainda mais seus conhecimentos.
cg _o
Figura 6 - Circuito
Hartley.
26
Um amplificador classe C que obtém a excitação de gra
de, através de um acoplamento ao circuito de saída de
placa, e utiliza um circuito sintonizante, seja a cristal ou
a combinação indutância-capacitância, se constitui em um
circuito oscilador. Se o valor do capacitador neutraliza-
dor Cn é aumentado até um valor comparável à capaci-
tância interna grade-anodo, o circuito oscila facilmente,
sendo a disposição clássica do circuito Hartley uma das
mais utilizadas.
Figura 7 - Circuito
Pierce-Colpitts
RI - 50 a 100 KQ
R2 - Aproximadamente
50 por cento tensão
placa
Cl - 0.001 mfd, cerâmi
ca
C2 - 0.01 mfd, poliéster
C3 -100 pF, cerâmica
C4 - De acordo com Ll,
p/ freq. cristal
Ll - De acordo com C4,
p/ freq. cristal
Xtal - Cristal
27
O circuito da figura 8 é denominado Gourier-Clapp
sendo de freqüência variável. Os valores indicados são
para operar na faixa dos 1,8 MHz. Para operar na faixa
dos 3,5 MHz os valor de Cl, C2, C3, C4, LI e L2 de
vem ser reduzidos de 50 por cento.
RI - 47 KQ
R2 - 50 por cento valor
tensão placa
Cl - Variável 50 pF
C2 - Variável 80 pF Para terminar nossa dissertação sobre circuitos bá
C3, C4 - 2200 pF, cerâ
mica sicos valvulares apresentamos um circuito muito efetivo
C5 -100 pF. cerâmica e utilizado por radioamadores em quase toda Europa,
C6 - 0,01, poliéster
CZ - 100 pF, cerâmica onde eficiência e economia andam de mãos dadas. Trata-
VI - Pentodo recepção se do circuito Vackar (Tesla) ilustrado na figura 2 aqui
reproduzido data vênia da Radio Society of Great Bri
tain (RSGB). Os detalhes construtivos das bobinas es
tão na tabela II. As formas destas bobinas devem ser de
5/16 com núcleo de ferrite (5/16 = 7,93 mm).
28
Tabela II
. Ll
Faixa-Freqüência Cl C2 C3 C4
N° Espiras (em pF)
N° Fio
(juntas)
1,8 2 MHz 34 70 556 556 4700 15-250
3,5 3,8 MHz 28 45 500 300 2700 10-100
7,0 7,3 MHz 26 30 200 200 1800 10-25
14 14,35 MHz 24 15 100 100 1000 10-35
Figura 9 - Circuito
X/ackar (Tesla)
Ll - Ver tabela II
L2 - Choque RF, 2,5 mH
Cl. C2, C3, C4 - Ver ta
bela II
C5 - 0,01, poliéster
C6 - 0,01, poliéster
C7 - 100 pF, mica
RI - 4,7 KO, 1W
R2 - 33 KC1, 1W
R3 - 4,7 K, 2W
VI - Pentodo recepção
105- 150 V.
29
recomendação anterior. O leitor deve tentar construir al
guns tipos e experimentar bastante, para adquirir prática
e então poder resolver por si próprio o que mais lhe
convém.
Os circuitos básicos de válvulas se aplicam também
em circuitos transistorizados. Vejamos por exemplo o da
figura 10. Trata-se de um Hartley que em nada difere
na parte oscilatória propriamente dita.
Figura 10 - Circuito
Hartley
30
Figura 11 - Circuito
Pierce.
Cl, C2 - Ver texto
C3 - 0,01, cerâmica
RI - 100K
R2 - 10 K
Ql - 2N706 ou similar
31
Gerador de Sinais para Ajustes
Para o ajuste de receptores existem naturalmente ge
radores profissionais, vendidos no comércio. No Brasil
temos a Labo, que fabrica ótimos aparelhos de medida,
incluindo-se geradores de sinais.
Figura 13 - Circuito Um circuito clássico é o de A. W. Wood (figura 13).
de A. W. Wood.
Utiliza uma válvula triodo-hexodo tipo ECH 81 ou simi
RI - 100 K
R2 - 1 meg
lar. O interessante deste circuito é que existem detalhes
R3 ■ 300 construtivos completos que permitirão ao leitor construir
R4 - 47 K
R5 - 68 K
realmente o gerador. A construção de bobinas (coisa hoje
VR1 - 250 K relegada ao abandono) é muito importante para quem
VR2 - 500
PFC - 2,5 mH
deseja construir transmissores. Familiarizar-se com o di-
Cl - 0,005 cerâmica mensionamento das indutâncias, ajustá-las, fazer oscilar,
C2 - 0,01 cerâmica
C3 - 0,01 cerâmica
tudo isto é muito importante para dar uma sólida base
C4 - 0,002 cerâmica àqueles que desejam realmente conhecer transmissão.
C5 - 0,01 cerâmica
C6 - 0,01 cerâmica
Daí a razão deste circuito, que pode parecer um pou
C7 - 0,02 cerâmica co obsoleto, por ser valvular, mas os leitores não devem
C8 - 0,01 cerâmica
C9 - 50 pF
esquecer que em matéria de transmissão as válvulas con
VC1 - 500 pF, variável tinuam sendo bem atuais, como já dissemos antes.
32
O circuito oscilante é o tradicional Hartley, e todas
as bobinas, em um total de 4, possuem tomada central.
O alcance de freqüências vai desde 200 KHz até 35 MHz,
mais que suficiente para ajuste de receptores na parte
de RF e FI.
A modulação deste gerador pode ser exterior, atra
vés do terminal assim designado e movimentação da cha
ve S2; ou a modulação pode ser interna quando se uti
liza uma tensão alternativa (de alimentação do filamen
to) através do potenciômetro VR2. Neste caso a freqüên-
cia de modulação é de 60 Hz. As bobinas devem ser en
roladas sobre tubos de material isolante a radiofreqüên-
cia. Tubos de PVC utilizados para encanamento de água
não servem. O diâmetro destes tubos deve ser de 31 mm
por uma extensão de 75 mm (1-1/4” X 3”). Os detalhes
de construção estão na tabela III.
Tabela III
Faixa
Bobina n.° N.° de espiras Detalhe de Construção Fio Freqüência
LI 200 • 3 camadas, 9,5 mm • 33 esmaltado. 198 - 486
Extensão cada lado to 1 capa seda KHz
mada central, espiras jun
tas. Espaço central 4,7
mm
33
Um gerador de sinais moderno pode ser apreciado
na figura 14. O autor do projeto é F. G. Rayer, recente
mente falecido, pessoa de dotes técnicos e humanos in
superáveis e que tão cedo deixou o nosso convívio.
O circuito utiliza bobinas Denco, de fabricação in
glesa, porém não difíceis de serem obtidas, através de
Figura 14 - Gerador aquisição direto na fábrica, para uso próprio, sem fins co
de sinais moderno, merciais, com bônus da Unesco.
34
gestão para colocação dos componentes e o painel frontal
com as escalas de alcance do gerador de sinais.
Figura 15 - Sugestão
para colocação dos
componentes
Figura 16 - Painel
frontal
35
*
♦ *
Capítulo III
Amplificadores de RF
Amplificadores de RF a Válvula
Uma vez gerada a RF, quase sempre a intensidade
ou potência do sinal não é suficiente para a maioria das-
aplicações. Torna-se então necessário amplificar o sinal.
As amplificações em RF são quase sempre efetua
das com circuitos tipo C. Em transmissão de SSB ou ban
da lateral suprimida usam-se amplificadores classe B e
são designados de amplificadores lineares. No passado,
construir-se um amplificador linear acima de algumas de
zenas de vátios era assunto problemático, mas hoje, gra
ças ao maior conhecimento do assunto e a componen
tes com desempenho especial, generaliza-se a tendên
cia de gerar-se a RF em baixo nível e depois fazer o sinal
passar por um amplificador linear, para atingir a potên
cia de saída desejada.
Porém entre o gerador do sinal (oscilador) e o está
gio final, podem existir estágios, que se bem forneçam
uma certa amplificação não são designados como am
plificadores. Temos pois os circuitos separadores (buffer),
os multiplicadores de freqüência e os excitadores. Os se
paradores são utilizados para isolar o circuito oscilador
e o estágio final para que não ocorra uma falta de esta
bilidade quando, sintonizando-se o estágio final, este dre
nasse energia do estágio anterior. Serve pois o separa
dor (buffer) como estágio tampão.
Os circuitos osciladores têm maior estabilidade quan
do operam em baixa potência e também em freqüên-
cias menos elevadas. Para se operar nas faixas de fre-
37
qiiências altas é preferível utilizar um cir
cuito gerador ou oseilador em freqüência
mais baixa e, através de um estágio sub
sequente, multiplicar a freqüência gerada,
para obter a freqüência de saída. Esta é
a função dos multiplicadores de freqüên
cia.
Como sempre há uma perda, os mul
tiplicadores são projetados para introdu
zir um certo ganho nesta função multipli-
cativa e por isso atuam de certo modo co
mo amplificadores.
Algumas válvulas dos estágios finais
(e também transistores) necessitam rece
ber um sinal de certa intensidade para que
operem em pleno regime. Neste caso, o
sinal gerado, depois de passar por um es
tágio separador ou não e deppis de ter sua
freqüência fundamental multiplicada ou
não, é injetado em um circuito que pré-
amplifica ou serve para excitar o estágio
final.
Na figura 17 temos um exemplo de
um transmissor valvular que utiliza duas
válvulas pentodos como osciladora ou ge
radora de RF e excitadora, havendo no es
tágio final uma válvula de potência duplo
triodo tipo 829 B, que continua a mere
cer a preferência dos veteranos que op
tam por válvulas quando operando em
freqüências de 50 MHz.
38
A válvula V2 atua como separadora e também multipli-
cadora. Na tabela IV temos os dados para construção
das bobinas Ll, L2, L3 e L4 para as faixas de 10 e 6
metros.
A função do último estágio de um transmissor é for
necer ao sistema irradiante a maior potência possível den
tro das características dos componentes utilizados.
Tabela IV
L4 • 2 espiras no centro de L3
39
Figura 18 - Disposi
ção em paralelo.
V2
VI
gRFC
40
VI
41
instabilidade indesejável, que produz explosões ou mo
mentos de oscilações, durante picos de excitação. Tam
bém esta instabilidade pode ocasionar freqüências espú
rias que produzem interferências dentro e fora da faixa
de amadores.
O leitor deve ter sempre em mente o seguinte: qual
quer quantidade de energia, por menor que seja, des
viada da energia desejada à saída é potência perdidade
e, além de reduzir a eficiência do equipamento, produz
interferências indesejáveis.
A capacitância intereletródica entre grade e placa po
de causar retroalimentação. A captância entre grade e
placa nas válvulas pentodos é menor que nos triodos,
devido ao efeito de blindagem exercida pelas grades au
xiliar (screen) e supressora. Quando a válvula tem a co
nexão de placa no topo (figura 20) é possível uma boa
isolação física entre entrada e saída, dependendo de uma
boa disposição dos componentes. Com o uso de pento
dos, até freqüências de 30 MHz, geralmente não há pro
Figura 20 - Válvula
com conexão de
placa de topo.
42
blemas de retroalimentação. Com triodos sempre exis
tem destes problemas em RF, mas não são insuperáveis.
A neutralização consiste em aplicar parte da RF de
saída, fora de fase, ao circuito de entrada a fim de can
celar os efeitos da retroalimentação positiva.
O processo usual é utilizar uma bobina de tanque
balanceada e ligar um capacitor no extremo oposto a ali
mentação, como se vê nos circuitos das figuras 21A e
21B. Quando o valor do capacitor é igual à capacitância
intereletródica da válvula, o estágio está neutralizado.
Para se ajustar corretamente a neutralização, desliga-
se a alimentação positiva da placa do estágio, e a cone
xão deste será levada à terra através de um capacitor de
passo (0,01 mfd, cerâmica). Aplica-se a excitação do es
tágio precedente ao amplificador de RF e, com um indi
cador sensível de RF, ajusta-se o capacitor de neutraliza
ção até que não exista nenhuma indicação de presença
de RF na bobina tanque (figura 22).
Figuras 21A e B - Li
gação do capacitor.
43
Figura 22 - Bobina
tanque.
44
Capítulo IV
Estágios de Saída
Saída Simples
A saída simples de um gerador ou transmissor é
constituída, quando se trata de válvulas, por uma só uni
dade ou várias, em paralelo. A designação simples é pa
ra diferenciar da saída simétrica (push-pull).
Na figura 23 temos um circuito de saída de RF sim
Figura 23 - Circuito
ples, utilizando uma válvula QV06-20 e, na figura 24, da saída simples,
temos outro circuito de saída simples utilizando um trio- com uma uâluula
do de potência 833A. QV06-20.
45
Figura 24 - Circuito Estes circuitos, publicados por cortesia da Radio So
de saída simples, ciety of Great Britain e da American Radio Relay Lea
com um triodo de
potência 833A.
gue, são apenas ilustrativos e não recomendaríamos aos
nossos leitores tentar construir por duas razões: o pro
blema legal já apontado e ainda porque, naturalmente
sem prática, teriam dificuldades em construir os circui
Figura 25 - Circuito tos complementares de oseilador, separador, fonte de ali
transistorizado, saída mentação e modulação. Mais adiante os leitores encon
simples. trará circuitos completos, mais simples.
IW
INPUT
50/1
46
Saída Simétrica
A saída simétrica ou push-pull se constitui de duas
ou mais válvulas (sempre em números pares) dispostas
de modo a funcionar em oposição. O mesmo se aplica
ao circuito transistorizado. Na figura 26 temos um circui
to simétrico a válvula e, na figura 27, um circuito simé- Figura 26 - Circuito
trico a transistor. simétrico a válvula.
47
Figura 27 - Circuito Bobina Tanque
simétrico a transis Do bom projeto e do cuidado na construção depen
tor.
dem em grande porcentagem o êxito do transmissor ou
gerador de RF. A bobina de tanque, seja ela com núcleo
de ar ou com núcleo de ferrite deve ter uma relação L-C
adequada para o fator Q ou figura de mérito. Um valor
entre 10 e 20 é satisfatório. Se o valor do fator Q for
inferior a 10 haverá grande produção de harmônicos e
dificuldade de acoplamento indutivo para o circuito irra
diante ou antena. Por outro lado um valor de Q muito
acima de 20 ocasionará uma alta corrente no circuito e
aumento de perdas na bobina. Aos leitores interessados
nos aspectos técnicos, detalhados, recomendamos a lei
tura do Radio Amateurs Handbook da ARRL, últimas
edições.
48
Acoplamento Indutivo
Um sistema indutivo pode ser apreciado na figu
ra 28. A bobina captadora, tambpem denominada
de link, pode ter sua aproximação regulável ou então
ser instalado um condensador variável (Cl na figura
28). Porém em equipamentos amadores utilizam-se re
des de acoplamentos mais flexíveis, tais como a disposi
ção pi, porque a configuração dos dois capacitores e bo
bina assemelham-se a letra grega, daquela denomina
ção (figura 29).
Figura 29 - Rede de
acoplamento, dispo-
(B)
49
Capacitores Circuito Tanque
Nos circuitos do tanque deve-se evitar o uso de ca
pacitores inadequados, isto com respeito ao dielétrico.
Em pequenas potências, onde a saída é resistiva e a po
tência não excede 1 kW de potência de entrada (pico-a-
pico), pode-se utilizar capacitores com dielétrico de ar,
tipo recepção. Para valores de potência mais elevados
os capacitores devem ser com dielétrico de ar, porém do
tipo para transmissão. Deve-se evitar capacitores de mi
ca ou cerâmica para potências superiores a 40 vátios. Mas
uma boa prática é utilizar, sempre que possível nos cir
cuitos tanques, capacitores com dielétrico de ar.
50
Capítulo V
Irradiadores e Antenas
Alimentador
O alimentador de uma antena é o condutor ou con
junto de condutores que ligam o tanque do estágio final
à antena propriamente dita.
51
Os alimentadores podem ser de fios condutores sim
ples, cabos coaxiais, fios trançados etc. Os alimentado
res mais comuns atualmente são os cabos coaxiais (figu
ra 30), porém foram utilizados no passado e ainda dão
bons resultados, para baixa potência, as denominadas
linhas de alimentação de TV e até os fios de instalação
elétrica, para exterior, recobertos de plástico e trançados,
pois apresentam a impedância ideal para antenas dipo-
los, além de não oferecerem o desequilíbrio que sucede
nos cabos coaxias entre o fio central e a blindagem, pa
ra antenas dipolos.
Figura 30 - Cabo
coaxial.
52
Figura 31 - Tipos de
alimentadores.
53
Irradiador
Considera-se irradiador todo e qualquer objeto que
permita a propagação da RF produzida no transmissor
e levada ao dito irradiador através de uma linha de trans
missão ou alimentador. A expressão irradiador pode ser
utilizada em certos casos como eufemismo, para contor
nar certas exigências, que proíbem a aplicação da RF a
antenas.
Antena
Antena é um ou mais de um condutor ao qual se
aplica RF para que irradie. O dimensionamento, posicio
namento, disposição destes condutores classifica a ante
na como direcional, não direcional, múltiplas freqüên
cias, etc.
0 = 14%
EXTENÇÃO TOTAL
ALIMENTAÇÃO
FORA DE CENTRO
FIO N2 14
54
sor (figura 32). O posicionamento do alimentador é crí
tico, mas é uma antena efetiva, simples e que pode ser
construída em menos de uma hora de trabalho. Apesar
de simples tem uma certa direcionalidade, ao longo da
parte horizontal e com maior intensidade na direção da
parte mais curta, para a parte mais extensa da parte ho
rizontal. A parte horizontal deve ter um comprimento
equivalente a 95 por cento de 1/2 onda da freqüência
em que vai operar o transmissor. A descida, de fio n.°
14, deve ser situada a 14 por cento do centro geométri
co da parte horizontal. A extensão da baixada ou fio de
alimentação não é crítico, mas deve-se evitar que toque
em paredes, árvores etc.
Antena Doublê
A antena mais simples, depois da anterior, é a dou
blê (figura 33). A extensão da parte horizontal equivale
a 95 por cento do comprimento de 1/2 onda em que
vai operar o transmissor. Porém, note-se, este compri
mento geométrico deve incluir a extensão do isolador
central. A alimentação da antena doublê pode ser atra- pigura 33 Antena
vés de cabo coaxial, fio paralelo, fio trançado etc. O afas- doublê.
55
Figura 34 ■ Linha de
alimentação espaça
da, na antena dou-
blê.
56
Figura 35 - Transfor
mador adaptador de
impedância.
57
Figura 36 - Diagra que realmente sejam possuidores de conhecimentos téc
ma polar de radia nicos e não consumidores de produto enlatado...
ção de antena.
As antenas doublês possuem propriedades diretivas,
aliás como toda a antena, à exceção das verticais, de uma
só haste (e isto mesmo no campo horizontal). Nas dou-
blê, a radiação é tipo 8 (figura 36). Denomina-se de dia
grama polar de radiação da antena ou simplesmente dia
grama polar.
Assim, estando a parte horizontal da antena dou
ble na direção norte-sul, o diagrama polar será de maior
intensidade nas direções este-oeste.
Uma das atrações da antena doublê é sua extrema
simplicidade de construção e, utilizando cabo coaxial ou
58
linha de baixa impedância (fio trançado, com isolação
plástica, de instalação elétrica ao tempo, por exemplo),
não há praticamente limitação de comprimento nem ob
jeção a passar próximo de paredes, árvores etc.
59
Figura 39 - Antena Como dissemos, esta direcionalidade depende do
rômbica. tipo da antena. A antena que mais ganho dá, em deter
minada direção, é a antena rômbica (figura 39). Porém,
sua construção exige espaço, quatro mastros e bastante
fio. Para quem possua um terreno amplo é a antena ideal,
para assegurar em uma direção predeterminada o mais
intenso sinal que se possa desejar.
Mas, a não ser que houvesse um meio de fazer gi
rar os mastros suportes da antena, a direção da rômbica
é fixa. Quem possui por exemplo, um transmissor na re
gião central do Brasil teria um diagrama polar ótimo pa
ra um quadrante e perdería os outros setores. Poderia,
é certo, possuir mais de uma antena rômbica, porém is
to já seria um pouco delirante, um sonho nababesco, in
justificável para a quase sempre bolsa magra do radioa
mador.
60
Antena Direcional Móvel
As antenas direcionais móveis podem ter seu dia
grama polar girado mecanicamente ou eletricamente.
Quando dizemos mecanicamente é pelo recurso de fa
zer girar mecanicamente todo o conjunto da antena. Ele
tricamente é pelo recurso de, modificando a aplicação
do sinal de RF na antena, obter que seu diagrama polar
se modifique.
Uma antena direcional móvel pode ser qualquer an
tena que tenha facilidade de ser girada. Antes da II Guerra
Mundial, na Holanda, a Philips possuía uma potente es
tação de ondas curtas (HCJ) que irradiava programas
em vários idiomas, para todos os países (figura 40). A
Figura 40 - Antena
carrossel da Philips.
61
antena, constituída de duas imensas torres de sustenção,
instaladas sobre chassi com rodas, era girada, como em
um carrossel, sobre trilhos, instalados em amplo círculo.
Esta antena, única no mundo, foi destruída durante os
bombardeios que sofreu a Holanda, por parte da avia
ção nazista.
Assim, o leitor que possua recursos pode transfor
mar uma simples antena double em antena giratória. Mas
isto só é economicamente recomendável quando se ope
ra em freqüências muito altas, em que o comprimento
físico da antena está na ordem da fração de metro. Fa
zer girar uma antena doublê de 1/2 onda, em 80 me
tros, é algo fantasioso. Mas factível, se houver determi
nação, espaço e dinheiro...
Quando se deseja aumentar a intensidade do sinal
em uma determinada direção, utilizam-se recursos tais
como diretores e refletores para que o sinal ganhe inten
sidade na direção desejada. Os refletores, como o no
me indica, atuam como espelhos, fazendo que o sinal,
que seria irradiado na direção não desejada, seja refleti
do de volta, para a direção desejada. Já os diretores,
atuando a frente do elemento ativo da antena, reforçam
o sinal na direção desejada (figura 41).
Figura 41 - Diretores
e refletores aumen
tam a intensidade
do sinal em determi
nada direção.
62
Podería parecer, à primeira vista, que coiocando-se
refletores e diretores em grande quantidade, se conse
guiría um aumento de sinal na direção desejada, em uma
proporção direta aos elementos colocados, que são cha
mados de elementos parasitas porque não têm ligação
física com o sistema radiante da antena. Porém tal não
sucede; um número muito elevado de refletores ou di
retores acaba sendo contraproducente. Três a quatro re
fletores e um a dois diretores são quantidades conserva
tives que asseguram o máximo de rendimento sem ne
nhum fator contraproducente.
As antenas direcionais móveis são giradas manual
mente ou mecanicamente. Existem no comércio moto
res associados a eixos verticais, que permitem o giro de
360° de antenas direcionais. Estes tipos rotacionais são
muito utilizados em frequências elevadas onde o dimen-
sionamento físico das antenas é reduzido.
Porém a direção ou modificação do diagrama po
lar pode ser alterada apenas pelo recurso de modificar
o tipo de injeção ou alimentação do sinal de RF, na an
tena propriamente dita.
Por exemplo, em uma antena alimentada em um
extremo, seu diagrama polar pode se modificar em 180°
se a alimentação passar de um extremo ao outro. Tam
bém em um dipolo duplo, ou seja, duas antenas doublê
situadas uma em relação a outra, em ângulos de 90°,
é possível, pela alimentação de uma e outra ou o lado
de uma com o lado da outra, obter uma rotação no dia
grama polar, abrangendo, por vez, todos os setores do
quadrante: Norte, Sul, Este e Oeste, (figura 42). Isto exi
girá uma chave comutadora à saída do transmissor, po
rém o trabalho que isto dá é amplamente compensado
pela possibilidade de efetuar a rotação do diagrama po
lar, sem peças móveis.
63
Figura 42 ■ Com a
alimentação ade
quada é possível ob
ter, no diagrama po
lar, uma rotação que
abranja todos os se
tores do quadrante.
64
Capítulo VI
Acoplamento à Antena
Circuitos de Acoplamento
Se, em um sistema transmissor-receptor a antena
é o elo mais fraco, mais vulnerável, o acoplamento da
mesma ao transmissor é um dos pontos cruciais de todo
o processo de transmissão. Projetar e construir circuitos
osciladores, separadores e de potência é relativamente
fácil e podemos dizer que é algo de concreto com que
se lida. Porém, quando chega ao estágio de transferên
cia da potência de RF do tanque final para a antena, qua
se sempre situada em locais altos, fora do alcance que
se tem aos outros equipamentos na bancada, as coisas
começam a ficar mais difíceis.
De um acoplamento adequado entre o estágio fi
nal e a linha de alimentação depende o rendimento do
transmissor, eliminação de ondas estacionárias e redu
ção de harmônicos. Vale a pena perder algum tempo
discorrendo sobre o assunto, pelo muito que ajudará o
leitor nas suas realizações de transmissores.
De início, no sistema de acoplamento, quando em
circuito vaivulares, há que mudar ou adaptar a alta im-
pedância de uma válvula à baixa impedância da linha
de alimentação da antena. Para isso, utiliza-se um trans
formador de redução como se vê na figura 43A e 43B.
Na figura 43A o acoplamento entre a bobina tanque e
a bobina secundária (link) é variável; na figura 43B é fi
xo, porém há um capacitor variável no link, para ajuste.
65
Figura 43 - Transfor
mador de redução.
Em A, o acopla
mento entre a bobi
na tanque e a bobi
na secundária é va
riável; em B, é fixo.
66
a linha de alimentação é um cabo coaxial, em que um
dos lados não é aterrado, este processo é muito apro
priado.
Para estágios de saída simples e linhas de cabo coa
xial o sistema de acoplaménto pi (porque se assemelha
à letra grega pi) é muito popular (figura 44). Ele permite
o casamento do tanque de saída com o link, perfazendo
o duplo de trabalho de casamento de impedância e res
sonância do estágio de saída. E muito apropriado para
impedâncias entre 50 e 75 ohms, valor da maioria dos Figura 44 - Sistema
cabos coaxiais. de acoplamento pi.
Lj
4
> ->•
TANQUE RF
67
Figura 45 - Circuito rito adequada para uma bobina de circuito tanque deve
típico de um ampli ser da ordem de 10 a 20. A figura de mérito (Q) é de
ficador de RF.
terminada pela relação L/C e a carga resistiva em que
trabalha o circuito e pode ser obtido pelas seguintes
fórmulas:
RL = VOLTAGEM PLACA
(D
CORRENTE PLACA X 2
• Para transistores:
VOLTAGEM COLETOR2
POTÊNCIA SAÍDA EM VÁRIOS X 2 (2)
68
Acoplamento de Antenas
Quando uma bobina do estágio final de um trans
missor é ligada, através de uma bobina link ou outro pro
cesso, à linha de transmissão e esta à antena, seu valor
de Q e impedância se modificam em uma proporção di
reta ao tipo de linha de transmissão, antena e grau de
acoplamento.
O acoplamento indutivo é mais vantajoso que o aco
plamento capacitivo; e, no sistema indutivo, é melhor uti Figura 46 ■ Circuitos
de acoplamento à
lizar uma bobina de poucas espiras (link) que, além de
antena. Em A, im
permitir o acoplamento, reduz a impedância. Na figura pedância de saída
46 temos circuitos de acoplamento à antena. Em A a baixa; em B, alta.
?
7 7
'.... f
n
69
impedância de saída, na disposição emissor comum, é
baixa; em B a impedância de saída, em disposição base
comum, é alta, daí não necessitar a derivação na bobina.
Em próximo capítulo, na parte prática, construcio-
nal, daremos dados práticos de acoplamento entre o es
tágio final e as antenas, bem como processos de medir
as ondas estacionárias, dimensionar as antenas, etc.
70
Capítulo VII
Fontes de Alimentação
Transformadores
Nas fontes de alimentação, um componente impor
tante é o transformador. No Brasil existem várias firmas
que produzem este material, como a Wilkason, em S.
Paulo, Dylson Transformadores, no Rio etc. Existem mui
tas outras firmas fabricantes de transformadores, que in
clusive fabricam sob encomenda, de acordo com a exi
gência do cliente.
Também o leitor pode, tendo prática, enrolar seu
próprio transformador.
O que é importante é que o transformador seja bem
dimensionado para poder funcionar, se necessário, ho
ras seguidas sem superaquecer. Também deve possuir
seção adequada de ferro para ter uma boa regulagem,
71
isto é, poder fornecer a corrente demandada sem mui
tas variações do valor de voltagem.
O leitor deve ter em mente que, se a voltagem de
alimentação sofre variações quando se transmite, pode
rá ocorrer variação da freqüência do oscilador, variação
na profundidade de modulação, etc. resultante em pés
simo sinal.
Estabilização da Voltagem
A estabilização da voltagem, fornecida por um trans
formador, pode ser obtida no primário, com a utilização
de um processo de regulagem automática, ou no secun
dário. Neste caso, a estabilização pode ser depois que
ocorra a retificação ou antes.
Quando no primário, utiliza-se um núcleo saturá-
vel. Quando a voltagem aumenta no primário e conse-
qüentemente no secundário, um terceiro enrolamento,
sintonizado à freqüência da rede, satura o núcleo, pro
Figura 47 - Regula
dor com núcleo de duzindo a redução da voltagem. Quando a voltagem no
saturação. primário decresce o processo é inverso (figura 47). Deste
DERIVAÇÃO
72
modo um transformador com núcleo saturável opera
sem peças móveis, sendo prático, mas seu custo é um
pouco elevado.
Uma outra solução, muito menos custosa e que po
de ser aplicada em transformadores já existentes, é do
diodo Zener (figura 48).
Figura 48 - Diodo
Zener.
73
Retificação e Filtragem
Retificação é o processo de transformar a corrente
alternativa em corrente contínua, filtrada, apropriada para
o uso.
A retificação pode ser efetuada por válvulas ou se-
micondurores. Como existem ainda muitas válvulas re-
tificadoras, daremos um circuito que as utiliza, mas fare
mos mais ênfase nos circuitos com diodos semicondu
tores.
Nas figuras 50, 51 e 52 temos as três disposições
clássicas de retificação com diodo semicondutor: 1/2 on
da, onda completa com derivação central e onda com
pleta com disposição em ponte. A disposição 1/2 onda
é a menos custosa, porém a voltagem é mais difícil de
filtrar e é baixa, pois somente meios períodos são utiliza
dos. Na disposição da figura 51, de onda completa com
derivação central, é necessário que o secundário do trans-
Figuras 50, 51 e 52 +
- Três disposições
clássicas de retifica
ção com diodo se
micondutor: 1/2
onda (50), onda
completa com deri
vação central (51) e
onda completa com
disposição em pon
te (52).
74
formador possua uma tomada ou derivação central. Na
disposição ponte pode ser utilizado um transformador
idêntico ao da figura 50; a filtragem, porém, é mais fácil
e a voltagem, mais elevada.
A filtragem, depois da retificação, é um item impor
tantíssimo. Sem uma boa filtragem os circuitos de radio-
freqüência (RF) e audiofreqüência (AF) podem apresen
tar desempenho sofrível e até mesmo causar interferên
cias indesejáveis. Assim, um cuidado especial deve ser
dedicado à retificação e filtragem.
A filtragem mais simples que há, para uma volta
gem de corrente alternada (c.a.) depois de devidamente
retificada com um só diodo, quando apresenta ondula
ções (figura 53) de 1/2 onda.
Figura 53 - Filtragem
com ondulações de
1/2 onda.
(A )
75
A função da filtragem será absorver parte da volta
gem produzida no 1/2 ciclo de presença, para restituir
no espaço seguinte, onde não haveria voltagem libera
da pelo diodo, já que o meio ciclo seria de polaridade
oposta ao anterior. Esta é a razão por que no passado
se denominavam estes capacitores de filtragem de reser
vatórios, pois guardavam ou reservavam a energia elé
trica para depois a fornecerem, quando havia deficiên
cia ou falta no 1/2 ciclo seguinte.
Quando se utiliza retificação de onda completa, te
mos, como resultante de corrente contínua, dois meio
ciclos (figura 54.) Isto torna mais fácil a filtragem do ponto
de vista capacidade e estabilidade.
Figura 54 - Retifica
ção de onda com
pleta. O—
AC
LINE
O-
(A)
76
Quando, além do capacitor de filtragem se colocam
um choque, ou seja, um solenóide com núcleo de ferro
silício ou material apropriado, a filtragem é mais efetiva
(figura 55). Se colocamos dois choques, melhor ainda
(figura 56). Porém, vai aqui uma palavra de alerta:
E necessário que os valores de indutância e capaci-
tância dos filtros sejam corretos, caso contrário pode ocor
rer um fenômeno de ressonância com a freqüência das
Figura 55 - Capa
ondulações (60 e 120 Hz) e o efeito ser contrário ao de
citor de filtragem a-
sejado. Para se evitar isso, deve-se utilizar valores de in crescido de um cho
dutância em henries e de capacitância em microfarads que.
Cz Figura 56 - Capa
+ô
-O
citor de filtragem
acrescido de dois
choques.
77
o dobro deste é adequado. Se for utilizado um valor
L X C muito alto, a ressonância talvez ocorra em algu
ma sílaba da palavra ou na manipulação em CW. E re
comendável a leitura de uma obra especializada como
o The Radio Amateurs Handbood 1982 (p. 5-7), para
maiores detalhes da construção de fontes retificadoras
e filtragens.
No capítulo destinado a montagens práticas, serão
indicadas várias fontes retificadoras com filtragem apro
priada.
78
Capítulo VIII
Modulação
79
esta variação da potência da portadora. Sofre então o
processo de deteção e obtemos o sinal de áudio idênti
co ao que foi originado pelo microfone (figura 57B, C
e D).
Assim, a modulação serve para imprimir inteligibili
dade, sentido, à portadora de radiofreqüência criada pelos
estágios geradores de RF.
Tipos de Modulação
Existem dois tipos clássicos de modulação. Modu
lação em amplitude (AM) e modulação em freqüência
(FM). Existem ainda outros processos de modulação, co
mo de fase, digital etc., que não serão abordados neste
livro que se destina a servir de base para o experimenta-
dor e radioamador que deseja se iniciar na arte de trans
missão. Aos que leiam estas linhas com espírito crítico
desejamos dizer que o Brasil estaria muito bem servido,
mas muito bem servido mesmo, se a grande maioria dos
radioamadores atuantes soubesse construir, desde o sim
ples projeto na prancheta até o ponto final de antena per-
feitamente casada, um transmissor, digamos de 50 vá-
tios, modulados entre 80 e 100 por cento, em AM. O
cordial desafio ficará de pé ainda por muitas edições deste
livro...
A modulação FM em lugar de efetuar a potência
da portadora, afeta a freqüência. O transmissor irradia
em uma freqüência central (quando não está modula
do) e tem um afastamento desta freqüência, quando é
modulado. Deste modo a faixa que ocupa é muito maior
do que em AM. Em AM ocupará entre 6 e 10 KHz, em
FM ocupará até 25 MHz, isto em se tratando de radioa
madorismo, pois para radiodifusão a largura é maior (75
MHz) para incluir toda a faixa de audiofreqüência.
80
Modulação em Alto Nível
Chama-se assim o processo de modular a onda por
tadora no estágio final de RF. O estágio modulador apli
ca o sinal na linha de alimentação do estágio final do
transmissor, como se pode apreciar na figura 58. Quan
do se trata de transmissores de potência reduzida, até
por exemplo 100 ou 150 vátios, a modulação em alto
nível é a que mais rendimento dá em função de econo
mia x rendimento.
FINAL RF
Figura 58 - O estágio
modulador aplica o
sinal na linha de
alimentação.
81
Quando, porém, a potência de RF é elevada, a mo
dulação exigida, em vátios, também é elevada (a potên
Figura 59 - Onda cia de áudio requerida é de 50 por cento da potência
portadora analisada de entrada em c. c. do estágio de RF). Se a potência
em osciloscópio; A-
sem modulação; B -
de entrada em c. c. do estágio de RF é 100 vátios, o mo-
com 80 por cento dulador de áudio deve poder fornecer, folgadamente, 50
de modulação; C - vátios.
com 100 por cento Na figura 59 temos as imagens que surgem em um
de modulação; D -
com excesso de mo osciloscópio quando se analisa a portadora de RF sem
dulação. modulação, com 80 por cento de modulação, com 100
por cento de modulação e com excesso de modulação.
A - Portadora não mo
dulada
B - Portadora modulada
a 80%
Modulação em Baixo Nível
C - Portadora modulada A modulação em baixo nível é utilizada quando se
a 100%
D - Portadora modulada
usam transmissores de grande potência ou, atualmente,
supermodulada nos circuitos transistorizados. A modulação é efetuada
A B C D
82
Na figura 60 temos um circuito amplificador linear
utilizando transistores FET, de autoria do radioamador
Modulação em FM
A FM tem muitos atrativos (e também algumas des
vantagens); porém, sem dúvida, a baixa potência de áu
dio necessária para a modulação total, quando compa
rada com AM, é a favor da primeira. Há também me
nos ruído na transmissão-recepção da FM, se bem que
isto em parte possa ser atribuído ao fato de que as fre
quências onde se pode operar com FM são, por nature
za, menos ruidosas. Não se pode, por exemplo, compa
rar o ruído existente na faixa dos 40 metros com o ruído
quase inexistente na faixa dos 2 metros, isto indepen
dente do tipo de modulação.
83
Na figura 61 temos uma portadora modulada em
FM. O processo é inteiramente diferente de AM. Há uma
freqüência central e os desvios são para ambos os lados.
Notem, na figura 61, que a máxima modulação aumen
ta o número de períodos ou freqüência e que a mínima
modulação diminui o número de períodos de freqüên
cia, em comparação com a freqüência ou número de pe
ríodos da freqüência central, isto em função do sinal de
modulação. Existem dois processos clássicos de FM.
Figura 61 - Portado
ra modulada em
FM.
Modulador de Reatância
Um circuito a válvula ou transistor é utilizado para
variar a capacidade ou indutância de um circuito oscila-
tório e obter deste modo a FM.
Modulador de Fase
A FM também pode ser obtida pela comutação da
fase de uma onda de RF de acordo com as variações
do sinal modulante. Este processo é muito utilizado em
transmissões tipo tiuo-way.
84
Na figura 62 temos um modulador de fase, típico,
utilizando válvula (A) e transistor (B).
Figura 62 - Modula
dor de fase. Em A,
utiliza-se válvula; em
B, transistor.
85
Varactor
A utilização de diodos que variam a capacidade em
função de uma voltagem aplicada pode ser outro meio
de obter FM (figura 63). O sinal de áudio introduz uma
variação de voltagem no diodo Dl que, tendo sua capa
cidade alterada, produz o desvio de freqüência.
86
Capítulo IX
Instrumentos de Medida
A Necessidade de Medir
Se medimos algo, teremos condições de saber o que
sucede e também poder repetir o acontecimento, desde
que observando as condições anteriores que levaram ao
evento.
Em transmissão é necessário possuir um mínimo de
instrumentos ou processos de medir para evitar que os
geradores de RF ou os transmissores funcionem de ma
neira inadequada, causando prejuízos ao usuário e ou
tras pessoas. Estes prejuízos podem ir desde um funcio
namento inadequado do transmissor, até causas mais sé
rias, inclusives ilícitos penais.
Voltímetro Eletrônico
O circuito da figura 64 é de um voltímetro eletrôni
co de custo relativamente baixo. Sua resistência de en
trada é da ordem de 200 kilohms por volt, mais que ade
quado para circuitos valvulares ou transistorizados. O me
didor utilizado é robusto, sendo de 0-1 mA e usa dois
circuitos integrados da série muito popular 741.
As escalas de alcance são de 1 a 20 volts, porém
podem ser expandidas utilizando-se em SI uma chave
de maior número de pólos e resistores de maior valor
como se vê na figura 65.
87
Figura 64 - Circuito ■ "i
IOM n.
de uoltímetro eletrô
nico.
Figura 65
+ó
S O - 10 V
4 O-SOV
3 0- IOOV
88
Ponte para Medição de Indutâncias
No circuito da figura 66 temos uma ponte para medir
indutâncias, utilizando uma freqüência de 1.000 Hz. O
circuito original foi publicado na Revista Espanhola de
Eletrônica, de onde retiramos, data vênia, os dados prin
cipais.
A indutância a ser medida é ligada aos terminais BI
e B2, seleciona-se a faixa de alcance através do comu-
tador S2 (ver tabela na figura). Gira-se o potenciômetro
Figura 66 - Ponte
RIO até que não se escute som nos fones. Este poten para medir indutân
ciômetro RIO deve estar rigorosamente calibrado. Mui- cias.
89
tiplicando-se o valor ohmico de RIO pelo fator de co
mutação da chave S2, teremos o valor da indutância.
Grid-Dip
Um instrumento indispensável para quem experi
menta ou constrói transmissores é o indicador de mer
gulho ou grid-dip. Permite o grid-dip (GD) medir freqüên
cias, capacidades, indutâncias, como freqüência de res
sonância de bobinas e antenas. O circuito que descreve
remos abrange, em seis jogos de bobinas, a faixa de fre
qüências que vai de 3 a 160 MHz, o que permite operar
em todas as faixas (ou quase todas) do radioamadoris-
Figura 61 - Circuito mo. Na figura 67 temos o circuito do grid-dip e, na figu
do grid-dip. ra 68, uma disposição dos componentes.
90
Figura 68 - Disposi
ção dos compo
nentes no circuito
grid-dip.
91
Figura 69 - Detalhe NÚCLEO
para a construção da
bobina n° 5.
ALGODÃO
Ondâmetro
Para os que não desejem construir um grid-dip re
comendamos este ondâmetro, que é simples e bastante
sensível.
A bobina tem 2,5 cm de diâmetro e deve ser de ma
terial isolante, como paxolin, acrílico, etc. A extensão do
enrolamento, que será a espiras juntas, ocupará cerca de
5 cm. Os detalhes estão na tabela V e o circuito do on
dâmetro está na figura 70.
Tabela V
LI — 65 espiras, fio esmaltado, 0,5 mm. Espiras juntas sobre fôr
ma de 2,5 cm de diâmetro. Derivações na 30°, 45°, 55°, 60° e
65° espiras, a contar do lado de massa.
92
V7ant. Figura 70 - Circuito
de ondâmetro.
çj_ cj_ Cl, Ç2 - 0,001 mica
L2 F
C3 ■ 140 pF variável
CRI - Diodo de deteção
CHRF1 - Choque RF
2,5 mH
60 Ml - Medidor sensível
Ti 10-11 l (250 p A, 500 p A,
Í
1 p A, etc.)
C3 Ll Chave 1 pólo, 6 po
LI ^31 sições
MTRS
~ IS-20 j ► 180
MTRS
MTR3
1
O
o»
40 -J
________ MTRS J
O 30 50 f
MTRS
-------- 1
Marcadores de Freqüência
O sistema básico marcador de freqüência para o ra
dioamador é um cristal de 100 KHz, que permite cali
brar a escala dos receptores com pontos separados de
lOOKHz. Na figura 71 temos um circuito favorito dos que
ainda utilizam válvulas.
Figura 71 - Circuito
ideal para o uso de
válvulas.
93
Para os que preferem utilizar transistores temos, na
figura 72, dois circuitos utilizando transistores comuns.
Figuras 72 A e B -
Dois circuitos com
utilização de transis
tores.
94
pleta descrição do aparelho e método de aplicação po
de ser encontrado no livro Faixa do Cidadão de nossa
autoria e publicado por esta mesma editora.
Instrumentos Vários
Em certas firmas especializadas em venda de suca
ta de rádio existem plenitude de medidores analógicos,
isto é, de ponteiro, que custam uma fração do preço de
um instrumento novo. Possuir miliamperímetros, voltíme-
tros etc., que permitam medir simultaneamente as ten
sões e correntes dos circuitos sob experimentação, com
pensa de muito o dinheiro gasto nos mesmos.
Multímetros
A construção de um multímetro ou V.O.M. não apre
senta dificuldades. O problema é a calibração das várias
escalas do medidor. É preferível adquirir um instrumen
to já pronto, de fabricação industrial ou comercial, ou en
tão conseguir por empréstimo um instrumento destes pa
ra medidas mais corretas de resistores e os shunts para
os instrumentos avulsos que possuam.
Osciloscópio
Para o radioamador um osciloscópio serve princi
palmente para a verificação da portadora, circuitos de
95
áudio etc. O custo elevadíssimo de um osciloscópio —
que possui sempre mais recursos do que os necessita
dos pelo radioamador — torna a aquisição de um mui
to discutível.
Todavia, em um próximo livro sobre osciloscópios,
descreveremos tipos simples, apropriados para medidas
de radiotransmissão, em nível de radioamador.
96
2.a Parte
Circuitos
Práticos
Circuitos Práticos
Introdução à Prática
A limitação de espaço, em qualquer livro, torna pra
ticamente impossível abranger todos os aspectos práti
cos da construção de circuitos eletrônicos. Por um lado,
há a quase total ignorância, por parte de grande núme
ro de leitores, de como utilizar ferramentas. Isto advindo
de ensino equivocado nos primeiros anos escolares, neste
nosso país, onde o primeiro grau, que deveria ser a ba
se de preparo para todas as atividades, é o desastre que
se sabe.
Além de um ensino que não busca criar uma boa
coordenação cérebro-mão para desenvolver a habilida
de de fazer coisas práticas, temos o vezo de nos dirigir
mos para o nível universitário, julgando desprezível as ati
vidades profissionais enquadradas na nebulosa classifi
cação de grau médio.
Como resultado, além de inabilidade de fazer as coi
sas pessoalmente, a maioria das pessoas que se dedica
ao radioamadorismo não tem condições sequer de pro
jetar seus equipamentos. Pode parecer que estamos exa
gerando, mas basta escutar a faixa dos radioamadores
brasileiros: além do linguajar (ver o livro já citado, Faixa
do Cidadão) e referência a equipamentos é toda em ba
se de modelos comerciais. Raramente se ouve referên
cia a uma nova antena desenvolvida por um radioama
dor, a um circuito transmissor com tal ou qual caracte
rística introduzida por um experimentador nacional, en
99
fim uma demonstração de que a vasta rede de radioa
madores, talvez a segunda ou terceira maior do mundo,
se constitui na grande maioria de usuários, com grande
dose de espírito associativo e comunitário mas que, nu
ma ínfima porcentagem, se dedica ao radiomadorismo
“para o desenvolvimento da arte, sem fins lucrativos’’, co
mo prescreve a base mundial sobre a qual se assenta o
verdadeiro espírito do radioamadorismo.
Por estas e muitas outras razões que não cabem aqui
apontar, mas que estão nos milhares de artigos que du
rante nossa vida profissional escrevemos (quase 5 déca
das), dedicamos nossos escritos à tentativa de despertar
no leitor o gosto pela construção prática, em escala mo
desta, para que desenvolva conhecimentos objetivos de
como montar seus próprios transmissores e outros apa
relhos.
A potência dos transmissores aqui indicados não dá
classificação de tubarão mas nem por isso devem os lei
tores ficar desapontados.
Como dissemos páginas atrás, o valor reside em,
com potência pequena, linha e antena de transmissão
bem casadas, colocar o sinal bem distante.
Saber observar as condições de propagação, horas
de melhor abertura das faixas e com o transmissor bem
ajustado efetuar o QSO e conseguir o QSL.
Quando então dominem bem a questão de cons
trução de transmissores poderão sair para a construção
(se ainda julgarem importante) de transmissores de até
1 kW. Mas, antes, aprendam a dominar bem o assunto,
praticando nas construções de equipamentos mais
modestos.
100
Transmissor Simples
Este transmissor deve exercer um forte apelo ao que
se inicia. Extremamente simples pode ser construído para
operação somente em onda Al (CW-telegrafia) (figura
Figura 74 - Trans
74) ou então para fonia (A3) utilizando o modulador da missor simples para
figura 75. operação em onda.
101
Notem os leitores que este transmissor, que utiliza
apenas duas válvulas — para o iniciante é recomendá
vel utilizar válvulas, por razões explicadas no prefácio —
e pode operar em todas as faixas do radioamadorismo,
e também na Faixa do Cidadão, devendo neste caso ha
ver cuidado para que a potência não exceda o permiti
do pela lei.
As válvulas utilizadas são, no circuito do cristal, pen-
todos amplificadores de vídeo, para TV, das quais exis
tem muitas ainda nas prateleiras das casas do ramo. A
saída pode ser, desde a clássica 6L6GC, até válvulas de
deflexão horizontal, para TV. Deste modo o leitor tem
muitos tipos alternativos para construir este transmissor,
que é realmente confiável.
A fonte de alimentação está indicada na figura 76;
os detalhes para as bobinas estão na tabela VI, e os cris
tais são indicados na tabela VII.
Tabela VI
MHz Ll L2
3,5 MHz • 35 espiras, fio 22 esmaltado, es- • 22 espiras, fio 22 es-
piras juntas, 25 cm de diâmetro maltado
7,0 MHz •18 espiras, fio 22 esmaltado, es- •6,5 espiras, fio 22
piras juntas, 25 cm de diâmetro esmaltado
102
Figura 76 - Fonte
Tabela VII
Faixa Freqüência Cristais
3,6 MHz 1,75 — 2,0 MHz
7 MHz 3,5 — 3,65 MHz
14 MHz 7,0 - 7,2 MHz
21 MHz 10 - 10,225 MHz
27,16 - 27,43 MHz 6,79 - 6,85 MHz
28 MHz 7,0 — 7,425 MHz
103
Transmissor de 1W
O circuito da figura 77 é de um transmissor transis
torizado, para operar com uma potência de saída de 1
vátio em FM. O leitor não deve, como já dissemos ante
riormente, olhar com indiferença os projetos de peque
na potência. Por um lado a construção de transmissores
de baixa potência custam pouco e qualquer equívoco não
acarretará grandes prejuízos. Por outro lado os desajus-
_ „ tes não causarão grandes males na vizinhança, se bem
Figura 77 - Circuito , i ,
de transmissor tran- Que e surpreendente o alcance de um transmissor de ape-
sistorizado. nas 1 w, com uma antena adequada.
104
Na figura 78 está demonstrada a disposição dos
componentes no circuito impresso.
O ponto crítico é a bobina Ll. Deverá ter um diâ
metro de 3,5 mm. Para obter este diâmetro, pode-se uti
Figura 78 - Disposi
lizar, como fôrma, a parte não-cortante de uma broca
ção dos componen
de 3,5 mm (9/64”), onde se enrolam as espiras de fio tes no circuito im
esmaltado de 1 mm de diâmetro. presso.
105
ser de boa qualidade, tipo cristal. Os transistores TR1 e
TR2 não necessitam de dissipadores. A antena deve ser
uma pequena vareta com 1/4 de comprimento da fre
qüência irradiada, freqüência esta determinada por Ll
e C6.
Cristais
Felizmente no Brasil, que é um dos maiores produ
tores de cristal de quartzo do mundo (apesar das depre
dações que há longos anos se faz...) existem indústrias
que produzem este componente, a preço razoável e na
freqüência desejada. Uma das fábricas tradicionais é a
Rádio Cristais Brasil, situada no Rio de Janeiro, Av. Bra
sil, 5966.
106
Apêndice
107
Fortaleza (DR/FZA — Dentei)
Jurisdição:
Estados do Ceará e Piauí
Endereço:
Av. Santos Dumont, 2484 — Aldeota — Fortaleza, CE
C.E.P. 60000
Telefone: (085) 224-4740
Telex: 085 1129
Futuro Endereço: Av. Estados Unidos — Esq. Rua Prof.
Francisco Gonçalves
108
Rio de Janeiro (DR/RJO — Dentei)
Jurisdição:
Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo
Endereço:
Rua Miguel Couto; 105, 21° andar
Rio de Janeiro RJ — Cx. Postal 2413
C.E.P. 20070
Telefone: (021) 243-0970
Telex: 021 21180
109
Porto Alegre (DR/PAE — Dentei)
Jurisdição:
Estado do Rio Grande do Sul
Endereço:
Rua Duque de Caxias, 1297
Porto Alegre, RS
C.E.P. 90000
Telefone: (051) 224-1400
Telex: 051 1181
110
Agências Regionais:
111
——
Construção
/^Instalações
Alfonso Martignoni
Manual
Curso Rápido de do Eletricista
Prático
Eletricidade
• Noções Preliminares]
• Corrente Elétrica
• Pilhas • Resistências
• Condutores Térmicos
• Teoria Eletrônica
• Lei de Ohm
• Medidas • Átomo
f Livros \
essencialmente
práticos.
Ensinam com
\ facilidade. /