Eletrônica
Analógica/Potência
Sumário
2
8.3 Eficiência (boylestad – 445).............................................................................................. 50
8.4 Ruídos.................................................................................................................................... 50
8.5 Modos de configuração do amp-op ............................................................................. 51
8.6 Impedância de entrada e saída..................................................................................... 51
8.7 Ganho .................................................................................................................................. 52
8.8 Circuitos amp-ops práticos............................................................................................... 53
9 Amplificadores operacionais. Configurações básicas. Circuitos com amplificadores
operacionais. Amplificadores realimentados e circuitos osciladores. Amplificações não
lineares. ............................................................................................................................................... 55
9.1 Configurações básicas...................................................................................................... 55
9.2 Circuitos amp-ops práticos............................................................................................... 56
9.3 Amplificadores realimentados e circuitos osciladores ................................................ 58
9.4 Aplicações não lineares.................................................................................................... 62
10 Conceitos básicos de circuitos digitais. Blocos lógicos. Álgebra booleana,
realização e minimização de funções booleanas. Portas lógicas. Circuitos
combinacionais. Circuitos seqüenciais. Flip-flops e Memória................................................... 66
10.1 Álgebra Booleana .............................................................................................................. 66
10.2 Portas lógicas ...................................................................................................................... 66
10.3 Tabela da verdade ............................................................................................................ 67
10.4 Circuitos lógicos .................................................................................................................. 67
10.5 Leis Fundamentais e Propriedades da Álgebra Booleana......................................... 68
10.6 Derivação de expressões booleanas ............................................................................. 69
10.7 Mapas de Karnaugh.......................................................................................................... 70
10.8 Circuitos combinacionais.................................................................................................. 72
11 Comparadores, conversores AD/DA, temporizadores, circuitos PLL............................ 77
11.1 Comparadores ................................................................................................................... 77
11.2 Conversores Analógicos/Digitais ..................................................................................... 78
11.3 Temporizadores................................................................................................................... 81
11.4 Malha amarrada por fase – PLL....................................................................................... 83
12 FPGA, Dispositivos lógicos programáveis. Arquitetura de dispositivos FPGA.
Linguagem descritiva de hardware. ............................................................................................. 85
12.1 Arquitetura de dispositivos FPGAs ................................................................................... 85
12.2 Tecnologias de programação......................................................................................... 86
12.3 Arquitetura de blocos lógicos .......................................................................................... 86
12.4 Arquitetura de roteamento .............................................................................................. 86
12.5 Linguagem descritiva de hardware ............................................................................... 87
12.6 Comparação entre VHDL e Verilog................................................................................ 89
3
1. Dispositivos semicondutores: diodos, tiristores e transistores. Diodos de junção,
circuitos com diodos e diodos especiais.
4
No momento em que os materiais são unidos, os elétrons e buracos na região de junção se
combinam resultando em uma ausência de portadores nessa região próxima a junção.
Essa região de íons positivos e negativos não combinados é chamada de região de
depleção.
A aplicação de uma tensão nos terminais do diodo conduz a 3 possibilidades: nenhuma
polarização (Vd=0), polarização direta (Vd>0) e polarização reversa (Vd<0).
Fig. 3
Os diodos são utilizados nas mais diversas aplicações e para cada uma delas é necessário
escolher o dispositivo adequado dentre os diferentes tipos existentes chamados de diodos
especiais.
Diodo zener: Este tipo de diodo tem as polaridades invertidas em ralação ao diodo
convencional, bem como o fluxo de corrente.
Varactores: Junções pn reversamente polarizadas exibem um efeito de armazenamento de
5
cargas que é modelado pela capacitância da camada de depleção Cj (que é função da
tensão reversa Vr). Os varcatores são usados em uma série de aplicações, como na sintonia
automática de receptores de rádios.
Fotodiodos: utilizados para converter sinais luminosos em elétricos. A junção pn reversamente
polarizada quando iluminada, sofre uma quebra de ligações covalentes e, portanto, gera pares
de eletrons-lacunas na camada de depleção. O campo elétrico resultante leva a uma corrente
reversa através da junção. Essa corrente conhecida como fotocorrente é proporcional à luz
incidente.
LEDs: O diodo emissor de luz realiza a função inversa do fotodiodo, ele converte corrente
direta em luz.
Os diodos são utilizados em diversas aplicações, entre as principais pode-se citar a
retificação de tensão (retificador de meia onda, de onda completa e retificador em ponte) e
circuitos limitadores e grampeadores. Abaixo são apresentados dois circuitos, na Fig. 4 o
retificador em ponte para onda completa e na Fig. 5 um limitador.
Fig. 4 Fig. 5
Fig. 6
6
O SCR ideal se comportaria como uma chave ideal, ou seja, enquanto não recebe um sinal
de corrente no gatilho, seria capaz de bloquear tensões de valor infinito, tanto em polarização
direta ou reversa. Bloqueado, o SCR não conduziria. Já quando disparado o SCR se comportaria
como um diodo ideal.
Assim como os diodos, tais características seriam ideais e não se obtém na prática. Os SCRs
têm portanto, limitações de bloqueio de tensão direta e reversa e apresentam fuga de corrente
quando bloqueados. Quando habilitados tem limitações de condução de corrente e queda de
tensão na barreira de potencial das junções causando aquecimento do componente.
Fig. 7
Princípio de funcionamento
Se entre anodo e catodo tivermos uma
tensão positiva, as junções J1 e J3 estarão
diretamente polarizadas, enquanto j2 estará
inversamente polarizada. Não haverá condução
de corrente até que Vak se eleve a um valor
de ruptura que provoque a ruptura da barreira de
potencial em j2.
Se Vgk for positiva, circulará uma corrente
através de J3, desta forma, a junção
reversamente polarizada tem sua diferença de
potencial diminuída e estabelece-se uma corrente
entre anodo e catodo, que poderá persistir
mesmo sem a corrente de porta.
Se Vak for negativa, J1 e J3 estarão
reversamente polarizadas, enquanto J2 estará diretamente polarizada e o bloqueio do
componente é mantido.
Disparo
Existem várias maneiras de disparar o SCR, sendo que a mais usual é o disparo da corrente
de porta. Após entrar em condução, mesmo com a retirada da corrente de porta, o tiristor
permanecerá conduzindo (desde que se mantenha a corrente mínima necessária para isso –
corrente de manutenção).
A comutação ou desligamento do SCR pode ser natural (redução da corrente de anodo a
um valor abaixo da corrente de manutenção) ou forçada (utilizada em circuitos CC por
exemplo).
Aplicações
A principal aplicação dos SCRs é na conversão e controle de grandes quantidades de
potencia em circuitos CC e CA, utilizando uma pequena potência de controle.
7
tipo n, ou uma camada tipo n entre duas p. Ambos são mostrados na Fig. 9, sendo que o primeiro
é denominado npn e o segundo pnp.
Fig. 9
Um terminal é conectado a casa uma das três regiões do transistor, sendo denominadas de
emissor (E), base (B) e coletor (C). O transistor consiste em duas junções pn, a junção emissor-base
JEM e a junção coletor-base (JCB). Dependendo do tipo de polarização (direta ou reversa) de
cada uma das junções, são obtidos diferentes modos de operação do TBJ.
Avaliando o circuito percebe-se que a junção JEB está reversamente polarizada, enquanto
JCB está diretamente polarizada. Nessa situação a região de depleção JEB é reduzida em largura
devido à tensão aplicada, resultando em um fluxo de denso de corrente do material p para o n.
Já a região de depleção em JBC é aumentada resultando em uma redução do fluxo de corrente.
De acordo com a tabela anterior, pode-se afirmar que o transistor encontra-se na região ativa e
existe no circuito um fluxo de corrente conforme indicado na Fig. 10a.
Fig. 11
8
através do dispositivo. Todos os sentidos de corrente apresentados na Fig. 11 são os sentidos reais,
definidos pelo fluxo convencional.
Fig. 13 Fig. 14
9
2 Características e princípios de operação de dispositivos semicondutores.
Fig. 1
10
Fig. 3
2.2 Tiristores
Tiristor é o nome genérico dado a família dos componentes compostos por 4 camadas
semicondutoras pnpn. O tiristor SCR (Silicon Controled Rectifier) é o mais conhecido e aplicado
dos tiristores e funciona analogamente a um diodo, porém possui um terceiro terminal conhecido
como gatilho (gate ou porta). Esse terminal é responsável pelo controle da condução (disparo).
Em condições normais de operação, para um SCR conduzir, além de polarizado
adequadamente, deve receber um sinal de corrente no gatilho, geralmente um pulso.
Na Fig. 4 são mostradas a simbologia e as camadas e junções de um SCR.
Fig. 4
O SCR ideal se comportaria como uma chave ideal, ou seja, enquanto não recebe um sinal
de corrente no gatilho, seria capaz de bloquear tensões de valor infinito, tanto em polarização
direta ou reversa. Bloqueado, o SCR não conduziria. Já quando disparado o SCR se comportaria
como um diodo ideal.
Assim como os diodos, tais características seriam ideais e não se obtém na prática. Os SCRs
têm portanto, limitações de bloqueio de tensão direta e reversa e apresentam fuga de corrente
quando bloqueados. Quando habilitados tem limitações de condução de corrente e queda de
tensão na barreira de potencial das junções causando aquecimento do componente.
Fig. 5
11
Princípio de funcionamento
Se entre anodo e catodo tivermos uma
tensão positiva, as junções J1 e J3 estarão
diretamente polarizadas, enquanto j2 estará
inversamente polarizada. Não haverá condução
de corrente até que Vak se eleve a um valor de
ruptura que provoque a ruptura da barreira de
potencial em j2.
Se Vgk for positiva, circulará uma corrente
através de J3, desta forma, a junção
reversamente polarizada tem sua diferença de
potencial diminuída e estabelece-se uma corrente
entre anodo e catodo, que poderá persistir
mesmo sem a corrente de porta.
Se Vak for negativa, J1 e J3 estarão reversamente polarizadas, enquanto J2 estará
diretamente polarizada e o bloqueio do componente é mantido.
Disparo
Existem várias maneiras de disparar o SCR, sendo que a mais usual é o disparo da corrente
de porta. Após entrar em condução, mesmo com a retirada da corrente de porta, o tiristor
permanecerá conduzindo (desde que se mantenha a corrente mínima necessária para isso –
corrente de manutenção).
A comutação ou desligamento do SCR pode ser natural (redução da corrente de anodo a
um valor abaixo da corrente de manutenção) ou forçada (utilizada em circuitos CC por
exemplo).
Aplicações
A principal aplicação dos SCRs é na conversão e controle de grandes quantidades de
potencia em circuitos CC e CA, utilizando uma pequena potência de controle.
12
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
É recomendável que o TBP trabalhe sempre na área de operação segura (AOS) para que
ele não se danifique . O uso preferencial de TBP tipo NPN se deve às menores perdas em relação
13
aos PNP, o que ocorre por causa da maior mobilidade dos elétrons em relação às lacunas,
reduzindo, principalmente, os tempos de comutação do componente.
Estes transistores, em geral, são de canal N por apresentarem menores perdas e maior
velocidade de comutação, devido à maior mobilidade dos elétrons em relação às lacunas.
A máxima tensão Vds é determinada pela ruptura do diodo reverso. Os MOSFETs não
apresentam segunda ruptura uma vez que a resistência do canal aumenta com o crescimento de
Id. Este fato facilita a associação em paralelo destes componentes.
A tensão Vgs é limitada a algumas dezenas de volts, por causa da capacidade de isolação
da camada de SiO2.
14
A estrutura do IGBT é similar à do MOSFET, mas com a inclusão de uma camada P+ que
forma o coletor do IGBT, como se vê na Fig. 13.
Fig. 13
Fig. 14
Conclusão
Neste texto buscou-se fazer um breve relato a respeito dos dispositivos semicondutores de
potencia, suas características e princípios de operação.
Estes componentes são de fundamental importância em aplicações de eletrônica de
potencia, uma ciência que aborda a conversão e controle de fluxo de energia elétrica entre dois
ou mais sistemas distintos.
15
3 Transistores. Transistores bipolares. Análise para pequenos sinais. Operação
como amplificador.
Fig. 1
Para os dois transistores, a corrente que circula no emissor é a soma da corrente na base
mais a corrente no coletor.
Ie=Ic+Ib
Polarização
As formas como são polarizadas as junções emissor-base e coletor-base, direta ou reversa,
são utilizadas para obter o modo de operação dos transistores.
O modo ativo é aquele em que o transistor é usado para operar como amplificador. As
aplicações de chaveamento utilizam os modos de corte e saturação.
As conexões entre os terminais do transistor podem ser feitas em 3 configurações: base
comum, coletor comum e emissor comum, sendo que a ultima é a mais freqüentemente utilizada.
16
3.1 O transistor como amplificador
Para operar como amplificador, um transistor deve ser polarizado na região ativa. O objetivo
da polarização é estabelecer uma corrente CC constante no emissor (ou no coletor). Essa
corrente deve ser previsível e insensível a variações na temperatura.
A necessidade de manter uma corrente constante no coletor provem do fato de que a
operação do transistor como amplificador é altamente influenciada pelo valor de polarização da
corrente.
Para entender o funcionamento do transistor como amplificador, considere o circuito
idealizado na Fig. 3.
Se vbe << Vt é feita a aproximação para pequenos sinais e a corrente no coletor (ic) pode
ser escrita como:
Ic=corrente de polarização
Vt =tensão de limiar
vbe=sinal aplicado
Ic/Vt=Gm=transcondutância
Fig. 4
17
Na Fig. 4 ilustra-se a operação linear do transistor na condição de pequenos sinais: um sinal
pequeno vbe com forma de onda triangular é sobreposto q tensão CC VBE. Ela dá origem ao sinal
de corrente de coletor ic com forma de onda também triangular, sobreposta a corrente CC
Ic.ic=Gm.vbe.
A aproximação para pequenos sinais implica manter a amplitude do sinal suficientemente
pequena de modo que a operação fique restrita ao seguimento linear da curva exponencial da
Fig.4. Aumentar a amplitude do sinal resultará em uma corrente de coletor com componentes
não-lineares.
Conclui-se que para vbe<<Vt, o transistor se comporta como uma fonte de corrente
controlada por tensão.
Ganho de tensão
A excitação de um transistor por um sinal vbe na base-emissor faz com que uma corrente
proporcional a gm .vbe circule pelo terminal de coletor em uma alta impedância. Desse modo o
transistor age como uma fonte de corrente controlada por tensão. Para obter um sinal de tensão
na saída, deve-se forçar a corrente a circular por um resistor, conforme ilustra a Fig. 3.
O ganho de tensão desse amplificador é:
Onde: vc=-ic.Rc=-gm.vbe.Rc
Modelo π híbrido
Esse modelo representa o TBJ como uma fonte de corrente controlada por tensão. Este é o
modelo mais utilizado para o TBJ.
Um modelo equivalente ligeiramente diferente pode ser obtido expressando –se a corrente
da fonte controlada em termos da corrente de base.
18
Modelo T
Embora o modelo π seja satisfatório para a maior parte das análises, há algumas situações
em que o modelo T é mais apropriado. Assim como para o modelo π, no modelo T, o TBJ pode ser
representado por uma fonte de corrente controlada por tensão ou por uma fonte de corrente
controlada por corrente.
Va – tensão Early
Ic – corrente de polarização CC
19
Fig. 8
Conhecidos os modelos equivalentes para pequenos sinais, sua aplicação para a análise do
TBJ em operação com pequenos sinais faz da analise de circuitos amplificadores com transistores
um processo sistemático.
O processo consiste nos seguintes passos.
1 – Determinar o ponto de operação CC do TBJ e em particular o valor de Ic.
2 – Calcular os parâmetros gm, rπ e re.
3 – Eliminar as fontes CC substituindo: a fonte de tensão CC por curto e a fonte de corrente
CC por circuito aberto.
4 – Substituir o TBJ pelo modelo equivalente mais adequado.
5 – Análise do circuito resultante para determinar as grandezas de interesse.
20
4 Transistores de efeito de campo (FET). Transistores MOS. Polarização,
amplificadores e características de ganho e freqüência. Amplificadores de sinais
de potência.
Fig. 2
21
Aumento de vds
Mantendo-se vgs constante, com um valor maior que Vt e aumentando-se vds observa-se
que o canal induzido sofre um estreitamento e sua resistência aumente correspondentemente. Se
vds continuar aumentando a profundidade do canal no final do dreno diminui até próximo de
zero e dizemos que o canal está estrangulado (Fig. 3).
Fig. 3
Fig. 4
Para que o MOSFET possa operar como amplificador, inicialmente ele deve ser polarizado
em um ponto dentro da região de saturação.
Ponto de polarização CC
Fazendo vgs=0 encontra-se a corrente de dreno através de:
22
A tensão CC no dreno, VDS ou simplesmente VD (já que S é aterrado), será:
Na condição de pequenos sinais, a corrente de dreno instantânea total iD pode ser expressa
por:
Fig. 6
23
Ganho de tensão
O ganho de tensão no amplificador é dado por:
A fim de garantir a operação linear, é necessário que o sinal de entrada vgs tenha
amplitude menor que 2(VGS-Vt) que é a condição para pequenos sinais.
Para operar na região de saturação o tempo todo, o valor mínimo de Vd não deve ser
menor do que o valor correspondente de vG acima de Vt. Além disso, o valor máximo de vD deve
ser menor que VDD.
Fig. 7
Quando o MOSFET opera na região de saturação, também atua como fonte de corrente
controlada por tensão: mudanças na tensão porta-fonte vGS dão lugar a correspondentes
mudanças na corrente de dreno iD. Conseqüentemente, o MOSFET saturado pode ser utilizado
para implementar um amplificador de transcondutância.
Para obter uma amplificação linear a partir de um dispositivo não linear que é o transistor,
utiliza-se a polarização em CC do MOSFET. Para operar em certo vGS apropriado e um
correspondente ID , e então superpor o sinal de tensão a ser amplificado vgs sobre a tensão de
polarização CC VGS.
24
alimentado com uma única fonte de alimentação. O divisor de tensão (RG1 e RG2) estabelece
uma tensão fixa na porta e o resistor de antipolarização RS está conectado à fonte. RD deve ser o
menor possível para se obter elevado ganho, mas pequeno suficiente para permitir uma larga
excursão do sinal de dreno mantendo o MOSFET na saturação.
Fig. 8 Fig. 9
25
4.5 Amplificadores MOS de estágio simples
26
Rin=1/gm
Av=gm.(RD||RL)
Rout=RD
Não é inversor.
Rin baixa.
Atua como amplificador de corrente com ganho unitário.
Modelo T. Desconsiderar ro.
Rout=RO||1/gm≈1/gm
Tabela resumo:
27
4.6 Resposta em freqüência do amplificador FC
O ganho do amplificado FC é dependente da freqüência do sinal de entrada. Um esboço
da resposta em freqüência para o amplificador é mostrado na Fig. 15.
Para o amplificador FC, o ganho é praticamente constante na faixa de freqüências médias.
A queda do ganho na faixa de baixas freqüências é decorrente do fato que, embora Cc1, Cc2 e
Cs sejam capacitores elevador, à medida que a freqüência do sinal é reduzida, as impedâncias
dos capacitores aumentam e eles deixam de funcionar como curtos-circuitos.
Por outro lado, a queda no ganho na faixa de altas freqüências deve-se ao fato de que,
embora Cgs e Cgd (capacitâncias internas do MOSFET) sejam pequenas, suas impedâncias
diminuem substancialmente em altas freqüências e não podem mais ser considerados circuitos
abertos.
Obviamente, a faixa de freqüências médias é a faixa útil de operação do amplificador. fL e
fH são as freqüências em que o ganho cai 3dB abaixo de seu valor na faixa de freqüências
médias. A faixa de passagem é definida por:
BW=fH-fL
28
29
5 Tipos de comutação. Conversores CC/CC. Conversores CC/CA. Conversores
CA/CC. Comutação não dissipativa. Considerações de projetos: proteção de
dispositivos e circuitos de comando. Proteção e comutação de tiristores.
Fig. 1
Fig. 2
30
de corrente (a mesma corrente que circula pela carga) e com tensão de saída dependente da
largura dos pulsos da chave S.
Fig.2
31
de saída (controlado X não controlado); de acordo com o número de fases da tensão alternada
de entrada; e em função do tipo de conexão dos elementos retificadores (meia ponte X ponte
completa).
Os retificadores não controlados são aqueles que utilizam diodos como elemento de
retificação, enquanto os controlados usam tiristores ou transistores.
A titulo de exemplo, apresenta-se na Fig. 5, uma ponte retificadora tiristorizada monofásica
alimentando uma carga resistiva.
No primeiro semi-ciclo da tensão Vin, os tiristores T1 e T4 estarão diretamente polarizados
aguardando que o sinal de disparo seja aplicado no gate. Após o ângulo de disparo α, os tiristores
entram em corte e a corrente para de fluir pelos dispositivos. Nesse instante, T2 e T3 são polarizados
diretamente possibilitando a entrada em condução.
Na Fig. 5(b) são apresentadas as formas de onda Vin e Vo.
Fig. 6
32
Fig. 7
Fig.8
Basicamente, existem 3 tipos de sinais de disparo: sinais AC, sinais CC e sinais pulsados. A
partir de uma avaliação do tipo de circuito decide por um dos 3 métodos.
Proteção
Em circuitos tiristorizados existem diferentes tensões em diversos pontos. O circuito de
potencia que o tiristor controla é submetido a tensões elevadas, já o circuito do controle do
disparo é alimentado com baixas tensões.
Portanto, é necessário um circuito que isole eletricamente o tiristor e seu circuito de controle
e os mantenha acoplados.
A isolação e o acoplamento podem ser feitos por:
Acopladores magnéticos: transformadores de pulso
Acopladores ópticos: opto acopladores
33
Os circuitos de disparo e os acopladores devem ser conectados aos gatilhos dos tiristores
através de um ou mais componentes de proteção. A fig. 8 apresenta um circuito com os
componentes de proteção do gatilho do SCR.
Fig. 8
34
6 Retificadores, chaveadores e inversores. Operação em onda quadrada e
PWM
Fig. 1
Fig. 2
35
Durante os semi-ciclos positivos da tensão de entrada, Vsin é positivo e a corrente é
conduzida por D1, o resistor R e diodo D4. Enquanto isso D2 e D3 estão em estarão reversamente
polarizados. No semi-ciclo negativo, ocorrerá a situação inversa, D2 e D3 conduzirão enquanto D1
e D4 estarão em corte.
No retificador não controlado a amplitude da tensão de saída CC é determinada pela
amplitude da tensão de alimentação CA. Como pode observar-se na Fig. 2, a saída CC não é
pura e contém componentes CA significativas, as quais recebem o nome de ondulação. Para
eliminá-la costuma-se inserir um filtro depois do retificador.
Quando é necessária a obtenção de uma tensão de saída CC variável é preciso substituir os
diodos por SCRs. Com essa substituição obtém-se o retificador controlado ou retificador
controlado por fase.
Este circuito produz uma tensão CC variável cuja amplitude é obtida por meio de controle
de fase, isto é, com o domínio do período de condução, variando o ponto no qual um sinal na
porta é aplicado ao SCR.
Ao contrário do diodo, o SCR não conduz automaticamente quando diretamente
polarizado, para tanto, um pulso deverá ser aplicado à porta. Se o tempo de retardo do pulso na
porta for ajustado, e esse processo for executado repetidamente, então, a saída do retificador
poderá ser controlada.
Um retificador de onda completa em ponte é apresentado na Fig. 3.
Fig. 3
Os SCRs disparam aos pares, com um ângulo de retardo igual a α. A estrutura para um
retificador trifásico pode ser obtido pelo acréscimo de mais uma perna no retificador.
Os retificadores controlados fornecem potencia CC para várias aplicações, como controle
de velocidade para motores CC, carregadores de bateria e transmissão CC em alta tensão.
36
Fig. 4
Tensão de
Estado S1 S2
saída
1 + - +E
2 - - 0
3 - + -E
4 + + 0
Os inversores de fonte de tensão VSI são os mais usados. Neles, a tensão da fonte de
entrada CC é essencialmente constante e independente da corrente puxada pela carga. A
tensão de entrada CC pode vir de uma fonte independente, como uma bateria, ou pode ser a
saída de um retificador controlado. Um capacitor de valor grande é colado em paralelo com a
entrada da linha CC para o inversor. O capacitor garante que os eventos de chaveamento não
alterem de modo significativo a tensão CC. Ele carrega e descarrega, de acordo com a
necessidade de fornecimento de uma saída estável. O inversor converte a tensão de entrada CC
em uma onda quadrada CA na saída da fonte.
Um VSI em ponte completa é apresentado na Fig. 5. As chaves são passadas para os
estados ligado e desligado por pares em diagonal. Assim, ou as chaves S1 e S4 ou S2 e S3 vão
para o estado ligado em um semi-ciclo (T/2). Portanto, a fonte CC fica ligada de maneira
alternada à carga, em direções opostas. A freqüência de saída é controlada pelo abrir e fechar
das chaves.
37
Estado S1 S2 S3 S4 Tensão de saída
1 On Off Off On +E
2 Off On On Off -E
3 On Off Off On +E
4 Off On On Off -E
Fig. 6
É possível ainda, obter uma modulação a 3 níveis (positivo, negativo e zero). Este tipo de
modulação apresenta menor conteúdo harmônico.
A geração de um sinal de 3 níveis é feita de acordo com a seguinte seqüência.
- Durante o semi-ciclo positivo, S1 permanece sempre ligado;
- O sinal PWM é enviado a S4 e o mesmo sinal barrado é enviado a S2.
- No semi-ciclo negativo, que permanece conduzindo é S3.
- O sinal PWM é enviado a S2 e o sinal barrado vai para S4.
38
Fig. 7
6.5 Conversores CC/CC
Este tipo de conversor é aplicado em situações onde a fonte de alimentação disponível é
em corrente continua e a carga necessita de uma tensão CC variável.
A tensão fixa é convertida em uma tensão CC variável através de técnicas de modulação
por freqüência ou por largura de pulso (mais utilizada).
Os conversores CC-CC podem ser comparados a um transformador CA com relação de
espiras continuamente variável, permitindo assim, elevar ou abaixar a tensão que é aplicada na
carga.
O valor médio da tensão de saída varia quando se altera a proporção do tempo no qual a
saída fica ligada à entrada. Essa conversão pode ser obtida pela combinação de um indutor
e/ou capacitor e um dispositivo de estado sólido que opere no modo de chaveamento em alta
freqüência.
Há duas espécies fundamentais de conversores CC/CC: step-down ou Buck e step-up ou
boost. O Buck fornece uma tensão de saída menos ou igual a tensão de entrada; o boost fornece
tensão de saída maior ou igual a entrada.
As aplicações típicas para os conversores CC/CC incluem controle de motores CC para
tração elétrica., chaveamento de alimentadores de potencia elétrica e equipamentos operados
por bateria.
Conversor Buck
Fig. 8
Com a chave conduzindo (diodo cortado), transfere-se energia da fonte para o indutor e
para o capacitor. Quando S desliga, o diodo conduz, dando continuidade à corrente no indutor.
A energia armazenada em L é entregue ao capacitor e a carga.
Enquanto o valor instantâneo da corrente pelo indutor for maior que a corrente na carga, a
diferença carrega o capacitor. Quando a corrente for menor, o capacitor se descarrega suprindo
a diferença a fim de manter constante a corrente na carga.
Se a corrente pelo indutor não vai a zero durante a condução do diodo diz-se que o circuito
opera no modo de condução contínuo. Caso contrário tem-se o modo descontínuo.
O conversor Buck é um abaixador de tensão muito utilizado devido as boas características
obtidas.
Conversor Boost
Quando S é ligada, a tensão E é aplicada ao indutor. O diodo fica reversamente polarizado
(pois Vo>E). Acumula-se energia em L, a qual será enviada ao capacitor e à carga quando S
desligar. Também neste caso, tem-se a operação no modo continuo e descontinuo.
39
Fig. 9
Tanto o conversor Buck quanto o boost, tem a tensão de saída dependente da largura dos
pulsos na chave S. A técnica de chaveamento mais utilizada é a PWM e é feita de forma similar à
apresentada para o conversor CC/CA.
A diferença é que para os conversores CC/CC a onda de referencia é uma onda CC. Um
circuito simplificado para o controle da tensão de saída de um conversor Buck através da
modulação por largura de pulso é apresentado na Fig. 10
Fig. 10
40
7 Harmônicos e filtros. Filtros ativos e aspectos frequenciais, filtros butterworth,
filtros chebyshev. Implementação de filtros e resposta em freqüência.
41
Essas características idealizadas, em virtude de suas bordas verticais, são conhecidas como
respostas tipo barreira.
As especificações para os outros tipos de filtros são feitas com base em parâmetros
42
análogos.
Como na prática, um circuito físico não pode mudar abruptamente na faixa de
passagem, as especificações da Fig. anterior apresentam uma faixa de freqüências na qual a
atenuação aumenta de cerca de 0dB a Amin. Essa faixa de transição se estende de wp a ws.
A razão de ws/wp é usada como medida da nitidez do filtro passa-baixas e é chamada de
fator de seletividade.
Quanto mais rigorosa for a especificação de um filtro, mais próxima será a resposta desse
filtro da ideal. Porém, o circuito do filtro resultante, deverá ser de ordem mais alta e, portanto, mais
complexo e de maior custo.
43
O filtro Chebyshev exibe uma resposta de equiondulação na faixa de passagem e
uma diminuição monotônica da transmissão na faixa de bloqueio. Enquanto o filtro de
ordem ímpar possuir |T(0)|=1, o filtro de ordem par exibirá seu desvio máximo de módulo
em w=0. Em ambos os casos, o número total de valores máximos e mínimos da faixa de
passagem é igual à ordem N do filtro. Todos os zeros de transmissão dos filtros Chebyshev
são em w=∞, fazendo com que ele se torne um filtro somente de pólos.
O módulo da amplitude da função de transferência de um filtro Chebyshev de n-
ésima ordem com uma borda da faixa de passagem wp é dado por:
O filtro Chebyshev proporciona uma aproximação mais eficiente do que o filtro Butterworth.
Logo, para a mesma ordem e para o mesmo Amáx, o filtro Chebyshev proporciona uma maior
atenuação para a faixa de bloqueio do que o filtro Butterworth.
44
Tipo de filtro Curva de bode Implementação
Passa-baixas
Passa-altas
Genérico
O filtro passa-todas é mostrado abaixo. Embora sua transmissão seja idealmente constante
em todas as freqüências, sua fase mostra uma seletividade em freqüência. Este tipo de filtro é
usado como deslocadores de fases.
45
Passa todas
Um dos problemas existentes para a produção na forma de CIs dos filtros ativos RC, é a
necessidade de capacitores de altos valores (o que é difícil de obter nos circuitos integrados) e de
constantes de tempo RC precisas (já que devido ao processo de fabricação dos CIs, nem sempre
consegue-se controlar totalmente os processos.
A saída natural a esses problemas foi procurar uma alternativa que não dependesse desses
fatores, foi então que surgiu a técnica de filtro ativos com capacitores chaveados.
A técnica de filtros com capacitores chaveados está baseada na hipótese de que um
capacitor chaveado entre dois nós de um circuito, operando a uma taxa suficientemente alta, é
equivalente à conexão de um resistor entre esses dois nós. Ou seja, o chaveamento do capacitor
no circuito “simula” o comportamento de um resistor.
Para permitir uma melhor compreensão do seu funcionamento, considere o integrador RC
ativo mostrado na Fig. 5, que é o integrador Miller. Na mesma figura temos esse integrador
implementado apenas com capacitores e dois transistores MOS funcionando como chaves.
As duas chaves MOS são acionadas por um clock de duas fases não-superpostas. Na
primeira fase o capacitor C1 está conectado à entrada, fazendo com que ele se carregue. Já na
segunda etapa, o segundo transistor irá conectar o capacitor ao amp op, fazendo com que a
carga armazenada apareça na saída.
A constante que relaciona o capacitor com uma resistência equivalente (Req) é dada pela
seguinte relação.
46
A precisão das razões dos capacitores na tecnologia MOS pode ser controlada até em uma
faixa de 0,1%. Como os capacitores ocupam tipicamente áreas relativamente grandes de
pastilha do CI, é importante observar que essas precisões são obtidas com capacitores de valores
tão baixos quanto 0,2pF.
47
8 Características de amplificadores: ganho, eficiência, distorção, ruído, resposta
em freqüência, impedância de entrada e saída, configurações e estabilidade.
Fig. 1
O ponto de referencia aterrado nos circuitos dos amp-ops é justamente o terminal comum
da fonte simétrica, isto é, não há nenhum terminal do encapsulamento do amp-op fisicamente
acoplado ao terra.
O amp-op é projetado para operar com um sensor da diferença entre os sinais de tensão
aplicados em seus terminais de entrada, multiplicando-se ente vetor por um número A (que é o
ganho diferencial do amplificador), que resulta na tensão de saída: vo=A(v2-v1).
Em um amp-op ideal é suposto que nenhuma corrente de entrada é drenada, isto é, a
corrente do sinal no terminal 1 e 2 são ambas iguais a zero. Ou seja, a impedância de entrada do
amp-op é supostamente infinita.
O terminal 3 é suposto como se fosse o terminal de uma fonte de tensão ideal. Isto é, a
tensão entre o terminal 3 e o terra é sempre igual a A(v2-v1) e será independente da corrente que
possa ser drenada do terminal 3 por uma impedância da carga. Ou seja, a impedância de saída
do amp-op ideal é supostamente igual a zero.
48
Em baixas freqüências, próximo a operação dc, o ganho é dado por AVD (ganho de tensão
diferencial) e é tipicamente um valor muito grande.
Quando a freqüência do sinal de entrada aumenta, o ganho de malha aberta cai, até
finalmente atingir o valor unitário. A freqüência neste valor de ganho é especificada pelo
fabricante como banda passante de ganho unitário, B1.
Embora esse valor seja associado a uma freqüência na qual o ganho torna-se 1, pode ser
considerada também uma largura de faixa, pois representa a banda de freqüências de 0Hz até a
freqüência que proporciona o ganho unitário (f1).
Fig. 2
Se ao amp-op for aplicado um sinal com taxa de variação de tensão maior que a taxa de
subida, a saída não será capaz de variar suficientemente rápido, e não cobrirá a faixa completa
esperada, resultando em um sinal ceifado ou distorcido. A saída não será uma versão amplificada
do sinal de entrada se a taxa de subida não for respeitada.
Para evitar distorção na saída, a taxa de variação deve ser menor que a taxa de subida, isto é:
2πfK≤TS
wK≤TS
Tal que:
49
8.2 Saturação
Dizemos que o amp-op está saturado quando o sinal de saída não pode mais variar
sua amplitude. Na prática o nível de saturação é da ordem de 90¢ do valor de ±Vcc.
Assim, por exemplo, se o amp-op é alimentado com ±15V, a saída alcançará uma
saturação positiva de aproximadamente 13,5 V, e uma saturação negativa de
aproximadamente -13,5 V. As Figs. abaixo representam graficamente este efeito.
Fig. 4
Uma outra curva de desempenho mostra como o consumo de potencia varia em função
da fonte de tensão. O consumo de potencia aumenta com valores maiores de fontes de tensão.
Por exemplo, enquanto a dissipação de potencia é cerca de 50mW com Vcc=±15V, ela cai para
5mV com Vcc=±5V. As duas outras curvas mostram como as resistências de entrada e saída são
afetadas pela freqüência.
8.4 Ruídos
Chama-se de ruído os sinais elétricos
indesejáveis que podem aparecer nos
terminais de qualquer dispositivo eletro-
50
eletrônico. Motores elétricos, linhas de transmissão, descargas atmosféricas, radiações
eletromagnéticas, etc, são as principais fontes de ruídos.
Um método prático para diminuir (paliar) os efeitos dos ruídos consiste em melhorar
o terra do circuito e dos equipamentos envolvidos.
Utilizando circuitos integrados se obtem uma boa proteção contra os ruídos conectando um
capacitor de ordem de 0,1µF entre o + Vcc e o - Vcc do Amp-op e a terra. O capacitor deriva as
correntes parasitas, normalmente de alta freqüência, que se produzem nos condutores que
alimentam o circuito.
Quando os amp-ops utilizam a realimentação negativa, a possibilidade de penetração de
ruído pelas entradas de sinal, assim como os que podem aparecer na saída é bastante reduzida.
51
A é o ganho em malha aberta (definido pelo fabricante)
8.7 Ganho
Fig. 2
Para analisar este circuito é preciso lembrar que devido ao ganho A ser muito alto, a tensão
que aparece no terminal positivo será praticamente igual ao que aparece no terminal negativo
(v2≈v1). Dizemos então que existe um curto-circuito virtual entre os terminais de entrada. Isso nos
permite que para o circuito analisado a tensão zero presente no terminal positivo aparecerá no
terminal negativo.
A partir dessa consideração e lembrando que a impedância de entrada do amp-op é
infinita, garantindo que nenhuma corrente entre no dispositivo, poderemos calcular o valor do
ganho em malha fechada.
v1 v1
v+ = 0 i1 = i2 i1 = v0 = 0 − i2 .R2 = − .R2
R1 R1
Sendo assim, podemos calcular o ganho vo/vi que será:
R2 v R
v 0 = − vi . ⇒ 0 =− 2
R1 vi R1
52
8.7.2 Configuração não -inversora
Se o sinal de entrada for aplicado no terminal da entrada não inversora como mostra a Fig.
3, pode-se utilizar as mesmas condições da análise anterior.
O sinal vi irá aparecer no terminal de entrada inversora, onde iniciaremos nossa análise.
vi
i1 = v0 = vi + i2 .R2 i1 = i2
R1
v1
Sendo assim: v0 = vi + .R2
R1
⎛ R ⎞ v R
v0 = vi ⎜⎜1 + 2 ⎟⎟ ⇒ o = 1 + 2
⎝ R1 ⎠ vi R1
Ou seja, o valor do ganho em malha fechada é igual a 1 mas a razão R2/R1 que é o ganho
positivo.
Fig. 3
Fig. 4
Circuito somador
53
No circuito somador, a tensão de saída é a soma ponderada dos sinais de entrada v1, v2,
v3, ..., vn.
Fig. 5
Fig. 6
Fig. 7
54
9 Amplificadores operacionais. Configurações básicas. Circuitos com
amplificadores operacionais. Amplificadores realimentados e circuitos
osciladores. Amplificações não lineares.
Fig. 1
O ponto de referencia aterrado nos circuitos dos amp-ops é justamente o terminal comum
da fonte simétrica, isto é, não há nenhum terminal do encapsulamento do amp-op fisicamente
acoplado ao terra.
O amp-op é projetado para operar com um sensor da diferença entre os sinais de tensão
aplicados em seus terminais de entrada, multiplicando-se ente vetor por um número A (que é o
ganho diferencial do amplificador), que resulta na tensão de saída: vo=A(v2-v1).
Em um amp-op ideal é suposto que nenhuma corrente de entrada é drenada, isto é, a
corrente do sinal no terminal 1 e 2 são ambas iguais a zero. Ou seja, a impedância de entrada do
amp-op é supostamente infinita.
O terminal 3 é suposto como se fosse o terminal de uma fonte de tensão ideal. Isto é, a
tensão entre o terminal 3 e o terra é sempre igual a A(v2-v1) e será independente da corrente que
possa ser drenada do terminal 3 por uma impedância da carga. Ou seja, a impedância de saída
do amp-op é idealmente igual a zero.
Fig. 2
Para analisar este circuito é preciso lembrar que devido ao ganho A ser muito alto, a tensão
que aparece no terminal positivo será praticamente igual ao que aparece no terminal negativo
(v2≈v1). Dizemos então que existe um curto-circuito virtual entre os terminais de entrada. Isso nos
permite que para o circuito analisado a tensão zero presente no terminal positivo aparecerá no
terminal negativo.
A partir dessa consideração e lembrando que a impedância de entrada do amp-op é
55
infinita, garantindo que nenhuma corrente entre no dispositivo, poderemos calcular o valor do
ganho em malha fechada.
v1 v1
v+ = 0 i1 = i2 i1 = v0 = 0 − i2 .R2 = − .R2
R1 R1
Sendo assim, podemos calcular o ganho vo/vi que será:
R2 v R
v 0 = − vi . ⇒ 0 =− 2
R1 vi R1
Ou seja, o ganho em malha fechada para uma configuração inversora é a razão entre as
resistências R1 e R2.
Se o sinal de entrada for aplicado no terminal da entrada não inversora como mostra a Fig.
3, pode-se utilizar as mesmas condições da análise anterior.
Fig. 3
O sinal vi irá aparecer no terminal de entrada inversora, onde iniciaremos nossa análise.
vi
i1 = v0 = vi + i2 .R2 i1 = i2
R1
v1
Sendo assim: v0 = vi + .R2
R1
⎛ R ⎞ v R
v0 = vi ⎜⎜1 + 2 ⎟⎟ ⇒ o = 1 + 2
⎝ R1 ⎠ vi R1
Ou seja, o valor do ganho em malha fechada é igual a 1 mas a razão R2/R1 que é o ganho
positivo.
Fig. 4
56
A propriedade de alta impedância de entrada na configuração não inversora é uma
característica muito desejável. Ela permite a utilização do circuito como um amplificador isolador
(Buffer) para conectar um estágio com uma alta impedância de saída a uma baixa impedância.
Circuito somador
No circuito somador, a tensão de saída é a soma ponderada dos sinais de entrada v1, v2,
v3, ..., vn.
Fig. 5
Fig. 6
Fig. 7
57
9.3 Amplificadores realimentados e circuitos osciladores
A técnica de realimentação é bastante utilizada em circuitos com amplificadores
operacionais. Dependendo da polaridade relativa do sinal que é realimentado no circuito,
podemos ter realimentação positiva ou negativa.
A realimentação negativa produz uma redução no ganho de tensão, trazendo várias
vantagens à alguns circuitos. Realimentação positiva leva o circuito a oscilar, produzindo vários
tipos de circuitos osciladores.
Uma conexão típica de realimentação está exposta na Fig. 8.
Fig. 8
58
- Realimentação de tensão em paralelo
De forma análoga ao anterior chega-se a:
59
- Realimentação de corrente em série - Realimentação de corrente em paralelo
Osciladores
A realimentação positiva resulta em um amplificador com realimentação apresentando um
ganho de malha fechada |Af| maior que 1, e satisfaz as condições de fase para que o circuito
atue como um oscilador. O circuito fornece então um sinal de saída variante no tempo. Se o sinal
variar de forma senoidal, o circuito é chamado de oscilador senoidal. Se o sinal se alterna
abruptamente entre dois níveis de tensão o circuito é chamado de oscilador de onda quadrada
ou de pulso.
Na Fig. 11 apresenta-se um circuito de realimentação empregado como oscilador.
Fig.11
for atendida.
Não é necessário um sinal de entrada para oscilação. Uma vez satisfeita a condição β.A=1,
a oscilação se auto-sustenta. Na prática β.A é feito pouco maior que 1, e o sistema começa a
oscilar pela amplificação da tensão de ruído sempre presente.
Esse fato pode ser comprovado através da análise da equação de realimentação:
60
Fig. 12
Fig. 13
Colpitts
Fig.14
61
Oscilador a cristal
Ooscilador a cristal é basicamente um oscilador sintonizado utilizando um cristal
piezoelétrico como circuito tanque ressonante. Esses osciladores são usados sempre que é
necessária uma grande estabilidade de freqüência.
Abaixo, um oscilador a cristal com amplificador. O circuito proporciona um alto ganho, tal
que o sinal resultante é uma onda quadrada. Conecta-se um par zener na saída de forma que a
amplitude do sinal seja exatamente a tensão zener.
Fig. 15
Fig. 16
62
Fig. 17
Fig. 18
A realimentação positiva faz com que a mudança de +VSat para -VSat ou vice versa seja
mais rápida (só é limitada pelo slew rate do AO). Os valores das tensões que provocam a
mudança da saída são calculados por:
Para mudar de +VSat para -VSat a amplitude do sinal deve ser maior do que V1 e para
mudar de – Vsat para + VSat a amplitude do sinal deve ser menor do que - VSat.
63
Num comparador de nível a tensão de entrada é comparada com uma tensão de
referencia VR, ao invés do terra.
Fig. 19
Monoestável
Um monoestável é um circuito que tem um estado estável e um estado instável . Na Fig. 20
se a chave estiver aberta a tensão na entrada não inversora será uma parcela da tensão de
saída, que vamos admitir que é + VCC, como o capacitor C se carregou através de R o diodo
estará conduzindo limitando a tensão em C em aproximadamente 0,7V. Se a tensão
realimentada para a entrada não inversora for maior do que 0,7V esta será uma condição
estável, isto é, a saída permanece em + VCC indefinidamente.
Fig. 20
Astável
A saída VS oscilará entre +VCC e - VCC em função da comparação entre V+ e V- . Se V+ >
V- a saída será igual a + VCC caso contrario será - VCC. Se a saída for +VCC, o capacitor se
carregará através de R, tendendo para + VCC, quando:
Nesse instante a saída mudará para - VCC e o capacitor começará a se carregar através
de R tendendo a tensão agora para - VCC. Quando a tensão no capacitor for mais negativa que
a tensão na entrada V+ a saída voltará para +VCC e assim sucessivamente.
64
Fig. 21
65
10 Conceitos básicos de circuitos digitais. Blocos lógicos. Álgebra booleana,
realização e minimização de funções booleanas. Portas lógicas. Circuitos
combinacionais. Circuitos seqüenciais. Flip-flops e Memória.
No início da era eletrônica, todos os problemas eram resolvidos por sistemas analógicos,
também conhecidos por sistemas lineares, onde uma quantidade é representada por um sinal
elétrico proporcional ao valor da grandeza medida.
Com o avanço da tecnologia, esses mesmos problemas começaram a ser solucionados
através da eletrônica digital, onde uma quantidade é representada por um arranjo de símbolos
chamados dígitos.
Um circuito digital emprega um conjunto de funções lógicas, onde função é a relação
existente entre as variáveis independentes e as variáveis dependentes.
Nos sistemas lógicos as variáveis independentes são conhecidas como variáveis lógicas e as
funções, como funções lógicas. Uma variável lógica A pode assumir um valor verdadeiro (A=V) ou
o valor falso (A=F). Em geral, usa-se uma faixa de tensão em volts compatível com os circuitos
digitais utilizados para representar o valor falso ou verdadeiro de uma variável lógica.
Lógica Positiva: A tensão mais positiva representa o valor V (1) e a mais negativa o valor F(0).
Lógica Negativa: O valor V é representado pela tensão mais negativa (1) e F pela tensão
mais positiva (0).
Lógica Mista: No mesmo sistema, usam-se as lógicas positiva e negativa.
66
operadores lógicos, as portas lógicas representam recursos físicos, isto é, circuitos eletrônicos,
capazes de realizar as operações lógicas. Ao conjunto de portas lógicas e respectivas conexões
que simbolizam uma equação Booleana, denominaremos circuito lógico.
Porta OU
O símbolo da porta OU pode ser visto na figura 3. As entradas são colocadas à esquerda e a
saída, à direita. Deve haver no mínimo duas entradas, mas há somente uma saída. O
funcionamento da porta E segue a definição da operação E, dada anteriormente.
Fig. 3
Porta E
O símbolo da porta E é mostrado na figura 4. À esquerda estão dispostas as entradas (no
mínimo duas, obviamente) e à direita, a saída (única). As linhas que conduzem as variáveis de
entrada e saída podem ser interpretadas como fios que transportam os sinais elétricos associados
às variáveis. O comportamento da porta E segue extritamente a definição apresentada
anteriormente.
Fig. 4
Inversor
A porta que simboliza a operação complementação é conhecida como inversor. Como a
operação complementação só pode ser realizada sobre uma variável por vez (ou sobre o
resultado de uma subexpressão), o inversor só possui uma entrada e, obviamente, uma saída. O
símbolo do inversor é mostrado na figura 5.
OU E NÃO
67
são realizadas sobre as variáveis de entrada. Os resultados das operações são conduzidos por fios,
os quais, no desenho, são representados por linhas simples.
A construção dos circuitos lógicos a partir das equações booleanas é feita seguindo a
seqüência:
1- parêntesis (dos mais internos para os mais externos);
2- operações E;
3- operações OU.
( z .Y) + X
Para obter a expressão booleana para um dado circuito lógico, comece pelas entradas
mais à esquerda, e percorrendo o circuito até o final, escreva a expressão para cada porta
lógica.
( z .Y) + X
Adição lógica
x+0=x
x+x=x
x+1=1
x+ x =1
Negação
x =x
68
Comutatividade: a ordem das operações OR e AND não é importante
x+y=y+x (9)
x.y=y.x (10)
Abaixo, os teoremas que não possuem correspondentes na algebra comum. Podem ser
demonstrados substituindo x e y na expressão por todos os diferentes casos possíveis.
x+x.y=x (15)
x y =x+y (16)
Teoremas de Morgan
Quando uma soma OR está invertida, esta é igual ao produto AND das variáveis invertidas.
Quando o produto AND de duas variáveis está invertido, este é igual ao uma soma OR das
variáveis invertidas.
1
B 3
2
2
1
2
3 1
B+AC
3 4
AB+A(B+C)+B(B+C)
B 1 A 2
3 1
2 3
C 2
C
=>
1
3
Circuitos equivalentes
69
vale 1 ou, alternativamente, todas as situações em que a função vale 0. O primeiro método é
conhecido por soma de produtos (SdP), enquanto que o segundo é chamado produto de somas
(PdS).
70
O método utiliza a tabela verdade de uma função booleana como base para as
simplificações. Um mapa de Karnaugh é uma ajuda excelente para simplificação de funções de
até 6 variáveis. Para funções de mais de 6 variáveis a simplificação é mais complexa pois torna-se
uma tarefa árdua identificar as células adjacentes no mapa. Para funções de mais de 6 variáveis
devem ser utilizadas soluções algorítmicas computacionais.
Exemplo:
Considere a seguinte função:
f(A, B, C, D) = E(6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14)
Esta função tem a tabela verdade:
Os bits no mapa representam a saída da função para uma dada combinação de entradas.
Após o mapa de Karnaugh ter sido construído a próxima tarefa é encontrar os termos mínimos a
usar na expressão final. Estes termos são encontrados agrupando conjuntos de 1´s adjacentes no
mapa. O agrupamento deve ser retangular e deve ter uma área igual a uma potência de 2 (i.e. 2,
4, 8, …). Os retângulos devem ser os maiores possíveis, sem conter nenhum 0. O agrupamento
ótimo na figura está marcado com linhas coloridas (verde, vermelha e azul).
Para cada um dos grupos encontramos as variáveis que não mudam de valor dentro do
agrupamento.
Note que neste nosso exemplo as posições (1,4) e (2,4) (o grupo marrom) da matriz faz parte
do grupo verde e faz parte do grupo vermelho, lembre-se que temos que montar os maiores
blocos possíveis de 1´s com áreas iguais a potências de 2 (1,2,4,8,16,...).
Para o grupo vermelho encontramos que:
• A variável A mantém o mesmo valor (1) em todo o agrupamento, então ela deve ser
incluída no termo correspondente ao grupo vermelho.
71
• A variável B não mantém o mesmo estado (alterna entre 1 e 0), então deve ser excluída.
• C não muda, mas tem o valor (0), portanto deve ser incluido na forma negada.
• D muda.
Então o primeiro termo da expressão booleana é AC′.
No grupo verde, A eB mantêm o mesmo estado, mas C e D mudam. B é 0 e deve ser
incluída na forma negada. Então o segundo termo é AB'.
Da mesma forma, o retângulo azul dá o termo BCD′ e a expressão completa é: AC′ + AB′+
BCD′.
A matriz é conectada como um toróide, o que significa que a borda da direita é
considerada adjacente à borda da esquerda, bem como a borda inferior é considerada
adjacente à borda superior. Por exemplo, AD′ é um termo válido, embora não tenha sido incluído
no conjunto mínimo. Note que, se movermos a primeira linha para baixo da última linha ou a
primeira coluna para a direita da ultima coluna, a propriedade de mudar o estado de apenas
uma variável se mantém.
A função inversa pode ser resolvida da mesma forma, agrupando os zeros em vez de 1´s.
Quando há uma profusão de 1´s na matriz (isto é, a matriz é densa - a função f é verdadeira pra
maior parte dos valores de entrada) pode ser mais rápido desenvolver f′ no mapa e então
encontrar f = f′′ analiticamente.
72
10.8.3 Associação de somadores
Associando-se os blocos do meio somador e do somador completo em série podemos obter
somadores de vários bits. Para obtermos um somador de 3 bits, devemos utilizar um meio-somador
para os bits menos significativos e dois somadores completos para os demais bits.
73
subtratores de vários bits.
10.8.7 Multiplexador
O multiplexador ou MUX é um circuito combinacional que tem a finalidade de selecionar,
através das variáveis de seleção, uma de suas entradas, conectando-a eletronicamente à sua
única saída.
Esta operação é denominada multiplex ou multiplexação que significa seleção e, tanto suas
entradas como sua saída, são denominadas também, canais de entrada e saída. Para facilitar a
compreensão deste circuito, pode-se fazer, ainda, uma analogia com uma chave de seleção de
várias entradas e uma saída.
10.8.8 Demultiplexador
O demultiplexador ou DEMUX é um circuito combinacional que tem a finalidade de
selecionar, através das variáveis de seleção, qual de suas saídas deve receber a informação
presente em sua única entrada.
Ele faz, portanto, a operação inversa da realizada pelo MUX.
74
10.8.9 Circuitos sequenciais
Vimos anteriormente o funcionamento de uma lógica combinacional, ou ainda, uma lógica
para a qual a saída é pré-determinada de forma unívoca pelas entradas. Estes circuitos
apresentam um grave problema, que é a ausência de memória sobre os estados anteriores.
Existem distintos tipos de memória, porém, a lógica de todas elas está associada a circuitos
oscilantes, chamados de flip-flop, que podem alternar sua saída em função dos parâmetros de
entrada e do tempo decorrido.
O conceito de tempo está associado a pulsos de um relógio (clock), que vai alternar
estados entre 0 e 1, com uma freqüência pré-determinada, e será utilizado na propagação
temporal da informação.
Uma memória de um bit é o elemento fundamental para desenvolver qualquer outra
memória. Estas memórias de um bit podem "guardar" estados "1" (Q=1) ou estados "0" (Q=0).
Flip-flop RS básico
No arranjo da Figura abaixo, duas portas NÃO E são interligadas por uma realimentação.
Essa realimentação faz a saída depender dos valores das entradas e do valor ela que tinha antes
da aplicação desses valores nas entradas.
A tabela da verdade de um flip-flop RS básico é apresentada abaixo:
S R Q
0 0 Qa
0 1 0
1 0 1
1 1 *
A entrada S é denominada Set, pois quando acionada (nível 1), passa a saída para 1, e a
entrada R é denominada Reset, pois quando acionada passa a saída para zero. Este circuito irá
mudar de estado apenas no instante em que mudam as variáveis de entrada.
Se a entrada de clock for 0, ocorre sempre g=0 e h=0, independente dos valores de S e R. Se
a entrada de clock for 1, ocorre g=S e h=R e o circuito se comporta como o do tópico anterior,
com a mesma tabela de verdade e o mesmo estado impossível. Assim, a entrada de clock
comanda a operação do bloco.
Na Figura 02 foram adicionadas as entradas preset (PR) e clear (CL). Se ambas forem iguais
a 1, o flip-flop opera sem qualquer alteração. Estando a entrada clock em zero, a saída Q
75
assume valor 1 se preset for 0 e 0 se clear for 0. Ou seja, essas entradas permitem definir um valor
da saída de forma independente das demais, o que pode ser útil em muitos circuitos. Os valores
de PR e CL não podem ser simultaneamente nulos, pois seria uma condição inválida (Q só pode
ter um valor).
76
11 Comparadores, conversores AD/DA, temporizadores, circuitos PLL.
Embora haja uma grande quantidade de CIs que contem somente circuitos digitais, e
muitos outros que contem apenas circuitos lineares, há uma variedade de unidades que contem
ambos (circuitos lineares e digitais). Dentre os CIs lineares/digitais, podemos destacar os circuitos
comparadores, osconversores digital /analógicos, circuitos de interface, circuitos temporizadores,
osciladores e malhas armadas por fase (Phase locked loops - PLL).
11.1 Comparadores
Um circuito comparador é aquele no qual a tensão linear de entrada é comparada a uma
outra tensão de referencia, e a saida é um estado digital representando se a tensão de entrada
excedeu ou não a referencia de tensão.
Um circuito comparador básico pode ser representado na Fig. 1.
Fig.1
77
11.1.1 Unidades de CI comparadoras
Embora os amp-ops possam ser utilizados como circuitos comparadores, algumas unidades
especialmente projetadas para esse fim se mostram mais adequadas para algumas aplicações.
Dentre as possíveis melhorias que podem ser incluídas em um CI comparador, destacam-se:
chaveamento mais rápido entre os níveis de saída, imunidade ao ruído e saídas capazes de
acionar diretamente uma variedade de cargas. Alguns CIs comparadores são apresentados a
seguir.
78
Fig. 5
Exemplo:
A função do circuito é converter os 16 valores binários possíveis de 0000 a 1111 para um nível
de tensão correspondente, múltiplos de Vref/16. Utilizando-se mais seções no circuito, torna-se
possível aceitar mais entradas binárias e diminuir a diferença entre os níveis de tensão.
Quanto maior o numero de estágios, maior a resolução de tensão. Em geral, a resolução de
tensão para n estágios em escada é:
Fig. 6
79
Um contador digital avança zero enquanto um circuito de escada fornece, através das
saídas do contador, uma tensão em escada, a qual aumenta por um incremento de tensão em
cada passo de contagem. Um comparador, recebendo tensões em escada e a tensão de
entrada analógica, fornece um sinal para parar a contagem quando a tensão da escada se
eleva acima da tensão de entrada. O valor do contador nesse instante é a saída digital desejada.
80
Visto que o número destes pulsos contados aumentam linearmente com o tempo, a palavra
binária representando a contagem, é utilizada como entrada do conversor D/A cuja saída
analógica é mostrada no gráfico abaixo.
Enquanto a relação Ve > Vd for verdadeira, a saída do comparador é alta, habilitando a
entrada dos pulsos de relógio (clock) até o contador. Quando Vd > Ve a saída do comparador se
torna baixa, e a porta E é desabilitada. Assim a contagem é interrompida no exato instante que
Ve = Vd. Neste instante pode ser lida saída do contador, uma palavra digital representando a
voltagem recebida na entrada do conversor.
Para um sistema de N bits o tempo de conversão é, no pior caso, de 2N pulsos.
11.3 Temporizadores
O circuito integrado analógico-digital 555 é um temporizador muito popular. O CI é feito
basicamente de uma combinação de comparadores lineares e flip-flops digitais. A Fig. 11
apresenta detalhes da estrutura interna do CI que possui 8 pinos. Existe no CI uma conexão série
de 3 resistores que determina os níveis da tensão de referencia para os dois comparadores em
2Vcc/3 e Vcc/3. A saída do flip-flop é aplicada a um estágio amplificador de saída e também
opera um transistor cujo coletor tem a função de descarregar o capacitor de temporização.
Fig. 11
81
Fig. 12
Quando o sinal de entrada de disparo torna-se negativo, a saída no pino 3 vai para o nível
alto e aí permanece durante o período de tempo:
82
11.4 Malha amarrada por fase – PLL
A malha amarrada por fase (phase locked loop, PLL) é um circuito eletrônico que contem
um detector de fase, um filtro passa-baixa, e um oscilador controlado por tensão conectados da
forma mostrada na Fig. 14.
Fig. 14
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Um sinal de entrada Vi e o de um VCO (oscilador controlado por tensão) são comparados
por um comparador de fase fornecendo uma tensão de saída Ve, que representa a diferença de
fase entre os dois sinais. Esta tensão é então aplicada a um filtro passa-baixa que fornece uma
tensão de saída amplificada (se necessário), que pode ser tomada como a tensão de saída de
um PLL. Essa tensão é realimentada para modular a freqüência do VCO. A operação de malha
fechada do circuito mantém a freqüência do VCO amarrada à freqüência do sinal de entrada.
84
12 FPGA, Dispositivos lógicos programáveis. Arquitetura de dispositivos FPGA.
Linguagem descritiva de hardware.
FPGA (Field Programable Gate Array) são circuitos integrados que contem um grande
numero (na ordem de milhares) de unidades lógicas idênticas. Estas unidades lógicas podem ser
vistas como componentes padrões que podem ser configurados independentemente e
interconectados a partir de uma matriz de trilhas condutoras e chaves programáveis. Um arquivo
binário é gerado para a configuração da FPGA a partir de ferramentas de software seguindo um
determinado fluxo de projeto. Esse arquivo binário contém as informações necessárias para
especificar a função de cada unidade lógica e para seletivamente fechar as chaves da matriz de
interconexões, que podem ser programados pelo usuário, formam a estrutura básica da FPGA
para a especificação de circuitos integrados complexos.
A tecnologia FPGA tem evoluído em direção aos mais altos índices de desempenho,
elevados níveis de densidade e menores custos de fabricação. Este fato, tendem a se acentuar
nos próximos anos, tornando cada vez menor a distancia entre os FPGAs e os chips diretamente
implementados no silício. Isto tem possibilitado o emprego desta tecnologia na implementação
de arquiteturas cada vez mas complexas. Além desses avanços, os fabricantes de FPGA tem
introduzido no decorrer dos anos cada vez mais recursos de reconfigurabilidade em tais
dispositivos.
Reconfigurabilidade é a capacidade que alguns FPGAs tem de serem configurados e
reconfigurados várias vezes. Alguns FPGAs podem ser reconfigurados parcialmente, ou seja,
setores do dispositivossão reconfigurados enquanto outros mantem sua configuração.
Fig. 1
Um FPGA possui 3 tipos principais de recursos: blocos lógicos, blocos de entrada e saída
(I/O), e chaves de interconexão. Os blocos lógicos formam um arranjo bi-direcional, e as chaves
de interconexão são organizadas como canais de roteamento horizontal e vertical entre linhas e
colunas de blocos lógicos. Estes canais de roteamento possuem chaves programáveis que
permitem conectar os blocos lógicos de maneira conveniente, em função das necessidades de
cada projeto.
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O bloco lógico mais comumente utilizado é o Lookup table (LUT). Este tipo de bloco lógico
contem células de armazenamento que são utilizadas para implementar pequenas funções
lógicas.
A Fig. 2 mostra a estrutura de um LUT com duas entradas e uma saída. As variáveis de
entrada são usadas como chaves seletoras para 3 multiplexadores 2x1 que em conjunto
selecionarão uma das 4 células de armazenamento como saída do LUT.
Fig. 2
As células de armazenamento dos LUTS de um FPGA são voláteis, o que implica na perda do
conteúdo armazenado no caso de falta de alimentação elétrica. Desta forma o FPGA deve ser
programado toda vez que for energizado.
Geralmente um pequeno chip de memória PROM é incluído nas placas de circuito impresso
que contem FPGAs. As células de armazenamento são automaticamente carregadas a partir dos
PROMs toda vez que uma tensão elétrica aplicada a estes chips.
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A arquitetura geral de roteamento de um FPGA é apresentada na Fig. 3.
Fig. 3
VHDL
Very Hight Speed Integrated Circuit
Hardware
Description
Language
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conhecido é o STD_LOGIC_1164 da IEEE por conter a maioria dos comandos adicionais utilizados
na linguagem.
Exemplo: LYBRARY IEEE;
USE IEEE _LOGIC_1164.ALL;
Entity: É a parte principal do projeto. É a interface do sistema que descreve entradas e
saídas.
Architecture: É o corpo do sistema, onde são feitas as atribuições, operações, etc. Podem
existir várias ARCHITECTURE na mesma ENTITY.
Process: diretiva usada quando se quer fazer uma lista de operações a serem executadas. É
implementada dentro de ARCHITECTURE.
Entity portaand_3 is
Port (a, b, c: in bit;
Entity
Y: out bit);
(Pinos de I/O)
End portaand_3
Architecture logica of
portaand_3 is
Architecture
Begin
(Arquitetura)
Y<=a and b and c;
End logica;
Verilog
O Verilog é uma linguagem, como VHDL, largamente usada para descrever sistemas digitais,
utilizada universalmente.
A linguagem Verilog descreve um sistema digital como um conjunto dos módulos. Cada um
destes módulos tem uma relação com outros módulos que descreve como estão ligados.
Normalmente coloca-se um módulo por ficheiro mas é apenas convenção e não é obrigatório. Os
módulos podem funcionar simultaneamente, mas normalmente especifica-se um módulo do nível
superior que especifica um sistema fechado contendo dados de teste bom como modelos de
hardware. A este módulo chamaremos módulo de topo. O módulo de topo invoca instâncias de
outros módulos.
Os módulos podem representar as partes de hardware que podem ir desde portas simples
até sistemas complexos como microprocessadores. Os módulos podem ser especificados por
comportamento ou estruturalmente (ou uma combinação dos dois). Uma especificação por
comportamento define o comportamento de um sistema digital (módulo) que usa as construções
tradicionais duma linguagem de programação, e. g., ifs, instruções de atribuição. Uma
especificação estrutural expressa o comportamento de um sistema digital (módulo) como uma
interconexão hierárquica dos módulos secundários. No fundo da hierarquia os componentes
devem ser primitivas ou especificados por comportamento. As primitivas de Verilog incluem portas,
e.g., nand, bem como transístores de passagem (switches).
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A estrutura de um módulo é a seguinte:
Tipos de dados
VHDL suporta tipos de dados abstratos criados pelo utilizador
Em Verilog os tipos são muito simples e mais próximos do hardware
Aprendizagem
VHDL é fortemente tipada, menos intuitiva, mais verbosa (baseada em ADA)
Verilog é mais simples e menos verbosa (baseada em C)
Parametrização
VHDL tem construções para parametrizar números de bits, replicar estruturas e configurar
modelos.
Verilog suporta apenas modelos com parâmetros, instanciação com definição de
parâmetros.
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