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Curso: Engenharia Civil

Disciplina: Estruturas Metálicas 1


Ligações com Solda

• CARGA HORÁRIA: 36 h/a


• 1º semestre 2017
• Prof. Me. Leandro Dias Küster
1
Aula 05 – Ligações com Solda

Definição. Processos
Construtivos

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Aula 05 – Ligações com Solda

Definição

• A solda é um tipo de união por coalescência do material,


obtida por fusão das partes adjacentes.
• As soldas mais empregadas na construção civil são as de
energia elétrica.
– Em geral, a fusão do aço provocada pelo calor produzido por
um arco voltaico.
• Nos tipos mais empregados na indústria da construção,
a fusão do aço é provocada pelo calor produzido por um
arco voltaico entre um eletrodo tubular e o aço a
soldar, havendo deposição do material do eletrodo.
• O material fundido deve ser isolado do ambiente para
evitar a deposição de impurezas na solda.

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Vantagens x Desvantagens

Economia de material (área bruta = área líquida);


Ligações “mais rígidas”;
𝑉𝑎𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 Facilidade para corrigir ou efetuar modificações;
Quantidade menor de peças;
Melhor acabamento.

Energia Desvantagens elétrica suficiente;


Maior tempo de montagem (fabricação);
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑎𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 Dificuldade na desmontagem;
Controle de qualidade;
Fadiga;
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Tipos mais comuns de isolamento

• Eletroduto manual revestido: O revestimento é


consumido juntamente com o eletrodo, transformando-
se parte em gases inertes, parte em escória.

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Tipos mais comuns de isolamento

• Arco submerso em material granular fusível: O eletrodo


é um fio metálico sem revestimento, porém o arco
voltaico e o metal fundido ficam isolados pelo material
granular.

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Tipos mais comuns de isolamento

• Arco elétrico com proteção gasosa: O eletrodo é um


arame sem revestimento, e a proteção da poça de fusão
é feita pelo fluxo de gás (ou mistura de gases) lançado
pela tocha de soldagem.

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Tipos mais comuns de isolamento

• Arco elétrico com fluxo no núcleo: O eletrodo é um


tubo fino preenchido com o material que protege a poça
de fusão.

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Processos construtivos
• A solda de eletrodo manual revestido é a mais utilizada na
indústria.
• O processo de solda por arco voltaico submerso é largamente
utilizado em trabalhos de oficina.
• O processo de solda com proteção gasosa é utilizado
principalmente em processos semiautomáticos.
– Obs. Na fabricação de estruturas metálicas soldadas, devem ser
tomadas precauções com a retração da solda após o seu
resfriamento, que pode resultar em distorção dos perfis. Por isso, a
sequência de soldagem deve ser programada de maneira eu
distorções causadas por uma solda sejam compensadas por outra.
– Esse aquecimento produzido pela solda e posterior resfriamento
diferenciados entre partes do perfil resultam em tensões residuais
internas nos perfis.

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Tipos de eletrodos

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Tipos de eletrodos

• Os eletrodos utilizados nas soldas por arco


voltaico são varas de aço-carbono ou aços de
baixa liga.
• Os principais tipos de eletrodos empregados na
indústria são:
– E60 = fw = 60 ksi = 415 Mpa
– E70 = fw = 70 ksi = 485 Mpa

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Soldabilidade de aços
estruturais

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Soldabilidade de aços estruturais

• A soldabilidade dos aços reflete a maior ou menor


facilidade de se obter uma solda resistente e sem
fraturas.
• Os aços-carbono até 0,25% de carbono e 0,80% de
manganês são soldáveis sem cuidados especiais. Para
teores de carbono superiores a 0,30% é, em geral,
necessário fazer um preaquecimento e um resfriamento
lento, pois as soldas sem esse tratamento apresentam
ductilidade muito pequena.
• Os aços de baixa liga sem e com tratamento térmico são
geralmente soldáveis, devendo-se adotar eletrodos
adequados e eventualmente fazer preaquecimento do
metal-base.
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Defeitos na Solda

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Defeitos na solda
• As soldas podem apresentar grande variedade de defeitos.
Entre eles podemos citar:
– Fraturas a frio
• O calor interno imposto pelo processo de solda afeta a microestrutura
tanto do metal da solda quanto do metal-base adjacente à poça de fusão
na região conhecida como zona termicamente afetada (ZTA). Esta zona
atinge temperaturas de fusão e, após o resfriamento rápido, há a
tendência à formação de microestruturas mais frágeis do que as do aço
original, e portanto mais suscetíveis à ocorrência de fraturas sob ação
mecânica (fraturas a frio).
• As fraturas a frio podem ser evitadas controlando-se a velocidade de res-
friamento, por exemplo, com
preaquecimento do metal-base e
com a utilização de eletrodos com
revestimento de carbonato de
sódio.

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Defeitos na solda

– Fraturas a quente
• Estas fraturas ocorrem no material da solda durante a solidificação e
são devidas à presença de impurezas, em geral enxofre e fósforo,
solidificando-se à temperaturas mais baixas do que a do aço.

– Fusão incompleta, penetração inadequada


• Decorrem em geral de insuficiência de corrente.

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Defeitos na solda
– Porosidade
• Retenção de pequenas bolhas de gás durante o resfriamento.
• Frequentemente causada por excesso de corrente ou distância
excessiva entre o eletrodo e a chapa.

– Inclusão de escória
• Usual em soldas feitas em várias camadas, quando não se remove
totalmente a escória em cada passe.

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Controle e inspeção da
Solda

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Controle e inspeção da solda

• Em face da grande sensibilidade a defeitos, a solda


deve ser sempre feita em condições controladas.
• Nas estruturas comuns utiliza-se a inspeção visual
por inspetor treinado.
– Nessa inspeção verificam-se as dimensões de solda e
observa-se a ocorrência de defeitos, como penetração
inadequada e trincas superficiais.
• Nas indústrias de perfis soldados e nas estruturas
de grande responsabilidade utilizam-se ensaios não
destrututivos, como ultrassom, raios X ou líquidos
penetrantes.

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Classificação de Soldas e
Eletrodo Quanto à Posição
do Material de Solda em
Relação ao Material-base

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• Abaixo são apresentados os tipos de solda de eletrodos, conforme a


posição do material de solda em relação ao material a soldar (material
base).

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• Nas soldas de entalhe, o metal de solda é colocado diretamente entre


as peças metálicas, em geral dentro de chanfros. A solda pode ser de
penetração total ou parcial. Cos chanfros podem ser de diversas
formas.

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Classificação Quanto à
Posição Relativa das Peças
Soldadas

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• Abaixo são apresentados diversos tipos de


ligações soldadas classificadas segundo a
posição relativa das peças.

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Posição de Soldagem com


Eletrodos

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Posição de soldagem com eletrodos


• A posição plana produz os melhores resultados, sendo
utilizada preferencialmente nos trabalhos de oficina.
• As posições horizontal e vertical são usadas correntemente
em trabalhos de oficina e de campo.
• A posição sobrecabeça é a mais difícil. Trata-se de uma
soldagem mais susceptível a defeitos, em particular à
ocorrência de inclusão de escória, pela sua menor densidade
em relação ao metal da solda.

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Simbologia de Solda

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Simbologia de solda
• A fim de facilitar a representação nos desenhos dos tipos e dimensões de soldas
desejados, adotou-se uma simbologia convencional.
• Abaixo está expressa um resumo das principais regras para a representação gráfica dos
tipos de soldas.

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Simbologia de solda

• Utilização das simbologias

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Exemplos de ligações soldadas com as


respectivas simbologias e descrições
– Solda de filete, de oficina, ao longo das faces 1 -3 e 2-4; as
soldas têm 50 mm de comprimento (deve ser maior que a
largura a); o eletrodo a ser usado é E60.

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Exemplos de ligações soldadas com as


respectivas simbologias e descrições
– Solda de filete, de oficina, dimensão 8mm em toda a
volta.

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Exemplos de ligações soldadas com as


respectivas simbologias e descrições
• Solda de filete, de oficina, dimensão 5 mm intermitente e alternada, com 40
mm de comprimento (dimensão mínima) e passo igual a 150 mm. As chapas
ligadas por soldas intermitentes podem estar sujeitas a flambagem local e
corrosão.

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Exemplos de ligações soldadas com as


respectivas simbologias e descrições
– Solda de entalhe em bisel de um só lado, de campo, com chapa de espera; a seta
aponta na direção da peça com chanfro; chapas de espera são indicadas em
soldas de um só lado de penetração total, com o intuito de evitar a fuga de
material de solda e a consequente penetração inadequada. Chapas de espera não
retiradas após a execução da solda produzem concentração de tensões e podem
ocasionar fadiga.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Exemplos de ligações soldadas com as


respectivas simbologias e descrições
– Solda de entalhe de
dois lados com
chanfro em bisel a
45°

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Elementos construtivos
para projeto: Soldas de
Entalhes

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Soldas de entalhe

• As soldas de entalhe são, em geral, previstas para total


enchimento do espaço das peças ligadas (penetração
total). Utiliza-se então, nos cálculos, a seção do metal-
base de menor espessura.

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Soldas de entalhe
• Quando o projeto prevê enchimento incompleto (penetração parcial),
com chanfro em bisel, a espessura efetiva te é tomada igual à
profundidade y do entalhe menos 3 mm, quando o ângulo da raiz do
entalhe fica entre 45° e 60° (exceto na soldagem com proteção gasosa
ou com fluxo no núcleo em posições plana e horizontal quando toma-
se te = y); Quando este ângulo é maior que 60° em chanfros de V ou
bisel, toma-se te igual à profundidade do entalhe (Figura abaixo). Com
chanfros em J ou em U, a espessura efetiva é igual à profundidade do
chanfro.

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Soldas de entalhe
• Nas ligações de topo de chapas de espessuras diferentes
quando a parte saliente da peça mais espessa for superior a
10mm, deve-se fazer um chanfro, como ilustrado abaixo, para
evitar concentrações de tensões na seção de transição. A
ligação de chapas com larguras diferentes se faz com curva de
transição, também para evitar concentrações de tensões.

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Soldas de entalhe
• As gargantas de solda com penetração parcial são projetadas com
espessuras mínimas construtivas (te min), a fim de garantir a fusão do
metal-base.
– Obs. As soldas de entalhe com penetração parcial não podem ser usadas
em ligações de peças sob flexão.

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Elementos construtivos
para projeto: Soldas de
Filete

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Soldas de entalhe
• As soldas de filetes são assimiladas a triângulos retângulos. Os filetes
são designados pelos comprimentos de seus lados. Assim, um filete de
8 mm significa filete de lados b iguais a 8 mm. Um filete de 6 mm x 10
mm designa filete com um lado de 6 mm e o outro de 10 mm. Na
maioria dos casos os lados dos filetes são iguais. Denominam-se
garganta do filete a espessura desfavorável t; perna, o menor lado do
filete; raiz, a interseção das faces de fusão.

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Soldas de entalhe
• A área efetiva para cálculo de um filete de solda de lados iguais (b) e
comprimento efetivo (l) vale:
𝑡. 𝑙 = 0,7. 𝑏. 𝑙

– O comprimento efetivo l é o comprimento total da solda incluindo os retornos de


extremidade, exceto no caso de filetes longitudinais de peças sob esforço axial,
quando l é tomado igual ao comprimento L da solda multiplicado pelo fator de
redução b.

𝐿
𝛽 = 1,2 − 0,002. , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 0,6 ≤ 𝛽 ≤ 1,0
𝑏

• As soldas de filetes realizadas pelo processo de arco submerso são mais


confiáveis que as de outros processos. Adotam-se então espessuras efetivas
maiores que as indicadas na figura anterior.
𝑏 ≤ 10 𝑚𝑚 𝑡𝑒 = 𝑏
𝑏 > 10 𝑚𝑚 𝑡𝑒 = 𝑡 + 3 𝑚𝑚
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Soldas de entalhe
• Esse fator redutor se aplica a soldas longas (L > 100b) para levar em
consideração a não uniformidade na distribuição de tensões, o que contraria
a hipótese de uniformidade usualmente adotada no cálculo das solicitações
(mesmo efeito que ocorre em peças parafusadas).
• Os filetes de solda devem ser tomados com dimensões mínimas para evitar o
esfriamento brusco da solda por condução de calor e assim garantir a fusão
dos materiais, evitar a ocorrência de fraturas a frio e minimizar distorções. A
dimensão (perna) mínima do filete é determinada em função da chapa mais
fina.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas de entalhe

• As dimensões máximas a adotar para os lados dos filetes


são condicionadas pela espessura da chapa mais fina. A
folga de 1,5mm entre a espessura t da chapa e a perna b
da solda se destina a evitar a fusão da quina superior da
chapa e a consequente redução da perna e da garganta
de solda, o que poderia ocorrer para t = b.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas de entalhe
• Num filete de solda de comprimento L, em cada extremidade há um pequeno trecho
em que a espessura da garganta cai até zero. Levando isso em conta, a norma
brasileira, baseada na americana, especifica comprimentos mínimos construtivos do
cordão de solda.

𝐿 ≥ 4. 𝑏 ≮ 40𝑚𝑚

• Em ligações de extremidade de peças tracionadas feitas unicamente com soldas de


filete longitudinais o comprimento dos filetes (lw) deve ser maior ou igual à largura a
da chapa.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas de entalhe
• As terminações de filetes de solda requerem certas precauções nos casos em
que a formação de entalhes pode afetar a resistência estática e/ou a
resistência à fadiga quando as cargas cíclicas impõem danos de suficiente
magnitude. Um exemplo em que as normas de projeto recomendam que a
solda comece a uma pequena distância do bordo do transpasse encontra
ilustrado abaixo. Trata-se de uma emenda em filetes longitudinais em que um
dos seus extremos coincide com uma borda tracionada.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Resistência das soldas:


Soldas de Entalhes

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Soldas em entalhes

• As resistências de cálculo das soldas são dadas


em função de uma área efetiva de solda

𝐴𝑤 = 𝑡𝑒 . 𝑙

– te = espessura efetiva
– l = comprimento efetivo

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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas em entalhes

• Para as soldas de entalhe de penetração total


sujeitas a tensões de compressão ou tração ou
perpendiculares ao eixo da solda, as resistências de
cálculo são obtidas com base no escoamento do
metal-base (fy).

𝐴𝑀𝐵 . 𝑓𝑦
𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

– AMB = Área do metal base.


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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas em entalhes
• Para soldas de entalhe de penetração parcial sob tração ou
compressão, perpendiculares ao eixo da solda, a resistência é
determinada com o menor valor dos seguintes:
– Metal-base
𝐴𝑀𝐵 . 𝑓𝑦
𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1

– Metal da solda
𝐴𝑤 . 𝑓𝑤
𝑅𝑑 = 0,60.
𝛾𝑤1

• fw = tensão resistente do metal da solda


• gw1 = 1,25 para combinações normais, especiais ou de construção
• gw1 = 1,05 para combinações excepcionais de ações.
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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas em entalhes
• Para tensões de cisalhamento, as tensões atuando em
direções diferentes são combinadas vetorialmente. A
resistência de projeto Rd é dada pelas seguintes expressões:
– Penetração total: Metal-base
𝐴𝑀𝐵 . 𝑓𝑦
𝑅𝑑 = 0,60.
𝛾𝑎1

– Penetração parcial: Metal da solda


𝐴𝑤 . 𝑓𝑤
𝑅𝑑 = 0,60.
𝛾𝑤2

• gw2 = 1,35 para combinações normais, especiais ou de construção


• gw2 = 1,15 para combinações excepcionais.

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Resistência das soldas:


Soldas de Filetes

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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas de filete
• As resistências das soldas de filetes são dadas em função da
área
𝐴𝑤 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎 = 𝑡. 𝑙

– t = espessura da garganta
• Para efeito de resistência de cálculo do filete não precisam
ser considerados esforços solicitantes de tração ou
compressão atuando na direção paralela ao eixo longitudinal
da solda. Essas solicitações ocorrem em soldas de filetes que
ligam as chapas componentes de perfis soldados submetidos
a momento fletor. Entretanto deve ser considerada a
transferência de esforços de uma chapa à outra por
cisalhamento através da garganta de solda.
– Obs. O estado limite é o de ruptura do metal da solda.
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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas de filete
• Os esforços solicitantes em qualquer direção no plano
perpendicular ao eixo longitudinal da solda são considerados,
para efeito de cálculo, como esforços cisalhantes.
• A resistência de cálculo pode ser obtida com a expressão
seguinte:
𝐴𝑤 . 𝑓𝑤
𝑅𝑑 = 0,60.
𝛾𝑤2

• Quando a solda estiver sujeita a tensões não-uniformes, a


resistência pode ser determinada em termos de esforço por
unidade de comprimento.
𝑡(0,60. 𝑓𝑤 )
𝑅𝑑 =
𝛾𝑎2
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Soldas de filete

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Aula 05 – Ligações com Solda

Distribuição de esforços nas


soldas: Composição dos
esforços em soldas de filetes

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Aula 05 – Ligações com Solda

Composição dos esforços em soldas


de filetes
• Nas soldas de filete, qualquer que seja a direção
dos esforços aplicados, admite-se, para efeito de
cálculo, que as tensões na solda sejam de
cisalhamento na seção da garganta.
• As tensões de corte são calculadas com as seguintes
equações:
𝐹𝑥 𝐹𝑦
𝜏𝑥 = 𝜏𝑦 =
𝑡. 𝑙 𝑡. 𝑙

– Multiplicando as tensões pela espessura t, obtêm-se os


esforços por unidade de comprimento.
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Aula 05 – Ligações com Solda

Distribuição de esforços nas


soldas: Emendas Axiais
Soldadas

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Aula 05 – Ligações com Solda

Emendas axiais soldadas


• A figura abaixo ilustra a distribuição de tensões cisalhantes em regime
elástico nos filetes longitudinais de solda. Essa distribuição é
semelhante à distribuição de esforços de corte em emendas
parafusadas. As maiores tensões ocorrem nas extremidades.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Emendas axiais soldadas


• Nas emendas com filetes transversais, as tensões também são
consideradas distribuídas.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Emendas axiais soldadas

• Para filetes transversais, são indicados comprimentos


mínimos de transpasse como a figura à esquerda, para
evitar rotações excessivas como as da figura à direita.

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Distribuição de esforços nas


soldas: Ligação Excêntrica por
Corte

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Aula 05 – Ligações com Solda

Ligação excêntrica por corte


• Na figura (a) vemos a ligação soldada de uma chapa em consolo, com
uma carga excêntrica. Para efeito de cálculo, consideramos na figura
(b) as áreas das gargantas rebatidas no plano do consolo.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Ligação excêntrica por corte


• A tensão cisalhante tf provocada pelo esforço centrado F em um ponto
qualquer do cordão de solda é dada pela equação:
𝐹
𝜏𝑓 =
𝑡. 𝑙

• A tensão cisalhante tM provocada pelo momento Fe é calculada com a


equação:
𝐹𝑒
𝜏𝑀 = . 𝑟
𝐼𝑝

• Ou decompondo-se nas duas direções x e y


𝐹𝑒 𝐹𝑒
𝜏𝑥 = .𝑦 𝜏𝑦 = .𝑥
𝑡. 𝑙 𝑡. 𝑙

– Onde Ip = momento polar da área de solda referida ao centro de gravidade.

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Aula 05 – Ligações com Solda

Ligação excêntrica por corte

• O momento de inércia polar Ip pode ser


calculado com a soma dos momentos de inércia
retangulares Ix e Iy da seção de solda (diversas
vezes esse momento de inércia polar é fornecido
em tabelas).

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Distribuição de esforços nas


soldas: Soldas com Esforços
Combinados de Cisalhamento e
Tração ou Compressão

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Soldas longitudinais

• Consideremos a seção de perfil I soldados (Figura


a). A ligação com a mesa poder ser soldada de
entalhe (Figura b) ou soldada de filete (Figura c).

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Aula 05 – Ligações com Solda

Soldas longitudinais
• Se, na seção considerada, atuarem um esforço cortante V e
um momento fletor M, os diagramas de tensões cisalhante (t)
e normal (s) são dados pelas resistências dos materiais:
𝑉. 𝑆 𝑀
𝜏= 𝜎 = .𝑦
𝐼. 𝑏 𝐼

– S = momento estático da chapa de mesa do perfil referido ao eixo


x;
– I = momento de inércia do perfil em relação ao eixo x.
– Para soldas de entalhe a largura b é a espessura t0 da chapa da
alma;
– Para solda de filete a largura b representa a soma das gargantas
dos dois cordões de solda.

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Soldas transversais
• Na figura (a) vemos a ligação entre uma viga e um pilar com
chapa de topo soldada à viga. Na Figura (b) mostramos um
corte na seção de solda, com área das gargantas rebatidas. A
ligação transmite um esforço cortante V e um momento M.

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Soldas transversais
• O esforço cortante produz uma tensão de cisalhamento
vertical. Como as mesas do perfil transmitem tensões
cisalhantes muito baixas, devemos contar nesse caso somente
com os cordões da alma da viga.
𝑉
𝜏=
2. 𝑡. ℎ0

• O momento fletor produz tensões s. Com as propriedades


geométricas da seção resistente composta das seções da
garganta de solda rebatidas utiliza-se uma composição
vetorial arbitrária.
𝜏𝑑 𝑚á𝑥 = 𝜎𝑑2 + 𝜏𝑑2 ≤ 𝜏𝑟𝑒𝑠

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Combinação de soldas com


conectores

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Aula 05 – Ligações com Solda

Combinação de soldas com conectores


• O trabalho conjunto de soldas e conectores é influenciado
pela rigidez de cada um dos tipos de ligação utilizados.
• Em construções novas, os parafusos não podem ser
considerados atuando em conjunto com soldas, exceto
parafusos em ligações por corte. Neste caso, com soldas
longitudinais de filete, a contribuição dos parafusos deve ser
limitada a 50% da resistência do grupo de parafusos em
ligação por atrito.
• Em construções existentes, reforçadas por soldas, os rebites
ou parafusos de alta resistência em ligações por atrito já
existentes podem ser considerados para resistir às solicitações
de carga permanente já atuando. As solicitações devidas aos
novos carregamentos devem ser resistidas pelas soldas de
reforço que forem acrescentadas à ligação.
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Aula 05 – Ligações com Solda

Bibliografia

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Aula 05 – Ligações com Solda

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de


estrutura de aço e de estrutura mista de aço e concreto de edifícios.
Rio de Janeiro, 2008.
• PFEIL, W; PFEIL M. Estruturas de aço: dimensionamento prático. Rio de
Janeiro. LTC, 2009.
• SILVA, P. V.; PANNONI, F. D. Estruturas de aço para edifícios: aspectos
tecnológicos e de concepção. Editora Edgard Blucher, 2010.
• BELLEI, I. Edifícios industriais em aço: projeto e cálculo. 5.ed.São Paulo:
Pini, 2006.
• BELLEI, I.; PINHO, F. O.; PINHO, M. O. Edifícios de múltiplos andares em
aço. 2.ed. São Paulo:Pini, 2008.
• DIAS, L. A. M. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem. Rio de
Janeiro. CBCA, 2006.
• PINHEIRO, A. C. F. B. Estruturas metálicas: cálculos, detalhes, exercícios
e projetos. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

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