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SOLDAGEM

Aula 03
Faculdade Pitágoras – Núcleo de Engenharias
Engenharia Mecânica
Simbologia e Terminologia de Soldagem

• Introdução
• Terminologia
• Simbologia
Introdução
• Por serem extensos a quantidade de termos no campo
da soldagem, iremos abordar de forma resumida os
termos de terminologia e simbologia da soldagem.

• Caso necessário um aprofundamento, pode-se consultar


bibliografia específica para um estudo mais completo.
Terminologia
Terminologia
Solda: é o resultado de operação de soldagem.

Metal de base: Representa o material da peça ou peças que


estão sendo soldadas

Metal de adição: Material adicional que é fornecido para


formação de solda.

Poça de fusão: é o metal fundido pela fonte de calor e


tranforma em parte líquida.
Terminologia
Terminologia

Junta: Região onde as peças serão unidas por soldagem.

Abaixo são mostradas as principais juntas utilizadas:


Terminologia
Chanfro: Muitas vezes as características como dimensão,
facilidade de movimentação das peças, e necessidades de
projeto, exigem preparação das faces para soldagem, em
forma de cortes ou de conformação especial da junta.
Terminologia
Para cada tipo de chanfro específico é função de:
• Processos de soldagem;
• Espessura das peças;
• Dimensões das peças e facilidade de movimentação;
• Facilidade de acesso à região da junta;
• Tipo de junta
• Custo de manutenção do chanfro;
• Etc.
Terminologia
Elementos dos chanfros
• Encosto ou nariz (s): Parte não chanfrada de um
componente da junta;
• Garganta, folga ou fresta (f): Menor distância entre as
peças a soldar;
• Ângulo de abertura da junta ou ângulo de bisel (): Ângulo
da parte chanfrada de um
dos elementos da junta;
• Ângulo de chanfro ():
Soma dos ângulos de bisel
dos componentes da junta.
Terminologia
Elementos dos chanfros
• Raio do chanfro (r);
• (f);
• ();
• ();
• (s);
Terminologia
Elementos dos chanfros
• Raio do chanfro (r);
• (f); Garganta folga ou fresta
• ();Ângulo de Abertura (Ângulo de Bisel)
• (); Ângulo de chanfro
• (s); Encosto ou nariz
Terminologia
Elementos do chanfro são determinados de forma a atender
requisitos de projeto, permitindo também um fácil acesso
até o fundo da junta, minimizando ainda a quantidade de
metal de adição necessária para o preenchimento
adequado.
Terminologia
• Raiz: Representa a região mais profunda da solda. Tende
a ser a região de soldagem mais difícil e mais propensa a
formação de descontinuidades;

• Face: Superfície oposta a


região de solda;

• Passe: Depósito de material obtido pela progressão


sucessiva de uma só poça de fusão. A solda pode ser feita
em um ou vários passes.
Terminologia
• Camada: Conjunto de passes localizados em uma mesma
altura;

• Reforço: Altura máxima


alcançada pelo excesso de
material de adição medida a
partir da superfície do metal de base;

• Margem: Linha de encontro entre a face de solda e a


superfície do metal de base.
Terminologia
Terminologia
Terminologia
• Posições de soldagem:

• Plana: A soldagem é feita no lado


superior de uma junta e a face da solda é praticamente
horizontal.

• Horizontal: A face é inclinada


apesar do eixo ser praticamente horizontal.
Terminologia
• Sobrecabeça: A soldagem é feita pelo
lado inferior ao de uma solda cujo eixo é
plano.

• Vertical: O eixo é vertical, podendo


ser em sentindo ascendente ou
descendente.
Terminologia
• Posições para tubulações podem ser designadas
também. A norma é a ASME (American Society of
Mechanical Engeneers.
Terminologia
• Posições para tubulações podem ser designadas
também. A norma é a ASME (American Society of
Mechanical Engeneers.

1G 2G 5G
Simbologia
• Consiste em uma série de símbolos, sinais e números,
dispostos de uma forma, com função de informar uma
solda e/ ou operação de soldagem.
Podemos por exemplo ver abaixo os elementos principais
que correspondem a simbologia conforme a AWS A2.4:
A) Linha horizontal de referência
B) Seta
C) Símbolo básico de solda
D) Dimensões e outros dados
E) Símbolos suplementares
F) Cauda – Especificação do processo de soldagem ou outra
referência.
Simbologia

C D

B
F
A
Simbologia
Simbologia
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Simbologia
• Exemplos
Exercícios
• Exemplos
Exercícios
Soldagem Eletrodo Revestido
• Definição
• Fundamentos do processo
• Aplicação
• Características
• Equipamentos e Acessórios
• Parâmetros de Soldagem
• Técnicas Operatórias
• Vantagens e Desvantagens
• Vídeos
Definição
Vídeo 1
Fundamentos do Processo
A soldagem a arco com eletrodos revestidos (Shielded
Metal Arc Welding – SMAW) é um processo que produz
coalescência entre metais pelo aquecimento destes com
um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico e
a peça que está sendo soldada.
Fundamentos do Processo
Fundamentos do Processo 1.Revestimento
2.Vareta (Alma)
3. gás de proteção
4.Poça de fusão
5.Metal base
6.Metal de solda
7.Escória solidificada
Fundamentos do Processo
Fundamentos do Processo
Fundamentos do Processo
Representado até nos anos 60 como o principal processo
de soldagem, vem perdendo mercado no Brasil devido
outros processos com maiores índices de produção.
Aplicação
Aplicação
Aplicação
Aplicação
Utilização em diversos materiais, como aços carbono, aços
de baixa, média e alta liga, inoxidáveis, ferro fundido,
alumínio, cobre níquel e ligas deste por exemplo.
Características
O metal fundido vindo do
eletrodo é transferido através
do arco, sendo incorporado
à poça fundida no metal de
base, originando o metal de
solda.

O acendimento do arco é por contato provocado entre a


extremidade da alma metálica e a superfície da peça/junta,
sendo necessário pequeno comprimento de arco durante a
operação, para mantê-lo estável.
Características
Gases e escória fundida provenientes da queima e
decomposição do revestimento do eletrodo, protegem a
gota sendo transferida e a poça de solda é protegida contra
gases proveniente à externa.

A escória forma uma reação química com o material


depositado, além de criar ambiente propício à estabilidade
do arco, flutuando o cordão de solda após sua solidificação.
Características
Apresenta baixa produtividade apresentando taxa de fator
de ocupação do soldador menor que 40%.
(Total do tempo de soldagem com o arco de soldagem em
operação)
Características
Diferentes combinações de metais dissimilares podem ser
soldados por este processo.
Diversas faixas de espessuras também podem ser soldadas,
tomando-se o cuidado de preparação para espessuras
maiores que 3,0 mm.
Equipamentos e acessórios
A) Fontes de energia elétrica:
Máquinas de soldagem com corrente contínua
(retificadores) ou corrente alternadas (transformadores),
com característica estática tombante ou corrente
constante.
Equipamentos e acessórios
A) Fontes de energia elétrica:
Equipamentos e acessórios
B) Consumíveis de solda – O eletrodo revestido é
constituído de alma + revestimento.
Alma metálica – Simples (compacto ou tubular) podendo
ser também bi metálica (concêntrica ou trançada).

Diâmetros de 2,0 a 6,0 mm e comprimentos de 300,350,


400 e 450 mm. Também utilizados eletrodos de 700 mm
para solda de gravidade.
Equipamentos e acessórios
B) Especificações: Normas ABNT/FBTS, ASME/AWS, EN/DIN,
ISO e classificações para soldagem de aço carbono, aço
carbono e baixa e média liga, aço inoxidável, não ferrosos e
para revestimento protetor (revestimento duro resistente ao
desgaste e recobrimento resistente a corrosão) e para ferro
fundido – “Desenvolvimento Especial”.
Tipo de Metal depositado ANSI/AWS DIN

aço carbono A5.1 1913-8529/75


alumínio e ligas de alumínio A5.3 1732
aço inoxidável A5.4 8556
aço carbono baixa liga A5.5 1913/8575
cobre e ligas de cobre A5.6 1733/8555
Tipo de Metal depositado ANSI/AWS DIN

níquel e ligas de níquel A5.11 1736


para revestimento A5.13 8555
para ferro fundido A5.15 8573-1913-1733
para revestimento (tubular) A5.21 -
Equipamentos e acessórios
C) Revestimentos:
Possuem diversas funções entre elas

Função elétrica:
Auxiliam na estabilidade do arco elétrico. Podem ter como
componente o silicato sendo de grande valia
principalmente para soldas com corrente alternada.
Equipamentos e acessórios
Função metalúrgica:
A cratera formada na ponta do juntamente com o gás
(atmosfera gasosa) protegem a fusão da solda contra
contaminantes como oxigênio e hidrogênio, tendo ainda a
escória que permite uma redução no resfriamento –
isolamento térmico.
Equipamentos e acessórios
Função metalúrgica:
Equipamentos e acessórios
D) Classificação de revestimentos:

Celulósicos: Celulose, óxido de titânio, ferro-ligas,


escorificantes e desoxidantes;
Possuem alta penetração, pouca formação de escória e
revestimento de H2 – aplicação em aços doces, todas as
posições,indicado para passe raiz em juntas
circunferenciais de tubulação. Apresentam problemas de
H2 em aços de alta resistência.
Equipamentos e acessórios
Rutílicos: Óxido de Rutílicos: óxido de rutilo, ferro-ligas e
escorificantes, média/baixa penetração, escória abundante,
ação desfosforante e dessulfurante e revestimento com
baixo teor de H2 médio. Aplicável em aços doces, em todas
posições. Recomendado para espessuras finas e juntas em
ângulo.
Equipamentos e acessórios
Oxidantes: Óxido de Ferro (hematita), quartzo, feldspato e
caulim como escorificantes; não contém ferros-ligas/
desoxidantes.
Caracteriza-se por ótimo acabamento e propriedades
mecânicas sofríveis; aplicável a elementos de ferro puro
(ex. tanque para galvanização), somente na posição plana.

Pouco usado atualmente.


Equipamentos e acessórios
Ácidos ou Neutros: Óxido de Ferro, ferro ligas,
escorificantes à base de silíca e carbonato de cálcio; bom
acabamento, propriedades mecânicas pobres, alta
penetração
Aplicação na soldagem de aços de baixo carbono (<25%) e
enxofre (0,05%), preferencialmente na posição plan a e
horizontal. Boa aparência do cordão de solda.
Equipamentos e acessórios
Básico: Carbonato de cálcio e fluorita, escória básica com
dióxido de carbono. Produz escória básica com grande
proteção a atmosfera. Altas com baixo teor de H2 . Aços de
pior condições de soldagem, desconhecidos ou pior
soldabilidade. Altamente higroscópicos e não podem
absorver umidade.
Equipamentos e acessórios
• Podemos ainda ter como características dos
revestimentos em aços
• Melhorar o aproveitamento da energia do arco
• Manter a estabilidade do arco de soldagem
• Revestimento resistente ao calor permitindo correntes
mais elevadas
• Aumento da taxa de deposição

• Aumento da poça de fusão


• Dificuldade de controlar grandes volumes de solda na
fusão.
Equipamentos e acessórios
A AWS American Welding Society (Sociedade Americana de
Soldagem) normalizou um padrão para identificação de
eletrodos revestidos que é aceito e reconhecido em grande
parte do mundo.
Equipamentos e acessórios
Nomeclatura dos revestimentos:.
Equipamentos e acessórios
Nomeclatura dos eletrodos:

E6013
E60 – 60.000 PSI de resistência à tração
1 – Posição de soldagem usáveis - todas as posições
3 - Tipo de revestimento e corrente– revestimento rutílico,
potássio – corrente CC+ CC- CA
Equipamentos e acessórios
Nomeclatura dos revestimentos:.
Equipamentos e acessórios
Nomeclatura dos revestimentos:.
Equipamentos e acessórios
Nomeclatura dos revestimentos:.
Equipamentos e acessórios
Teor de hidrogênio no revestimento:

Baixo H2 : altamente higroscópicos. Eletrodos básicos.


Médio H2: medianamente higroscópicos. Rutílicos
Alto H2: pouco higroscópicos. Exemplo revestimentos
celulósicos.
Equipamentos e acessórios
Composição química do metal depositado pode ser definido
através dos elementos de liga vindos do revestimento ou da
alma dos eletrodos:

Ligados na alma: todos elementos de liga e são distribuídos


parcialmente na alma e no revestimento;
Semi-ligado ou semi-sintético: os elementos de liga estão
distribuídos parcialmente na alma e no revestimento

Sintético: todos os elementos de liga estão no revestimento.


Equipamentos e acessórios
Alicate ou porta eletrodo:
Fixar as posições dos eletrodos e contato
elétrico/transmissão de corrente ao eletrodo.
Equipamentos e acessórios
Outros acessórios: Martelo picador, escova de aço carbono
ou inox, estufa de conservação de eletrodos higroscópicos
no almoxarifado, na produção (setorial) e individual
(portátil) (“Cochicho”) forno de ressecagem de eletrodos.
Equipamentos e acessórios
Cabos de energia e pinças de fixação dos cabos.
Parâmetros de Soldagem
Tensão
Varia no arco de 17 a 36 V e depende do diâmetro do
eletrodo, revestimento, corrente e comprimento de arco.
Não é muito controlada pelo operador neste processo.

Uma variável importante é o comprimento do arco que


varia entre 0,5 e 1,1 vezes o diâmetro do eletrodo.
Parâmetros de Soldagem
Tensão de circuito
Aberto e tensão
de trabalho
Parâmetros de Soldagem
Corrente:
A corrente de soldagem: controla o volume da poça de fusão
e a penetração da solda no metal base, que tendem a
aumentar com o aumento da corrente, assim como a largura
do cordão.

Correntes muito elevadas produzem poças de fusão de


grandes dimensões e difícil controle, além de poderem causar
a degradação do revestimento, respingos excessivos
e perda de resistência mecânica e tenacidade da solda.
Parâmetros de Soldagem
Corrente:
A corrente de soldagem: controla o volume da poça de fusão
e a penetração da solda no metal base, que tendem a
aumentar com o aumento da corrente, assim como a largura
do cordão.
Parâmetros de Soldagem
Polaridade

POLARIDADE DIRETA CC -

POLARIDADE INVERSA CC +
Parâmetros de Soldagem
Outros parâmetros
Técnicas Operatórias
A correta manipulação do eletrodo é importante em todas
as etapas da soldagem, quais sejam:
abertura do arco, deposição propriamente dita e extinção
deste.
Técnicas Operatórias
Na abertura, o eletrodo é encostado rapidamente na
superfície da peça, preferencialmente numa região a ser
fundida e próxima ao início do cordão, e afastado a uma
distância da ordem do comprimento de arco a ser usado

(C)
Técnicas Operatórias
Durante a execução da solda, o soldador deve fazer três
movimentos principais:
movimento de mergulho
movimento de translação
movimento de tecimento

Posicionamento para soldagem na


posição horizontal.
Técnicas Operatórias
O objetivo do movimento de soldagem deve atingir os
objetivos específicos:

• evitar que a escória flua à frente da poça de fusão,


prevenindo seu aprisionamento
e formação de inclusões;
• controlar a repartição do calor nas peças, particularmente
na soldagem de
componentes com diferentes espessuras;
• facilitar a observação da poça de fusão; e
• minimizar os efeitos do sopro magnético, quando
necessário.
Técnicas Operatórias
Vantagens e Desvantagens
Vantagens e Desvantagens
Vantagens e Desvantagens

Vídeos Processos de Soldagem


SMAW (Shielded Metal Arc Welding)

Dúvidas?
Bibliografia
Machado, Ivan Guerra
Soldagem e técnicas conexas: processos. 1 ed. UFRGS Rio Grande do Sul 1996.
477 p.: il CDU621.791

Marques, Paulo Villani


Soldagem: Fundamentos e tecnologia / PauloVillani Marques, Paulo José Modenesi,
Alexandre Queiroz Bracarense 3. ed. UFMG Belo Horizonte 2009.
363 p. IBSN 978-85-7041-748-0

C., Okumura, T.; Taniguchi,. ENGENHARIA DE SOLDAGEM E APLICAÇÕES. Rio de


Janeiro: LTC, 1982.

http://www.sitedasoldagem.com.br – Fundamentos básicos – acessado em


15/03/2015.

https://www.youtube.com/watch?v=DSztGsbZkmY - Video de solda –acessado em


15/03/2015
Bibliografia
https://www.youtube.com/watch?v=uM8m001axhQ – Acessado em 15/03/2015
Desenvolvido por Julio Cesar de Jesus

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