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SOLDAGEM

Aula 02
Faculdade Pitágoras – Núcleo de Engenharias
Engenharia Mecânica
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
A soldagem representa uma tecnologia agressiva ao meio-
ambiente e ao homem tendo particularidades entre
processos, ambientes e locais de aplicação.
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Como outras atividades, a operação de soldagem envolve
situação de risco podendo gerar danos as pessoas
envolvidas, a terceiros, às instalações e equipamentos.

Por isso, deve-se utilizar sempre materiais e equipamentos


de boa qualidade e em bom estado de conservação.

As instruções de segurança dos fabricantes, da CIPA devem


ser sempre observadas e atendidas.
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Aspectos a serem observados:
Incêndios
Os incêndios são provocados pela participação simultânea de
três elementos: Combustível + Oxigênio + Calor
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Incêndios
Tetraedro do fogo
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Incêndios
Tetraedro do fogo
• Para que ocorra o fogo é necessário quatro coisas:

• Combustível - material que será oxidado (papel, madeira etc), ou


seja, é tudo aquilo que pega fogo
• Comburente - material que será reduzido (oxigênio)
• Ignição - geralmente uma fonte de calor, para iniciar o processo de
combustão, pode ser um atrito, chama ou outra reação química que
produza um calor inicial para começar o processo
• Reação em cadeira - após iniciado o processo, parte do calor liberado
é usado para dar continuidade ao processo de combustão
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Soldagem Incêndios

Os combustíveis estão: nos sólidos, líquidos ou gasosos


gases industriais, materiais de limpeza
e inspeção como panos, solventes,
papel, etc.

Oxigênio: Cilindro e no ar

Fontes de Calor: arco, chama, peças aquecidas, respingos,


conexões elétricas precárias, etc.
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Soldagem Incêndios

São imprescindíveis a limpeza e organização na área de


soldagem, além de atitudes seguras do pessoal envolvido no
processo e da condição dos equipamentos
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Soldagem Explosões
Cuidados com recipientes de combustíveis e gases
pressurizados:
-Trabalhar na posição vertical;
-Fixá-lo com corrente;
-Utilizar capacete de proteção na parte superior do
recipiente;
-Prevenir aquecimento excessivo.
- Proibido uso de graxa em cilindros!!!!!
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Soldagem Explosões

Combustão espontânea de graxas e óleos quando em


contato com O2 puro sob pressão;

Jamais lubrificar reguladores de pressão e manômetro.


SEGURANÇA EM SOLDAGEM
SoldagemEPI’s
• 1.Avental;
• 2.Mangotes;
• 3.Luvas de proteção;
• 4.Perneiras;
• 5.Sapato de segurança;
• 6.Óculos de proteção;
• 7.Óculos de segurança;
• 8.Ombreira.
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
• Soldagem Queimaduras
Causas principais: respingos, chapa e metal aquecido;
Acesso restrito às áreas de soldagem. Uso de sinalização e
biombos;
Uso de roupas adequadas, limpa e isenta de graxas e óleo;
Uso dos EPI’s
Trabalhar com atenção

Evitar improvisos
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Choque elétrico
A gravidade do choque é proporcional à corrente e não à
tensão causadora, local e tempo de circulação no organismo
humano.
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
• Choque elétrico

• Aterrar equipamento;

• Trabalhar em ambiente seco;

• Usar roupas e calçados secos;

• Manter conexões elétricas em bom estado;


• Usar cabos e dimensões (diâmetros e comprimento)
corretas
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Gases e fumos nocivos

• Durante a soldagem pode ser gerados gases e vapores nocivos

• Esses gases podem causar dores de cabeça, febre, intoxicação e até a


morte;

• Gases: Argônio e CO2 –Asfixia Acetileno –Anestésico e explosivo

• Ou seja, trabalhar em local aberto e ventilado, usar máscara contra


gases, ventiladores e exaustores se for o caso.
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Radiação

• Arco: radiação visível, infra-vermelho e ultra-violeta de alta


intensidade;
• Visível: Ofuscamento, cansaço e fadiga visual;
• Infra-vermelho: Queimaduras, dor de cabeça, lesão aos olhos;
• Ultra-violeta: Queimaduras severas, câncer de pelo, conjutivite,
cegueira;
• Então, use roupas e óculos adequados. O grau de escurecimento da
lente varia com a corrente e o processo de soldagem.
SEGURANÇA EM SOLDAGEM
Outros riscos:
• Queda pessoal
• Queda de equipamento e ferramentas;
• Atos inseguros;
• Condições inseguras
SEGURANÇA EM SOLDAGEM

• Desidratação e excesso de calor;


• Aparelhos e acessórios utilizados no corpo humano;
• Uso de lentes de contato!!!
Exercícios

1) Que equipamentos de proteção individual são


recomendados para a segurança de soldadores e
operadores de soldagem?
2) Cite medidas de segurança para a proteção de
instalações e equipamentos de soldagem.
3) Qual a diferença entre segurança pessoal e de terceiros?
4) Por que a segurança é uma tarefa coletiva?
5) Por que esforços individuais são pouco efetivos na
prevenção de acidentes?
Índice
• Parte 02

• Arco Elétrico de Soldagem


Índice

• Introdução
• Definição
• Características do arco
• Fenômenos na soldagem a arco elétrico
• Parâmetros do arco elétrico de soldagem
Introdução
Os processos de soldagem apresentam intensidades de
fontes térmicas e níveis de aplicação de pressão variados
que são adequados a várias situações, tornando
amplamente versátil, compreendendo desde fabricação e
manutenção de componentes.
Introdução
O modo de soldagem pode ser através de energia térmica
criadas através de fontes naturais ou a partir de fenômenos
elétricos, físicos e químicos.

Fontes de energia mecânica são utilizadas para soldagem


de aplicação de pressão à junta.
Introdução
Processos que promovem a união por fusão localizada

Soldagem a arco elétrico


Soldagem a plasma
Soldagem por eletro escória
Soldagem a chama
Soldagem por bombeamento de elétrons
Soldagem por eletrogás
Soldagem por laser
Soldagem por Hidrogênio Atômico
Introdução
Soldagem que promovem união por aplicação de pressão
no estado sólido

Soldagem por resistência


Soldagem por Explosão
Soldagem por Difusão
Soldagem por Atrito
Soldagem por Ultra-som
Soldagem por Pressão
DEFINIÇÃO
AW – ARC WELDING

Categoria de processos que usam o calor de um arco


elétrico como fonte térmica para promover a fusão e união
do material.

Segundo C. Jakson
“Consiste em uma descarga elétrica sustentada através de
um plasma, estabelecido de tal maneira, que produza
energia térmica suficiente para ser útil na junção de
metais.”
DEFINIÇÃO
AW – ARC WELDING

Em soldagem, o arco, em geral, opera entre um eletrodo


plano, ou aproximadamente plano (a peça), e outro que se
localiza na extremidade de um cilindro (arame, vareta ou
eletrodo), com área menor do que o primeiro.
DEFINIÇÃO
AW – ARC WELDING

Isso dá características do arco um formato cônico ou de sino


com área junto a peça maior que essa seção próxima ao
eletrodo.
CARACTERÍSTICAS DO ARCO
AW – ARC WELDING
Um exemplo de processo de soldagem a arco elétrico é o
SMAW – (Shielded Metal Arc Welding)
Processo de soldagem de metal através do Eletrodo
Revestido.
CARACTERÍSTICAS DO ARCO
- Alta eficiência na transformação da energia elétrica em
energia calorífica
- Potência específica alta e resulta em um calor
concentrado em uma pequena área;
- Condutor elétrico flexível, sujeito a interferências externas
(campos magnéticos)
- Subsiste em qualquer atmosfera gasosa;
- Emite radiação não ionizante
de alta intensidade (espectros
visíveis e não visíveis).
Segurança!!
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
AW – ARC WELDING
Por outro lado a parte visível e brilhante do arco constitui a
coluna de plasma, que representa gradientes térmicos e
elétricos bem mais baixos.
de 103 ºC/mm e de V/mm.

Distribuição potencial de um arco e suas regiões: (a) zona de Queda Catódica, (b) coluna do
arco, (C) Zona de Queda Anódica (equemático ) Fonte: Mondenesi
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
AW – ARC WELDING
A diferença de potencial entre as extremidades do arco,
varia com:
a distância dos eletrodos (comprimento de arco (Ia), com
forma tamanho e material dos eletrodos, composição e
pressão do gás na coluna do plasma corrente que atravessa
o arco entre outros fatores.
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
AW – ARC WELDING
O arco elétrico e a gota metálica fundida se comportam
como condutores flexíveis podendo sofrer ações devido a
campos magnéticos e/ ou efeitos físicos. Isto trás
consequências positivas e negativos como veremos a seguir
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
1 – FORÇA DE ARRASTE
Forças radiais atuam no arco , devido a um campo
magnético gerando gradiente de pressão “jato de plasma”
em direção a peça.

Comprimento do Jato de Plasma Fonte: Lemen


FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
1 – FORÇA DE ARRASTE
O efeito independe da polaridade e do meio onde ocorre o
processo, e explica a deposição regular da solda em
qualquer posição, com corrente apropriada ao diâmetro do
eletrodo e do metal de base. F=BIL
Força do campo
B= Campo magnético
I = Intensidade de corrente
L= Comprimento do arco

P1>P2 devido à menor


área na coluna onde atua
f1.
Força de arraste (F) no
Jato de Plasma – Fonte: Marques
sentido da maior pressão
para menor pressão.
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
1 – FORÇA DE ARRASTE

Influências:
• Aplicação de qualquer posição de soldagem*

• Colabora na penetração da solda

• Influencia no modo de transferência de soldagem.


FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
2 – Efeito Constrição do Arco Plasma

A) Constrição devido a força de Lorentz

B) Constrição devido a um bocal


devidamente dimensionado
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
3 – Efeito de estrangulamento da Gota de solda (Pinch)

Devido a força atuante próximo ao eletrodo sofre um


estrangulamento , apertando a gota formada facilitando a
transferência do metal de adição para o metal de base. Não
depende da polaridade.
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
4 – Sopro magnético
A) Natural
Desvio que ocorre do arco elétrico no processo de
soldagem. O arco desvia de sua posição em função de um
campo magnético em outro ponto. Ocorre em muitos casos
um formato irregular de solda e/ ou excesso de respingos.
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
4 – Sopro magnético
B) Forçado
As causas são devido a arcos próximos com soldagem que
utilizam dois cabeçotes, o metal de base apresentar
magnetismo residual, ou local de trabalho está com campos
magnéticos devido a fatores externos (aparelhos etc).
FENÔMENOS NA SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
4 – Sopro magnético
Soluções para eliminar ou minimizar o sopro magnético:

• Para arcos de comprimento próximos, se possível utilizar


corrente alternada;
• Procurar distancias otimizadas
para cabeçote;
• Desmagnetizar o material ou
aquecer acima da temperatura
de 768º (curie)
• Verificar campos magnéticos no ambiente.
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
A – INTESIDADE DA CORENTE
Associados a diâmetro do eletrodo e espessura da junta de
soldagem e também a
relação de soldagem
com metal de adição
ou autógena.
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
B – POLARIDADE
Define o sentido da corrente no circuito elétrico de
soldagem em corrente contínua, conforme convenção:
CC – Polaridade Direta
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
B – POLARIDADE
Define o sentido da corrente no circuito elétrico de
soldagem em corrente contínua, conforme convenção:
CC + Polaridade Inversa
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
B – POLARIDADE
Define o sentido da corrente no circuito elétrico de
soldagem em corrente contínua, conforme convenção:
CA - Alternada
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
C – TENSÃO DO ARCO
Diferença de potencial (tensão) entre a extremidade do
eletrodo e a superfície da junta/ peça, estando associado ao
comprimento do arco. Influencia o formato do cordão de
soldo e o modo de transferência da solda na junta.
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
D – ENERGIA DE SOLDAGEM
Aporte calor ou calor aportado, traduz a energia gerada por
comprimento de solda depositada ou executada,
dimensiona o grau de “agressão” térmica à junta.

𝑱𝒐𝒖𝒍𝒆 𝑰𝒏𝒕𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝑪𝒐𝒓𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑨 𝑿 𝑻𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒅𝒐 𝑨𝒓𝒄𝒐 (𝑽) 𝒙𝟔𝟎


𝑬 = 𝒄𝒎
𝒄𝒎 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒔𝒐𝒍𝒅𝒂𝒈𝒆𝒎 ( )
𝒎𝒊𝒏𝒖𝒕𝒐

Importante destacar que a potência dissipada do arco não é


totalmente adicionada na junta e existe perdas térmicas
durante operação.
𝑬 𝒍í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂 = 𝜼 ∗ 𝑬
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
D – ENERGIA DE SOLDAGEM
𝑬 𝒍í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂 = 𝜼 ∗ 𝑬
E = Energia total do arco e  é o rendimento do processo de
soldagem.
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
D – ENERGIA DE SOLDAGEM
PARÂMETROS DO ARCO ELÉTRICO DE SOLDAGEM
E– REGULAGEM DOS PARÂMETROS DE SOLDAGEM

Devem ter como objetivos gerais:


Estabilidade do arco durante a soldagem;

Calor suficiente para adequada fusão do


eletrodo e penetração da junta;

Deposição homogênea e contínua da solda.


Exercícios
1) Quanto ao aporte térmico (“heat input”) produzido durante a
soldagem, pode-se afirmar que:
(a) O aporte térmico que se introduz em uma junta é cada vez maior,
quando os valores de corrente e tensão do arco são cada vez menores,
se mantendo a velocidade de soldagem constante.
(b) O aporte térmico é diretamente proporcional aos valores da
corrente elétrica e tensão, e inversamente proporcional à velocidade
de soldagem.
(c) O aporte térmico é diretamente proporcional à velocidade de
soldagem, e inversamente proporcional aos valores da corrente
elétrica e tensão.
(d) O aporte térmico é uma variável que depende diretamente das
propriedades física e mecânica do metal de base que será soldado.
Exercícios
2) Calcule a energia de soldagem e a energia líquida de soldagem
(considere o rendimento médio de cada processo) para as seguintes
condições de soldagem (aço baixo carbono):

a) Processo TIG, I=100 A, U=11V, e v=20cm/min


b) Processo MIG, I=300 A, U=29V, e v=60cm/min
c) Processo SAW, I=420 A,U=34V, e v=60cm/min

Discuta os resultados obtidos.


Exercícios de fixação

3) Por que o arco elétrico é a fonte de calor mais usada,


hoje em dia, para soldagem por fusão?
4) Como é possível determinar experimentalmente a soma
das quedas de potencial nas regiões anódicas e
catódicas?
5) Por que a corrente de soldagem é transportada
principalmente por elétrons?
6) Que proporção da corrente elétrica no arco é
transportada por elétrons? E íons positivos?
SOLDAGEM

Dúvidas?
Bibliografia
Machado, Ivan Guerra
Soldagem e técnicas conexas: processos. 1 ed. UFRGS Rio Grande do Sul 1996.
477 p.: il CDU621.791

Marques, Paulo Villani


Soldagem: Fundamentos e tecnologia / PauloVillani Marques, Paulo José Modenesi,
Alexandre Queiroz Bracarense 3. ed. UFMG Belo Horizonte 2009.
363 p. IBSN 978-85-7041-748-0

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
92242012000400006&script=sci_arttext#fig05

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-92242013000200011&script=sci_arttext
Desenvolvido por Julio Cesar de Jesus

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