Você está na página 1de 21

1

SOLDAGEM E CORTE A QUENTE

CONTEÚDO

1. SEGURANÇA NA SOLDAGEM E CORTE ------------------------------2

2. TIPOS DE SOLDAGEM E CORTE A QUENTE -------------------------3

3. RISCOS RELACIONADOS A SOLDAGEM E CORTE ---------------9

4. NORMA REGULAMENTADORA -------------------------------------------15

5. MEDIDAS DE CONTROLE --------------------------------------------------19

6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO-----------------------------------------20

7. CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------23
2

1. SEGURANÇA NA SOLDAGEM E CORTE

As operações de soldagem oxicombustível e elétrica são comuns em vários


processos em empresas de diversos ramos de atividade. Apesar de simples, necessitam
de conhecimento por parte dos usuários, não só do funcionamento dos equipamentos,
mas também dos aspectos de segurança inerentes.

A soldagem é um processo para reunir metais, no qual a coalescência é produzida


pelo aquecimento, assegurando entre eles a continuidade do material e, em
consequência, suas características mecânicas e químicas. O corte é o método de
seccionar os metais pela ação de um forte jato de oxigênio puro aquecido sobre a zona do
metal levado à fusão, ou por meio de arco elétrico.

A maioria dos acidentes está relacionada a lesões e danos materiais, que vão
desde uma simples batida até eventos indesejáveis como explosões, incêndios ou óbitos.
Podem ocorrer queimaduras, intoxicações, danos oculares, choque elétrico, cortes e
abrasões em mãos e pés, entre outros.

Em geral os acidentes ocorrem devido à violação de práticas seguras e por uso de


equipamentos defeituosos e mal inspecionados. Portanto, os soldadores devem estar
conscientes de que a responsabilidade pela inspeção e verificação dos equipamentos e
acessórios, se estão em boas condições de funcionamento é deles.

Na identificação de perigos e avaliação dos riscos desses processos, os


profissionais de segurança necessitam de parâmetros de avaliação, exigindo que o
profissional possua conhecimento suficiente para lidar com eles de forma eficaz,
estabelecendo controles que sejam mantidos por longo período.

É importante que os trabalhadores tenham informação suficiente e conheçam os


equipamentos, os acessórios, os materiais de proteção e as medidas de controle para
cada risco do processo.
3

2. TIPOS DE SOLDAGEM E CORTE A QUENTE

2.1 SOLDA OXIACETILÊNICA – é o processo de soldagem no qual a união das


peças é obtida pela fusão localizada do metal por uma chama gerada pela reação entre o
oxigênio e o acetileno, a temperatura da chama oxiacetilênica é de aproximadamente
3200º C, nas proximidades do dardo.

Pode ser necessário a utilização de material de adição, que em forma de arames é


aplicado pelo soldador com uma mão, enquanto com a outra manipula o maçarico.

Soldagem Oxiacetilênica

2.2 SOLDA COM ELETRODO REVESTIDO – ainda é o tipo de soldagem mais


empregada nas indústrias. Utiliza um eletrodo consumível revestido com um fluxo para
efetuar a solda. A corrente elétrica fornecida pelo equipamento de soldagem, forma o arco
elétrico entre o eletrodo e a peça metálica, promovendo a união das partes.

Durante a solda, o revestimento do eletrodo se funde e se vaporiza. A porção


fundida passa a integrar o cordão de solda (escória). A parte que se vaporiza forma uma
atmosfera que protege a poça de fusão dos efeitos nocivos do oxigênio do ar.

Os materiais mais soldados por este processo são aços-carbono, aços-liga e aços
inoxidáveis. Materiais não ferrosos como Alumínio, Níquel e Cobre também podem ser
soldados por este processo.

Soldagem com Eletrodo


Revestido
4

2.3 SOLDA MIG/MAG - processo de soldagem por arco elétrico entre um metal
base e um consumível em forma de arame fornecido por alimentação contínua, realizando
a união dos metais pelo aquecimento e fusão, sob atmosfera de proteção gasosa.

Processo MIG: Solda com arame protegido do ar atmosférico por fluxo de gás inerte
como o Argônio ou Hélio, que não interage com a poça de fusão. É indicada para
soldagem de materiais não ferrosos tais como alumínio e suas ligas, cobre e suas ligas,
bronze entre outros.
Processo MAG: Solda com arame protegido do ar atmosférico por fluxo de gás ativo,
normalmente CO² (dióxido de carbono), que interage com a poça de fusão, possui
função relacionada a soldabilidade tais como penetração na chapa soldada e participação
na composição química da poça de fusão. É indicada para soldagem de metais ferrosos.

Soldagem MIG/MAG

2.4 SOLDA TIG (Tungsten Inert Gas) - produz uma solda de alta qualidade. Como
não gera escória não necessita de limpeza e apresenta excelente acabamento e menor
risco de corrosão. Utilizada para soldar alumínio ou ligas de aço inoxidável onde a
integridade da solda é de extrema importância, em juntas de alta qualidade em indústrias
nucleares, químicas, aeronáuticas e de alimentos.

Utiliza gás inerte para a proteção da poça de fusão dos efeitos do ar, os gases mais
indicados são argônio, hélio ou a mistura entre eles. O eletrodo é de tungstênio e não
se consome no processo. Pode ser realizado com ou sem metal de adição, quando
necessário, de forma manual com arame específico para cada tipo de solda.

Soldagem TIG
5
2.5 OXICORTE - é a separação de metais utilizando o calor e uma violenta reação
de oxidação com oxigênio puro. Consiste em aplicar uma chama de aquecimento ao
metal até atingir seu ponto de ignição. Aplica-se então um jato de oxigênio puro nesta
área, provocando a formação de óxidos líquidos do metal.

A reação gera o calor que sustentará o processo na sequência. A velocidade do jato


de oxigênio remove o metal líquido separando a base metálica em duas partes.

Aplicável em todos os aços, porém, como é baseado na oxidação com oxigênio,


metais com baixa oxidação, como cobre, latão, alumínio, aço inoxidável, não podem ser
manipulados por este processo.

Oxicorte

2.6 CORTE PLASMA - o plasma é uma variação do estado da matéria, quando o


nível de energia fica tão elevado que produz a dissociação das moléculas de um gás, que
se ionizam e se tornam condutores de corrente elétrica, capazes de cortar seções de
metais.

O processo usa o calor liberado por uma coluna de plasma, resultante do


aquecimento via arcos elétricos do gás ionizado em alta temperatura, até que possa ser
utilizado para cortar seções de metais, como o aço-carbono, aço inox, alumínio, cobre e
outros metais eletricamente condutores.

O plasma funde o metal que será cortado e expulso pelo gás. Indicado para
preparar juntas para soldagem, que necessitam de alta qualidade e procedimento limpo
de corte.

Corte Plasma
6

3. RISCOS RELACIONADOS A SOLDAGEM E CORTE

Soldadores estão diariamente expostos a vários fatores de riscos ambientais como


fumos, radiação, ruídos, vibrações, altas temperaturas, dentre muitos outros. Em razão
destes riscos, o soldador não pode simplesmente ser capaz de soldar peças com
eficiência, mas também precisa reconhecer os principais Riscos Ambientais a que estão
expostos:

3.1 RISCOS QUÍMICOS

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que


possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo pela pele ou por ingestão.

a) Fumos Metálicos - são partículas sólidas produzidas em consequência da


vaporização e derretimento do eletrodo consumível, apresentando tamanhos reduzidos,
entre 0,01 e 1,0 mícron. Parte da poluição ambiental é provocada pelo material base,
principalmente quando coberto por impurezas, como resíduos de óleo, revestimentos
como tintas, ou camadas de zinco, no caso de recobrimento galvanizado, que aumentam
significativamente a emissão de fumos durante a soldagem.

Entre os elementos associados aos problemas de saúde dos soldadores estão o


zinco, o níquel, o manganês, o cobre, o cádmio e o cromo.
Efeitos agudos da exposição a cobre incluem irritação do nariz, garganta e náusea.
A exposição ao manganês pode causar problemas no sistema nervoso central.
Efeitos agudos da exposição a níquel incluem irritação nos olhos, nariz e garganta.
A exposição ao cádmio pode causar efeitos agudos como irritação pulmonar grave
e, mais tarde, edema pulmonar, e efeitos crônicos como enfisema e danos nos rins.
Os problemas de saúde associados aos fumos de soldagem são, na maioria, de
curto prazo, como irritação do trato respiratório ou febre por fumos metálicos. No entanto,
também podem ocorrer efeitos de longo prazo, como siderose.
7
b) Gases - os gases liberados durante a soldagem podem ser tanto os gases
utilizados para proteger a poça de soldagem, como os gerados no processo de soldagem
sobre a atmosfera. Um dos gases produzidos durante a soldagem é o ozônio, produzido
pela influência da radiação ultravioleta. Sua presença é mais relevante nos processos que
utilizam gases de proteção, como MIG/MAG e TIG.

Outros gases formados durante a soldagem são os óxidos de nitrogênio e monóxido


de carbono – CO, que pode causar falta de coordenação e confusão mental. Este gás
pode ser formado em consequência do uso de gás de proteção, no caso da solda MAG,
que contenha dióxido de carbono – CO2.

c) Partículas - Alguns processos de acabamento que ocorrem nos postos de


soldagem podem produzir partículas sólidas de tamanho maior que o respirável. Estas
partículas são produzidas na preparação e finalização de trabalhos de soldagem, quando
são usados equipamentos como esmeris, rebolos e outros abrasivos. As partículas
produzidas por estes equipamentos podem atingir os olhos ou causar irritação na pele.

d) Problemas Respiratórios - Os diferentes elementos presentes ou liberados


durante a soldagem representam risco para a saúde dos trabalhadores que lidam direta e
indiretamente com o processo de soldagem. Estes elementos são variáveis e dependem
de diversos fatores, como o tipo de soldagem empregada, a composição do material
sendo soldado, a existência de revestimento sobre o material, além do tipo do
revestimento.

Podem ser encontrados solventes utilizados para remover óleo de proteção de


peças metálicas contra corrosão, que, além de estar depositados sobre as peças sendo
soldadas, podem estar estocados próximo aos postos de soldagem ou serem trazidos por
correntes de ar no processo de ventilação do ambiente.
8
3.2 RISCOS FÍSICOS

Os principais agentes fiscos presentes nos ambientes de trabalho que apresentam


processos de soldagem são o ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, radiações ionizantes e radiações não ionizantes.

a) Radiação - A maioria dos processos de solda, especialmente os que utilizam


arco elétrico, produzem radiação visível e invisível. Durante a soldagem são gerados raios
ultravioleta e infravermelhos de alta intensidade que podem causar danos aos
soldadores e aos demais trabalhadores dos postos vizinhos aos de solda. São relatados
danos à pele e aos olhos.

A exposição dos olhos a radiação causa dores intensas, além da alta luminosidade
causar danos à retina. A radiação visível pode causar ofuscamento e levar à perda da
visão, portanto é recomendado o uso de máscaras com visores que apresentam filtros
adequados à luminosidade produzida para cada processo de soldagem.

No caso da radiação não-ionizante, a proteção normalmente empregada é o uso


de roupas de trabalho que cubram braços, pernas e o peito, avental e luvas de couro,
creme para a pele e, no caso de radiação ionizante, é utilizado avental com camada de
chumbo.

b) Emissões Eletromagnéticas - apesar de não terem sido comprovados quais os


efeitos das emissões eletromagnéticas sobre o organismo, são recomendados aos
trabalhadores a não se expor a este tipo de emissão. Os campos eletromagnéticos podem
ser gerados por equipamentos elétricos de soldagem e podem afetar outros
equipamentos, como marca-passos.

c) Ruído - o soldador está exposto a um ambiente ruidoso, seja em consequência


do equipamento que utiliza, do emprego de ferramentas de acabamento, como esmeris,
que muitas vezes compartilham o mesmo posto de trabalho, seja pelo uso de marretas na
correção do posicionamento das peças eventualmente deformadas durante a soldagem,
seja pelo ruído gerado nos outros postos de trabalho que compartilham o mesmo
ambiente.
9
d) Vibração - dependendo da ferramenta usada, os soldadores podem estar
expostos à vibração, que podem causar danos, principalmente nas extremidades em
contato com a ferramenta.

Existem relatos de soldadores, em estudo comparativo, de Síndrome de Raynauld,


ou Síndrome do Dedo Branco. Seus dedos ficavam brancos ou azuis em dias frios,
principalmente pela manhã, sendo que alguns apresentavam, também, entorpecimento,
formigamento ou dor nos dedos afetados.

3.3 RISCOS ERGONÔMICOS

A ergonomia é o conjunto de regras e procedimentos que estudam a organização


do ambiente de trabalho e as interações entre o homem, as máquinas e equipamentos,
com objetivo de reduzir riscos, atuando nas condições dos espaços físicos das empresas
e organizações.

Consideram-se riscos ergonômicos todos os fatores que podem afetar a integridade


física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença.

a) Distúrbios Musculoesqueléticos – a ocorrência de distúrbios


musculoesqueléticos tem sido associada ao trabalho de soldagem a partir das queixas
frequentes dos trabalhadores aos profissionais de saúde.

No caso dos soldadores, têm sido investigados sintomas subjetivos, como as


queixas de dor e desconforto, e também os sinais objetivos, como sintomas clínicos de
fadiga muscular localizada, tendinite e bursite, além de redução da amplitude de
movimento dos ombros e a ocorrência de atrofia muscular.

As posturas adotadas pelos soldadores durante a execução de suas tarefas, são


basicamente estáticas, com movimentos curtos, sendo que podem adotar uma
determinada posição por meia hora ou até por um dia inteiro, o que representa um fator
de estresse físico.
10
3.4 RISCOS DE ACIDENTES

Consideram-se riscos de acidentes todos os fatores que colocam em perigo o


trabalhador ou afetam sua integridade física ou moral. São considerados riscos de
acidentes:
• Arranjo físico deficiente;
• Máquinas e equipamentos sem proteção;
• Ferramentas inadequadas ou defeituosas;
• Eletricidade;
• Incêndio ou explosão;
• Armazenamento inadequado de materiais e ferramentas.

a) Acidentes - Soldadores estão sujeitos a sofrer acidentes de diversas naturezas,


como os do tipo “impacto sofrido”, quando um objeto é agente do impacto, ou do tipo
“impacto contra”, quando o próprio trabalhador é o agente do impacto.

Outra hipótese para a causa dos acidentes com os soldadores é a de sofrerem


intoxicação por fumos de soldagem, que podem causar dores de cabeça, tonturas e
estresse.

b) Incêndio ou Explosão - A presença de resíduos no trabalho a quente, pode


causar a liberação de vapores, devido ao calor gerado no local e causar incêndios ou
explosões.

c) Choque Elétrico - a descarga elétrica ocasionada durante a solda é um acidente


que pode causar queimaduras e ferimentos graves, podendo até levar a morte, caso o
profissional não receba os devidos socorros a tempo.

Quando o processo de solda é iniciado, o circuito de trabalho e o eletrodo estão


energizados, assim como as máquinas de solda, quando o comando é acionado. Além
disso, o arame de soldagem, o carretel e rolos de alimentação do arame encontram-se
eletrizados durante o processo.
11
d) Queimaduras por faíscas e respingos de solda - outros fatores de risco que
existem no ambiente de soldagem são as faíscas e respingos provenientes da soldagem,
que são pequenas porções de metal derretido que podem desprender-se do ponto onde
se realiza a solda.

Em geral, estes respingos caem ou são projetados em outras direções, podendo


atingir os soldadores.

e) Visão - Deve-se prestar atenção à questão da visão dos soldadores, pois


problemas com visão podem causar tontura e dor de cabeça, além de diminuir a
capacidade de realização de tarefas pelo soldador, pela sua menor acuidade visual e
consequente redução da atenção.

Entre os problemas de visão encontrados nos soldadores, podem-se citar


problemas de convergência, queratite por UV, siderose ocular, corpos estranhos
intraoculares. Além disso, os soldadores apresentam córnea embaçada e granular,
podendo-se identificar um soldador pelos olhos, principalmente aquele que atua por
muitos anos na profissão.
12

4. NORMA E REGULAMENTADORA

A importância da saúde dos trabalhadores faz com que muitos países adotem
normas e regulamentos para a proteção dos trabalhadores expostos a riscos
ocupacionais.

No Brasil a NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção, estabelece diretrizes administrativas, de planejamento e organização, com o
objetivo de implementar medidas de controle e sistemas de segurança preventiva para
cada atividades desenvolvida em um canteiro de obras.

No artigo 18.7.6 TRABALHO A QUENTE, em seus 17 subníveis, são descritas as


medidas de controle e de segurança, relacionadas a atividade:

18.7.6.1 Para fins desta NR, considera-se trabalho a quente as atividades de Soldagem,
Goivagem, Esmerilhamento, Corte ou outras que possam gerar fontes de ignição, tais
como aquecimento, centelha ou chama.

18.7.6.2 Deve ser elaborada análise de risco específica para trabalhos a quente quando:

a) Houver materiais combustíveis ou inflamáveis no entorno;

b) For realizado em área sem prévio isolamento e não destinada para este fim.

18.7.6.3 Quando definido na análise de risco, deve haver um trabalhador observador para
exercer a vigilância da atividade de trabalho a quente até a conclusão do serviço.

18.7.6.4 O trabalhador observador deve ser capacitado em prevenção e combate a


incêndio.
13
18.7.6.5 Nos locais onde se realizam trabalhos a quente, deve ser efetuada inspeção
preliminar, de modo a assegurar que o local de trabalho e áreas adjacentes:

a) Estejam limpos, secos e isentos de agentes combustíveis, inflamáveis, tóxicos e


contaminantes;

b) Sejam liberados após constatação da ausência de atividades incompatíveis com


o trabalho a quente.

18.7.6.6 Devem ser tomadas as seguintes medidas de prevenção contra incêndio nos
locais onde se realizam trabalhos a quente:

a) Eliminar ou manter sob controle, possíveis riscos de incêndios;

b) Instalar proteção contra o fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a


evitar o contato com materiais combustíveis ou inflamáveis, bem como evitar a
interferência em atividades paralelas ou na circulação de pessoas;

c) Manter sistema de combate a incêndio desobstruído e próximo à área de


trabalho;

d) Inspecionar, ao término do trabalho, o local e as áreas adjacentes, a fim de evitar


princípio de incêndio.

18.7.6.7 Para o controle de fumos e contaminantes decorrentes dos trabalhos a quente,


devem ser implementadas as seguintes medidas:

a) Limpar adequadamente a superfície e remover os produtos de limpeza utilizados,


antes de realizar qualquer operação;

b) Providenciar renovação de ar em ambientes fechados a fim de eliminar gases,


vapores e fumos empregados e/ou gerados durante os trabalhos a quente.
14
18.7.6.8 Sempre que ocorrer mudança nas condições ambientais, as atividades devem
ser interrompidas, avaliando-se as condições ambientais e adotando-se as medidas
necessárias para adequar a renovação de ar.

18.7.6.9 Nos trabalhos a quente que utilizem gases, devem ser adotadas as seguintes
medidas:

a) Utilizar somente gases adequados à aplicação, de acordo com as informações


do fabricante;

b) Seguir as determinações indicadas na Ficha de Informação de Segurança de


Produtos Químicos – FISPQ;

c) Utilizar reguladores de pressão e manômetros calibrados e em conformidade


com o gás empregado;

d) Utilizar somente acendedores apropriados, que produzam somente centelhas e


não possuam reservatório de combustível, para o acendimento de chama do maçarico;

e) Impedir o contato de oxigênio a alta pressão com matérias orgânicas, tais como
óleos e graxas.

18.7.6.10 É proibida a instalação de adaptadores entre o cilindro e o regulador de


pressão.

18.7.6.11 No caso de equipamento de oxiacetileno, deve ser utilizado dispositivo contra


retrocesso de chama nas alimentações da mangueira e do maçarico.

18.7.6.12 Somente é permitido emendar mangueiras por meio do uso de conector em


conformidade com as especificações técnicas do fabricante.
15
18.7.6.13 Os cilindros de gás devem ser:

a) Mantidos em posição vertical e devidamente fixados;

b) Afastados de chamas, de fontes de centelhamento, de calor e de produtos


inflamáveis;

c) Instalados de forma a não se tornar parte de circuito elétrico, mesmo que


acidentalmente;

d) Transportados na posição vertical, com capacete rosqueado, por meio de


equipamentos apropriados, devidamente fixados, evitando-se colisões;

e) Mantidos com as válvulas fechadas e guardados com o protetor de válvulas


(capacete rosqueado), quando inoperantes ou vazios.

18.7.6.14 Sempre que o serviço for interrompido, devem ser fechadas as válvulas dos
cilindros, dos maçaricos e dos distribuidores de gases.

18.7.6.15 Os equipamentos e as mangueiras inoperantes ou que não estejam sendo


utilizados devem ser mantidos fora dos espaços confinados.

18.7.6.16 São proibidas a instalação, a utilização e o armazenamento de cilindros de


gases em ambientes confinados.

18.7.6.17 Nas operações de soldagem ou corte a quente de vasilhame, recipiente, tanque


ou similar que envolvam geração de gases, é obrigatória a adoção de medidas
preventivas adicionais para eliminar riscos de explosão e intoxicação do trabalhador.
16

5. MEDIDAS DE CONTROLE (NR-9)

Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação,


a minimização ou o controle dos riscos ambientais, sempre que forem verificadas
uma ou mais das seguintes situações:
• a) Identificação de risco potencial à saúde;
• b) Constatação de risco evidente à saúde;
• c) Quando a exposição dos trabalhadores exceder os valores limites
previstos na NR-15;
• d) Quando no controle médico, ficar caracterizado a causa dos danos
observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que eles
ficam expostos.

A Implantação de medidas de controle de caráter coletivo deverá ser


acompanhada de treinamento quanto aos procedimentos que assegurem a sua
eficiência e de informações sobre as eventuais limitações de proteção que
ofereçam. O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção
coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia:

• a) Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes


prejudiciais à saúde;
• b) Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no
ambiente de trabalho;
• c) Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no
ambiente de trabalho.

Quando for comprovado a inviabilidade de adoção de medidas de proteção


coletiva ou quando estas não forem suficientes ou em fase de estudo,
planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial,
deverão ser adotadas outras medidas de caráter administrativo ou de organização
do trabalho e utilização de equipamento de proteção individual (EPI).
17

6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

6.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA -EPC

Para garantir a segurança de funcionários próximos, equipamentos adicionais


devem estar presentes. O uso de cortina e barreira mecânica visa bloquear os efeitos da
radiação, bem como a projeção de partículas.

Essas proteções devem circular ou ser posicionadas de forma a não permitir que
pessoas próximas das atividades sejam alcançadas.

Se a atividade for realizada em ambiente fechado serão produzidos gases, fumos e


partículas. Ar fresco deve ser garantido através de um sistema de exaustão geral ou local.

Os tipos mais usados de EPC são:


• Placas de Sinalização;
• Sensores de presença;
• Cavaletes;
• Fita de Sinalização;
• Chuveiro Lava olhos;
• Sistema de Ventilação e Exaustão;
• Proteção contra ruídos e vibrações; e
• Sistema de Iluminação de Emergência; Exaustor de fumos e gases
• Cortina de Solda.

Sinalização
Cortina de Solda
18
6.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

O EPI deve ser regularizado de acordo com a norma de segurança, contendo nele
seu número de Certificado de aprovação (CA), documento que o Ministério do Trabalho e
Emprego expede para garantir a qualidade e funcionalidade do EPI.

As empresas são obrigadas a fornecerem aos empregados, gratuitamente, o EPI


adequado em perfeito estado de conservação e funcionamento. O equipamento deve ser
adequado para cada tipo de risco existente com ótimo desempenho para não expor o
usuário aos perigos do ambiente por uma falha do equipamento. Por isso, é fundamental
a análise do funcionamento do EPI.

Os tipos mais usados de EPI são:


• Máscara para solda;
• Máscara de proteção respiratória;
• Óculos de proteção;
• Avental de raspa de couro;
• Luvas de raspa de couro; Máscara de
Solda
• Perneira de raspa de couro;
• Mangote de raspa de couro
• Protetor auricular;
• Calçado de segurança com biqueira de aço ou de resina;

Protetor
Respiratório

Bota de
Segurança
Protetor
Auricular
Óculos de
Proteção

Perneira de
Raspa

Mangote de Luva de
Raspa Raspa Avental de Raspa
19
NR 6 (ANEXO I)
LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE
B.1 - Óculos
a) óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes;
b) óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;
c) óculos para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;
d) óculos para proteção dos olhos contra radiação infravermelha.
B.2 - Protetor facial
a) protetor facial para proteção da face contra impactos de partículas volantes;
b) protetor facial para proteção da face contra radiação infravermelha;
c) protetor facial para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;
d) protetor facial para proteção da face contra riscos de origem térmica;
e) protetor facial para proteção da face contra radiação ultravioleta.
B.3 - Máscara de Solda
a) máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas
volantes, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa.

D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA


D.1 - Respirador purificador de ar não motorizado:
a) peça semifacial filtrante (PFF1) para proteção das vias respiratórias contra poeiras e
névoas;
b) peça semifacial filtrante (PFF2) para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas e fumos;
c) peça semifacial filtrante (PFF3) para proteção das vias respiratórias contra poeiras,
névoas, fumos e radionuclídeos;
d) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros para material particulado
tipo:
• P1 para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas; e ou
• P2 para proteção contra poeiras, névoas e fumos; e ou
• P3 para proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;
e) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros químicos e ou combinados
para proteção das vias respiratórias contra gases e vapores e ou material particulado.
20

7. CONCLUSÃO

A questão de Higiene e Segurança do Trabalho nos processos de soldagem e corte


é uma das mais importantes na determinação da qualidade de vida dos servidores nas
diversas organizações da FAB, e começa com a conscientização de todos envolvidos
direta e indiretamente na atividade que precisam assegurar a todos os trabalhadores
formação básica com técnicas reconhecidamente seguras.

A negligência, imprudência e imperícia são capazes de comprometer as melhores


medidas de controle e prevenção. Uma equipe consciente, condicionada a gestão da
qualidade, higiene e segurança no trabalho e envolvida com a identificação e o controle
dos riscos relacionados a atividade de soldagem, formam o elemento-chave na prevenção
de acidentes e na elevação da qualidade do trabalho.

“O sábio antevê o perigo e protege-se, mas os imprudentes


seguem adiante, e sofrem as consequências”
21

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 4 – Serviços especializados em


engenharia de segurança e em medicina do trabalho. Manual de Legislação Atlas, São
Paulo: Atlas, 75ª Edição, 2015b.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamento de proteção individual -
EPI. Manual de Legislação Atlas, São Paulo: Atlas, 75ª Edição, 2015c.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 9 – Programa de prevenção de riscos
ambientais. Manual de Legislação Atlas, São Paulo: Atlas, 75ª Edição, 2015d.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 15 – Atividades e operações insalubres.
Manual de Legislação Atlas, São Paulo: Atlas, 75ª Edição, 2015e.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17 – Ergonomia. Manual de Legislação
Atlas, São Paulo: Atlas, 75ª Edição, 2015f.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18 – Condições e meio ambiente de
trabalho na indústria da construção. Manual de Legislação Atlas, São Paulo: Atlas, 75ª
Edição, 2015g.
CAMPOS, Armando. Prevenção e Controle de Risco Em Máquinas, Equipamentos e
Instalações /Armando Campos, José Cunha Tavares, Valter Lima. - 2. ed. São Paulo:
SENAC, 2007.
DIAS, Andreza. Segurança do Trabalho. 2009. Disponível em:
https://sites.google.com/site/professoraandrezadias/fatecsertaozinho/seguranca-do-
trabalho. Acesso em: 23 out. 2019

Você também pode gostar