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Transmissão
por cabo
de aço

- Tipos
- Aplicação
- Dimensionamento
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CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES:
• O cabo de aço é composto, basicamente, por um conjunto de arames de
aço, reunidos em um feixe helicoidal, constituindo uma corda de metal
resistente aos esforços de tração e com a característica de possuir uma
flexibilidade bastante acentuada.
• Alta resistência combinada com grande flexibilidade.
• Algumas aplicações:
 Elevadores de carga e de passageiros, teleféricos, gruas e guindastes,
ponte pênsil e rolante e etc..
 Na indústria automobilística (acionamento de freios de mão e algumas
caixas de velocidades),
 Na indústria aeronáutica (acionamento de flap de aviões) e
• Altos coeficientes de segurança, são utilizados para seu
dimensionamento devido a:
 Características especiais de resistência (não homogeneidade dos
materiais componentes do cabo);
 Seção dos arames;
 Atrito entre os elementos componentes do cabo;
 Alguns valores empíricos.
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PROCESSO DE FABRICAÇÃO:
• A matéria-prima é o fio-máquina, laminado a quente, aço sem ligas, de alto teor
carbono que é recebido em bobinas.
• a) o fio-máquina passa por uma decapagem (sucessivos banhos químicos para limpá-
lo e prepará-lo para a trefilação).
• b) A trefilação é um processo a frio, onde o arame é esticado, obtendo um arame de
diâmetro menor. A tolerância de saída dos arames trefilados é bastante rígida.
• A trefilação “grossa” produz um arame de diâmetros médio, seguida da trefilação “fina”
para obtenção do arame com o diâmetro final. Por causa do próprio processo de
deformação plástica, o arame adquire a resistência à tração exigida pelo cabo de
aço a ser produzido.
• Entre as duas etapas da trefilação se faz o patenteamento, um processo chave para
a qualidade final do cabo de aço.
• Patenteamento: tratamento térmico efetuado sobre os arames com diâmetro
intermediário (antes da trefilação fina) efetuada por imersão num banho de chumbo
fundido. Os arames são esquentados acima do ponto crítico (915 ºC) posteriormente
resfriados até aproxim. 550 ºC e permanecer nessa temperatura alguns segundos
antes do seu resfriamento final.
• Esse tratamento condiciona a estrutura molecular fina e uniforme,
• O arame está preparado para a última trefilação, que permite atingir as características
definitivas.
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PROCESSO DE FABRICAÇÃO:
• Cabos galvanizados:
• Galvanização: realizada por imersão em zinco fundido,
• A zincagem é feita após a última trefilação (especialmente em pernas
galvanizadas).
• Os arames não galvanizados são levados a um banho de fosfato prévio à
trefilação.

As máquinas de encordoamento fazem a torção helicoidal dos arames para formar as


pernas. Durante esse processo, todos os arames são lubrificados com o lubrificante
adequado para cada caso.
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Construção e Tipos Formação Básica e Materiais


• Alma do cabo
a) Fibra natural (sisal, rami) - AF
- Maior flexibilidade
b) Fibra artificial (polipropileno) - AFA
- Maior flexibilidade;
- Não deterioram em contato com a
água/substancias agressivas;
- Não absorvem umidade (evita corrosão interna
do cabo);
- Custo alto (cabos de uso especiais).
c) Em aço, formada por uma cabo
independente - AACI
Ex. Cabo de 6 pernas e com alma - Maior resistência ao amassamento;
de aço: aumento de 7,5% na - Aumenta a resistência a tração;
resistência á tração e aproxim.
- Melhor combinação de flexibilidade e alta
10% no peso.
resistência a tração.
d) Em aço, formada por uma perna - AA
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Tipos de alma do cabo:

(a) (b) (c)


(a) Cabo com alma de fibra AF(fibra natural) ou AFA (fibra artificial)
(b) Cabo com alma de aço formada por cabo Independente AACI;
(c) Cabo com alma de aço formada por uma perna - AA

Torção das pernas dos cabos: Torção regular: a torção das pernas é
sempre oposto aquela do cabo.

Torção Lang: a torção das pernas é


sempre no mesmo sentido da torção
do cabo, são mais resistente ao desgaste
Por abrasão

(a) – Torção regular á direita;


(b) - Torção regular á esquerda;
(c) - Torção Lang á direita;
(a) (b) (c) (d) (d) - Torção Lang á esquerda.
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Tipos mais comuns de pernas de cabos de aço.

(a) Perna SEALE - grande resistência à abrasão;


(b) Perna FILLER - cabos com uma seção metálica maior e boa
resistência ao esmagamento;
(c) Perna WARRINGTON ;
(d) Perna WARRINGTON-SEALE- cabo alta resistência à abrasão
conjugado com alta resistência à fadiga de flexão.

Diâmetro nominal dos cabos de aço deve ser medido


conforme monstrado.
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Construção das cordoalhas e cabos:


Cordoalhas
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Construção das cordoalhas e cabos:


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Flexibilidade de um cabo de aço:


 Flexibilidade: Inversamente proporcional ao diâmetro dos arames externos ,
 Resistência à abrasão: Diretamente proporcional a este diâmetro.
Especificar:
- arames finos quando prevalecer o esforço à fadiga de dobramento,
- arames externos mais grossos quando as condições de trabalho exigirem
grande resistência à abrasão.
 Em regra geral, seguir a seguinte referencia:

Flexibilidade Resistência à
máxima abrasão mínima

Flexibilidade Resistência à
mínima abrasão máxima
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Fatores de segurança (FS) mínimo:  São bastante elevados, devido a:


- Utilização envolve riscos para pessoas ou
Tabela 01 cargas (materiais, produtos);
- Grande dispersão dos valores de carga de
ruptura obtidos nos ensaios de tração.
a) diferente acomodação dos arames e
pernas quando tracionados;
b) tensões de contato devido ao atrito
interno entre os arames e entre as
pernas, o que provoca grandes diferentes
alongamentos entre os cabos;
c) a não homogeneidade dos materiais
componentes do cabo.

ABNT NM207 e ABNT NBR 16042:


9.2.1 A relação entre o diâmetro primitivo de polias e
o diâmetro nominal dos cabos de aço de suspensão
deve ser pelo menos 40, Independentemente do
número de pernas.
9.2.2 O coeficiente de segurança para cabos de aço
deve ser:
a) pelo menos 12, para suspensão com três ou mais
cabos de aço;
b) pelo menos 16, para suspensão com dois cabos de
aço.
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Qualidades e Materiais
Tabela 2 - CIMAF Qualidades:
- Resistência á tração;
- Elasticidade;
- Resistência á fadiga e
abrasão

Recomendações:
Cabos CIMAX:
- Trabalhos pesados (serviços de terraplenagem em geral,
perfurações de petróleo, dragagens, etc...)
- Não recomendado para outras aplicações como: elevadores, pontes rolantes,
perfuração por percussão, etc. (Indicado usar cabos com aplicações especificas).
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Diâmetros Indicados para Polias e Tambores:

 Relação entre o diâmetro do cabo e o diâmetro da polia ou tambor que deve


ser observada, a fim de garantir uma duração razoável do cabo,
Tabela 3

Catálogo CIMAF: C-12 pag.36 (set/1999)

Polias para cabos de aço: DIN 15062


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Perda de resistência do cabo devido a


incorreta razão entre diâmetro da polia
e o diâmetro do cabo. (Shigley)

Curva serviço-vida baseada apenas em


tensões de flexão e de tração. Esta curva
mostra que a vida correspondente a
DId = 48 é o dobro daquela referente
a Dld= 33. (Shigley)
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Dimensões das ranhuras


dos tambores.
Os valores entre parênteses são para
tambores em ferro fundido (σr ≈ 18 kgf/mm2).
Os valores fora dos parênteses se referem
a tambores soldados de chapa de aço
carbono (σr ≈ 37 kgf/mm2).
Izildo Antunes / M.A.C. Freire – pag.157
Fonte: Elementos de Máquinas / 2000
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ÂNGULO DE DESVIO MÁXIMO DE UM CABO DE AÇO

 não deve exceder a 1°30' quando o


enrolamento é feito em um tambor liso (sem canais)
 2" quando o mesmo tiver canais

Inconvenientes devido ao ângulo ser maior que o


máximo recomendado:
a) Tambor com canais:
- O cabo raspa na flange da polia aumentando o desgaste
de ambos.
- Durante o enrolamento o cabo raspa na volta adjacente
já enrolada no tambor aumentando o seu de gaste.

b) Tambor liso:
- O cabo deixar vazios entre as voltas de enrolamento no
tambor, fazendo com que a camada superior entre nesses
vazios proporcionando um enrolamento desordenado,
com conseqüências para a vida do cabo.
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APLICAÇÃO CORRETA DE GRAMPOS (CLIPS) EM LAÇOS (SLlNGS)

EFICIÊNCIA DOS OLHAIS EM


RELAÇÃO AS CARGAS DE RUPTURA
MÍNIMA EFETIVA DOS CABOS
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LUBRIFICAÇÃO DOS CABOS:


- Como proteção contra corrosão e prolongar a duração do cabo (resistirá
melhor ao desgaste interno e externo) se for devidamente lubrificado.
- Recomenda-se renovar a lubrificação periodicamente.
• Para a conservação dos cabos polidos usar o lubrificante C-3F e -C-6F
(CIMAF);
• O tipo "C-3F" é aplicado a frio, dando camada leve e o "C-6F" também
aplicado a frio, dando camada grossa
• Se o cabo é usado periodicamente, ficando durante muito tempo sem
trabalhar é recomendável uma lubrificação pesada (C-6F) ao começar o
período;
• Se este período for prolongado durante meses, antes de reiniciar o serviço
deve-se limpar o cabo e remover o lubrificante protetor, para em seguida
aplicar-se um lubrificante novo.
• Cabos em bobinas armazenadas em lugar descoberto devem ser protegidos
por uma camada do lubrificante C-6F. Quando posto em uso, o excesso do
lubrificante protetor deve ser removido mecanicamente.
• Para uma melhor conservação dos cabos galvanizados  usar um
lubrificante especial. anticorrosivo. aplicado a quente.
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Aplicações:

a) Cordoalhas galvanizadas de a) Cabo Principal:


7 fios (1 + 6) e 19 fios (1 + 6/12). 1 x 19, galvanizado, pré-esticado ou
b) Cabos finos, polidos ou 6 x 7, alma de aço (AA de 19 fios),
galvanizados, pré-esticado. torção regular, ou
6 x 7, alma de aço (AA), torção regular. 6 x 25 Filler, alma de aço (AA de 37 fios),
pré-esticado, torção regular.
c) Cabos finos polidos ou
b) Cabos de Suspensão:
galvanizados,
Igual ao item a.
6 x 19, alma de aço (AA). torção regular
ou 6 x 19, alma de aço (AACI), torção
regular.
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Elevadores a) Cabo de Tração:


8 x 19 Seale, alma de fibra (AF), torção regular, pré-formado,
lubrificação especial, resistência dos arames própria para
elevadores (Traction Steel).
b) Cabo de Compensação:
8 x 19 Seale, alma de fibra (AF), torção regular, pré-formado,
resistência dos arames própria para elevadores
c) Cabo de Freio de Segurança:
8 x 19 Warrington, alma de fibra (AF), torção regular,
pré-formado, ou 8 x 19 Seale, alma de fibra (AF),
torção regular, pré-formado.
8x19
8x19 Warrington
Seale 1+6+(6+6)
1+9+9
Tabela 4

8x19 + AF
Seale
1+9+9
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a) Cabo Trilho
TELEFÉRICO
Cabos fechados de construções especiais ou cabos
(AERIAL ROPEWAY)
espirais 1x19 ou 1x 37 ou 1x61  pré formados,
ou cabo não rotativo 19 X 7, pré formado
b) Cabo Trator
1) Diâmetro ≤ 19,0mm, 6 x 7, alma de fibra (AF),
torção Lang, pré formado.
2) Diâmetro > 19,0mm, 6 x 19 Seale, alma de fibra (AF),
torção Lang, pré formado,

Obs.: Devido ao desgaste do cabo ao se engatar nas


caçambas, deve-se sempre escolher o cabo trator com
arames externos os mais grossos possíveis, de acordo
com os diâmetros das polias da instalação.
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Dimensionamento:
 Cabo poderá falhar devido a fadiga ou ao desgaste.
a) Considerar a somatória de todas as cargas estáticas:
- Carga suspensa;
- Cargas adicionais causadas por paradas súbitas
- Cargas de choque;
- Atrito na polia.
b) Comparar a somatória das cargas com a resistência máxima do cabo
declarado pelo fornecedor.
c) Calcular o Fator de segurança (FS) 

d) Verificar a “Pressão de suporte” (p):

Opção de cálculo:
conforme DIN 15020
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Módulos de elasticidade de cabos de aço:


Tabela 6 - CIMAF
Módulo de Elasticidade aproximados  O módulo de elasticidade de um
nas construções mais usuais (E) – cabo de aço aumenta durante a vida do
kgf / mm2 mesmo em serviço, dependendo de sua
CABOS DE AÇO COM ALMA DE FIBRA: construção e condições os quais é
• 6 x 7 ................. 9.000 a 10.000 submetido :
• 6 x 19 ............... 8.500 a 9.500 - intensidade das cargas
• 6 x 37................ 7.500 a 8.500 aplicadas;
• 8 x 19 ............... 6.500 a 7.500 - cargas constantes ou
CABOS DE AÇO COM ALMA DE AÇO: variáveis;
• 6x7....................10.500 a 11.500 - dobragens;
• 6x 19.................10.000 a 11.000 - vibrações.
• 6 x 37................ 9.500 a 10.500  O módulo de elasticidade é menor
CORDOALHAS GALVANIZADAS: nos cabos novos ou sem uso,
• 7 fios ................14.500 a 15.500
 Cabos usados ou novos pré-
• 19 fios ..............13.000 a 14.000
esticados, o módulo de elasticidade
• 37 fios ..............12.000 a 13.000
aumenta cerca de 20%.
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Àrea metálica dos cabos de aço (Am) - mm2


 Constituída pela soma das áreas das seções transversais dos
arames individuais que o compõem o cabo, exceto dos arames de
enchimento (filler). Tabela 7 - CIMAF
 A área metálica varia em função da construção do cabo de aço.
 Pode-se calcular aproximada a área metálica de aplicando-se a
fórmula:

Am = Fcc x d 2

onde:
Fcc = fator de multiplicação que varia em função da
construção do cabo de aço;
d = diâmetro nominal do cabo de aço ou da cordoalha (mm).
Observação:
Para cabos de 6 pernas com AACI adicionar 15% à Am;
com AA adicionar 20% e para cabos de 8 pernas com
AACI adicionar 20% à sua área metálica.
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Cabos submetidos à Tração Dinâmica


(Carga devido à aceleração)

Onde:
m – massa (kg)
a – aceleração (m/s2)
g – aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
W – peso (N)
w – peso unitário do cabo (N/m)
W = m . g  peso L – comprimento total do cabo (m)
Peso do cabo = w . L Fte – carga total estática (N)
Ftd – carga total dinâmica (N)
Q – carga total no elevador (peso+capacidade) (N)
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Cabos submetidos à tração simples estática


Fte

Onde:
m – massa (kg)
g – aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
W – peso (N)
w – peso unitário do cabo (N/m)
L – comprimento total do cabo (m)
Fte – carga total estática (N)
P – carga total (N)

Deformação estrutural (Esticamento do cabo):


- Ocorre devido ao ajustamento dos arames nas pernas
P=m.g do cabo e pelo acomodamento das pernas em relação á
alma do cabo mediante a aplicação da carga.
- Cabos comuns: 0,50 % a 0,75% do comprimento do
cabo de aço sob carga.
- Cabos pré esticados: a deformação pode ser quase
totalmente removida, a qual é efetuada por operações
especiais.
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Fadiga em cabos de aço:


Verificar a “Pressão de suporte” (p) que surge quando o cabo passa pela
polia, causando desgastes em ambos. Desgaste depende da Pressão do
cabo na ranhura da polia. Uma boa estimativa é dada por:

Valores válidos como uma referência


grosseira. Tabela 5 – Shigley pag.925

Ferro Fundido – HB (min) = 120


Ferro Fundido Resfriado – Utilizar
somente com dureza uniforme.
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Obs:
-Cabo terá uma vida longa se a razão (p / Fu) for menor que 0,001 p = 0,001 . Fu

- Subst. na equação (1) temos: Fu = (2000 . F) / d . D

- Fu  resistência máxima do fio


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Tensão de Flexão em um dos fios mais externo de um cabo


ao passar em torno de uma polia / roldana:

Carga equivalente de flexão (Fb)


Ocorre a tração no cabo devido a tensão
de tração a flexão mencionada acima.

σ – Tensão de tração a flexão Er – módulo de elasticidade do cabo;


df – diâmetro do fio mais externo D – diâmetro da polia. Am – área metálica
do cabo.

Verficação do cálculo básico de projeto:


FS- fator de segurança
a) Tração simples b) Tração dinâmica Fu – Carga efetiva de
ruptura do cabo
Fte –força total estática
Ftd – força total dinâmica
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Verficação do cálculo básico de projeto:


c) Flexão: d) Fadiga Onde:
FS = (Fu – Fb) / F FS- fator de segurança
Fu – Carga efetiva de
Fu = FS . F + Fb
ruptura do cabo
Fb – força equivalente de
e) Alongamento (∆L): flexão
Ftd – força total dinâmica
F – força de tração
p – pressão no cabo/polia
D- diâmetro da polia;
d – diâmetro do cabo;
L – comprimento do cabo
Am – área metálica do cabo
Er – módulo de elasticidade
do cabo.
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Exercício resolvido:
1-Um elevador de passageiros com capacidade de 8 pessoas e as mesmas pesando
75 kgf e a sua cabina mais a estrutura metálica pesando 650 kgf. O elevador
deverá subir com a carga total a uma altura correspondente a 20 andares. O pé
direito dos andares tem 3 metros de altura cada. A máquina utilizada para efetuar o
movimento do elevador fornece uma velocidade de 1,6 m/s na subida cabina para
atender a especificação do cliente. A velocidade especificada devera ser alcançada
em 0,5 segundos. Pede-se:
a) calcular o diâmetro do cabo de aço 8 x 19 Seale, alma de fibra (AF), (Traction
Steel) a ser utilizado;
b) calcular o coeficiente de segurança real;
c) verificar a possibilidade de falha na fadiga;
d) determinar o alongamento do cabo quando o elevador estiver com sua capacidade
total.

Resolução:

1- Cálculo do peso da cabina (Q)


Q = capacidade de pessoas + peso da estrutura
Q = (8 x 75) + 650  Q = 1250 kgf.
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2- Cálculo da Força total dinâmica (Ftd)


Fcc  tabela 7 – pag.24
Fcc = 0,352
 Peso do cabo:
w.L = Fcc . d2 . 10-2 . L  0,352.10-2 . 70 . d2
w.L = 0,246 . d2 (kgf)

Aceleração (a)  a = V / t  a = 1,6 / 0,5  a = 3,2 m/s2


 g = 9,81 m/s2

 Ftd = 0,326.d2 + 1657,7 (1)

3 – Cálculo da força equivalente a Flexão (Fb)


Fb = σ . Am σ = Er . df / D

 Àrea metálica  Am = Fcc . d2  Am = 0,352 . d2


Esquema do poço elevador
 Er – Módulo de elasticidade (Tabela 6 – pag.23)
Considerar o comprimento
Cabo 8x19 Seale  Er = 6500 a 7500 kgf/mm2
do cabo em 70 m.
Adotado = 6500 kgf/mm2
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3 – Cálculo da força equivalente a Flexão (Fb)


Fb = σ . Am σ = Er . df / D

 Diâmetro recomendado da polia (cabo Seale 8x19)  D = 39 . d


(Tabela 3 – pag.13)
Diâmetro do fio  df = 0,06.d a 0,053.d (Ref. Elem.Maq. Collins - pag.648)
Adotado  df = 0,053 . d

σ = (6500 . 0,053 . d ) / 39 . d  σ = 8,83 kgf/mm2

Fb = 8,83 . 0,352 . d2  Fb = 3,11 . d2 (2)

4 – Cálculo da força total (Fu)  Fu = Fs . Ftd + Fb (3)

FS = 11 adotado (norma especifica de elevadores NM207 define FS=12)


Subst. As equações (1) e (2) na equação (3) temos:

Fu = 11 . (0,326.d2 + 1657,7) + (3,11 . d2)


Fu = 3,586.d2 + 18234,7 + 3,11.d2

Fu = 6,7.d2 + 18234,7
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5- Escolha do diâmetro do cabo


Fu – CIMAF  conforme tabela 4
Fu calculado conforme equação  Fu = 6,7.d2 + 18234,7

 Adotado 3 cabos ϕ 12,7 mm


6 – Cálculo do Fator de Segurança real (FS): Fb = 3,11.d2  3,11.12,72
a) Flexão  FS = (Fu – Fb) / Ftd Fb = 502,6 kgf
Ftd = 0,326.d2 + 1657,7
FS = (6580 – 167,5) / 570,1  FS = 11,25
Ftd= 0,326.12,72 + 1657,7
Ftd = 1710,3 kgf
7 - Cálculo do alongamento:
Fb e Ftd calculados devem ser
∆L = (1250 . 70 . 103) / 6500 . 0,352 . 12,72
divido pela quantidade de
∆L = 237,11 mm  0,273 m  considerando 1 cabo Cabos (3).
∆L = [(1250/3) . 70 . 103] / 6500 . 0,352 . 12,72 Fb = 167.5 kgf
Ftd = 570,1 kgf
∆L = 79 mm  0,079 m  considerando 3 cabos
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Bibliografia
• Projeto Mecânico de Elementos de Máquinas, uma
perspectiva de prevenção de falha. PLT 296- 1ª edição
- COLLINS, J.A.
• Elementos de Máquinas de Shigley – 8ª edição
- BUDYNAS, R.G, NISBETT, J.K
- Máquinas de Levantamento (1988)
- Haroldo Vinagre Brasil
• Elementos de Máquinas – 2000
- Izildo Antunes e Marcos A.C Freire
• Elementos de Transmissão Flexíveis
- Flávio de Marco Filho – Departamento de Engenharia Mecânica
POLI/UFRJ - 2009
• CIMAF – catálogo C-12 de cabos de aço – set/1999

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