1. Cabos de Aço
2. Construção
As pernas dos cabos podem ser fabricadas em uma, duas ou mais operações, conforme
sua composição. Nos primórdios da fabricação de cabos de aço as composições usuais
dos arames nas pernas eram as que envolviam várias operações, com arames do mesmo
diâmetro, tais como: 1 + 61 12 (2 operações) ou 1 + 6/12/18 (3 operações). Assim eram
torcidos primeiramente 6 arames em volta de um arame central. Posteriormente, em
nova passagem, o núcleo 1 + 6 arames era coberto com 12 arames. Esta nova camada
tem por força um passo (distância em que um arame dá uma volta completa) diferente
do passo do núcleo, o que ocasiona um cruzamento com arames internos, e o mesmo se
repete ao se dar nova cobertura dos 12 arames com mais 18, para o caso da fabricação
de pernas de 37 arames.
3. Materiais Construtivos
Cabos de aço são feitos de arames, que por sua vez são obtidos por um processo de
esticamento ou trefilação. O produto siderúrgico de partida é o fio máquina; que por sua
é produzido pela laminação a quente de palanquilhas ou palancas, um lingote de aço na
qualidade e peso desejados.
Os teores de carbono variam e cada fabricante escolhe de seu jeito. De 0,3% a 0,8%
usa-se tudo, sendo que o forte está entre 0,60% a 0,80%.
O teor de manganes gira ao redor de 0,60% e Fósforo + Enxofre juntos não deveriam
exceder 0,03 para termos um arame maleável.
Alguns fios-máquinas podem conter pequenos percentuais de cobre. Os cabos Inox são
feitos de arames austeníticos das ligas Aisi que começam com o nº 3 e são em
consequência todos de baixo carbono. A imagem abaixo mostra os componentes
presentes no cabo de aço.
Os tipos de cabo de aço variam com a composição química das pernas e das almas,
sendo os principais tipos:
Na composição "Seale" existem pelo menos duas camadas adjacentes com o mesmo
número de arames. Todos os arames de uma mesma camada possuem alta resistência ao
desgaste.
Por outro lado, ainda existem outros tipos de composições que são formadas pela
aglutinação de duas das acima citadas, como por exemplo, a composição "Warrington-
Seale", que possui as principais características de cada composição, proporcionando ao
cabo alta resistência à abrasão conjugado com alta resistência à fadiga de flexão.
As almas de fibra em geral dão maior flexibilidade ao cabo de aço. Os cabos de aço
CIMAF podem ter almas de fibras naturais (AF) ou de fibras artificiais (AFA). As
almas de fibras naturais são normalmente de sisal, e as almas de fibras artificiais são
geralmente de polipropileno.
No cabo de torção Lang, os arames de cada perna são torcidos no mesmo sentido que o
das próprias pernas. Os arames externos são posicionados diagonalmente ao eixo
longitudinal do cabo de aço e com um comprimento maior de exposição que na torção
regular. Devido ao fato dos arames externos possuírem maior área exposta, a torção
Lang proporciona ao cabo de aço maior resistência à abrasão. São também mais
flexíveis e possuem maior resistência à fadiga. Estão mais sujeitos ao desgaste interno,
distorções e deformações e possuem baixa resistência aos amassamentos. Além do mais,
os cabos de aço torção Lang devem ter sempre as suas extremidades permanentemente
fixadas para prevenir a sua distorção e em vista disso, não são recomendados para
movimentar cargas com apenas uma linha de cabo.
Nota: A não ser em casos especiais (como por exemplo, cabo trator de linhas aéreas)
não se deve usar cabos de torção Lang com alma de fibra por apresentarem pouca
estabilidade e pequena resistência aos amassamentos.
5. Lubrificação dos Cabos de Aço
O papel da lubrificação são proteger contra a corrosão e reduzir desgaste por atrito. Os
cabos já vêm lubrificados pelo fabricante, porém faz-se necessário um plano de
manutenção de lubrificação . O Procedimento para lubrificação de cabos de aço:
6. Dimensionamento
Em geral, quanto maior o número de fios numa perna, mais flexível é o cabo; e em
oposição, quanto menor o número de fios, mais rígido é o cabo. Isto conduz a conclusão
de que os cabos feitos de fios de arame finos são mais adequados à curvas de pequenos
raios. No entanto, os fios finos se desgastarão mais rapidamente do que os grossos.
Quando um cabo de aço passa em torno de uma polia, ocorre um certo reajuste de seus
elementos. Cada um dos fios e pernas deve deslizar uns sobre os outros, e
provavelmente ocorre um certo tipo de flexão particular. É bastante provável que exista
concentração de tensões nesta ação complexa. A tensão em um dos arames de um cabo
que passa em torno de uma polia pode ser calculada assim: Nesta equação σ é a tensão
de flexão nos fios isoladamente, E é o módulo de elasticidade do cabo (e não dos
arames), da é o diâmetro do arame e D é diâmetro da polia. Pode-se notar a importância
de usarem polias de grandes diâmetros. Um cabo de aço pode falhar devido ao fato de
que a carga estática excede a resistência à tração do cabo. São comuns as falhas devido
ao desgaste por abrasão ou fadiga. Uma falha por fadiga aparece primeiro através de
alguns arames partidos na superfície do cabo. O exame dos cabos não mostrou nenhum
efeito de redução da seção reta. Portanto, a falha é de natureza frágil e associável ao
fenômeno de fadiga. Este tipo de falha é uma função da pressão do cabo sobre a polia.
D da E=σ Onde, F = força de tração no cabo d = diâmetro do cabo D = diâmetro da
polia. A resistência dos cabos de aço varia bastante, já que depende do diâmetro do
arame assim como do material.
7. Aplicações
As aplicações para cabos de aço são muito variadas. Pode-se destacar: A construção
civil, automobilística, madeiras, mineração, naval, pesca, petróleo, são algumas das
áreas que utilizam o cabo de aço. Um exemplo que a maioria das pessoas conhece é o
guindaste.
8. Referências