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Curso: Engenharia Mecânica

Disciplina: Máquinas de Elevação e Transporte

Professor: João B. da Silva


E-mail: jbsilva@uni9.pro.br
CABOS DE AÇO
Os cabos de aço são formados por diversos fios, de bitola, em geral
entre 0,4 a 5 mm aproximadamente, que se enrolam helicoidalmente.

São fabricados com Aço ABNT 1060 ou 1070.

Obs: Podemos encontrar cabos com acabamento galvanizado


(tratamento com zinco à quente), usado para equipamentos que
trabalham em atmosferas corrosivas.

Este tratamento fornece ao cabo uma resistência final de


aproximadamente 10% menor que o comum.
CABOS DE AÇO

Os cabos de aço são compostos pelo enrolamento helicoidal de diversas


pernas em torno de um núcleo central chamado alma.

Essas pernas, por sua vez, também são compostas pelo enrolamento
helicoidal de arames em sucessivas camadas, cujas bitolas podem ou
não ser idênticas.
CABOS DE AÇO
QUANTO AO TIPO DE ALMA PODEMOS TER:

⋅ alma de fibra ( A. F. )
⋅ alma de aço ( A. A. )

- QUANTO À ALMA DE FIBRA, ESTA PODE SER:

. natural (cânhamo, sizal, etc.)


. artificial (polipropileno, nylon)
CABOS DE AÇO
VANTAGENS DA ALMA DE FIBRA:

1. O cabo é mais flexível;


2. A alma se comporta como uma esponja, ou seja, retém o lubrificante,
liberando-o na medida do necessário.

- DESVANTAGENS DA ALMA DE FIBRA:

1. Não pode ser utilizada em ambientes com alta temperatura.


2. Menor resistência comparando com o A. A.
Cabos de Aço
OS CABOS COM ALMA DE AÇO PODEM SER:

- Comuns: mais de uma perna colocada no miolo.


- Alma de aço por cabo independente (AACI). Um mini cabo serve de
alma para os cabos maiores. Consegue-se maior resistência.

- VANTAGENS DA A. A.
1. Maior resistência ao amassamento (ideal no caso de enrolamento no
tambor liso em mais de uma camada).

2. Resistência à ruptura (τ rup)


Cabos de Aço
DESVANTAGENS DO A. A.

1. Menor flexibilidade que o de A. F. exigindo diâmetro de enrolamento


maior para uma mesma durabilidade.

2. Maior peso que o A. F.


Cabos de Aço
PROPRIEDADES DOS CABOS DE AÇO

Um cabo de aço será mais flexível quanto maior for o número de arames
contidos e menor for a bitola.

RESISTÊNCIA À ABRASÃO

Quanto maior a bitola dos arames da camada mais externa das pernas
de um cabo de aço, maior será a sua resistência à abrasão ao passar por
polias, tambores, etc.
Cabos de Aço
POSICIONAMENTO DOS FIOS

Existem três formas básicas construtivas de cabos no mercado

- Seale

- Warrington

- Filler
Cabos de Aço
A – SEALE

- Características:

⋅ Elevada resistência à abrasão e pouca flexibilidade.

- Aplicações típicas:

⋅ Equipamentos de mineração em geral, cabo de arraste de caçamba em


escavadeiras.
Cabos de Aço
B – WARRINGTON

- Características:

⋅ Elevada flexibilidade devido às colocações de fios finos na periferia das pernas.


⋅ Baixa resistência à abrasão.

- Aplicações:

⋅ Sistema de elevação de talhas, ponte rolante, etc.


Cabos de Aço
C – FILLER

- Características:

⋅ Intermediária entre dois anteriores.

- Aplicações:

⋅ Em geral, guindastes e escavadeiras


Cabos de Aço
Cabos de Aço
CABOS ANTI-GIRATÓRIOS

Contém duas camadas de pernas enroladas em sentidos opostos com


efeitos opostos de giro.

Como conseqüência, são extremamente rígidos só justificando a sua


aplicação em guindastes que trabalham com um único cabo de elevação.
Cabos de Aço
DIMENSIONAMENTO DO CABO DE AÇO

- PELA ABNT

Fórmula:
Cabos de Aço

Tabela de coef. de segurança “S” para cabos de aço


Cabos estáticos: 3 a 4
Cabo p/ Tração horizontal: 4 a 5
Guincho: 5
Guindastes, pás e escavadeiras: 5
Pontes rolantes:, pórticos e semi-pórticos 6 a 8
Talhas elétricas: 7
Elevador de baixa vel. (carga): 8 a 10
Elevador de alta vel. Passageiros: 10 a 12
Cabos de Aço
Obs.: 1. Em equipamentos que executam tarefas perigosas, como
por exemplo: transporte de material em fusão ou corrosivos,
escolhe-se sempre um grupo mecânico imediatamente superior
ao projeto do mecanismo para efeito do cálculo do cabo de aço.

2. Em equipamentos que são freqüentemente desmontados para


efeitos de transporte, permite-se que o cabo de aço seja
selecionado num grupo mecânico imediatamente inferior ao do
projeto do mecanismo. Exemplo: guindaste de construção civil.
Cabos de Aço
Exercícios:
1. Um guincho reboque será projetado para uma operação diária de 2 horas,
estimando-se que com 30% do tempo em uso a carga útil será de 66% da máxima
admissível, sabendo que se tem preferência pelo uso do cabo antigiratório e a
força máxima no cabo é de 1600 kgf, qual o diâmetro do cabo padronizado?
Cabos de Aço

Nota: O valor obtido deve ser


comparado aos valores estipulados
para o mecanismo de acordo com a
tabela de coeficiente de segurança
Cabos de Aço
Exercícios:

2 - Em uma ponte rolante para 15 toneladas, cujo uso é esporádico e a


tração máxima em cada cabo é de 3,5 toneladas, sempre que em uso, a
ponte está em plena carga. Qual deve ser o diâmetro do cabo?
Tambores e Polias
CÁLCULO DOS DIÂMETROS DOS TAMBORES E POLIAS

- PELA ABNT

A duração de um cabo de aço depende principalmente do diâmetro de


enrolamento dos elementos como polias e tambores.

O valor obtido para o diâmetro do cabo só será válido se respeitar a


seguinte inequação:
Tambores e Polias
Tambores e Polias
Tambores e Polias
Tambores e Polias
Dt
Tambores e Polias
Tambores e Polias
Tambores e Polias
Tambores e Polias
Teoria Sobre Moitões
Denomina-se moitão ao conjunto de polias e gancho, responsáveis pela
sustentação de carga e subdivisão do peso desta pelos diversos ramais
de cabos do conjunto.

Podemos ter dois tipos de moitões:

- Moitão simples

- Moitão gêmeo
Teoria Sobre Moitões
MOITÃO SIMPLES

É aquele onde uma das extremidades do cabo é amarrada a um ponto


fixo, enquanto a outra vai para o tambor de enrolamento.
Teoria Sobre Moitões
MOITÃO GÊMEO
No moitão gêmeo tem-se uma construção equivalente a dois moitões
simples trabalhando em paralelo. Usando este tipo de moitão, anula-se
possível balanço da carga. O cabo vai para o tambor saindo de polias
móveis e as duas pontas do cabo vão para o tambor.
Teoria Sobre Moitões
RENDIMENTO DO MOITÃO

Primeiramente vamos verificar o rendimento para uma única polia.


Teoria Sobre Moitões
Teoricamente, se analisarmos o sistema mecânico apresentado na
figura, chegaremos a conclusão que se não tivermos acelerações ou
frenagens na subida da carga Q, ou seja, o sistema está sendo
considerado à velocidade constante de levantamento (VL).
Teremos, a menos das perdas a seguinte igualdade:
Teoria Sobre Moitões
Entretanto no sistema teremos a presença das seguintes perdas:

01. → Atrito no mancal da polia


02. → Perdas devido a rigidez do cabo de aço

Essas perdas são expressas como rendimento da polia (ηp) que em


média vale:

→ Para mancais de escorregamento (bronze) = 0,96


→ Para mancais de rolamento = 0,98
Teoria Sobre Moitões

,
Teoria Sobre Moitões
Teoria Sobre Moitões
Teoria Sobre Moitões
Teoria Sobre Moitões
Exercícios

1. Determinar a força máxima no ramal de um moitão gêmeo de 8 ramais,


usado na seguinte ponte rolante: A carga é Q = 30 ton. Utilizar mancais
de rolamento.

2. Determinar a força máxima no cabo de aço de um moitão gêmeo de 4


ramais, com capacidade para 20 ton. Considerar mancais de rolamento.

3. Determinar a força máxima no cabo de aço de um moitão gêmeo para


uma capacidade de 50 ton. Considerar mancais de escorregamento.
Dimensionamento de Tambores (Continuação)
Os tambores nas máquinas de levantamento são os elementos utilizados
para tracionar e armazenar o cabo de aço do mecanismo de
levantamento.

Quanto aos tipos que podem ser construídos, temos os lisos e os


ranhurados.
1 - Tambores Lisos
São utilizados nas montagens onde se tem o problema de espaço, como
por exemplo nos guindastes com elevadas alturas de elevação.

Permitem o enrolamento do cabo em mais de uma camada do tambor,


para isso, recomenda-se sempre a utilização de cabos com alma de aço
para evitar o esmagamento do cabo.
1 – Tambores Lisos
2 - Tambores Ranhurados
2 - Tambores Ranhurados
2 - Tambores Ranhurados
2 - Tambores Ranhurados
2 - Tambores Ranhurados
2 - Tambores Ranhurados
Dimensionamento de Tambores (Continuação)
Exercícios:

1. Uma ponte rolante de 25 ton. de capacidade deverá ser


construída para moitão gêmeo. Obter as dimensões do tambor
ranhurado para essa ponte, sendo dados:
- Peso aproximado do moitão = 480kg. (moitão de 4 ramais)
- Ponte rolante de oficina para elevação de grande capacidade
(Grupo mecânico 3m)
- Altura de levantamento = 7 metros
- Espaço para fixação → a = 100 mm
Dimensionamento de Tambores (Continuação)
Exercícios:
2. Uma ponte rolante será projetada para 5 horas de uso diário, sendo
que a metade do tempo de funcionamento com 1/3 da carga útil. A
capacidade de carga é de 10 ton. e o moitão de 4 ramais. Dimensionar o
cabo e o tambor, sendo dados:
- Mancal da polia = rolamentos.
- Altura de levantamento = 10m.
- Espaço para fixação do cabo a = 100mm
Potência de Levantamento
A potência que iremos considerar é quando o sistema já se encontra em
regime, ou seja, o motor já está em sua rotação assíncrona (movimento
uniforme).

No momento da partida, ou seja, de retirar a carga do solo por exemplo,


existe uma potência de aceleração, mas, além de existir por um curto
espaço de tempo, seu valor não chega a 1% maior do valor da potência
em regime, portanto não iremos considerá-la em nossos cálculos.
Potência de Levantamento
Potência de Levantamento
- CÁLCULO DO RENDIMENTO DO REDUTOR

Esse rendimento é calculado em função do número de rolamentos e do


número de pares de engrenagens.

Portanto, devemos calcular da seguinte forma:

1º - Necessita-se saber a rotação assíncrona do motor, (a rotação


síncrona, não leva em consideração o fator de escorregamento que é
aproximadamente igual a 5%).
Potência de Levantamento
- CÁLCULO DO RENDIMENTO DO REDUTOR

Exemplo:
Motor de 4 polos:

nas = 0,95 . 1800 = 1710 rpm que é a rotação real no eixo do motor

Obs.:
ns = rotação síncrona
nas = rotação assíncrona
f = frequência da rede elétrica, no Brasil, a frequência é de 60 Hz.
Potência de Levantamento
2º - Necessita-se saber a velocidade tangencial do tambor:

1
Potência de Levantamento
Obs.: Tendo a relação de transmissão, podemos saber quantos pares de
engrenagens terá o nosso redutor, da seguinte maneira:

Para cada par de engrenagens, considera-se no máximo, uma relação de


transmissão de 1:5
Potência de Levantamento
Tendo o número de pares de engrenagens, podemos saber o número de
rolamentos, fazendo um esquema do redutor.

Exemplo: 2 pares de engrenagens:


Potência de Levantamento
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho

Fator de
Carga da
roda sobre o
trilho
Dureza da roda em HB
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho
Exercícios:

01 - O peso em cada roda que movimentará uma ponte rolante cuja


estimativa é de 6300 horas de vida para uma carga de aproximadamente
30% da total na metade do tempo de uso é de 10 ton. A ponte rolante
funcionará a 80 m /min (na translação) , o material da roda tem dureza
superficial de 170 HB e o trilho será TR – 32. Obter o diâmetro da roda
para translação da ponte.
Dimensionamento dos Pares Roda/Trilho

- Calcule o diâmetro das cada rodas


(kgf / ton)

(ton)
(ton)

Tabela: força necessária no eixo da roda por tonelada de peso nesta

 
1) Dimensionar o motor de translação da ponte rolante cuja
velocidade é de 80 m/min e tem as rodas com 1400 mm de
diâmetro utilizando mancal de rolamento. O motor a ser utilizado
será de 6 pólos. Utilizar o sistema de translação com um único
redutor. Dados:
- Capacidade Q = 45 ton.
- Ponte rolante G = 62 ton.
- Cabine G = 1,5 ton.
- Carro Go = 29ton.
Obs.: Considerar sobre potência calculada um fator de serviço de
25% para dimensionamento do motor.

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