Você está na página 1de 16

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CIV 361 – MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL II

RELATÓRIO 03 – REVESTIMETOS CERÂMICOS DE PISOS E


PAREDES

Daniel Jésus Gonçalves dos Reis – 87641

Relatório apresentado ao Departamento de


Engenharia Civil da Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências propostas pela disciplina
CIV 361 – Materiais de Construção Civil II.

Professor: Leonardo Gonçalves Pedroti

Viçosa – MG
2021
RESUMO

É muito importante o estudo de revestimento cerâmico de pisos e de paredes. Avaliar


a aderência de placas cerâmicas assentadas com argamassa colante para tensão de
ruptura, e também análise das patologias em revestimentos cerâmicos. Foram
apresentados os resultados dos experimentos de ensaios de resistência à flexão,
absorção de água em placa cerâmica, e resistência de aderência à tração em
argamassa colante. Os métodos e materiais utilizado de cada ensaio serão explicados
e definidos posteriormente. Os resultados dos ensaios foram satisfatórios do
laboratório de Materiais de Construção Civil da UFV, e também a análise e conclusão.

Palavras-chave: Absorção, cerâmico, porcelanato.


SUMÁRIO
1 Considerações Iniciais ......................................................................................... 3
1.1 Introdução ...................................................................................................... 3

1.2 Objetivos ........................................................................................................ 3

2 Procedimentos Experimentais .............................................................................. 4


2.1 Materiais......................................................................................................... 4

2.1.1 Ensaios de resistência à flexão e de absorção de água em placa cerâmica


conforme ABNT NBR 13818 - 1997 ..................................................................... 4
2.1.2 Ensaios de resistência de aderência à tração em argamassa colante de
acordo com ABNT 14081-4:2012 ......................................................................... 4

2.2 Métodos ......................................................................................................... 4

2.2.1 Ensaios de resistência à flexão e de absorção de água em placa cerâmica


conforme ABNT NBR 13818 – 1997 .................................................................... 4
2.2.2 Ensaios de resistência de aderência à tração em argamassa colante de
acordo com ABNT 14081-4:2012 ......................................................................... 6
2.2.3 Vistas a residencial .................................................................................. 6

3 Resultados ........................................................................................................... 9
3.1 Ensaios de resistência à flexão e de absorção de água em placa cerâmica
conforme ABNT NBR 13818 – 1997 ........................................................................ 9

3.2 Ensaios de resistência de aderência à tração em argamassa colante de


acordo com ABNT 14081-4:2012 .......................................................................... 11

4 Considerações Finais ......................................................................................... 12


5 Referências Bibliográficas .................................................................................. 13
3

1 Considerações Iniciais

1.1 Introdução

O ensaio foi realizado durante o PER II no laboratório de Materiais no dia 03 de março


de 2021. O Brasil está na terceira posição entre os países que mais consomem
revestimentos cerâmicos no mundo. Os ensaios de revestimento cerâmicos e
argamassas colantes atestam sobre a qualidade desses materiais. As normas
especificam algumas características, na absorção de água, geométricas, análise
visual, a ruptura a flexão, resistência ao manchamento, resistência química, analise
da resistência ao congelamento e aquecimento. O sucesso do revestimento cerâmico
depende de sua corre aplicação na obra, com materiais de boa qualidade e
manutenção durante a sua vida útil. Além disso, foi realizado uma análise das
patologias em revestimentos cerâmicos internos, de pisos e paredes, para
complemento deste relatório. Esses materiais devem utilizados de acordo as
seguintes normas: NBR 13818:1997, NBR 13753:1996, NBR 13754:1996, NBR
13755:2017, NBR 14081-1:2012, NBR 14081-4:2012, NBR 14081-5:2012, NBR
14992:2003, NBR 13817:1997.

1.2 Objetivos

Demonstrar como são avaliadas as propriedades das placas cerâmicas e das


argamassas colantes industrializadas, com ensaios exigidos pelas normas referentes
aos revestimentos cerâmicos.
4

2 Procedimentos Experimentais

2.1 Materiais

2.1.1 Ensaios de resistência à flexão e de absorção de água em placa

cerâmica conforme ABNT NBR 13818 - 1997

• Corpo de prova cerâmico


• Corpo de prova de porcelanato
• Presa para aplicação do carregamento
• Recipiente
• Forma de alumínio
• Deflexão em milímetros leitura
• Água
• Pano

2.1.2 Ensaios de resistência de aderência à tração em argamassa colante de

acordo com ABNT 14081-4:2012

• Argamassa colante do tipo


• Corpo de prova de seção quadrada, com (100 ± 5) mm de lado
• Equipamento de tração
• Pastilha metálica
• Dispositivo de corte do revestimento cerâmico

2.2 Métodos

2.2.1 Ensaios de resistência à flexão e de absorção de água em placa

cerâmica conforme ABNT NBR 13818 – 1997

• Resistência à flexão

Os ensaios de resistência à flexão foram feitos em placa cerâmica e em placa de


porcelanato, sendo retirado todas as medidas, como vão livre, espessura e largura. A
5

máquina possuir um anel de deflexão com constante de 69 kgf/m para fazer a leitura
durante o ensaio. Os corpos de prova são ensaiados com a aplicação do
carregamento, onde ficam bi apoiados e submetidos à carga no centro do vão, até a
ruptura do corpo de prova. A deflexão máxima foi registrada antes da ruptura da placa,
e após isso foram encontrados os valores das forças.

Para a realização dos cálculos foi utilizada a seguinte equação 2.2.1.1:

3𝐹∗𝐿
𝑀𝑅𝐹 = 2𝑏∗𝑒 2, onde: (equação 2.2.1.1)

𝐹 = carga de ruptura em (kgf);

𝐿 = vão livre em (mm);

𝑏 = largura em (mm);

𝑒 = espessura em (mm);

𝑀𝑅𝐹 = Tensão de ruptura em (MPa).

A carga de ruptura é calculada pela equação 2.2.1.2:

𝐹∗𝐿
𝐶𝑅 = , onde: (equação 2.2.1.2)
𝑏

𝐹 = carga de ruptura em (kgf);

𝐿 = vão livre em (mm);

𝑏 = largura em (mm);

𝐶𝑅 = Carga de ruptura em (N).

• Absorção de água

Foram realizados os ensaios de absorção de água em placa cerâmica e placa de


porcelanato. Os corpos de prova foram os pedaços ensaiados na resistência à flexão
anterior. Os corpos de prova devem permanecer imersos em água durante 24 horas,
estando a água do recipiente à temperatura ambiente. Depois os corpos de prova
devem ser removidos e colocados em bancada, e com auxílio de um pano limpo e
úmido, deve-se retirar a água livre na superfície. A massa saturada superfície seca é
6

anotada, e após isso, os corpos de prova são levados para a estufa. Em seguida,
anota-se a massa seca para cálculo de absorção de água.

Para a realização dos cálculos de absorção foi utilizada a seguinte equação 2.2.1.3:

Mu−Ms
AA = ∗ 100, onde: (equação 2.2.1.3)
Ms

Mu = Massa saturada superfície seca em (g);

Ms = Massa seca em estufa em (g);

AA = Absorção de água em (%).

2.2.2 Ensaios de resistência de aderência à tração em argamassa colante de

acordo com ABNT 14081-4:2012

• Resistência de aderência à tração

Foi realizado o ensaio de resistência de aderência à tração em placa cerâmica e placa


de porcelanato com argamassa. Após o tempo de cura da argamassa, os corpos de
prova foram arrancados por tração da placa, com auxílio de um equipamento. O valor
da leitura da carga aplicada para o rompimento total da placa foi registrado. Quando
a ruptura ocorre conforme as alíneas i) e j) da norma, pode indicar falha na colagem
da pastilha e um novo CP deve ser providenciado. É feita a análise do tipo de ruptura,
e calcular-se a tensão de ruptura.

Para a realização dos cálculos de tensão de ruptura foi utilizada a seguinte equação
2.2.2.1:

𝐹
𝜎 = 𝐴, onde: (equação 2.2.2.1)

𝜎 = Tensão de ruptura em (MPa);

𝐹 = Força de ruptura em (kgf);

𝐴 = Seção transversal em (cm²).

2.2.3 Vistas a residencial

Patologia em residencial
7

• Tipo do terreno:

O imóvel está localizado na Rua Rubi, n° 215 – Patafufo – Pará de Minas/MG.

Área total: 360 m².

Tipo da Residencial

• Tipologia: 3 quatros, 2 banheiros, 1 garagem, sala de estar, copa, cozinheira,


lavaria e varanda.
• Utilização: Residencial
• Idade: 30 anos
• Área total residencial: 132 m²

Foi vistoriado alguns ambientes da residência e realizada a descrição das patologias


em revestimento cerâmico encontrada nas áreas em comum da casa.

Foto 1: Detalhe do piso cerâmico desgastado pelo uso. Pisos em ambientes de movimentação de
pessoas devem ter um “PEI” adequado.
8

Foto 2: Detalhe do piso cerâmico expansão por umidade no banheiro. Variações de umidade excessiva
podem causar pequenas variações de volume, que causam aparecimento de esforços adicionais na
cerâmica, causando fissuras.

Foto 3: Detalhe do piso cerâmico trincado na sala de estar, possivelmente devido a esforços de tração.
9

3 Resultados

3.1 Ensaios de resistência à flexão e de absorção de água em placa cerâmica

conforme ABNT NBR 13818 – 1997

• Resistencia à flexão

Tabela 3.1.1 – Ensaio de flexão


Ensaio de resistência à flexão
Material Piso cerâmico Porcelanato
Vão livre (mm) 175
Largura (mm) 62 65
Espessura (mm) 8,5 9,4
Constante do anel (N/mm) 690
Deflexão no anel (mm) 0,41 1,92
Carga de ruptura (N) 798,5 3567
Tensão de ruptura (N/mm²) 16,58 60,55

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Porcelanato:

N
𝐹 = 690 ∗ 1,92 mm
mm

𝐹 = 1324,8 N

1324,8 ∗ 175
𝐶𝑅 =
65

𝑁
𝐶𝑅 = 3567
𝑚𝑚2

3 ∗ 1324,8 ∗ 175
𝑀𝑅𝐹 =
2 ∗ 65 ∗ 9,42

𝑀𝑅𝐹 = 60,55 N/mm2

Piso cerâmico:

N
𝐹 = 690 ∗ 0,41 mm
mm
10

𝐹 = 282,9 N

282,9 ∗ 175
𝐶𝑅 =
62

𝑁
𝐶𝑅 = 798,5
𝑚𝑚2

3 ∗ 282,9 ∗ 175
𝑀𝑅𝐹 =
2 ∗ 62 ∗ 8,52

𝑀𝑅𝐹 = 16,58 N/mm2

• Absorção de água

Tabela 3.1.2 – Ensaio de absorção de água


Ensaio de absorção de água
Material Piso Porcelanato
Corpo de prova A B A B
Massa seca estufa (g) 99,80 91,49 143,41 132,15
Massa saturada sup. Seca (g) 108,98 98,08 143,47 132,20
Absorção água Individual 7,2 7,2 0,04 0,04
(%) Média 7 0,04

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Piso:

108,98 − 99,80
AAA = ∗ 100
99,80

AAA = 7,2 %

98,08 − 91,49
AAB = ∗ 100
91,49

AAB = 7,2 %

7,2−7,2
AAm = AAm = 7 %
2

Grupo de absorção de água para revestimento com placa cerâmica: BIIb


11

Porcelanato:

143,47 − 143,41
AAA = ∗ 100
143,41

AAA = 0,04 %

132,20 − 132,15
AAB = ∗ 100
132,15

AAB = 0,04 %

0,04−0,04
AAm = AAm = 0,04 %
2

Grupo de absorção de água para revestimento com placa porcelanato: BIa

3.2 Ensaios de resistência de aderência à tração em argamassa colante de

acordo com ABNT 14081-4:2012

• Resistência de aderência à tração

Tabela 3.2 – Argamassa colante do tipo

Ensaio de resistência de aderência à tração


Parâmetros do ensaio Resultados
Seção transversal (cm²) 100(10x10)
Força de ruptura (kgf) 278,1
Tensão de ruptura (MPa) 0,28
Tipo de ruptura predominante No emboço

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Calculada pela equação:

278,1
𝜎=
100 𝑥 10

𝜎 = 0,28 𝑀𝑃𝑎

Para aceitação, é necessária uma análise de outros corpos de prova.


12

4 Considerações Finais

Os resultados do ensaio de flexão mostram que o piso cerâmico teve uma carga de
ruptura de 798,5 N e um MRF de 16,58 MPa. O porcelanato teve uma carga de ruptura
de 3567 N e um MRF de 60,55 MPa.

Somente o porcelanato está em conformidade com a norma, com MRF e Carga de


ruptura aceitáveis. O piso cerâmico não obedece ao valor médio mínimo de 800 N
para a carga de ruptura e 18MPa para MRF. Porém, em questão valores individuais,
o MRF mínimo de 16MPa foi satisfeito.

Sobre o ensaio de absorção de água, a norma indica para o piso cerâmicos


semiporosos os valores de 6% < Abs ≤ 10%, e foi atingindo o valor de 7%. Para o
piso de porcelanato, a norma especifica uma Abs<0,5%, onde no ensaio foi atingido
o valor de 0,04%. Nesse caso, o porcelanato e piso cerâmico apresentaram resultados
satisfatórios.

Os resultados ensaio de resistência de aderência à tração foi de uma tensão de


ruptura de 0,28 MPa, está em conformidade com a norma.

Portanto, é necessário realizar pesquisas e ensaios para conhecer melhor os tipos de


materiais e suas propriedades, garantindo a qualidade dos materiais escolhidos na
obra.
13

5 Referências Bibliográficas

Acadêmicos da Universidade Federal de Viçosa (Disponível em: <


file:///C:/Users/Usuario/Desktop/Materiais%202/Aditivo/CIV%20361%20-%20Materiai
s%20II-rev1.pdf>). Acesso em: 05 abril. 2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13753: Revestimento de


piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante.
Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13754: Revestimento de


paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa
colante – Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13755: Revestimento de


cerâmicos de fachados e paredes externas com utilização de argamassa colante –
Projeto, execução, inspeção e aceitação – Procedimento. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13817: Placas


cerâmicas para revestimento – Classificação. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13818: Versão


Corrigida:1997 – Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos de
ensaios. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14081-1: Argamassa


colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 1: Requisitos.
Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14081-4: Argamassa


colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 4:
Determinação da resistência de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14081-5: Argamassa


colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 5:
Determinação do deslizamento. Rio de Janeiro, 2012.
14

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14992: A.R. –


Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas –
Requisitos e métodos de ensaios. Rio de Janeiro, 2003.
15

Você também pode gostar