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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CIV 360 – MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I

RELATÓRIO 06 – ACEITAÇÃO OU REJEIÇÃO DOS LOTES DE


CONCRETO

Daniel Jésus Gonçalves dos Reis – 87641

Anderson Carlos Pereira – 90222

Relatório apresentado ao Departamento de


Engenharia Civil da Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências propostas pela disciplina
CIV 360 – Materiais de Construção Civil I.

Professor: Leonardo Gonçalves Pedroti

Viçosa – MG
2020
RESUMO

Esse relatório tem como objetivo a proposição de uma realização dos exercícios de
aplicações presentes na apostila de aula de prática. Os lotes de concreto devem ser
aceitos, quando o valor estimulado da resistência característica (fck,est) for maior ou
igual ao valor da resistência característica especificado no projeto estrutural, para isso
foram feitos alguns cálculos de acordo com o mencionado nos exercícios. Foram feitos
os cálculos de amostragem parcial, controle do concreto por amostragem total e casos
excepcionais para a aceitação ou não dos lotes de concreto. Obtendo-se resultados
importantes e acima do mínimo de resistência permitido pelo enunciado do exercício,
concluindo que todos os lotes foram aceitos de acordo com a norma técnica brasileira,
sendo o último exercício com amostragens totais e excepcionais, e adquirindo-o de
uma empresa de serviços de concretagem.

Palavras-chave: Concretagem, lote, amostragem total.


SUMÁRIO
1 Considerações Iniciais ......................................................................................... 3
1.1 Introdução ...................................................................................................... 3

1.2 Objetivos ........................................................................................................ 3

2 Procedimentos Experimentais .............................................................................. 4


2.1 Materiais......................................................................................................... 4

2.1.1 Preparo, controle, recebimento e aceitação – NBR 12655: 2015 ............ 4

2.2 Métodos ......................................................................................................... 4

2.2.1 Preparo, controle, recebimento e aceitação – NBR 12655 : 2015 ........... 4

3 Resultados ........................................................................................................... 7
3.1 Exercícios de aplicação.................................................................................. 7

3.1.1 Exercício 1 ............................................................................................... 7


3.1.2 Exercício 2 ............................................................................................... 8
3.1.3 Exercício 3 ............................................................................................... 9
3.1.4 Exercício 4 ............................................................................................. 11
3.1.5 Resultados para a prática sobre dosagem de concretos ....................... 16

4 Considerações Finais ......................................................................................... 21


5 Referências Bibliográficas .................................................................................. 22
3

1 Considerações Iniciais

1.1 Introdução

A necessidade de acompanhar o mundo na sua corrida tecnológica, no


aperfeiçoamento, na exatidão e, principalmente, no atendimento às exigências do
consumidor, trouxe novos desafios para os engenheiros e empresas do ramo da
construção civil, visando reduzir custos, a quantidade de lotes de concreto é de suma
importância para uma obra, pensando na economia de tempo, consequentemente de
dinheiro visa-se uma melhor amostragem, juntamente com um concreto de maior
qualidade para não haver problemas futuros.

A concretagem deve ser aceita quando o valor estimulado da resistência


característica (fck,est) for maior ou igual ao valor da resistência característica
especificado no projeto estrutural. Caso o valor estimado de resistência característica
seja menor, a decisão baseia-se em uma ou mais das seguintes verificações previstas
no item 16.2 da ABNT NBR 6118.

1.2 Objetivos

O relatório tem como objetivo a realização dos exercícios de aplicações presentes


na apostila de aula de prática, tipos de controle da resistência do concreto, como é o
controle estatístico do concreto por amostragem parcial, controle do concreto por
amostragem total (100%) e casos excepcionais. A análise da aceitação ou rejeição
dos lotes.
4

2 Procedimentos Experimentais

2.1 Materiais

2.1.1 Preparo, controle, recebimento e aceitação – NBR 12655: 2015

Os materiais utilizados neste ensaio foram:

• Maquina da resistência à compressão


• Maquina da resistência à tração por compressão diametral
• Maquina da resistência à tração na flexão

2.2 Métodos

2.2.1 Preparo, controle, recebimento e aceitação – NBR 12655 : 2015

A revisão do projeto para determinar se a estrutura, o concreto deve ser aceito e


considerando os valores obtidos nos ensaios, especificada no projeto estrutural e
análise do lote de concreto em exame como é calculada pela equação:

𝑓𝑐𝑘 = 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡, onde:

𝑓𝑐𝑘 = a resistência característica à compressão, em MPa;

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = o valor estimado da resistência característica à compressão, em MPa.

É importante deve-se ser extraídos e o ensaio de corpos de prova de estrutura de


concreto são normalizados pela NBR 7680 – Extração, preparo, ensaio e análise de
testemunhos de estruturas de concreto, o valor de estimado da resistência
característica será calculado de acordo com anteriormente exposto, aumentando este
valor em 10% ou 15%, valores inferiores a 1,1 ∗ 𝜓6 ∗ 𝑓1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 < 18 𝑜𝑢 1,15 ∗ 𝜓6 ∗
𝑓1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 > 18. Resultados devem ser avaliados, como medida auxiliar da verificação
da homogeneidade do concreto da estrutura e ensaios não destrutivos na estrutura
que avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão – NBR 7584 ou
determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica – NBR 8802.
5

Ensaio consiste de uma prova de carga NBR 9607 – Prova de carga em estrutura de
concreto armado e protendido, aplicam os carregamentos previstos na utilização da
estrutura e medem-se grandezas que revelem o comportamento da estrutura. Nesse
ensaio deve ser feito um monitoramento continuado do carregamento e da resposta
da estrutura, o ensaio cessará se surgir indícios de ruptura.

Concluir-se que conformidade final as condições de segurança especificadas são


satisfeitas, o lote de concreto será aceito. Se for não aceitável ou caso contrário, deve
ser escolhida uma das seguintes alternativas:

• decidir pela demolição parcial ou total;


• providenciar o projeto de reforço; ou
• determinar as restrições de uso da estrutura quanto ao seu carregamento ou
ao seu uso.

Estimadores da resistência características:

Controle do concreto por amostragem total (100%), não há limitação do número


mínimo de exemplares do lote.

Para lotes com número de exemplares n < 20

• fck,est = f1

Para lotes com número de exemplares n > 20

• fck,est = fi

Quando o valor de i for fracionário, adota-se o número inteiro imediatamente superior,


i é calculado pela equação: i = 0,05 * n.

Número mínimo de exemplares da amostra: concretos do grupo I: n > 6; concretos do


grupo II : n > 12.

Controle estatístico por amostragem parcial, as amostras devem ser de no mínimo


seis exemplares para os concretos do Grupo I (classes até C50, inclusive) e doze
exemplares para os concretos do Grupo II (classes superiores a C50).
6

Para lotes com 6 < n < 20

𝑓1+𝑓2+⋯𝑓𝑚−1
• 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = (2 ∗ (𝑚−1)
) − 𝑓𝑚

• m = n/2. Despreza-se o valor mais alto se n for ímpar;


• f1, f2, ... fn = valores das resistências dos exemplares, em ordem crescente;
• 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 ∗ 𝑓1.

Onde ψ é dado pela tabela 2.1, para os números de exemplares de 6 a 20.

Tabela 2.1 – Valores de ψ6

Condição de Número de exemplares (n)


preparo 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16
A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,99 1,00 1,02
B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02
NOTA – Os valores de n entre 2 e 5 são empregados para os casos excepcionais (ver 7.2.3.3).

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Para lotes com números de exemplares n > 20

• 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 𝑓𝑐𝑚 − 1,65 ∗ 𝑆𝑑 , onde:

𝑓𝑐𝑚 = resistência média dos exemplares do lote;

𝑆𝑑 = desvio padrão do lote para n - 1 resultados.

Controle estatístico do concreto em casos excepcionais, lotes de no máximo 10 m3 e


amostrá-los com número de exemplares entre 2 e 5.

O valor estimado da resistência característica é dado por:

• fck,est = ψ6 . f1

Onde ψ é dado pela tabela 2.2, para os números de exemplares de 2 a 5.

Tabela 2.2 – Valores de ψ6

Condição de Número de exemplares (n)


preparo 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16
A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,99 1,00 1,02
B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02
NOTA – Os valores de n entre 2 e 5 são empregados para os casos excepcionais (ver 7.2.3.3).

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção


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3 Resultados

3.1 Exercícios de aplicação

3.1.1 Exercício 1

Durante a concretagem de um lote de concreto de uma estrutura e utilizando se do


critério de amostragem parcial, moldaram-se 6 exemplares, que estão listados abaixo.
O preparo do concreto foi no próprio canteiro de obras, segundo a condição B da NBR
12655 e ele foi utilizado na concretagem dos pilares do primeiro pavimento de uma
obra residencial de dois pavimentos. A concretagem foi feita em três etapas durante
a mesma semana e o volume total de concreto utilizado foi de 6 m3. Faça o tratamento
estatístico desses dados, segundo a NBR 12655, e conclua sobre a aceitação deste
lote de concreto, sabendo-se que a resistência característica à compressão do
concreto (fck) especificada no projeto estrutural é de 20 MPa, ou seja, trata-se de um
concreto da classe C20.

Quadro 3.1 – Exemplar N.º


Exemplar N.º RESULTADO DO ESAIO RESULTADO Ordenação dos
DE EXEMPLAR exemplares
C.P. N.º 1 C.P. N.º 2 (MPa) fi MPa
1 25,4 26,4 26,4 f1 23,2
2 28,0 26,6 28,0 f2 24,9
3 25,0 27,4 27,4 f3 26,4
4 23,0 23,2 23,2 f4 26,5
5 26,1 26,5 26,5 f5 27,4
6 24,9 23,6 24,9 f6 28,0

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Colocando em ordem crescente: 𝑓𝑖 = 𝑓1, 𝑓2, 𝑓3, 𝑓4, 𝑓5 𝑒 𝑓6

𝑓𝑖 = 23,2; 24,9; 26,4; 26,5; 27,4; 28

𝑓𝑚é𝑑 = 26,1 𝑀𝑃𝑎


8

1° condição:

𝑛 6
𝑚= 𝑚=2=3
2

𝑓 +𝑓
1 2)) − 𝑓3 23,2+24,9
𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = (2 ∗ ((𝑚−1) 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = (2 ∗ ( (3−1)
)) − 26,4

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 21,7 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘, 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 (20𝑀𝑃𝑎)

2° condição:

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓6 ∗ 𝑓1

Condição de preparo B: ψ6 o valor de 0,89 de acordo com a tabela 2.2

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 0,89 ∗ 23,2 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 20,7 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘 , 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 (20 𝑀𝑃𝑎)

Resultado: O lote de concreto foi aceito.

3.1.2 Exercício 2

Durante a concretagem de um lote de concreto de uma estrutura e utilizando se do


critério de amostragem total, moldaram-se 5 exemplares, que estão listados abaixo.
O concreto foi fornecido por uma empresa de serviços de concretagem e foi preparado
segundo a condição A da NBR 12655 e ele foi utilizado na concretagem das vigas e
lajes do primeiro pavimento de uma obra residencial de dois pavimentos. A
concretagem foi feita em uma única etapa e o volume total de concreto utilizado foi de
30 m3. Faça o tratamento estatístico desses dados, segundo a NBR 12655, e conclua
sobre a aceitação deste lote de concreto, sabendo-se que a resistência característica
à compressão do concreto (fck) especificada no projeto estrutural é de 25 MPa, ou seja,
trata-se de um concreto da classe C25.
9

Quadro 3.2 – Exemplar N.º


Exemplar N.º RESULTADO DO ESAIO RESULTADO Ordenação dos
DE EXEMPLAR exemplares
C.P. N.º 1 C.P. N.º 2 (MPa) fi MPa
1 28,9 27,8 28,9 f1 25,9
2 26,5 26,8 26,8 f2 26,8
3 30,0 29,8 30,0 f3 27,0
4 26,9 27,0 27,0 f4 28,9
5 25,9 24,9 25,9 f5 30,0

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Colocando em ordem crescente: 𝑓𝑖 = 𝑓1, 𝑓2, 𝑓3, 𝑓4 𝑒 𝑓5

𝑓𝑖 = 25,9; 26,8; 27,0; 28,9; 30,0

𝑓𝑚é𝑑 = 27,2 𝑀𝑃𝑎

Controle do concreto por amostragem total (100%)

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 𝑓1 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 25,9 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘 , 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 (25 𝑀𝑃𝑎)

Resultado: O lote de concreto foi aceito.

3.1.3 Exercício 3

Durante a concretagem de um lote de concreto de uma estrutura e utilizando se do


critério de amostragem parcial, moldaram-se 8 exemplares, que estão listados abaixo.
O concreto foi fornecido por uma empresa de serviços de concretagem e foi preparado
segundo a condição A da NBR 12655 e ele foi utilizado na concretagem dos pilares,
vigas e lajes do quarto pavimento de um prédio de dez pavimentos. A concretagem
foi feita em duas etapas e o volume total de concreto utilizado foi de 48 m3. Faça o
tratamento estatístico desses dados, segundo a NBR 12655, e conclua sobre a
aceitação deste lote de concreto, sabendo-se que a resistência característica à
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compressão do concreto (fck) especificada no projeto estrutural é de 25 MPa, ou seja,


trata-se de um concreto da classe C25.

Quadro 3.3 – Exemplar N.º

Exemplar N.º RESULTADO DO ESAIO RESULTADO Ordenação dos


DE EXEMPLAR exemplares
C.P. N.º 1 C.P. N.º 2 (MPa) fi MPa
1 26,9 27,5 27,5 f1 26,9
2 30,1 29,5 30,1 f2 27,4
3 26,9 26,9 26,9 f3 27,5
4 28,7 29,2 29,2 f4 29,2
5 29,2 29,2 29,2 f5 29,2
6 27,4 26,9 27,4 f6 29,2
7 29,2 28,3 29,2 f7 30,1
8 30,1 30,3 30,3 f8 30,3

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Colocando em ordem crescente: 𝑓𝑖 = 𝑓1, 𝑓2, 𝑓3, 𝑓4, 𝑓5, 𝑓6, 𝑓7 𝑒 𝑓8

𝑓𝑖 = 26,9; 27,4; 27,5; 29,2; 29,2; 29,2; 30,1; 30,3

𝑓𝑚é𝑑 = 28,7 𝑀𝑃𝑎

1° condição:

𝑛 8
𝑚= 𝑚=2=4
2

𝑓1+𝑓2+𝑓3 26,9+27,4+27,5
𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = (2 ∗ ( (𝑚−1)
)) − 𝑓4 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = (2 ∗ ( (4−1)
)) − 29,2

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 25,3 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘, 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 (25𝑀𝑃𝑎)

2° condição:

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝜓8 ∗ 𝑓1

Condição de preparo A: ψ8 o valor de 0,95

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 0,95 ∗ 26,9 𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 25,6 𝑀𝑃𝑎


11

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘 , 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 (25 𝑀𝑃𝑎)

Resultado: o lote de concreto foi aceito.

3.1.4 Exercício 4

Faça o planejamento para o controle tecnológico do concreto que será aplicado na


construção de um edifício de 4 pavimentos, onde você definirá a maneira como o
concreto será preparado, se no próprio canteiro de obras ou se será comprado de uma
empresa de serviços de concretagem. Considere ainda as seguintes condições:

• as fundações serão em tubulões de concreto simples, onde cada tubulão


consumirá 2 m3 de concreto da classe C15. No total são 24 tubulões que serão
executados, entre escavação e concretagem, em 1 mês de trabalho;
• sobre os tubulões serão executados blocos de coroamento, vigas de
cintamento e a laje de piso do 1o pavimento, que será utilizado como pilotis e
garagem. Os blocos de coroamento serão executados em uma primeira
semana e consumirão 6 m3 de concreto e as vigas de cintamento e a laje de
piso serão executados na semana seguinte e consumirão 30 m 3 de concreto.
O concreto é da classe C25;
• a concretagem dos pavimentos-tipo será feita da seguinte maneira: na primeira
semana concretam-se os pilares, que consomem 8 m3 de concreto, e na
semana seguintes as vigas, lajes e escada, que consomem 30 m 3 de concreto
da classe C25; e
• reservatório de água que fica acima a laje de cobertura, sustentado por 4
pilares, será executado em duas etapas: na 1 a etapa concretam-se os pilares
e a laje de fundo, que consomem 1,5 m3 de concreto, e na 2a etapa concretam-
se as paredes e a laje de cobertura que consomem 3,5 m 3 de concreto. O
concreto é da classe C25.

Em função da escolha que você fizer, entre preparar o concreto na obra ou


adquiri-lo de uma empresa de serviços de concretagem, você deverá dividir a
estrutura em lotes e definir o critério de amostragem que será utilizado para a
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formação e a análise das amostras (amostragem parcial, amostragem total ou


casos excepcionais).

Uma empresa de serviços de concretagem

O controle tecnológico seja efetuado perfeitamente, tem em vista que se trata


de uma obra de médio porte, comprar concreto usinado para sua obra para garantir
um melhor.

Divisão dos lotes:

De acordo com a NBR 12655, “a amostragem do concreto para ensaio de


resistência à compressão” deve ser feita dividindo-se a estrutura em lotes que
atendam a todos os limites da Tabela 2. De cada lote deve ser retirada uma amostra,
com número de exemplares de acordo com tipo de controle.

Tabela 4.1 – Valores máximos para a formação de lotes de concreto a

Identificação (o mais exigente Solicitação principal dos elementos da


para cada caso) estrutura
Compressão ou Flexão simples b
compressão flexão
Volume de concreto 50 m³ 100 m³
Número de andares 1 1
Tempo de concretagem Três dias de concretagem c
a No caso de controle por amostragem total, cada betonada deve ser considerada um lote, conforme 6.2.3.1
b No caso de complemento de pilar, o concreto faz parte do volume do lote de lajes e vigas
c Este período deve estar compreendido no prazo total máximo de sete dias, que inclui eventuais interrupções
para tratamento de juntas.

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Amostragem:

As amostras devem ser coletadas aleatoriamente durante a operação de


concretagem, conforme a ABNT NBR NM 33. Cada exemplar deve ser constituído por
dois corpos de prova da mesma amassada, conforme a ABNT NBR 5738, para cada
idade de rompimento, moldados no mesmo ato. Toma-se como resistência do
exemplar o maior dos dois valores obtidos no ensaio de resistência à compressão.
13

Consideram-se dois tipos de controle de resistência: o controle estatístico do


concreto por amostragem parcial e controle do concreto por amostragem total. Para o
controle por amostragem parcial é prevista uma forma de cálculo do valor estimado
da resistência característica (fck, est.) do lote de concreto em estudo. Para o controle
por amostragem total a 100% das betonadas, a análise da conformidade de ser
realizada em cada betonada.

Aceitação ou rejeição dos lotes de concreto:

Para cada tipo e classe de concreto a ser colocado numa estrutura, devem ser
realizados os ensaios de controle, sendo estes, o ensaio de consistência pelo
abatimento de tronco cone, que deve ser realizado a cada betonada, quando
preparado por empresas de serviço de concretagem. Além disso, o ensaio de
resistência à compressão, onde os lotes de concreto devem ser aceitos quando o valor
estimado da resistência característica, deve satisfazer a relação:

𝑓𝑐𝑘, 𝑒𝑠𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘

Etapas do Planejamento de Obra da seguinte maneira:

• Etapa 1: Fundação

Para a fundação do tipo tubulão de concreto simples, com concreto C15, será
divida em 3 fases de 10 dias cada, em 1 mês de trabalho. Cada fase consiste na
escavação de 8 tubulões em 9 dias e posterior concretagem com duração de 1 dia.
Cada tubulão consumirá 2 m³ de concreto, cada fase utilizará 16 m³, ou seja, dois
caminhões de concreto de 8 m³ cada. A quantidade de concreto total da etapa 1
será de 48 m³. Para um maior controle da qualidade, o concreto será usinado (3
lotes).

• Etapa 2: Execução dos blocos de coroamento, viga de cintamento e laje


do 1° pavimento

Após a concretagem e cura dos tubulões da fundação, começa-se o processo


de execução para a montagem das formas e amarração das ferragens em 6 dias,
14

e posteriormente a concretagem com duração de 1 dia, consumindo 6 m³ de


concreto da classe C25 (1 lote).

Terminado os blocos de coroamento, na semana seguinte, começa-se o


processo de execução das vigas de cintamento e laje de piso do 1° pavimento em
6 dias, para a montagem das forma e amarração das ferragens e posteriormente
a concretagem com duração de 1 dia. Consumindo 30 m³ de concreto classe C25
(1 lote). Serão utilizados 5 caminhões betoneira com capacidade para misturar de
6 m³ cada.

• Etapa 3: A concretagem dos pavimentos-tipo

Nos pavimentos-tipo será feita da seguinte maneira: na primeira semana


começa-se o processo de execução dos pilares em 6 dias para a montagem das
forma e amarração das ferragens e posteriormente a concretagem com duração
de 1 dia, consumindo 8 m³ de concreto classe C25. Na semana seguinte, ocorrerá
a montagem das formas e amarração das ferragens das vigas, lajes e escada em
5 dias. e posterior no concretagem duração de 2 dia consumirá 30 m³ de concreto
classe C25. Para as vigas, lajes escada serão necessários 5 caminhões de
concreto de 6 m³ cada (6 lotes).

Esse processo se repete 4 vezes, pois serão construído 3 pavimentos-tipo,


totalizando cerca de 8 semanas de trabalho.

• Etapa 4: Concretagem do reservatório de água

O reservatório de água que ficará acima laje de cobertura será sustentado por
4 pilares sendo executado em duas fases: a primeira, a concretagem dos pilares e
laje de fundo com consumo de 1,5 m³ e segunda, concretagem das paredes e laje
de cobertura com consumo 3,5 m³ de concreto classe C25 (2 lotes).
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Quadro 4.2 – Etapas do planejamento de obra

Etapas do Planejamento de Obra


N° Elementos Duração da Classe Tipo de Consum Tipo de
do estruturais concretage do prepar o de Amostrage
Lot concretado m (dias) concret o Concreto m
e s o (m³)
8 Tubulões
1 1 C15 Usina 16 Total
da fundação
8 Tubulões
2 1 C15 Usina 16 Total
da fundação
8 Tubulões
3 1 C15 Usina 16 Total
da fundação
Blocos de
4 1 C25 Usina 6 Total
Coroamento
Vigas de
cintamento e
laje de piso
5 1 C25 Usina 30 Total
do 1°
pavimento-
tipo
Pilares do 1°
6 pavimento- 1 C25 Usina 8 Total
tipo
Vigas,
escada e laje
7 do 1° 2 C25 Usina 30 Total
pavimento-
tipo
Pilares do 2°
8 pavimento- 1 C25 Usina 8 Total
tipo
Vigas,
escada e laje
9 do 2° 2 C25 Usina 30 Total
pavimento-
tipo
Pilares do 3°
10 pavimento- 1 C25 Usina 8 Total
tipo
Vigas,
11 escada e laje 2 C25 Usina 30 Total
de cobertura
Pilares e laje
12 de fundo do 1 C25 Usina 1,5 Total
reservatório
Paredes e
laje de
13 1 C25 Usina 3,5 Total
cobertura do
reservatório

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção


16

3.1.5 Resultados para a prática sobre dosagem de concretos

Após os 28 dias para a secagem do concreto, foram feitos os ensaios de


compressão axial e o de tração por compressão diametral e foi obtido os seguintes
resultados.

Quadro 5.1 – Ensaio de compressão axial

Ensaio de compressão axial


Diâmetro (cm) Tensão
Altura Área Força Tensão Maior
Nº Idade média
1 2 média (cm) (cm²) (kgf) (MPa) Tensão
(MPa)
142 10 9,97 9,985 19,94 78,30 8870 11,3
3 11,2 11,3
143 9,94 9,98 9,96 19,96 77,91 8670 11,1
144 9,98 10 9,99 19,90 78,38 16050 20,5
7 20,0 20,5
145 9,96 9,98 9,97 19,94 78,07 15280 19,6
146 10,00 9,96 9,98 19,97 78,23 20920 26,7
28 27,0 27,2
147 9,98 9,85 9,915 19,95 77,21 21000 27,2

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Quadro 5.2 – Ensaio de resistência a tração por compressão diametral

Ensaio de resistência a tração por compressão diametral


Diâmetro (cm)
Nº Altura (cm) Idade Força (kgf) Tensão (MPa)
1 2 médio
148 10 10,01 10,005 19,99 7 8460 2,693
149 10,01 9,98 9,995 19,99 28 9150 2,915

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Analisando os quadros 4 e 5, observa-se que a resistência à tração é bem menor


que à compressão. Comparando-se as duas resistências na idade de 7 dias e para a
idade de 28 dias de acordo com a equação abaixo, obtemos o quadro 7.

𝜎_𝑡𝑟𝑎çã𝑜/𝜎_𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 X 100
17

𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜7𝑑𝑖𝑎𝑠 2,693
× 100 = × 100 = 13,45%
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜7𝑑𝑖𝑎𝑠 20,0

𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜28𝑑𝑖𝑎𝑠 2,915
× 100 = × 100 = 10,81%
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜28𝑑𝑖𝑎𝑠 27,0

Quadro 5.3 – Comparação entre a resistência à tração e compressão

Tensão (MPa) Dias Comparação (%)


Compressão 20,0 7
13,45
Tração 2,693 7
Compressão 27,0 28
10,81
Tração 2,915 28

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Com os valores das resistências à compressão aos 3, 7 e 28 dias. Foi plotado um


gráfico com essas informações.

Gráfico 5.1 – Resistencia à compressão em função dos dias


18

Resistência à compressão em função dos dias


30
28
26
24
22
20
Tensão (MPa)

18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Quadro 5.4 – Tensão (MPa) versus o tempo

Tensão (MPa) versus o tempo


Idade (dias) 0 3 7 28
Tensão (MPa) 0 11,3 20,5 27,2
Fonte: Laboratório de Materiais de Construção

Com o valor de 27,2 MPa para a resistência à compressão aos 28 dias, foi
analisado esse valor com o mínimo exigido pelo projeto que é encontrado de acordo
com a expressão abaixo, onde Sd é o desvio padrão adotado e depende da condição
adotada, na qual a deste exemplo foi a condição B e de acordo com a ABNT NBR
126555, o valor para Sd é de 5,5 MPa.

fck = 20MPa

fcj =?

fcj = fck+1,65*Sd
19

fc28 = 20+1,65*5,5

fc28 = 29,1 MPa

28 = 27,2

28 < fc28

Qual valor de 29,1 é maior que o valor de resistência encontrado laboratorialmente,


porém, apesar do valor ser menor, o lote ainda assim será aprovado.

O motivo de ser aprovado é porque o método não é 100% eficaz, para se obter
um resultado concreto, deve-se montar a própria curva de Abrams, utilizando os
materiais utilizados para o ensaio anteriormente dito. Após criar a própria curva o
resultado é mostrado abaixo.

Esse gráfico 2, foi adaptado do apresentado na aula “CIV 360 P COMENTARIOS”


ministrada pelo professor Leonardo Pedroti.

Gráfico 5.2 – Curvas de Abrams (modelo para os materiais utilizados nos ensaios
anteriores)

Curvas de Abrams
40

35 28 dias
7 dias
30
Tensão (MPa)

3 dias
25

20

15

10

0
0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7

a/c

Fonte: Laboratório de Materiais de Construção


20

Rebatendo no gráfico o valor de 29,1 MPa como mostra a reta verde, encontramos
uma relação água/cimento com valor aproximado de 0,54. Esse valor é diferente do
proposto pela aula prática anterior ministrada pela professora Maria Cláudia, na qual
foi dito um valor para água/cimento de 0,57.

Essa diferença é explicada já que o conjunto de materiais utilizado no laboratório


é totalmente diferente do utilizado para a obtenção da curva de Abrams. Os
comportamentos dos materiais do mundo atual são totalmente diferentes do
comportamento dos materiais da época quando foi feito a curva.

Portanto, com as devidas ressalvas, mesmo o 28 ter sido menor que o fc28 o lote
pode ser aprovado.
21

4 Considerações Finais

Pode-se concluir que os lotes de concreto correspondente aos tópicos 3.1.1, 3.1.2
e 3.1.3 foram aceitos, uma vez que para todos os 3 casos houve a afirmação de que
fck,est ≥ fck. Além disso, para a resolução do exercício 3.1.4, no qual a resolução está
concluída no quadro 4, tendo amostragens totais e excepcionais e adquirindo-o de
uma empresa de serviços de concretagem.

Entende-se que um concreto vindo de uma empresa de serviços de concretagem


é mais homogêneo em suas propriedades visto que o seu preparo é mais cuidadoso
do que o feito em um canteiro de obras. Os dias para concretagem no exercício 3.1.4
foram calculados pensando num tempo que melhor se encaixa para cada preparação
juntamente com a quantidade de lotes e sua amostragem.

Para o ensaio de resistência, foi concluído que o lote ainda pode ser aceito,
mesmo após o resultado de 28 ter sido menor que o fc28 , visto que as curvas de
Abrams contêm alguns erros já que cada curva podem haver algumas pequenas
diferenças dependendo dos materiais utilizados, porém, essas diferenças foram
corrigidas aplicando mais um ensaio para 3, 7 e 28 dias.

Foi possível ver melhor como na concepção do concreto na própria obra, a


importância do controle de qualidade a fim de se ter uma segurança a respeito do
cumprimento das exigências do projeto estrutural.
22

5 Referências Bibliográficas

Acadêmicos da Universidade Federal de Viçosa (Disponível em: <


https://drive.google.com/drive/folders/1Khxs66G3aLo6queE67VjUaz4NzLhZK9f>).
Acesso em: 5 out. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: Concreto


endurecido — Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão —
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5750: Amostragem de


concreto fresco. Rio de Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto — Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7212: Execução de


concreto dosado em central — Procedimento. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7584: Concreto de


Cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação - Procedimento. Rio
de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7680: Concreto -


Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto - Parte
1: Resistência à compressão axial. Rio de Janeiro, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8802: Concreto


endurecido - Determinação da velocidade de propagação de onda ultra-sônica -
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1994.

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