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ANÁLISE DE PESO E RESISTÊNCIA EM LAMINADOS DE FIBRA DE VIDRO EM RESINA

POLIÉSTER ATRAVÉS DE ENSAIOS DE FLEXÃO

Sophia Diniz Milanez (1) (milanezsophia@gmail.com), Sara Ribeiro Chagas (1)


(sara.ribeiro.chagas1@gmail.com), Bruno Wilson Andrade (1) (brunowamg@hotmail.com), Frederico
Ozanan Neves (1) (fred@ufsj.edu.br)

(1) Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) - Departamento de Engenharia Mecânica – Praça Frei Orlando, 170, Centro, São
João del Rei, MG

RESUMO: Tendo em vista a importância do estudo dos materiais compósitos, o presente trabalho procurou
analisar a resistência e massa de laminados de fibra de vidro. O estudo foi fomentado, inicialmente, pela
necessidade que se tem de aplicar a fibra de vidro no protótipo veicular de eficiência energética da equipe
Milhas Gerais da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), porém o emprego dos resultados aqui
descritos pode ser feito em outros projetos na área de engenharia. Para a análise, foram realizados ensaios
mecânicos de flexão de 90 amostras no Centro de Inovação e Tecnologias em Compósitos (CITeC) da UFSJ,
na máquina SHIMADZU AG-X Plus 100kN utilizando como padrão a norma Internacional ASTM D7264. Um
passo importante na análise foi a padronização da fabricação das amostras, utilizando o método de
compressão, mesmo tempo de cura e quantidade de resina poliéster para as três réplicas feitas em cada tipo
de laminado. Dessa forma, foi possível avaliar a tensão máxima de flexão que as amostras resistiam e sua
massa, sendo que o objetivo era definir o laminado que possuísse boa resistência e baixo peso para futuras
aplicações. Os dados obtidos foram tratados através do critério de Chauvenet, que busca excluir medições
que estejam fora de um intervalo padrão. De acordo com os resultados obtidos, foi perceptível que o material
que melhor aliou tolerância à tensões e leveza foi o laminado de três camadas de tecido de fibra de vidro. A
pesquisa foi importante, por fim, para contribuir com os estudos de resistência e peso de compósitos e,
consequentemente, futuras aplicações em engenharia.

PALAVRAS-CHAVE: Compósitos, Fibra de Vidro, Peso, Flexão.

1. INTRODUÇÃO

A exigência dos requisitos de desempenho em estruturas aeroespaciais, navais e


automobilísticos vem proporcionando o desenvolvimento de novos materiais, bem como de novas
técnicas de fabricação (CAPELLA, 2012). Normalmente elevados valores de resistência e rigidez
específicas são procurados, obtendo-se frequentemente soluções por meio da utilização de
materiais compósitos, particularmente polímeros termofixos dotados de reforços fibrosos.
A fibra de vidro é o material mais empregado na fabricação de compósitos, devido às
propriedades de resistência mecânica, baixo custo, ser incombustível e quimicamente estável,
apresentar resistência à corrosão e à umidade (GEHLEN, 2014 apud BARROS, 2010; OTA, 2004).
As propriedades mecânicas de um material são usualmente definidas a partir de testes
laboratoriais considerando normas nacionais ou internacionais, sendo que um dos testes mais
importantes feitos em materiais é o ensaio de flexão. Segundo Callister (CALLISTER, 2002), o ensaio
de flexão é um ensaio destrutivo que consiste em uma aplicação de força em determinados pontos
da amostra, que geralmente é fabricada em forma de viga ou barra.

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O presente estudo será focado na análise, através de ensaios de flexão, de resistência e peso
de amostras em laminados de poucas camadas de fibra de vidro, aplicando-se, ao final, o
tratamento estatístico do critério de Chauvenet nos dados obtidos. A realidade que fomentou a
pesquisa foi a necessidade da utilização de materiais compósitos vivenciada pela equipe de
competição Milhas Gerais da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), cujo objetivo é
construir um protótipo automobilístico de eficiência energética para participar da competição
internacional Shell Eco Marathon, organizada pela multinacional petrolífera Royal Dutch Shell.
É importante salientar, no entanto, que as aplicações dos resultados desta pesquisa
transcendem para outras áreas da engenharia, contribuindo assim para o estudo acadêmico e
científico dos materiais compósitos. Como a função do projeto é focada na eficiência energética,
materiais leves são necessários para a construção de um protótipo ideal, visando também a
resistência. Tendo isso em mente, a aplicação dos materiais compósitos, principalmente a fibra de
vidro, é essencial para o bom desempenho do protótipo.
O material poderia ser aplicado tanto em partes que não sofrem com altas cargas, como painel
de controle, até em locais que são submetidos constantemente a esforços como carenagem e
volante. Considerando que o peso é uma variável decisiva nas aplicações, a análise foi feita com
menos camadas nas amostras laminadas comparando-se com a quantidade de camadas usadas em
pesquisas com este tipo de material.

2. OBJETIVOS

O estudo tem o objetivo primordial de analisar resistência e peso de amostras em laminado


de fibra de vidro, utilizando poucas camadas. A realidade que fomentou a pesquisa foi a necessidade
da utilização de materiais compósitos vivenciada pela equipe de competição Milhas Gerais da
Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). O propósito do projeto é construir um protótipo
automobilístico de eficiência energética para participar da competição internacional Shell Eco
Marathon, organizada pela multinacional petrolífera Royal Dutch Shell. O foco foi analisar, através
de ensaios de flexão, três laminados em resina poliéster diferentes, utilizando amostras de 2 e 3
camadas de tecido de fibra de vidro e amostras com camada mista, sendo esta contendo uma
camada de manta e uma de tecido.

2.1. Objetivos específicos

O artigo tem como objetivos específicos:


 Descrever o processo de fabricação padrão utilizado nas amostras para conseguir
consistência e rigor científico de dados;
 Tratar estatisticamente os dados obtidos para tirar possíveis pontos fora da curva através
do teste de Chauvenet;
 Salientar a importância do estudo de materiais compósitos em fibra de vidro e suas diversas
aplicações;
 Contribuir com o estudo acadêmico e científico dos materiais compósitos.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para melhor interpretar os procedimentos e resultados a serem descritos neste artigo, é


preciso entender alguns conceitos de vibrações mecânicas, tais como: cargas de flexão, ensaio de
flexão de três pontos e o critério de tratamento de dados através do teste de Chauvenet.

3.1. Ensaio de flexão

Segundo (CALLISTER, 2002), os materiais, quando em serviço, estão sujeitos a diversos tipos
de cargas, que podem ser de tração, compressão, torção, flexão, etc. Desta forma, é necessário
conhecer as propriedades mecânicas dos materiais para que não haja deformações excessivas ou
falhas, garantindo um bom funcionamento dos componentes. As propriedades mecânicas
relacionam a deformação ou resposta de um material a uma carga aplicada e são determinadas por
meio de ensaios mecânicos.
Os ensaios mecânicos consistem em métodos normalizados (normas técnicas) que objetivam
levantar propriedades mecânicas dos materiais sob a ação de esforços e são expressas em função
de tensões e/ou deformações. O conceito de tensão é, segundo (CALLISTER, 2002), a resistência de
um corpo a uma força aplicada por unidade de área. Com o uso de normas, brasileiras ou
internacionais, resultados obtidos são semelhantes e reprodutíveis e com isto podem ser
comparados quando realizados por diferentes laboratórios.
Um dos ensaios mecânicos mais recorrentes feito nos materiais é o de flexão de três pontos,
que consiste na aplicação de uma carga crescente na metade do comprimento de um corpo de
prova apoiado em dois roletes. Mede-se, como resultado do ensaio, o valor da carga versus a
deformação máxima. A Figura 1 tem um esquema deste tipo de ensaio de flexão.

Figura 1. Esquema de Ensaio de Flexão de 3 pontos.

As dimensões do sistema e do corpo de prova (amostra) do material são definidas através das
normas brasileiras ou internacionais para um certo tipo de material.

3.2. Critério de Chauvenet

Quando se realiza uma série de medições de qualquer fenômeno físico, geralmente os dados
obtidos devem passar por um tratamento estatístico, a fim de diminuir o erro gerado pelas
medições. O Teste de Chauvenet é um dos critérios mais utilizados para tratamento de dados e

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consiste em excluir valores que estão fora da tendência dominante da população, supondo que esta
segue uma distribuição normal.
Para aplicar o critério de Chauvenet, em primeiro lugar calcula-se uma fração (r) dependente
do desvio padrão para cada amostra e faz-se uma comparação com um número padronizado (Rc)
que depende do número de amostras (N), para assim se eliminar os pontos duvidosos. Os valores
para a comparação são encontrados experimentalmente na tabela de Chauvenet, dado pela Tabela
1.

Tabela 1. Valores padronizados do critério de rejeição (Rc) de Chauvenet.


Número da Medições Rc
(N)
2 1,15
4 1,53
6 1,73
8 1,86
10 1,96
15 2,13
20 2,24
25 2,33
30 2,39
40 2,49
50 2,57
100 2,81
500 3,29
1000 3,48

A fração “r” de cada amostra, descrita pela Equação 1, é a divisão do valor de desvio de cada
dado (di) pelo desvio padrão de toda a população (σ).

𝑑𝑖
𝑟= (1)
𝜎

O desvio de cada dado (di) e desvio padrão (σ) são calculados de acordo com a Equação 2 e
Equação 3, respectivamente.

𝑑𝑖 = 𝑥𝑖 − 𝑋̅ (2)

∑(𝑥𝑖 − 𝑋̅)2
𝜎=√ (3)
𝑁−1

Em que “N” é o número de medições, “xi” é o valor medido e “𝑋̅” é a média aritmética dos
valores medidos. A rejeição do dado se dá caso a seguinte inequação for verdadeira:

𝑟 > 𝑅𝑐 → 𝑅𝑒𝑖𝑗𝑎𝑡𝑎𝑑𝑜 (4)

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Caso contrário (r < Rc), o dado continua sendo válido para a análise. Para a apresentação dos
dados finais, um novo valor médio e um novo desvio padrão são calculados, sem incluir os pontos
eliminados. Se diversos pontos extrapolarem o critério-limite estabelecido, é provável que o sistema
de instrumentação seja inadequado, ou que o processo sendo medido seja extremamente variável.

4. MATERIAIS E METODOLOGIA

Para analisar peso e resistência dos materiais em rigor científico, foram feitos ensaios de
flexão na máquina SHIMADZU AG-X Plus 100kN, com amostras segundo os padrões internacionais
das normas ASTM D7264 e ASTM D790. Os testes foram feitos em três tipos diferentes de laminados
com poucas camadas, já que o objetivo principal era analisar materiais leves. Assim, os ensaios
foram em amostras de duas e três camadas de tecido fibra de vidro e amostras laminadas com 1
camada de tecido com 1 camada de manta de fibra de vidro.
A diferença entre manta e tecido está essencialmente na orientação das fibras. Enquanto o
tecido tem orientação ordenada, garantindo alta resistência, a manta possui fibras com arranjos
aleatórios, unidas em forma de lençol por ligantes. A Figura 2 apresenta a manta e o tecido de fibra
de vidro utilizados para a laminação das amostras.

Figura 2. Manta (à esquerda) e tecido (à direita) de fibra de vidro.

4.1. Fabricação das amostras

Considerando que materiais compósitos fabricados manualmente por laminação quase nunca
possuem uniformidade em sua extensão, devido a falhas principalmente de erro humano, faz-se
necessário uma padronização do processo para conseguir igualar ao máximo as amostras e tornar
os resultados laboratoriais mais homogêneos. Para as análises no presente artigo, foram laminadas
o total de 90 espécimes, sendo que cada tipo de laminado teve três réplicas e, de cada réplica, foram
obtidas 10 amostras. Também foi mantido o mesmo operador para a laminação e a quantidade de
resina poliéster para as réplicas.

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Todas as amostras foram laminadas utilizando espátula polimérica 150 x 80 mm, que auxiliou
na distribuição uniforme da resina, sendo que a área cortada de tecido para a laminação foi um
quadrado de 200 x 200 mm. O tempo de cura médio - intervalo entre o fim da laminação até o início
do ensaio de flexão - foi de 7 dias.
A Tabela 2 esquematiza o processo de fabricação, sendo que a quantidade média de resina
poliéster está em gramas (g) e o tempo médio de cura em dias.

Tabela 2. Padrão de Fabricação Utilizado nas amostras.


Amostras Média Tempo
Nº Total de
Laminado de Fibra de Vidro Sigla por Resina de Cura
Réplicas Amostras
Réplica (g) (dias)
2 camadas de Tecido 2T 3 10 30 14 7

3 camadas de Tecido 3T 3 10 30 18 7
1 camada de manta + 1
MT 3 10 30 23 7
camada de Tecido

Durante o tempo de cura, as amostras foram submetidas a uma compressão uniforme e


constante distribuída de 40 kg para garantir, teoricamente, que não haveria desprendimento das
camadas nem formação de bolhas enquanto a resina secasse.
A resina utilizada foi o Adesivo para Laminação Maxi-Rubber (Indústria Química Ltda.). De
acordo com a Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico (2015), o sistema de
classificação foi feito segundo a norma ABNT – NBR 14725 – Parte 2:2010 e o Sistema Globalmente
Harmonizado para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, ONU. A composição e
informação sobre os ingredientes estão descritos na Tabela 3.

Tabela 3. Composição e Informação sobre os Ingredientes da Resina.


ITEM INFORMAÇÃO
Nome do Produto Adesivo para Laminação
Produto Químico MISTURA
Nome Químico Comum ou Genérico Resina Poliéster
Nome Químico Comum ou Técnico Monômero de Estireno
Concentração em % 30 - 40
Fonte: Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico (FISPQ), 2015.

Após a laminação de cada réplica em placas, as amostras foram cortadas segundo a norma
ASTM D7264 no padrão de forma retangular, nas dimensões 130 mm x 13 mm. A Figura 3 apresenta
algumas amostras cortadas para serem ensaiadas. Por fim, foi escrito na própria amostra uma
designação para identificação no software.

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Figura 3. Algumas amostras cortadas e identificadas.

Assim, foram feitos os ensaios, também padronizados pela norma ASTM D7264.

4.2. Ensaio de flexão e condições laboratoriais

Os ensaios de flexão foram realizados no Centro de Inovação e Tecnologias em Compósitos


(CITeC), localizado na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). Foi utilizada a máquina
SHIMADZU AG-X Plus 100kN, que funciona como o Hardware para o software receptor de dados
TRAPEZIUMX. Algumas especificações relevantes do equipamento estão contidas na Tabela 4.

TABELA 4. Especificações do Equipamento SHIMADZU AG-X Plus 100kN.


ITEM INFORMAÇÃO
Modelo Floor Test Frame
Nome AG-X Plus 100 kN
Capacidade de Carga Máximo de 100kN
Intervalo de Velocidade de Avanço 0,0005 – 1000 mm/min
Máxima Velocidade de Retorno 1200 mm/min
Precisão da Velocidade ±0,1% da velocidade do ensaio
A maior entre ±0,1% do valor marcado e
Precisão da Posição
±0,01mm
Fonte: SHIMADZU.

O ensaio de flexão foi de três pontos, ou seja, as amostras foram biapoiadas em roletes
separados por uma distância calculada através da norma ASTM D790, com a carga variável sendo
aplicada no centro da amostra. A velocidade da ponta aplicadora de carga foi mantida constante à
2 mm/min, que é a máxima permitida pela norma ASTM D790. A Figura 4 mostra o sistema durante
o ensaio para exemplificação.

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Figura 4. Esquema do Ensaio de Flexão de três pontos.

A dimensão da distância entre os roletes (L0) foi padronizada através da norma ASTM D790.
De acordo com o item 7.5 (ASTM, 2007), para materiais compósitos laminados e altamente
anisotrópicos, o espaço entre os roletes deve ser calculado através de uma relação de 60:1 entre o
vão dos roletes (L0) e espessura média das amostras (e) de acordo com a Equação 5:

𝐿0 = 60 ∙ 𝑒 (5)

A espessura (e) foi calculada através da média aritmética de três medições ao longo de cada
amostra feita com paquímetro. As espessuras médias encontradas para cada tipo de laminado estão
dispostas na Tabela 5.

Tabela 5. Espessura das amostras e distância entre os roletes para os ensaios.


Espessura Média das
Laminados de Fibra de Vidro Quantidade de Amostras
Amostras (mm)
2 Tecidos (2T) 30 0,30
3 Tecidos (3T) 30 0,41
1 Manta + 1 Tecido (MT) 30 0,74
Fonte: Próprio Autor.

As 90 amostras de cada tipo de laminado foram ensaiadas em dias diferentes, respeitando a


ordem das réplicas e o tempo de cura de 7 (sete) dias. O vão entre os roletes foi calculado a partir
da média total das espessuras das amostras ensaiadas no dia. Portanto, para as amostras da
primeira, segunda e terceira réplica, o L0 foi de 26,89mm, 31,61mm e 28,27mm, respectivamente.
Dentre todas as informações que o equipamento fornece, foram utilizados apenas os dados
da tensão máxima resistida por cada amostra no ensaio. Como o material ensaiado é bem flexível,
as amostras não foram deformadas até a ruptura, mas sim até o limite físico que o equipamento
permitia, ou seja, o ensaio já possui certo fator de segurança se utilizado para a aplicação do
material em peças maiores.
Houve também o controle do ambiente laboratorial à temperatura constante de 23°C ± 2°C,
conforme exigência da norma ASTM D790. Todas as amostras foram pesadas, por fim, em uma
balança de precisão ±0,01 g disponível no CITeC.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os ensaios de flexão geraram as medições de tensão máxima suportada por cada amostra.
Com os dados obtidos, foi aplicado o critério de Chauvenet na amostragem. A aplicação do teste
bem como os resultados e discussões finais podem ser vistos a seguir.

5.1. Aplicação do critério de Chauvenet nos dados obtidos de tensão e massa

Os dados da massa em gramas (g) e tensões em megapascal (MPa) das 90 amostras obtidas
nos ensaios estão dispostos a seguir, bem como a aplicação do critério de Chauvenet, descrito no
Item 3.2 deste artigo. Na nomenclatura da amostra, R1 e R2 representam a réplica na qual a amostra
faz parte; 2T, 3T e MT representam se a amostra foi laminada em camadas de fibra de vidro de 2
tecidos, 3 tecidos ou mista (manta e tecido), respectivamente; e o número ao final representa o
número dessa amostra dentro da réplica.
A Tabela 6, Tabela 7 e Tabela 8 apresentam, respectivamente, o critério aplicado para as
amostras de 2 tecidos, 3 tecidos e manta com tecido. Para o teste de Chauvenet, foram consideradas
as populações separadas dos tipos de laminado. Como todas as populações apresentaram 30 dados
(N = 30), o critério de rejeição (Rc) tem o valor padronizado de Rc = 2,39, como mostrado
anteriormente na Tabela 1. As tabelas com os testes para cada laminado estão apresentadas a
seguir, onde “N” é a quantidade de amostras, xi é o valor da amostra, “σ” é o desvio padrão, “𝑋̅” é
a média aritmética dos valores em xi e “r” é a fração dada pela Equação 1. O status da amostra foi
definido depois da aplicação da condição de rejeição estabelecida anteriormente na Equação 4.

Tabela 6. Critério de Chauvenet aplicado nos dados de amostras de 2 tecidos.


Amostra Tensão ̅ )/ Status Amostra Massa ̅ )/ Status
r = (xi - 𝑿 r = (xi - 𝑿
(xi) Máx. (MPa) (xi) (g)
2T_R1_1 121,205 -0,66 aceito 2T_R1_1 0,69 -1,07 aceito
2T_R1_2 200,227 0,57 aceito 2T_R1_2 0,65 -1,84 aceito
2T_R1_3 231,131 1,05 aceito 2T_R1_3 0,65 -1,84 aceito
2T_R1_4 205,659 0,66 aceito 2T_R1_4 0,74 -0,12 aceito
2T_R1_5 264,024 1,57 aceito 2T_R1_5 0,64 -2,03 aceito
2T_R1_6 217,985 0,85 aceito 2T_R1_6 0,79 0,83 aceito
2T_R1_7 148,818 -0,23 aceito 2T_R1_7 0,75 0,07 aceito
2T_R1_8 175,045 0,18 aceito 2T_R1_8 0,68 -1,26 aceito
2T_R1_9 129,265 -0,54 aceito 2T_R1_9 0,81 1,21 aceito
2T_R1_10 138,853 -0,39 aceito 2T_R1_10 0,80 1,02 aceito
2T_R2_1 86,4873 -1,21 aceito 2T_R2_1 0,74 -0,12 aceito
2T_R2_2 105,618 -0,91 aceito 2T_R2_2 0,75 0,07 aceito
2T_R2_3 99,1953 -1,01 aceito 2T_R2_3 0,74 -0,12 aceito
2T_R2_4 110,198 -0,84 aceito 2T_R2_4 0,76 0,26 aceito
2T_R2_5 82,11 -1,28 aceito 2T_R2_5 0,76 0,26 aceito
2T_R2_6 96,33 -1,05 aceito 2T_R2_6 0,72 -0,50 aceito
2T_R2_7 96,43 -1,05 aceito 2T_R2_7 0,70 -0,88 aceito
2T_R2_8 110,93 -0,82 aceito 2T_R2_8 0,77 0,45 aceito
2T_R2_9 112,04 -0,81 aceito 2T_R2_9 0,75 0,07 aceito

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Amostra Tensão ̅ )/ Amostra Massa ̅ )/ Status
r = (xi - 𝑿 Status r = (xi - 𝑿
(xi) Máx. (MPa) (xi) (g)
2T_R2_10 108,79 -0,86 aceito 2T_R2_10 0,78 0,64 aceito
2T_R3_1 115,09 -0,76 aceito 2T_R3_1 0,80 1,02 aceito
2T_R3_2 108,47 -0,86 aceito 2T_R3_2 0,87 2,36 aceito
2T_R3_3 228,17 1,01 aceito 2T_R3_3 0,76 0,26 aceito
2T_R3_4 164,30 0,009 aceito 2T_R3_4 0,76 0,26 aceito
2T_R3_5 220,22 0,88 aceito 2T_R3_5 0,72 -0,50 aceito
2T_R3_6 283,60 1,87 aceito 2T_R3_6 0,78 0,64 aceito
2T_R3_7 185,83 0,35 aceito 2T_R3_7 0,75 0,07 aceito
2T_R3_8 242,67 1,23 aceito 2T_R3_8 0,72 -0,50 aceito
2T_R3_9 276,42 1,76 aceito 2T_R3_9 0,83 1,60 aceito
2T_R3_10 247,31 1,31 aceito 2T_R3_10 0,73 -0,31 aceito
Média ̅)
̅) 163,75 Média (𝑿 0,74
(𝑿
Desvio
Desvio
Padrão 63,98 0,05
Padrão ()
()
Critério de Rejeição (Rc) 2,39 Critério de Rejeição (Rc) 2,39

Tabela 7. Critério de Chauvenet aplicado nos dados de amostras de 3 tecidos.


Amostra Tensão ̅ )/ Status Amostra Massa ̅ )/ Status
r = (xi - 𝑿 r = (xi - 𝑿
(xi) Máx. (MPa) (xi) (g)
3T_R1_1 186,05 -0,37 aceito 3T_R1_1 0,99 -1,05 aceito
3T_R1_2 196,076 -0,26 aceito 3T_R1_2 0,95 -1,65 aceito
3T_R1_3 245,631 0,29 aceito 3T_R1_3 0,95 -1,65 aceito
3T_R1_4 294,554 0,84 aceito 3T_R1_4 0,99 -1,05 aceito
3T_R1_5 226,622 0,085 aceito 3T_R1_5 1,11 0,72 aceito
3T_R1_6 224,547 0,06 aceito 3T_R1_6 1,14 1,16 aceito
3T_R1_7 388,837 1,91 aceito 3T_R1_7 1,09 0,42 aceito
3T_R1_8 315,876 1,08 aceito 3T_R1_8 1,02 -0,61 aceito
3T_R1_9 312,308 1,04 aceito 3T_R1_9 1,06 -0,02 aceito
3T_R1_10 294,15 0,84 aceito 3T_R1_10 1,21 2,20 aceito
3T_R2_1 136,262 -0,93 aceito 3T_R2_1 1,08 0,27 aceito
3T_R2_2 149,389 -0,78 aceito 3T_R2_2 1,03 -0,46 aceito
3T_R2_3 139,815 -0,89 aceito 3T_R2_3 1,04 -0,31 aceito
3T_R2_4 88,182 -1,47 aceito 3T_R2_4 1,06 -0,02 aceito
3T_R2_5 101,709 -1,32 aceito 3T_R2_5 1,07 0,12 aceito
3T_R2_6 112,893 -1,19 aceito 3T_R2_6 1,16 1,46 aceito
3T_R2_7 90,7895 -1,44 aceito 3T_R2_7 1,16 1,46 aceito
3T_R2_8 89,7674 -1,45 aceito 3T_R2_8 1,17 1,61 aceito
3T_R2_9 92,2386 -1,42 aceito 3T_R2_9 1,15 1,31 aceito
3T_R2_10 92,1114 -1,42 aceito 3T_R2_10 1,08 0,27 aceito
3T_R3_1 221,191 0,02 aceito 3T_R3_1 1,03 -0,46 aceito
3T_R3_2 279,175 0,67 aceito 3T_R3_2 0,99 -1,05 aceito
3T_R3_3 300,322 0,91 aceito 3T_R3_3 1,07 0,12 aceito
3T_R3_4 273,76 0,61 aceito 3T_R3_4 0,98 -1,20 aceito

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Inovando pessoas, conceitos e tecnologias
Amostra Tensão ̅ )/ Amostra Massa ̅ )/ Status
r = (xi - 𝑿 Status r = (xi - 𝑿
(xi) Máx. (MPa) (xi) (g)
3T_R3_5 271,985 0,59 aceito 3T_R3_5 1,02 -0,61 aceito
3T_R3_6 270,807 0,58 aceito 3T_R3_6 1 -0,91 aceito
3T_R3_7 278,867 0,67 aceito 3T_R3_7 1,03 -0,46 aceito
3T_R3_8 325,822 1,20 aceito 3T_R3_8 1,04 -0,31 aceito
3T_R3_9 282,464 0,71 aceito 3T_R3_9 1,06 -0,02 aceito
3T_R3_10 289,515 0,79 aceito 3T_R3_10 1,11 0,72 aceito
Média ̅)
̅) 219,05 Média (𝑿 1,06
(𝑿
Desvio
Desvio
Padrão 88,82 0,067
Padrão ()
()
Critério de Rejeição (Rc) 2,39 Critério de Rejeição (Rc) 2,39

Tabela 8. Critério de Chauvenet aplicado nos dados de amostras de manta e tecido.


Amostra Tensão ̅ )/ Status Amostra Massa r = (xi - 𝑿 ̅ )/ Status
r = (xi - 𝑿
(xi) Máx. (MPa) (xi) (g)
MT_R1_1 180,312 0,13 aceito MT_R1_1 1,83 0,54 aceito
MT_R1_2 110,586 -1,11 aceito MT_R1_2 1,61 -0,25 aceito
MT_R1_3 111,632 -1,09 aceito MT_R1_3 1,67 -0,03 aceito
MT_R1_4 109,007 -1,13 aceito MT_R1_4 1,57 -0,39 aceito
MT_R1_5 189,322 0,29 aceito MT_R1_5 1,67 -0,03 aceito
MT_R1_6 206,617 0,60 aceito MT_R1_6 1,52 -0,57 aceito
MT_R1_7 161,977 -0,19 aceito MT_R1_7 1,43 -0,90 aceito
MT_R1_8 143,666 -0,52 aceito MT_R1_8 1,69 0,04 aceito
MT_R1_9 191,75 0,33 aceito MT_R1_9 1,52 -0,57 aceito
MT_R1_10 130,434 -0,75 aceito MT_R1_10 1,56 -0,43 aceito
MT_R2_1 276,364 1,85 aceito MT_R2_1 1,89 0,76 aceito
MT_R2_2 304,264 2,34 aceito MT_R2_2 1,98 1,09 aceito
MT_R2_3 281,524 1,94 aceito MT_R2_3 1,98 1,09 aceito
MT_R2_4 252,392 1,42 aceito MT_R2_4 1,93 0,91 aceito
MT_R2_5 192,897 0,35 aceito MT_R2_5 1,94 0,95 aceito
MT_R2_6 118,719 -0,96 aceito MT_R2_6 1,79 0,40 aceito
MT_R2_7 127,889 -0,80 aceito MT_R2_7 1,88 0,73 aceito
MT_R2_8 201,568 0,51 aceito MT_R2_8 1,97 1,05 aceito
MT_R2_9 192,281 0,34 aceito MT_R2_9 2,12 1,60 aceito
MT_R2_10 221,338 0,86 aceito MT_R2_10 2,33 2,37 aceito
MT_R3_1 85,6744 -1,55 aceito MT_R3_1 1,1 -2,10 aceito
MT_R3_2 91,2236 -1,45 aceito MT_R3_2 1,18 -1,81 aceito
MT_R3_3 172,921 0,002 aceito MT_R3_3 1,36 -1,16 aceito
MT_R3_4 150,635 -0,39 aceito MT_R3_4 1,41 -0,97 aceito
MT_R3_5 141,569 -0,55 aceito MT_R3_5 1,47 -0,76 aceito
MT_R3_6 214,281 0,74 aceito MT_R3_6 1,41 -0,97 aceito
MT_R3_7 165,786 -0,12 aceito MT_R3_7 1,57 -0,39 aceito
MT_R3_8 175,094 0,04 aceito MT_R3_8 1,64 -0,14 aceito
MT_R3_9 142,936 -0,53 aceito MT_R3_9 1,57 -0,39 aceito

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Amostra Tensão ̅ )/ Amostra Massa ̅ )/
r = (xi - 𝑿 Status r = (xi - 𝑿 Status
(xi) Máx. (MPa) (xi) (g)
MT_R3_10 139,26 -0,59 aceito MT_R3_10 1,78 0,36 aceito
Média ̅)
̅) 172,79 Média (𝑿 1,679
(𝑿
Desvio
Desvio
Padrão 55,97 0,27
Padrão ()
()
Critério de Rejeição (Rc) 2,39 Critério de Rejeição (Rc) 2,39

Como é facilmente visualizado nas tabelas anteriores, nenhum valor de “r” excede o valor de
“Rc” para a população de 30 de pontos, portanto nenhum ponto precisa ser rejeitado. Com essa
análise, conclui-se que a população segue um bom padrão de distribuição normal gaussiana e que
a coleta de dados tem poucos erros devido à medição, além de que o controle do experimento está
suficiente para permitir boa confiabilidade de resultados.

5.2. Resultado gráfico e discussões

Após o tratamento dos dados pelo método de Chauvenet, foram construídos os gráficos,
utilizando o Software Excel do pacote Microsoft Office, para melhor visualização comparativa
entre os três tipos de laminados testados, utilizando todos os pontos coletados já que nenhum dado
foi rejeitado segundo o critério estatístico. A Figura 5 e a Figura 6 representam, respectivamente,
os dados coletados de tensões suportadas e massa para os laminados em resina poliéster de 2
camadas de tecido (2T), 3 camadas de tecido (3T) e o laminado misto de 1 camada de tecido com 1
camada de manta de fibra de vidro (MT).

Tensão Máxima Suportada por Amostra


450
400
350
Tensão (MPa)

300
250
200
150
100
50
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
Medições

2T 3T MT

Figura 5. Tensão máxima suportada por cada amostra.

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Massa de cada Amostra
2,5

2
Massa (g)

1,5

0,5

0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
Medições

2T 3T MT

Figura 6. Massa das amostras.

Analisando o primeiro gráfico, é possível perceber, primeiramente, que as tensões têm grande
flutuação ao longo das medições. Isso já era esperado, porque sabe-se previamente que os
materiais compósitos podem ser altamente anisotrópicos. Porém, de modo geral, é visível que os
dados de tensão suportada para os laminados de 2 e 3 camadas de tecido tiveram certa
inconsistência se comparados com o laminado misto de manta e tecido.
A diferença no gráfico ocorre exatamente na mudança de réplica, como também é perceptível
pelos dados apresentados na Tabela 7 e Tabela 8, em que dentro de uma mesma réplica os dados
de tensão aparecem consistentes, porém quando se compara com outra réplica há disparidade nos
resultados.
Porém, analisando graficamente, é notável que o laminado de 3 camadas de tecido de fibra
de vidro tem uma tendência a suportar maiores tensões se comparado com os outros. O de 2 tecidos
possui os menores valores nas primeiras medições, como era de se esperar já que é o que possui
menos quantidade de fibra entre os laminados, mas tem um salto de dados nas últimas medições.
É razoável pensar que, nesse caso, a segunda réplica desse laminado conteve algum erro na
fabricação e seria necessário, possivelmente, fazer mais algumas réplicas para confirmar a hipótese
de que realmente o laminado com menor quantidade de fibra é o menos resistente.
O laminado misto de manta e tecido apresentou os dados mais consistentes e possibilitou a
noção de que essas amostras suportaram as menores tensões. Têm-se em tese que isso ocorreu
devido à quantidade de fibra utilizada, porém seria necessário a confirmação pelo ensaio de mais
réplicas.
Já pelo segundo gráfico, é possível perceber que as medições de massa foram
consideravelmente uniformes dentro dos dados de cada tipo de laminado. Isso mostra que o corte
das amostras foi mais próximo do padronizado, já que a massa está diretamente ligada com o
volume do espécime. É visível também que o laminado de 2 camadas de Tecido (2T) possui a menor
massa, o que era de se esperar já que teve a menor quantidade de material utilizado no processo
de fabricação. Vale ressaltar também que a quantidade de resina utilizada para laminar 3 camadas
de tecido foi menor que para laminar as camadas mistas, como mostrado na Tabela 2, o que é um
ponto positivo para os laminados em 3 tecidos já que se gasta menos do produto adesivo.

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Esta dissemelhança pode, provavelmente, estar relacionada ao processo de fabricação dos
laminados. Apesar de o máximo número de variáveis pensadas do experimento terem sido
controladas e padronizadas entre réplicas diferentes, possivelmente surgiram fatores de
interferência que impediram a semelhança entre as réplicas. Apurar quais aspectos do experimento
interferiram nos resultados é uma das mais importantes questões para se obter valores mais
uniformes.
Por fim, as amostras fabricadas em 3 camadas de tecido de fibra vidro possuem uma
predisposição a suportarem as maiores tensões, devido ao uso da maior quantidade de fibras em
sua laminação. Isso realmente acontece nas primeiras medições, como é visível na Figura 5, porém
as medições intermediárias apresentam-se com alguns valores menores que os laminados de 2
tecidos. Para esta parte do gráfico, existe a possibilidade de erro e interferência em algum dos dois
laminados (3 tecidos ou 2 tecidos) e seria interessante a investigação dos resultados através de
dados de mais réplicas utilizando o mesmo padrão das três primeiras.

6. CONCLUSÕES

A utilização dos compósitos se torna cada vez mais necessária devido à sua capacidade de
associar boa resistência e baixo peso. Materiais mais leves que possam suportar grandes cargas são
vantajosos no sentido de alívio de massa e tensões, já que projetos desse tipo resultam em menos
esforços mecânicos não só para fabricação, mas também em questão de transporte e possibilidade
de falha.
O laminado fibra de vidro em resina poliéster é um dos materiais mais comuns nas aplicações
atuais por atrelar boa resistência, leveza e baixo custo ao ser comparado com outros tipos de
compósitos. Portanto, pesquisas focadas na observação do comportamento físico desse material se
fazem essenciais. Este artigo teve o objetivo de contribuir para fomentar o estudo da fibra de vidro
através da análise de três tipos de laminado em resina poliéster.
Neste trabalho, em uma análise geral, foi visível que laminados de 2 camadas de tecido de
fibra de vidro possuem menor peso e resistência se comparados com 3 camadas e camada mista.
As amostras mistas apresentam o maior peso, mas também maior resistência se comparado com a
de 3 tecidos, sendo que a discrepância de massa foi visivelmente bem baixa em relação à diferença
de tensão máxima suportada.
Tendo como base os resultados obtidos neste artigo e procurando boa relação entre peso e
tensão suportada, o material mais ideal dentre os três analisados é o laminado com 3 camadas de
fibra de vidro para aplicações que exigem certa resistência. Por fim, levando em consideração que
alguns resultados não foram consistentes, seria relevante futuramente investigar a causa das
dispersões e possivelmente fabricar mais réplicas para obter distribuições mais precisas nas
populações.

7. AGRADECIMENTOS

Primeiramente, ao orientador do projeto Milhas Gerais, Prof. Dr. Frederico Ozanan Neves,
agradecemos pela instrução e ensinamentos que possibilitaram a realização deste trabalho.
Também aos professores responsáveis pelo CITeC (Centro de Inovação e Tecnologias em
Compósitos) da Universidade Federal de São João del Rei (SJDR), Prof. Dr. Leandro José da Silva e

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Prof. Dr. Túlio Hallak Panzera, pela disponibilização do laboratório e referências dos padrões dos
ensaios, bem como ao técnico Sr. André Luis dos Santos, pela realização dos testes e disponibilização
dos resultados laboratoriais. Por fim, agradecemos a todas as pessoas que tenham contribuído para
as etapas e construção deste estudo.

8. DIREITOS AUTORAIS.

Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo das informações contidas neste artigo.

REFERÊNCIAS

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D790- Standard Test Methods for
Flexural Properties of Unreinforced and Reinforced Plastics and Electrical Insulating Material. New
York, ASTM, 2007.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D7264- Standard Test Methods for
Flexural Properties of Polymer Matrix Composite Material. New York, ASTM, 2007.
CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução. 5. ed., LTC, Rio de
Janeiro, Brasil, 589 p., 2002.
CAPELLA, M. C. et al. Propriedades Mecânicas em Laminados Fibras de Vidro e Fibra de
Carbono em Resina Epóxi. Anais do 20º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais,
Vol.1, Joinville, SC, Brasil, pp. 11663-11671, 2012.
FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTO QUÍMICO (FISPQ) – Adesivo
para Laminação. 2015. Disponível em: < http://www.maxirubber.com.br/uploads/fispq/adesivo-para-
laminacao-maxi-rubber.pdf>. Acesso em: 18 set. 2017.
GEHLEN, L. R. Efeito da Utilização de Fibras Lignocelulósicas (Açaí e Curuá) em Compósitos
com Matriz de Resina Poliéster Insaturado. Dissertação de Mestrado em Engenharia e Ciência dos
Materiais- Universidade Federal do Paraná, 104 p., 2014.
HOLMAN, J.P. Experimental Methods for Engineers. 5. ed., McGraw-Hill, New York, USA,
1990.
ORLANDO A.F. Análise da Incerteza de Medição em um Processo Metrológico. Dissertação de
Mestrado em Metrologia, Qualidade e Inovação - Departamento de Engenharia Mecânica, PUC-Rio,
Rio de Janeiro, 2004.
SHIMADZU. AG-X Plus Series Dual Column Electromechanical Test Frame. Hardware
Specifications. Disponível em:
<http://www.ssi.shimadzu.com/products/product.cfm?product=testing_agxPlus_specifications>.
Acesso em: 18 ago. 2017.

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WEIGHT AND RESISTANCE ANALYSIS OF FIBERGLASS LAMINATE IN POLYESTER RESIN
THROUGH BENDING TESTS

Sophia Diniz Milanez (1) (milanezsophia@gmail.com), Sara Ribeiro Chagas (1)


(sara.ribeiro.chagas1@gmail.com), Bruno Wilson Andrade (1) (brunowamg@hotmail.com), Frederico
Ozanan Neves (1) (fred@ufsj.edu.br)

(1) Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) - Departamento de Engenharia Mecânica – Praça Frei Orlando, 170, Centro, São
João del Rei, MG
ABSTRACT: Considering the importance of composites materials study, the present work sought to analyze
the strength and mass of fiberglass laminates with two and three layers of fabric and also mixed samples of
mats and fabric. The study was initially promoted by the need to apply fiberglass in the vehicular efficiency
prototype of Milhas Gerais team of the Federal University of São João del Rei (UFSJ), but the use of the results
here described can be applied in any other engineering area. For the analysis, mechanical bending tests of
90 samples were performed at the Center of Innovation and Technologies in Composites (CITeC) of UFSJ, in
the SHIMADZU AG-X Plus 100kN machine using as standard the International Standard ASTM D7264. An
important step in the analysis was the standardization of the samples, using the compression method, the
same curing time and amount of polyester resin for the three replicates made in each type of laminate. In
this way, it was possible to evaluate the maximum bending stress that the samples withstand and their mass,
being the objective to define the laminate that had good strength and low weight for future applications.
There was a treatment in the data obtained using the Chauvenet method, which seeks to exclude
measurements that are outside a standard range. According to the results, the material that best combined
tensile tolerance and lightness was the laminate of three fiberglass fabric layers. The research was important,
finally, to contribute to the studies of strength and weight in composites and, consequently, future
applications in engineering.

KEYWORDS: Composites, Fiber, Glass, Weight, Bending.

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