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Turma: 2022.2 - 01
SÃO CRISTOVÃO – SE
04/04/2023
RELATÓRIO ENSAIOS MECÂNICOS
São Cristovão - SE
2023
1. Introdução
Para a realizaçã o de qualquer projeto de engenharia que envolva uso de materiais é necessá rio,
antes de qualquer teste, que o engenheiro conheça as propriedades do material, determinando assim a
viabilidade de uso e melhores aplicaçõ es em determinadas situaçõ es, já que cada material possui
caractéristicas pró prias. Dentre essas caractéristicas encontra-se, por exemplo, fragilidade, elasticidade,
resistência, impermeabilidade, conduçã o de calor, dureza, entre outros.
Os ensaios realizados nos mateirais sã o de grande importâ ncia para a aná lise de propriedades e de
riscos, verificaçã o de possíveis falhas, comportamento do material sobre condiçõ es específicas e de
trabalho, entre outras características. Estes podem ser divididos em Ensaio mecâ nico (destrutivo) e
Ensaio nã o destrutivo. Nesse relató rio iremos abordar apenas os ensaios mecâ nicos.
Os ensaios mecâ nicos sã o do tipo destrutivo, ou seja, o protó tipo ou material utilizado como corpo
de prova sofrerá um deformaçã o permanente. A importâ ncia de realizar esse tipo de ensaio se dá a
capacidade de verificar o comportamento do material sob as condiçõ es de uso, possibilitando avaliar se
o material apresenta as características adequadas à funçã o que será utilizado.
A escolha do tipo de ensaio depende de alguns fatores, por exemplo:
A aplicaçã o do material;
Tipos de esforços que o material será submetido;
Propriedades mecâ nicas que se deseja medir.
Os resultados obtidos através desses ensaios podem ser quantitativos, ou seja, apresentam valores
nú mericos dos fatores ensaiados, ou qualitativos, que sã o utilizados como uma informaçã o
complementar para o projeto em desenvolvimento. Portanto, deve-se atentar ao ensaio escolhido para
que se obtenham os resultados desejados.
2. Objetivos
Os objetivos deste trabalho sã o: Entender o funcionamento das má quinas de ensaios mecâ nicos;
Compreender os métodos de ensaios e materiais utilizados; Apresentar os resultados obtidos através
dos grá ficos resultante dos ensaios realizados em laborató rio.
3. Metodologia
3.1 - Ensaio de tração
Um dos ensaios mecâ nicos de tensã o-deformaçã o mais utilizados é o de traçã o. O ensaio pode
ser utilizado para caracterizar as propriedades mecâ nicas dos materiais que serã o importantes
para o projeto em andamento. Uma amostra (corpo de prova) é deformada geralmente até a sua
fratura, por uma carga de traçã o que é aumentada gradativamente e é aplicada uniaxialmente ao
eixo do corpo de prova.
No ensaio de traçã o as características carga-deformaçã o dependem do tamanho do corpo de
prova utilizado. Por exemplo, serã o necessá rias duas vezes a carga para produzir um mesmo
alongamento se a á rea da seçã o transversal do corpo de prova for dobrada. Para minimizar esses
fatores geométricos, a carga e o alongamento sã o normalizados, respectivamente, aos
parâ metros de tensã o de engenharia e deformaçã o de engenharia. A tensã o de engenharia σ é
definida pela relaçã o:
Definiçã o da tensã o de engenharia (para traçã o e compressã o)
F
σ=
A0
na qual F é a carga instantâ nea aplicada em uma direçã o perpendicular à seçã o transversal do
corpo de prova, em unidades de newtons (N) ou libras-força (Ib f), e A0 é a á rea da seçã o
transversal original da aplicaçã o de qualquer carga (em m2 ou ¿2).
.
Fonte: Autoral
3.1.1 - Materiais
Fonte: Autoral
Antes de inserir o corpo de prova na má quina de ensaio mecâ nico, foi necessá rio medi-lo
cuidadosamente para preservar suas dimensõ es iniciais, assim podendo comparar ao final do
ensaio as dimensõ es iniciais com as finais.
CU – Comprimento utíl: 19cm
CTI – Comprimento total inicial: 30cm
D – Diâ metro: 3,5mm
Velocidade controlada aplicada pela má quina: 4mm/min
Apó s devidamente medido, o corpo de prova foi inserido na má quina para a realizaçã o do
ensaio. Os resultados obtidos com a ruptura do corpo de prova como a força exercida, o tempo e a
tensã o foram registrados pelo Software do equipamento para serem disponibilizados para os
alunos posteriormente pelo técnico de laborató rio responsá vel. Esses dados serã o descritos e
apresentados nos resultados e discussõ es.
O ensaio de flexã o é um teste mecâ nico utilizado para medir a resistência de materiais à
deformaçã o por flexã o. O teste de 3 pontos consiste em aplicar uma carga em três pontos na
amostra, com dois pontos de apoio laterais e um ponto de carga central, onde a superfície
superior é colocada em um estado de compressã o, e a inferior, em um de traçã o. O ensaio é
realizado para avaliar a capacidade da amostra de resistir a cargas de flexã o em situaçõ es de
serviço, bem como para determinar as propriedades mecâ nicas do material.
Imagem 3: Má quina de Ensaio de flexã o.
Fonte: Autoral
3.2.1 - Materiais
Fonte: Autoral.
Fonte: Autoral
3.3.1 – Materiais
Apó s a etapa de mediçã o, o corpo de prova entã o foi devidamente posicionado na má quina de
ensaio. Com o teste iniciado foi possível observar uma sensível mudança no formato do corpo de
prova alterando o seu comprimento e obteve-se o grá fico gerado pela má quina.
Fonte: Autoral
O ensaio de impacto permite estudar os efeitos das cargas dinâ micas e tem como objetivo
avaliar a tenacidade do mateiral utilizado como corpo de prova. Este ensaio é usado para medir a
tendência de um metal de se comportar de maneira frá gil. O impacto representa um esforço de
natureza dinâ mica, porque a carga e aplicada bruscamente.
Além da força aplicada nesse ensaio, a velocidade de aplicaçã o também é outro fator muito
importante a ser considerado. Força associada com velocidade traduz-se em energia. Portanto,
esse ensaio consiste em medir a quantidade de energia absorvida por uma amostra do material,
quando subtedia à açã o de um esforço de choque de valor conhecido.
Fonte: Autoral
3.4.1 – Materiais
Fonte: Autoral
3.4.2 - Método experimental
O método utilizado para esse ensaio foi o do golpe, onde é desferido por um peso em oscilaçã o.
A má quina correspondente é o martelo pendular. O pêndulo é levado à uma certa posiçã o, onde
adquiri uma energia inicial. Ao cair, ele encontra no seu percurso o corpo de prova, que se rompe.
A sua trajetó ria continua até certa altura, que corresponde à posiçã o final, onde o pêndulo
apresenta uma energia final.
Antes da realizaçã o do ensaio de impacto é necessá rio à criaçã o de um entalhe no corpo de
prova. O entalhe realizado no corpo de prova utilizado no ensaio demostrado foi do tipo Charpy.
Esse está dividido em 3 subtipos (A, B e C), de acordo com a forma do entalhe.
Fonte: ensa16.pdf
Apó s o preparo do material é possível realizar o ensaio, onde a diferença entre as energias
inicial e final corresponde à energia absorvida pelo material.
Fonte: Autoral
4. Resultados e Discussões
O ensaio de traçã o para o material metá lico foi realizado de acordo com o método
experimental descrito no tó pico 3.1.2. Com a tabela de dados foi possível plotar o grá fico de
tensã o x deformaçã o e obter os resultados nele fornecido. Os grá ficos apresentados a seguir
foram plodatos através do Software Excel.
Vale ressaltar que os grá ficos apresentam a Tensã o(N) no eixo Y e a Deformaçã o(mm) no eixo
X.
Grá fico 1: Tensã o x Deformaçã o
Fonte: Autoral
Fonte: Autoral
A linearidade da curva tem início quando a tensã o é aproximadamente 170 MPa até
aproximadamente 720 MPa. A nã o linearidade nesse diagrama fica entre 0 MPa e 170 Mpa e pode
ter ocorrido pois o corpo de prova ainda estava se acomodando nas garras da má quina.
Fonte: Autoral
Fonte: Autoral
Fonte: Autoral
O ponto indicado no grá fico representa o alongamento total obtido no ensaio. Este é o ponto em que
houve a ruptura do corpo de prova. A deformaçã o na fratura foi εF = 0,049. E com base nas medidas
experimentais anotadas antes do ensaio, podemos determinar outros dois aspectos do material
metá lico, que é a deformaçã o (alongamento) total e a sua reduçã o em á rea.
O ensaio foi realizado conforme dito no item 3.2.2, onde foi obtido o seguinte grá fico, que apresenta
o comportamento Carga de flexã o x deformaçã o.
O material apresentou uma carga má xima aplicada de 112 N, uma flexã o de 5,25 mm ao fim do
teste, além de um mó dulo de elasticidade de 3042 Mpa.
Para a resistência a flexã o de uma seçã o retangular, temos:
f
3F L
σ=
2 bd
Onde:
F: carga na fratura;
L: distâ ncia entre os pontos de suporte;
b: largura;
d: altura
Substituindo pelos valores do nosso corpo de prova teó rico e os valores usados no teste, temos,
respectivamente, 568.07 MPa e 525,26 MPa de resistência a flexã o.
Usando as equaçõ es seguintes, calculamos o momento de inércia “I” e a deflexã o Δy .
F L3
∆ y=
48 EI
b d3
I=
12
Substituindo os valores, para o nosso corpo de prova teó rico e o usado no teste, temos,
respectivamente, 47,54 e 65,34 mm.
As diferenças entre os valores calculados devem-se à s diferenças das medidas de largura e altura
entre as mediçõ es realizadas e os nú meros usados no Software.
4.3 – Ensaio de Compressão
Neste tipo de ensaio, busca-se analisar o comportamento do material com a força aplicada,
com isso é gerado o grá fico para melhor ser visualizado esse comportamento.
Fonte: Autoral
prova, com o comprimento medido ao final do teste de 13,75 mm, uma reduçã o de
aproximadamente 20% do comprimento do corpo de prova. Também foi possível observar o
valor da má xima resistência à compressã o de 817,02 Mpa.
Para esse tipo de ensaio as dimensõ es do corpo de prova, a forma e o tamanho do entalhe sã o
importantes, pois determinam um dado estado de tensõ es que nã o se distribuem de uma
maneira uniforme por toda a á rea do corpo de prova, no ensaio. Portanto, esse ensaio nã o
fornece um valor quantitativo da tenacidade do metal. A energia medida é um valor relativo
usado apenas para comparaçõ es entre resultados que foram obtidos nas mesmas condiçõ es de
ensaio. Isso explica o motivo desses resultados nã o serem usados como aplicaçã o nos cá lculos de
projetos de engenharia
No ensaio realizado no laborató rio, a má quina utilizada possuia uma escala de energia até
300 J (joules). Com a realizaçã o do ensaio observamos na escala da má quina que a energia
absorvida pelo corpo de prova utilizado foi de 155 J.
5. Conclusão
Com os procedimentos experimentais realizados é possível observar o comportamento
mecâ nico dos materiais utilizados como corpo de prova, e analisando os diagramas de tensã o x
deformaçã o é possivel determinar alguns parâ metros que auxiliam no estudo de suas aplicaçõ es.
Para determinaçã o de parâ metros como oa tensã o de escoamento, tensã o má xima de resistência à
traçã o, mó dulo de elasticidade e coeficiente de resistência do material normalmente é necessá rio
à realizaçã o de diversos ensaios com mais de um corpo de prova, nã o apenas um como nos
ensaios realizados. Alguns desvios podem ter influenciado nos resultados, assim com a imperícia
na execuçã o do ensaio ou nã o execuçã o dos dados, consideramos que os objetivos deste estudo
foram alcançados.
6. Referências Bibliográficas
[1] Callister, W. D. Jr, Ciência e Engenharia de Materiais: uma introduçã o; Editora LTC, 10ª. Ediçã o
2008.
[2] Importâ ncia dos ensaios mecâ nicos. Disponível em:
https://eescjr.com.br/blog/por-que-devo-realizar-ensaios-dos-materiais/
[3] Ensaio de Materiais – 08 Dobramento e Flexã o. Telecurso 2000, Ed. Globo, 2000
[4] ADRIANO, Scheid. Aná lise de Falhas. 2010.
[5] Ensaio de impacto. Disponível em:
azdoc.tips-apostilas-em-pdf-do-senai-ensa16.pdf