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Universidade Federal do Pará

Centro Tecnológico
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO
DO AGREGADO MIÚDO

Anderson Silva Tavares – 201512370012


Danielle de Cássia Santos de Viveiros – 201512370007
Francisco de Souza Salgado Neto - 201512370004
Renata Brabo Mascarenhas Barra – 201512370016
Rodrigo de Souza Batista – 201512370017
Saulo Henrique Peixoto Vieira – 201512370010

Belém
2015
Anderson Silva Tavares
Danielle de Cássia Santos de Viveiros
Francisco de Souza Salgado Neto
Renata Brabo Mascarenhas Barra
Rodrigo de Souza Batista
Saulo Henrique Peixoto Vieira

RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO
DO AGREGADO MIÚDO

Trabalho apresentado como exigência de


avaliação da disciplina Dosagem de Concreto,
ministrada pelo Prof. Dr. Marcelo de Souza
Picanço do Programa de Pós-Graduação de
Engenharia Civil (PPGEC) da Universidade
Federal do Pará.

Belém
2015
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3

2 OBJETIVO ............................................................................................ 3

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 3

3 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ............................ 3

4 PROCEDIMENTO................................................................................ 4

4.1 MASSA UNITÁRIA ................................................................................ 4

4.2 MASSA ESPECÍFICA ............................................................................ 5

4.3 COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA .................................................... 5

5 CÁLCULO E DISCUSSÃO .................................................................. 6

6 CONCLUSÕES ..................................................................................... 9

RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 10
1 INTRODUÇÃO
A utilização de materiais de construção civil acompanha a própria história do
homem. Ao longo dos anos os materiais e técnicas foram mudando, no entanto, as
argamassas e concretos ainda possuem como principais constituintes o aglomerante e os
agregados, dentre eles a areia que é bastante encontrada nos canteiros de obra. Os
agregados são materiais granulares sem forma e volume definidos, geralmente inertes e
com dimensões e propriedades adequadas para o uso na construção civil (PETRUCCI,
1982) Estes possuem como principais funções diminuir a retração e reduzir os custos de
produção de concretos e argamassas por se tratarem de materiais relativamente baratos.
Apesar de serem considerados comumente como material de enchimento inerte pelo fato
de não entrar em com complexa reação química com a água, atualmente esta visão
tradicional dos agregados vem sendo questionada devido a uma melhor compreensão do
seu papel desempenhado nas propriedades do concreto tais como: porosidade, distribuição
granulométrica, absorção de água, forma e textura superficial, resistência à compressão,
módulo de elasticidade e tipo de substâncias deletérias presentes. Segundo a NBR 7211
(ABNT 2009) agregado miúdo é todo material granular cujos grãos passam na peneira 4,75
mm e que ficam retidos na peneira de 0,075 mm em ensaio realizado de acordo com a
NBR NM 248 (ABNT 2003). Portanto, se faz necessário a caracterização deste material a
partir da necessidade de se conhecer suas características intrínsecas, de modo que estas
implicam diretamente nas propriedades finais das argamassas e concretos. Sendo assim, o
presente trabalho pretende promover e especificar os ensaios básicos e necessários para a
determinação das particularidades essenciais destes materiais para sua utilização de forma
racional.

2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é analisar quantitativamente e descrever os procedimentos
usuais, e normativos de cada ensaio, bem como fazer a caracterização do agregado miúdo
utilizado em pesquisas do laboratório de Engenharia Civil da Universidade Federal do
Pará.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Determinar a massa específica e unitária do agregado miúdo;
 Estabelecer curva granulométrica;
 Determinar o módulo de finura;
 Índice de vazios.

3 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS


Conforme a NBR NM 45 (ABNT 2006) o ensaio de massa unitária necessita dos
seguintes materiais e equipamentos:
 Amostra de agregado miúdo;
 Estufa para secagem;
 Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio;
 Padiola normatizada;
 Concha metálica;
 Régua metálica.

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De acordo com a NBR NM 52 (ABNT 2009) o ensaio de massa especifica necessita
dos seguintes materiais e equipamentos:
 Amostra de agregado miúdo;
 Água;
 Estufa para secagem;
 Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio;
 Frasco de Chapman;
 Funil;
 Espátula metálica;
 Bandejas.
Segundo a NBR NM 248 (ABNT 2003) o ensaio de granulometria necessita dos
seguintes materiais e equipamentos:
 Amostra de agregado miúdo;
 Estufa de secagem;
 Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio;
 Peneiras das séries normal e intermediária, tampa e fundo;
 Agitador mecânico de peneiras (facultativo);
 Escova ou pincel de cerdas macias;
 Espátula metálica;
 Bandejas.

4 PROCEDIMENTO
4.1 MASSA UNITÁRIA
Foi utilizado o seguinte procedimento de ensaio:
1. Lançou-se com auxílio de uma concha o agregado no recipiente de volume e
peso conhecidos a uma altura de 10 cm do topo do recipiente;
2. Regularizou-se com uma régua metálica a superfície do agregado;
3. Pesou-se o conjunto formado.
A Figura 1 resume o processo de execução deste ensaio.

(a) (b)
Figura 1: Ensaio de Massa unitária. (a) Lançamento do agregado miúdo;
(b) Regularização da superfície.

4
4.2 MASSA ESPECÍFICA
Foi utilizado o seguinte procedimento de ensaio:
1. Pesou-se 500 g de agregado miúdo seco e 200g de água;
2. Lançou-se a água até a marca de 200 ml do frasco de Chapman;
3. Logo depois, lançou-se com a ajuda de um funil o agregado miúdo;
4. Agitou-se o frasco com intuito de extrair as bolhas de ar aderentes aos grãos de
areia;
5. Fez-se a leitura do volume final do nível de água.
A Figura 2 resume o processo de execução deste ensaio.

(a) (b) (c)


Figura 2: Ensaio de Massa especifica. (a) Frasco de Chapman;
(b) Lançamento do agregado miúdo; (c) Leitura final do ensaio.

4.3 COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA


Foi utilizado o seguinte procedimento de ensaio:
1. Pesou-se 1000,55 g de agregado miúdo;
2. Colocou-se as peneiras de serie normal e intermediaria em ordem crescente;
3. Lançou-se a amostra de agregado miúdo no conjunto de peneiras e agitou-se
durante um período de 5 minutos;
4. Por fim, pesou-se o material retido em cada peneira.
A Figura 3 mostra os principais momentos deste ensaio.

Figura 3: Ensaio de composição granulométrica. (a) Série de peneiras;


(b) Material retido para cada faixa de peneira.

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5 CÁLCULO E DISCUSSÃO
A massa unitária é calculada através da equação 5.1:

(Equação 5.1)

Onde:
: Massa unitária em g/cm3 ;
m1: peso do conjunto agregado-recipiente, em g;
m2: Peso do recipiente, em g;
: Volume do recipiente, em cm3

Logo:
m1 = 26267,00 g;
m2 = 3702,00 g;
V = 15000,00 cm³.

A massa especifica é calculada através da equação 5.2:

(Equação 5.2)

Onde:
: Massa especifica, em g/cm3 ;
m: massa de agregado miúdo, em g;
Vo = volume inicial, em cm³;
Vf =Volume final, em cm3.

Logo:
m= 500 g;
Vo = 200 cm³;
Vf =392 cm3.

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Para fins de dosagem de concretos e argamassas não se faz necessário a
determinação da massa especifica real do agregado, haja vista, que esta não considera os
vazios inclusos no material. No entanto, esta grandeza se faz necessário para calcular o
consumo de materiais por m³ de concreto. Para efeito de dosagem, é necessário que se
conheça o espaço ocupado pelas partículas do agregado incluindo os vazios existentes
dentro das partículas. Ou seja, a massa unitária é de suma importância para fazer a
conversão de um traço em massa para volume, pois comumente em canteiros de obra se
utiliza baldes ou padiolas, evitando variações nas propriedades do concreto ou argamassa
produzida. Os respectivos valores se enquadram nas especificações encontradas na
literatura. Segundo Mehta e Monteiro (2008) a massa especifica varia entre 2600 e 2700
Kg/m³ e massa unitária aproximada dos agregados comumente usados para concreto de
peso normal variam de 1300 a 1750 Kg/m³. Em sua dissertação Reis (2013) também
determinou os valores de massa especifica e unitária e obteve 2,63 kg/dm³ e 1,44 kg/dm³,
respectivamente.
A partir dos valores de massa especifica e unitária encontrada é possível, também,
determinar o índice de vazios deste agregado miúdo através da equação 5.3:

(Equação 5.3)

Logo:
= 1,504 g/cm³;
= 2,60 g/cm³.

No entanto, tais grandezas são apenas valores de caracterização sendo necessário


fazer um estudo mais aprofundado, que neste caso é conhecer a composição
granulométrica do agregado miúdo. Existem vários motivos para especificar os limites
granulométricos do agregado o que torna esta distribuição, sem duvida, a mais importante
na dosagem de concretos e argamassas. O mais importante é sua influencia sobre a
trabalhabilidade e custo. Por exemplo, areias muito finas aumentam a demanda de água e
também o consumo de cimento para uma dada relação água cimento. Areias muito grossas
produzem misturas de concreto ásperas e não trabalháveis. Além disso, agregados de
granulometria continua, ou seja, que não apresentem grande deficiência ou excesso de

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qualquer dimensão de partícula produzem misturas de concreto mais trabalháveis e
econômicas (MEHTA E MONTEIRO, 2008).
Na prática, um parâmetro empírico denominado de modulo de finura é utilizado
como índice de finura. Este é calculado através da distribuição granulométrica do
agregado, somando-se as percentagens retidas acumuladas nas peneiras de série normal
dividido por 100. A Tabela 1 descreve os valores obtidos em ensaio segundo a NBR NM
248 (ABNT 2003) e a Figura 4 descreve o comportamento granulométrico do agregado
miúdo.

Tabela 1: Distribuição granulométrica do agregado miúdo


Peneiras (mm) Peso retido (g) Percentagem retida (%) Percentagem retida acumulada (%)
4,8 0,00 0,00 0,00
2,4 1,64 0,16 0,16
1,2 9,57 0,96 1,12
0,6 79,85 7,98 9,10
0,3 521,75 52,15 61,25
0,15 282,70 28,25 89,50
0,075 78,23 7,82 97,32
FUNDO 26,81 2,68 100,00
TOTAL 1000,55 100,00 Modulo de Finura 1,61

CURVA GRANULOMÉTRICA DO AGREGADO


MIÚDO
120
Retido e Acumulado (%)

100

80

60

40

20

0
0,075 0,15 0,3 0,6 1,2 2,4 4,8
Série de Peneiras (mm)

Figura 4: Distribuição granulométrica do agregado miúdo

A areia do Laboratório de Engenharia Civil é oriunda de um curvão localizado na


região metropolitana de Belém. Segundo a NBR 7211 (ABNT, 2009) há um limite de
composição granulométrica para o agregado miúdo, através das zonas utilizável e ótima,
conforme a Tabela 2.

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Tabela 2: Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo.
Peneira com abertura Porcentagem em, massa, retida acumulada
de malha (ABNT NBR Limites inferiores Limites superiores
NM ISO 3310-1) Zona utilizável Zona ótima Zona ótima Zona utilizável
9,5 mm 0 0 0 0
6,3 mm 0 0 0 7
4,75 mm 0 0 5 10
2,36 mm 0 10 20 25
1,18 mm 5 20 30 50
600 µm 15 35 55 70
300 µm 50 65 85 95
150 µm 85 90 95 100
Nota 1: O módulo de finura da zona ótima varia de 2,2 a 2,9.
Nota 2: O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,2.
Nota 3: O módulo de finura da zona utilizável superior varia de 2,9 a 3,5.

Os resultados mostram que o agregado miúdo ensaiado se enquadra na zona


utilizável inferior, ou seja, um material com elevada finura, o que é típico de nossa região.
Para efeito de dosagem onde se estabelece como um dos parâmetros o abatimento do
tronco de cone esse material por possuir tal característica marcante apresenta maior
superfície especifica e demandaria de uma quantidade água maior para se obter a
trabalhabilidade adequada. No entanto, é justo lembrar que um material mais fino produz
concreto com microestrutura mais densa e compacta melhorando as propriedades do
compósito final.
Outro ponto importante é que este agregado miúdo apresentou uma curva
granulométrica não uniforme, ou seja, continua para cada faixa de peneira. Por esse motivo
este material é ideal para dosagem de concretos, pois promove misturas mais econômicas e
também contribui para a diminuição dos vazios presentes na mistura proporcionando
melhor desempenho dos concretos e argamassas, além de reduzir o fenômeno de retração.

6 CONCLUSÕES
Os ensaios de caracterização são ferramentas de grande importância para se estudar
o agregado miúdo, pois nos fornece particularidades intrínsecas deste material que se faz
necessária na dosagem de concretos e argamassas. Percebeu-se que a areia da nossa região
possui características bem diferentes das outras regiões do Brasil que na maioria das
localidades possui módulo de finura alto. Observou-se que devemos dispor dessas
propriedades do agregado miúdo para melhor utiliza-los e assim realizar dosagens mais
econômicas. Tais estudos são realizados no método de dosagem do IPT/EPUSP (HELENE
E TERZIAN, 1992) e por isso este é considerado o mais econômico dentre os métodos de
dosagem, além de se basear no teor argamassa ideal.
Neste relatório, definimos e descrevemos a utilização dos principais ensaios de
caracterização do agregado miúdo aplicando a sua metodologia conforme as especificações
das normas prescritas e conclui-se que o material analisado atende aos padrões normativos
e está apto para ser utilizado em dosagens de concretos e argamassas.

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RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211 –


Agregados para concreto – Especificação. Rio de Janeiro, 2009.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248 –


Agregados - Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45 –


Agregados - Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro,
2006.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 52 –


Agregado miúdo - Determinação da massa específica e massa especifica aparente. Rio
de Janeiro, 2009.

FALCÃO BAUER, L. A. Materiais de Construção. Ed. Livros Técnicos e Científicos


Ltda., 5. Ed., V. 1 e 2, 1997, 951 p.;

HELENE, P.R.L.;TERZIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do Concreto. São


Paulo: Pini; Brasília: SENAI, 1992. 349p.

MEHTA, P. K. e MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Microestrutura, Propriedades e


Materiais. 3. ed. São Paulo: IBRACON, 2008.

PETRUCCI, E. G. R. Concreto de Cimento Portland, Rio Grande do Sul, Editora Globo,


1982.

REIS, F. J. L. Avaliação da durabilidade de concretos produzidos com agregados


graúdos reciclados provenientes de cerâmicas vermelhas com diferentes taxas de pré-
saturação. 2013. Dissertação de mestrado – Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil, UFPA, Belém.

RIBEIRO, C.C.; Starling,T. “ Materiais de construção civil”, 4° edição, Editora UFMG,


Minas Gerais, 2002.

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