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CORPO DOCENTE:
Curso Técnico Superior Construção
Fátima Maria Pereira Gouveia
Civil Micaela Sofia Camacho Andrade
DATA:
17 de Abril de 2023
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Índice
1 Considerando a localização, dimensão e solução adotada, quais seriam os aspetos que exigiriam
maior atenção, em fase de construção? Quais seriam as principais dificuldades? ................................ 3
3 Como construiria essa estrutura de contenção (Muro tipo Munique)? Descreva detalhadamente o
faseamento construtivo. ......................................................................................................................... 6
4 Imagine que o edifício em questão não tem pisos enterrados e que a fundação do edifício seria
efetuada através de estacas moldadas, neste mesmo local. De entre as várias técnicas de construção
de estacas moldadas existentes, qual escolheria para executar as estacas moldadas neste caso?
Justifique a sua resposta. ...................................................................................................................... 10
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1 Considerando a localização, dimensão e solução adotada, quais seriam
os aspetos que exigiriam maior atenção, em fase de construção? Quais
seriam as principais dificuldades?
Dadas as diversas circunstâncias de uma envolvente extremamente complexa, relativamente
às dimensões, soluções e à natureza do empreendimento em causa, as projeções iniciais e os ensaios
dos solos, é verificado com alguma prudência através de um estudo minucioso de geotécnica no
fundo da escavação, no qual permitiu um reconhecimento das características do solo e suas camadas,
a presença de água sob pressão ao nível das brechas vulcânicas e uma baixa permeabilidade dos
tufos.
Devido a estes estudos uma das dificuldades foi o modo de preservar a estabilidade do fundo
da escavação, devido à subpressão da água que circulava nas brechas vulcânicas. A escavação abaixo
da cota, só foi possível após o tratamento do terreno de fundação através de colunas de jet grouting,
armadas com tubos metálicos do tipo TM80. Estas colunas possuem uma dupla função, sendo para
acomodar as cargas de compressão na fase de exploração da obra, como às trações devidas à
existência de subpressões por ação da pressão da água em fase de construção. Tendo em conta a
elevada pressão de água à face da brecha vulcânica, o processo de perfuração para as colunas jet
grouting exigiria uma atenção minuciosas nessas operações e requer uma ampla campanha de testes.
As ações construtivas relativamente ao muro tipo Munique é uma das soluções mais usadas
em meio urbano, relacionando esta metodologia de contenção e os edifícios na sua preferia, este
exige uma avaliação cuidadosa dos terrenos verificando a existência de águas acumuladas, a
resistência do terreno e uma análise precisa dos edifícios vizinhos. Isto é, no processo de cravação ou
furação para introdução dos perfis metálicos, poderá originar vibrações indesejáveis nas construções
vizinhas, originando danos estruturais ou o aparecimento de fissuras na vizinhança.
No decorrer da construção do muro, este pode ser suscetível a causar uma descompressão do
solo debaixo das fundações vizinhas, comprometendo essas mesmas estruturas. Assim, é considerado
de igual forma, que as estruturas de contenção adotadas foram cuidadosamente projetadas, tendo em
conta a quantidade de edifícios em seu redor e as diversas operações de forma atenuar os riscos
devido às vibrações, visto que na parte mais profunda da estrutura, as perfurações para as ancoragens
eram sobre o basalto o que potencializa o aumento de vibrações. A construção do muro de Munique
implicou uma profundidade variável entre os 22 metros e os 30 metros de escavação, que poderia
ocasionar uma indefinição nos sistemas de escoramento e ancoragens.
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De um modo genérico, as fundações deste empreendimento foram baseadas em fundações
diretas, tendo estas como principais adversidades as ações hidrogeológicas, em que foram
minimizados e tratados com especial atenção na construção das fundações de jet grouting. As
pressões elevadas hidroestáticas, ou seja, a pressão que uma coluna de fluído em repouso pode
exerce sobre outo corpo, obteve uma grande atenção em que foi determinado a construção de uma
laje de fundo localizada 3m abaixo do nível do mar, de modo a transcender as pressões
hidroestáticas.
Pressão hidrostática positiva: É a pressão que a água exerce sobre as paredes de uma estrutura
subterrânea, empurrando-a para fora. Isso pode causar danos na estrutura, como rachaduras,
infiltrações e até mesmo o colapso.
Pressão hidrostática negativa: É a pressão que a água exerce na parte interna de uma estrutura
subterrânea, puxando-a para dentro. Isso pode causar deformações na estrutura, como trincas,
fissuras e até mesmo o colapso.
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2 Caracterize a solução de contenção adotada (muro tipo Munique). Faça
um esquema identificando os componentes que a constituem e
materiais utilizados.
As contenções periféricas têm como funcionalidade conter o terreno para a execução de
escavações, com aumento por sua vez, da resistência do terreno, o controlo das deformações, e da
estanqueidade do terreno (se for o caso). Existem vários tipos de estruturas de contenção, que por sua
vez são, as estruturas de suporte rígida (Muros de Gravidade), as estruturas de suporte flexíveis
(Cortinas) e as estruturas de suporte compósitas. Cada tipo de contenção aqui referida têm as suas
características individuais o que torna o seu uso muito específico de acordo com as necessidades
apresentadas em obra.
Tem como vantagens associadas, ser uma solução consideravelmente económica, ser possível
realizar a escavação em simultâneo com a execução da contenção, não exigir equipamentos
específicos/ especiais e nem estaleiros de grandes dimensões, não exigir mão-de-obra especializada,
a cofragem permitir um acabamento aceitável, e existir um grande aproveitamento da área de
implantação do edifício devido à sua reduzida espessura.
Tem como desvantagens associadas, o facto de só puder ser aplicado em terrenos com boas
condições geotécnicas para que permita a execução de taludes verticais, causa a descompressão do
solo e por consequência pode causar o assentamento de fundações vizinhas, a cravação/ furação para
a introdução dos perfis metálicos pode transmitir/causar vibrações indesejáveis nas construções
vizinhas, e por fim tem um fraco rendimento diário pela sua execução ser muito morosa.
A construção em meio urbano conduz, na maioria dos casos, à execução de pisos enterrados
para melhor aproveitamento de terreno. As condicionantes da envolvente, conduzem a que esses
tipos de escavações sejam executados verticalmente, utilizando uma contenção periférica. Desta
forma, as paredes tipo Berlim definitivas surgem como umas das técnicas mais frequentes para a
execução de contenções periféricas. Esta tecnologia caracteriza-se pela execução alternada de painéis
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ancorados de betão armado, de cima para baixo, à medida que a escavação avança. A adoção de
perfis metálicos verticais do tipo H com os banzos paralelos à parede. Essa colocação indicia
possíveis momentos fletores nessa direção, resultantes das forças com origem no pré-esforço das
ancoragens e nas pressões do terreno.
• Vigas de coroamento com uma altura mínima de 0,60m, largura igual à da espessura
do muro e tem como objetivo/ função solidarizar os perfis (funcionamento conjunto);
• Ancoragens;
• Escoramento;
• Painéis em betão armado com uma espessura, normalmente entre 0,25 a 0,30m, com
dimensões dos painéis normalmente inferiores a 9m2, na zona das juntas é necessário
deixar um afastamento suficiente para realizar os empalmes, e tem por norma ligação
às lajes horizontais;
• Painéis metálicos verticais interiores à parede e caso não sejam possíveis, são
aplicados no exterior (excentricidade da carga), o espaçamento dos perfis metálicos
varia consoante a largura dos painéis e o diâmetro da furação varia consoante a função
do tipo e da secção do perfil;
• Sapatas;
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isso não impeça ou cria algum tipo de congestionamento para todo o restante processo contenção. É
importante garantir fáceis acessos ao nível mais baixo da escavação e também garantir que a cota da
viga de coroamento seja o mais baixa possível.
Os perfis são utilizados para suportar a totalidade das cargas verticais que resultam da parede
durante a fase construtiva, de modo a que não instabilizem durante a execução da contenção
periférica. Na colocação dos perfis no terreno, deve-se garantir que a sua maior inércia fique
orientada perpendicularmente ao terreno, tirando assim o máximo partido da sua rigidez e resistência
à flexão. Os perfis metálicos ficam, normalmente, embebidos nos painéis de betão.
A colocação dos perfis deve respeitar a localização descrita no projeto, e caso necessário,
recorre-se a apoio topográfico. Os perfis metálicos devem ser colocados de modo a que fiquem com
0,5 m fora do furo para que sejam unidos no seu topo pela viga de coroamento. Os perfis são, na
maioria dos casos, do tipo I ou H.
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atingida a cota pretendida. Num mesmo alçado pode haver mais do que uma frente de trabalho, desde
que não se desrespeite a ordem de execução dos painéis.
3.5 Escavação
Inicia-se a escavação pelos painéis primários. Em geral, a largura destes painéis estende-se
entre dois perfis metálicos consecutivos. Deste modo, a largura a escavar será a da distância entre os
perfis verticais mais cerca de 0,5m para cada lado para assegurar espaço para a armadura de espera.
Em teoria, as dimensões de um painel devem corresponder a cerca de 3m de largura e 3m de altura.
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• Rotação com recurso a trado contínuo;
• Roto-percussão com varas e bit e com injeção de água;
• Roto-percussão com martelo de fundo de furo e com recurso a ar-comprimido.
O solo deve ter propriedades que permitam que as paredes se mantenham estáveis durante
este processo. Após a furação, o furo permanece vazio até à selagem da armadura.
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3.12 Execução dos painéis secundários
Seguindo o princípio básico que regula todo este processo, os painéis secundários localizam-
se entre os denominados primários, sendo agora estes a desempenhar o papel de suporte. A execução
dos painéis secundários é semelhante à execução dos painéis primários. Sendo assim, serão apenas
relatadas as diferenças existentes. Normalmente, a largura dos painéis secundários superam a dos
painéis primários ou, alternativamente, pode-se prescindir das ancoragens na totalidade ou em alguns
dos painéis secundários. As armaduras dos painéis secundários são, como previsto, amarradas às
armaduras de espera deixadas aquando da execução dos painéis primários. A betonagem do painel
secundário abrange, logicamente, as zonas das armaduras de espera. Devem ser deixadas armaduras
de espera verticais para o nível inferior. Executados os painéis procede-se à execução das
ancoragens, tal como foi descrito para os painéis primários.
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No caso concreto trata-se de um edifício que não tem pisos enterrados, sendo que a fundação do
mesmo seria efetuada através do recurso a estacas moldadas. Ora, as estacas moldadas podem ser
construídas através de trado contínuo, trado curto sem tubo moldador, trado curto com tubo
moldador recuperável, trado curto com tubo moldador perdido e trado curto com fluido estabilizador.
O trado contínuo inicia o seu processo através da perfuração do solo – furação com trado
contínuo (comprimento máximo 20m – a profundidade de furação é controlada pelo comprimento da
haste do trado); betonagem da estaca em simultâneo com a subida do trado; compactação do betão
nos 3m superiores; remoção da terra e inserção da armadura; saneamento da cabeça da estaca com
martelos pneumáticos e execução do maciço de fundação.
O trado curto sem tubo moldador inicia-se, igualmente, com a seleção do equipamento de
furação à rotação (diâmetro do trado e necessidade de utilização de trépano; a limpadeira só é
utilizada para limpeza do fundo do furo); passa-se à colocação da armadura, pré́ -fabricada em
estaleiro já com espaçadores colocados; a betonagem é efetuada do camião - betoneira para o funil da
trémie; a extremidade inferior da trémie é mantida sempre 2m abaixo do nível do betão; os últimos
3m da estaca devem ser compactados; saneamento da cabeça da estaca com martelos pneumáticos
(pode ser substituído pela remoção dos 50cm superiores de betão com este ainda fluido) e execução
do maciço de fundação.
O trado curto com tubo moldador recuperável inicia-se com a seleção do equipamento de
introdução do tubo moldador e furação; furação prévia para posicionar e verticalizar o 1º troço do
tubo moldador; introdução do tubo moldador e furação simultânea trado curto, remoção da terra;
limpeza do fundo do furo com limpadeira e colocação da armadura; betonagem com trémie com
subida simultânea do tubo moldador, até a estaca ficar concluída; fase mais crítica da execução; se a
subida for demasiado lenta, o betão já seco agarra-se às paredes do tubo diminuindo a secção da
estaca e, se for rápida demais, o betão não tem auto-sustentação e dá-se o corte da estaca;
compactação do betão nos 3 m superiores; saneamento da cabeça das estacas e execução do maciço
de fundação.
Por sua vez, o trado curto com tubo moldador perdido apresenta o seguinte processo
construtivo: seleção do equipamento de furação; posicionamento do 1.º troço de tubo moldador,
verificação da verticalidade; cravação do tubo moldador por vibração; a furação é feita com
limpadeira (baixa consistência do subsolo); o fundo do furo é limpo de detritos, com a limpadeira;
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coloca-se a armadura; a betonagem é feita através de uma trémie; betonagem feita por bombagem de
um camião - betoneira com betão pronto com uma mangueira; a água, menos densa que o betão, é
empurrada para fora do tubo moldador; a extremidade inferior da trémie mantém-se no interior do
betão cerca de 2 m; compactação do betão nos 3m superiores e saneamento da cabeça da estaca
acima do tubo moldador (martelos pneumáticos) e execução do maciço da fundação.
E, por último, o trado curto com fluido estabilizador que se inicia pela montagem da central
de fabrico e reciclagem das lamas bentoníticas; seleção do equipamento de furação; furação prévia
com trado curto para melhor posicionar e verticalizar a furação e permitir o posicionamento do tubo-
guia, que permite guiar o equipamento de furação; continuação da furação, geralmente com
limpadeira, numa primeira fase sem lamas e, quando o solo o exige, recorrendo a essas mesmas
lamas; limpeza do fundo do furo; introdução das armaduras; betonagem da estaca diretamente do
camião - betoneira para o funil da trémie; à medida que o sobe, as lamas são recolhidas para
reciclagem e a trémie, inserida por troços, é desmontada também por troços; saneamento da cabeça
das estacas e execução do maciço de fundação.
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