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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 2
UNIDADE 1 – NOÇÕES BÁSICAS DE GEOTECNIA ........................................... 6
1.1 Conceitos e definições ..................................................................................... 7
1.2 Âmbito de aplicação e atuação ........................................................................ 7
1.3 História e evolução da Geotecnia..................................................................... 9
1.4 Geotecnia do subsolo ..................................................................................... 11
1.5 Mecânica dos solos ........................................................................................ 13
1.6 Hidráulica dos solos ....................................................................................... 15
UNIDADE 2 - FUNDAÇÕES ................................................................................ 19
2.1 Parâmetros para escolha da fundação ........................................................... 21
UNIDADE 3 – TIPOS DE FUNDAÇÕES .............................................................. 24
3.1 Baldrame ........................................................................................................ 24
3.2 Blocos e alicerces .......................................................................................... 25
3.3 Sapatas .......................................................................................................... 26
3.4 Radiers ........................................................................................................... 30
3.5 Distribuição de tensão no solo ....................................................................... 31
3.6 Tubulões......................................................................................................... 35
3.7 Estacas........................................................................................................... 38
UNIDADE 4 – ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ................................................ 49
4.1 Muros de arrimo por gravidade ...................................................................... 51
4.2 Paredes diafragmas moldadas “in loco” ......................................................... 53
4.3 Estacas prancha............................................................................................. 54
4.4 Cortina atirantada ........................................................................................... 55
4.5 A importância da drenagem devido à influência das águas ........................... 55
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 59
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INTRODUÇÃO

O módulo se destina a estudar dois tipos específicos de estruturas: as


fundações e as contenções. A primeira é a infraestrutura que dá suporte ao peso de
uma construção, as quais devem ser assentadas em solo firme que, por sua vez, é
determinado por serviços de sondagem.
A escolha do tipo de fundação a ser utilizado em uma edificação será em
função da intensidade da carga e da profundidade da camada resistente do solo.
Com base nessas duas informações, escolhe-se a opção que for mais barata, que
tenha um prazo de execução menor e que atenda todas as normas de segurança
(PEREIRA, 2018).
Para termos uma fundação “perfeita”, são imprescindíveis um bom projeto e
os estudos do solo, portanto, nosso ponto de partida precisa ser a Engenharia
Geotécnica, uma subdivisão da Engenharia Civil que envolve os materiais naturais
encontrados próximos à superfície da Terra. Ela inclui a aplicações dos princípios da
mecânica dos solos e da mecânica das rochas ao projeto de fundações, estruturas
de contenção e estruturas de terra.
Em sua dissertação de Mestrado Benvenutti (2001, p. 25) explica de maneira
bem clara a importância do projeto para que uma fundação seja bem elaborada:

A fundação executada de modo adequado, de acordo com um projeto de


fundações bem elaborado, pode oferecer ganhos de dinheiro e tempo, além
de evitar riscos envolvendo vidas humanas. Mal projetada ou mal
executada, pode desperdiçar recursos financeiros e comprometer, já no seu
começo, o andamento de uma construção. Por isso, a definição mais
acertada de uma fundação é quando o projetista de fundação consegue
aliar a economia com a técnica.
Em média, uma fundação representa de 5% a 10% do custo total de uma
obra, com a tendência de percentuais maiores, sobretudo nos grandes
centros, onde os processos executivos se apresentam com maior
complexidade, principalmente com a necessidade crescente de maiores
quantidades de subsolo. A escolha incorreta de uma fundação pode elevar
bastante esses percentuais no valor global de uma obra.

Desse modo, fica visível a seriedade com que devem ser tratados as
estruturas que sustentam obras as mais diversas e a importância dos
conhecimentos dos profissionais da Geotecnia que trabalham em projetos de
escavação, túneis, compactação de aterros, tratamento de fundações,

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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instrumentação de obras, percolação de fluxos em solos e rochas, contenções, entre


outros.
Alguns tipos de fundações

Figura 1: Alguns tipos de fundações.


Fonte: http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/142/artigo298938-1.aspx

Pois bem, a Unidade 2 tratará de conceitos básicos sobre as fundações e


sua importância.
A Unidade 3 está dedicada para os tipos de fundações: sapatas, radiers,
tubulões, estacas e outros.
Quanto às estruturas de contenção, ou muro de retenção ou ainda muro de
arrimo, estas estruturas são discutidas na última Unidade. Contenção é uma
estrutura que retém qualquer material (geralmente terra) e impede que ele deslize ou
eroda, podendo resultar em danos a uma construção logo abaixo ou logo à frente do
muro. Ele é projetado de modo que pode resistir à pressão do material que está
segurando.
Veremos muros do tipo gravidade, em gabiões, em terra armada, de flexão
ou contraforte (concreto armado) e outros.
Aqui também é visível a interface com a Geotecnia, pois para a escolha da
obra de contenção mais adequada de ser executada em uma determinada situação
é fundamental avaliar as características do meio físico local e dos processos de
instabilização percebidos na encosta, corte ou aterro (MARANGON, 2009).

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Muro de arrimo por flexão

Figura 2: Muro de arrimo por flexão.


Fonte: http://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/muros-de-arrimo-por-flexao/

Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se


fazem necessárias:
1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas
efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da
World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao
acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira
para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo
da leitura e, mais, para manterem-se atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo
original1, pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que
têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também
reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser
deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos
estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de
comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado
pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância.

1
Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou
similares.

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3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Interpretação


reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos ao seu
julgamento” (FERREIRA, 2005)2, ou conjunto de soluções dadas às questões de
direito pelos tribunais superiores, algumas delas poderão constar em nota de rodapé
ou em anexo, a título apenas de exemplo e enriquecimento.
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições
ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento
crítico.
5) Pedimos compreensão por usar a lógica ocidental tradicional que funciona
como uma divisão binária: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x
mulher, mas na medida do possível iremos nos adequando à identidade de gênero,
cientes de que no mundo atual as pessoas tem liberdade de se expressarem de
forma tão diversa e plural e que o respeito à singularidade e a tolerância de cada
indivíduo torna-se fator de extrema importância.
6) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou
seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para
fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que
os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos
científicos.
Por fim:
7) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para
consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última
está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl +
clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis
complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso esteja com material
impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local.

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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora
Positivo, 2005.
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UNIDADE 1 – NOÇÕES BÁSICAS DE GEOTECNIA

O grande campo da Geotecnia é composto basicamente pela Engenharia


Geotécnica (EG) e pela Geologia de Engenharia (GE). Partem, portanto, dessas
duas geotecnologias os conhecimentos necessários a levar a bom termo qualquer
empreendimento humano que venha a interferir diretamente no meio físico
geológico, ou que usa materiais geológicos naturais como elementos construtivos.

Figura 3: Camadas do terreno (aterro e solo).


Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-58-Observacao-directa-da-constituicao-das-
camadas-do-terreno-aterro-e-solo_fig11_289980151

A EG é a Engenharia que tem como responsabilidade maior a resolução dos


problemas associados às solicitações impostas pelos empreendimentos humanos ao
meio físico geológico ou ao uso construtivo de materiais geológicos naturais. A GE é
a geociência aplicada responsável pela compreensão, descrição e enquadramento
tecnológico da interface entre a atividade humana e o meio físico geológico.
Importante nesse contexto conceitual entender que ainda que em todas as
fases de um empreendimento deva existir sempre um sadio e eficiente espírito de
equipe, uma ação continuamente colaborativa e interdisciplinar entre as diversas
modalidades profissionais atuantes, é fundamental que nunca se perca de vista a
responsabilidade maior que uma modalidade deva exercer, e por ela responder, em
cada atividade e em cada fase.

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Nas investigações geológico-geotécnicas que antecedem o Projeto e o


Plano de Obra e se prolongam no período de obra e na própria operação do
empreendimento, essa responsabilidade maior é da GE.
É preciso que fique muito claro aos interessados, que a missão da GE não
se reduz a entregar à Engenharia um arrazoado sobre a Geologia Local, a posição
do nível de água, um punhado de perfis e seções geológicas e outro punhado de
índices geotécnicos relativos aos diversos materiais presentes. O trabalho da GE
transcende essa limitada e apequenada visão meramente descritiva e
parametrizadora, ainda infelizmente bastante comum entre geólogos executantes e
engenheiros geotécnicos demandantes (SANTOS, 2011).

1.1 Conceitos e definições


Estudar o comportamento dos solos e das rochas em decorrência das ações
do homem, essa é a missão da Geotecnia e, em decorrência das preocupações
ambientais, essa área tem ganhado destaque, seja na prevenção de desabamentos;
desmoronamentos; deslizamentos, seja na preservação dos lençóis freáticos;
gerenciamento do problema do lixo e contenção de ocupações de encostas.
A ideia é eliminar e minimizar as situações acima de forma sustentável e
segura para a população, sem degradar o meio ambiente. É essencial o estudo
geotécnico de uma área, para evitar esses e muitos outros problemas.

1.2 Âmbito de aplicação e atuação


Para o mapeamento geotécnico e cartas de risco, busca-se o
desenvolvimento de metodologias voltadas à orientação de uso e ocupação
ordenada do meio físico.
Na Geotecnia Ambiental estudam-se:
transporte de poluentes;
propriedades geotécnicas x alterações químicas do meio;
recuperação de áreas degradadas;
aterros sanitários.
Na prospecção e caracterização de rochas e maciços rochosos, busca-se
justamente a investigação e a caracterização de rochas.

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Em relação às propriedades geotécnicas de solos naturais e compactados,


os estudos são voltados para as propriedades de resistência; a compressibilidade e
a permeabilidade de solos naturais e compactados.
Já na Engenharia de Fundações, estuda-se o comportamento e
desempenho de fundações profundas e rasas.
Na mecânica das rochas, o objetivo é estudar o comportamento mecânico
do material intacto e de descontinuidades; e na melhoria dos solos, o
comportamento de solos reforçados com geossintéticos e estabilização química dos
mesmos3.
Faria (2008) cita outras áreas em que se aplicam os conhecimentos da
Geotecnia:
a) no segmento imobiliário clássico, os serviços desse profissional são
solicitados principalmente nas etapas iniciais da obra. É ele quem coordenará
as atividades de investigação do solo, terraplanagem, escavações,
contenções, projeto e execução de fundações, entre outros;
b) nas sondagens dos terrenos, o engenheiro geotécnico é responsável por
identificar as camadas de solo da região, determinar suas propriedades
mecânicas e geotécnicas – como a resistência e a deformabilidade –, realizar
a análise qualitativa dessas informações, estudar a hidrologia subterrânea e
estabelecer as camadas seguras para apoio das fundações, entre outras
atribuições. É sua responsabilidade, também, realizar estimativas de
deformações ou rupturas devido a escavações de terra ou aterro em obras de
terraplanagem;
c) o cálculo das fundações e contenções de uma construção, área onde solo e
estrutura estão em permanente interação, também deve ficar sob
responsabilidade de um engenheiro geotécnico. Ele estará à frente do
planejamento e execução das escavações e contenções do terreno,
acompanhando com atenção as acomodações de solos decorrentes do
serviço. Esse profissional escolherá, ainda, o melhor tipo de contenção para
cada obra, além de cuidar da estabilização dos solos, no caso de terrenos
acidentados;

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Disponível em: http://www.fec.unicamp.br/~pjra/geotecnia.html
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d) nas etapas de produção e execução dos projetos de um edifício, o calculista


das fundações manterá, na maior parte do tempo, contato próximo com o
arquiteto e, principalmente, com o calculista estrutural da construção. O
primeiro traça o desenho geral do edifício, o segundo projeta a estrutura e
determina as cargas atuantes nas bases dos pilares – informações
necessárias para que o projetista de fundações dimensione a base de apoio
do edifício e escolha a melhor tecnologia para sua execução: radier, sapatas,
tubulões, estacas pré-moldadas e hélice contínua, entre outros. Eventuais
ajustes são tratados com o calculista estrutural, que negocia alterações no
desenho com o arquiteto responsável.

1.3 História e evolução da geotecnia


Fazendo um recorte no tempo, vamos começar nossa história no início do
século XX, no período compreendido entre 1910 e 1927 que caracterizou-se pela
publicação dos resultados de várias pesquisas realizadas sobre o comportamento
dos solos argilosos, nas quais foram estabelecidas as suas propriedades e
parâmetros fundamentais. Segundo Das (2005), as principais contribuições foram:
Atterberg (1911) – estudos sobre a consistência das argilas;
Frontard (1914) – ensaios de cisalhamento4 em argilas sob condições de
carregamento vertical;
Bell (1915) – pressões horizontais, capacidade de carga, ensaios de caixa de
cisalhamento para determinação da resistência ao cisalhamento não drenada
em amostras indeformadas de argilas;
Fellenius – estudos sobre estabilidade de taludes de argila saturados;
Karl Terzagni – estudos sobre consolidação das argilas.
Já o período contemporâneo da história geotécnica começa
necessariamente com Karl Terzagni, o pai da Mecânica dos Solos. Entre 1918 a
1925, Terzagni pesquisou sobre o comportamento dos solos, especialmente, sobre o

4 Fenômeno de deformação ao qual um corpo está sujeito quando as forças que sobre ele agem
provocam um deslocamento em planos diferentes, mantendo o volume constante.
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adensamento e consolidação das argilas, e sobre a ruptura por “piping5” em areias


sob barragens.
A Engenharia Geotécnica é um dos primeiros domínios técnico-científicos a
intervir em qualquer projeto de infraestruturas ou de desenvolvimento urbano, sendo,
em muitos casos, o mais importante.
A rápida expansão da Geotecnia é consequência da crescente
complexidade das realizações humanas e dos importantes problemas postos por
diversos ramos da Engenharia e da Tecnologia, especialmente a partir da segunda
metade do século XX.
Com o desenvolvimento das grandes concentrações urbanas, os edifícios
tornaram-se cada vez mais altos e, simultaneamente, os locais mais apropriados
cada vez mais escassos. Mas, nem por isso, as construções deixaram de ser feitas.
É o caso da torre Latino-Americana, construída nos anos 50 na cidade do México,
com 182 m de altura, assente em 361 estacas de 35 cm de diâmetro cada, fundadas
a 33 m de profundidade (MINEIRO, 1981), que apesar das condições geotécnicas
desfavoráveis resistiu aos grandes sismos de 1957 e 1985, sem danos. Outro
interessante exemplo de construção antissísmica é o Banco de América, em
Manágua, o edifício mais alto da Nicarágua que foi um dos raros resistentes ao
terramoto de 23 de dezembro de 1972.
No decurso dos tempos, muitas inovações metodológicas, analíticas,
numéricas e tecnológicas foram sendo propostas e utilizadas nas investigações de
campo e de laboratório e nas áreas da análise, do projeto e da construção de
estruturas geotécnicas. Os campos em que a geotecnia tem forte intervenção e onde
essas inovações foram sendo introduzidas são vastos: previsão do comportamento
dos terrenos, problemas relacionados com os sismos, métodos de melhoramento e
reforço de terrenos, aplicações geoambientais, utilização de subprodutos, estruturas
subterrâneas, estruturas marítimas (offshore), métodos de projeto e de construção
sob condições especiais, pouco conhecidas ou de elevado risco, entre outros
(CARDOSO, 2015).

5 Piping pode ser entendido como o processo de erosão que remove partículas do interior do solo
formando tubos vazios que, por sua vez, promovem colapsos e escorregamentos laterais do terreno,
muito comum em solos vermelhos derivados de rochas básicas e metabásicas.
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Evidentemente que não estamos livres de acidentes como falhas tectônicas


e aquelas decorrentes de estudos não completos, portanto, nada mais correto do
que pensarmos sempre em segurança de vidas humanas e do meio ambiente na
construção das megaestruturas que tem sido sonho do homem.
Citamos como exemplo o muro de contenção que é uma alternativa para
situações em que há instabilidade geotécnica de taludes, tanto em seu estado
natural quanto em cortes artificiais. A instabilidade se deve à incapacidade de
resistência da massa de solo frente ao ângulo de inclinação do mesmo. A aplicação
dessa solução é comum nas grandes obras de infraestrutura, a saber: construção de
rodovias, pontes, ferrovias, entre outras. Considerando essas obras, que geralmente
são de grande extensão e onerosas, é trivial assumir que, além da estabilidade
geotécnica e estrutural, a minimização de custo tem peso elevado na escolha de
projeto (HWANG, 2016).

1.4 Geotecnia do subsolo


O estudo do solo é um requisito prévio para o projeto de qualquer obra,
sobretudo as de grande porte (obras de arte, edifícios, cortes, aterros, entre outras).
O conhecimento da formação geológica do local, o estudo das rochas, solos e
minerais, bem como a verificação da presença e posicionamento do lençol freático,
são fatores fundamentais. Como se sabe, em se tratando de solos e rochas, a
heterogeneidade é a regra e a homogeneidade, a exceção. Os estudos são, pois
indispensáveis para se alcançar uma boa engenharia, ou seja, aquela que garante a
necessária condição de segurança e economia6.
A escolha do tipo de fundação é responsabilidade do engenheiro projetista e
é feita baseada nas informações geotécnicas, as quais devem fornecer dados sobre
o terreno de fundação. O método mais comum para investigação geotécnica do
subsolo de fundações de edifícios é o de sondagem à percussão com circulação de
água, acompanhado pelo ensaio normalizado de penetração (SPT) ou sondagem de
simples reconhecimento do solo (Normas ABNT). Esse método fornece um perfil
com descrição das camadas do solo e a resistência oferecida por elas à penetração

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Disponível em: http://www.geoesp.com.br/importancia-da-sondagem.html
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de um amostrador normalizado. Pode fornecer, ainda, a profundidade do nível de


água estático.
Quando a fundação é rochosa, ou parcialmente rochosa, usa-se outro
método de sondagem, a sondagem rotativa com broca de diamante e extração de
testemunho de sondagem. A rocha amostrada é descrita e avaliada quanto à
resistência.
Em casas ou construções que aplicam baixa tensão sobre o solo (fundações
diretas – por meio de sapatas), muitas vezes não são realizadas sondagens à
percussão. Pode-se executar uma sondagem de reconhecimento com o auxílio de
um trado, sendo válido, neste caso, a experiência do engenheiro responsável, ou
mesmo construtor, para estabelecer até onde deve ir a escavação para ser colocada
a fundação classificada como direta. A experiência é reforçada pelo conhecimento
dos solos da região, com a devida atenção para as diversas condições geotécnicas
desfavoráveis para fundações diretas, conforme ilustrado na figura a seguir
(MARANGON, 2018).

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Abaixo temos ilustrações de condições geotécnicas desfavoráveis para


fundações diretas.
Condições geotécnicas desfavoráveis para fundações diretas

Figura 4: Condições geotécnicas desfavoráveis para fundações diretas.


Fonte: Marangon (2018, p. 16).

1.5 Mecânica dos solos


Segundo Rocha (1981 apud COSTA, 2006), a Mecânica das Rochas
debruça-se sobre o conhecimento dos maciços rochosos em termos de:
deformabilidade, isto é, das relações entre forças (ou tensões) e
deformações;
resistência, isto é, das condições que determinam a rotura da rocha;
estado de tensão inicial a que se encontra submetido;
dos estados de tensão que se desenvolvem em virtude das tensões
aplicadas, incluindo as devidas à percolação da água subterrânea.

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Figura 5: Mecânica das rochas.


Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABnuUAK/apostila-mecanica-dos-solos-2005

Por sua vez, a Mecânica dos Solos trata dos problemas:


de equilíbrio dos maciços terrosos sob a ação de solicitações exteriores
(como a capacidade de carga de fundações superficiais e profundas),
de resistência ao corte dos solos submetidos a esforços tangenciais;
de escoamento em meios porosos, da consolidação e da compressibilidade
dos solos;
de impulsos de terras sobre suportes (rígidos ou flexíveis, como as cortinas
ancoradas ou revestimentos de túneis);
do cálculo de estabilidade de taludes naturais e de aterro;
do comportamento dos solos sob solicitações dinâmicas (sísmicas);
do melhoramento de terrenos através de numerosas técnicas (injeção, pré-
carga, compactação dinâmica, vibroflutuação, entre outros) (MINEIROS,
1981).
Esses problemas nos mostram que o solo não possui comportamento
tensão-deformação linear ou único; que o comportamento de um solo depende em
solicitação, tempo de aplicação e meio ambiente; que ele é diferente para cada local;
que o solo a ser pesquisado, geralmente, não está situado na superfície e sim em
horizontes profundos, necessitando ser retirado em pequenas amostras para seu
estudo em laboratório e que muitos solos são sensíveis a perturbações na
amostragem e não reproduzem, em laboratório, suas características reais.

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Deve-se ainda considerar a possibilidade de todos esses fatores se


juntarem, o que acontece frequentemente, tornando o problema de solos de difícil
solução.

1.6 Hidráulica dos solos


Muitas vezes, o engenheiro se defronta com situações em que é necessário
controlar o movimento de água através do solo e, evidentemente, proporcionar uma
proteção contra os efeitos nocivos deste movimento.
Do ponto de vista prático, a água pode ser considerada incompressível e
sem nenhuma resistência ao cisalhamento, o que lhe permite, sob a ação de altas
pressões, penetrar em microfissuras e poros, e exercer pressões elevadas que
levam enormes maciços ao colapso (MARANGON, 2009).
Um aspecto importante em qualquer projeto em que se tenha a presença de
água é a necessidade do reconhecimento do papel que os pequenos detalhes da
natureza desempenham. Assim, não basta apenas realizar verificações
matemáticas, mas também recorrer a julgamentos criteriosos dessas
particularidades, pois que elas nem sempre podem ser suficientemente
quantificadas.
Também é fato que problemas relativos às águas subterrâneas são
encontrados em um grande número de obras de Engenharia. A ação e a influência
dessas águas têm causado numerosos imprevistos e acidentes, sendo os casos
mais comuns verificados em cortes de estradas, escavações de valas e canais,
fundações para barragens, pontes, edifícios, entre outros. As obras que necessitam
de escavações abaixo do lençol freático, como por exemplo, a construção de
edifícios, barragens, túneis, entre outras; pode ser executado um tipo de drenagem
ou rebaixamento do lençol freático. A água existente no subsolo pode ser eliminada
por vários métodos.
Drenar o terreno é uma das possibilidades para evitar que o mesmo perca
suas características geológicas e para não provocar uma umidade constante nas
fundações ou a subida por capilaridade da água nas paredes.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Dentre as várias opções que irão depender da situação, podemos citar a


redução do lençol de água subterrânea por meio de bombas ou ainda usar o sistema
de poços filtrantes.
A drenagem também pode ocorrer por eletro-osmose, para solos com
coeficientes de permeabilidade compreendidos entre 10-5 e 10-7 cm/seg, nos quais
os métodos de drenagem citados anteriormente são inoperantes.
Nesse método, são instalados num solo saturado, dois eletrodos, que após a
passagem de corrente elétrica entre ambos, a água contida nos vazios percorrerá no
sentido do ânodo para o cátodo, sendo daí coletada e esgotada por meio de bomba.
Outros métodos são baseados em estabilização dos solos, dentre eles
teremos:
a) Escoramento das paredes das escavações para execução das
fundações.
Essas paredes devem ser mantidas escoradas até o final. Esse escoramento
é dividido em escavações pouco profundas (até 5m) e escavações profundas.
A importância e a disposição do escoramento variam com o tipo de terreno e
as profundidades que têm de ser alcançadas, pois com a profundidade aumentam
as pressões e, claro, as dimensões das peças de escoramento.
Os sistemas de escoramento para escavações pouco profundas vão sendo
construídos à medida que se avança com a escavação. O sistema de pranchas
verticais, geralmente providas de encaixes macho e fêmea, recomenda-se para as
areias e terrenos argilosos muito moles, dado garantir melhor vedação à passagem
da água e de partículas finas do solo.
Para escoramento de escavações profundas são utilizados sistemas que
empregam pranchas horizontais, perfis de aço em I e estacas-pranchas.
O tipo de escoramento com prévia cravação de perfis de aço em I, que
servem de suporte às pranchas horizontais, é recomendado para as escavações em
terrenos sem coesão ou terrenos argilosos muito moles, abaixo do nível de água.
Nas obras em que as profundidades a alcançar são grandes, ou em obras
de grande responsabilidade, é preferível o uso de estacas-pranchas, metálicas ou de
concreto armado.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
17

Quando não se trata de escavações em trincheiras, o escoramento de um


talude vertical pode ser feito com estacas inclinadas no terreno.
Existem igualmente casos em que se torna necessário escavar a área
central e construir parte da fundação que servirá então para apoio das escoras
inclinadas, quando o volume remanescente de terra for retirado.

b) Estabilização de maciços
Essa estabilização pode ocorrer por injeção de cimento, argila ou materiais
betuminosos.
A estabilização consiste em qualquer processo ou tratamento capaz de
melhorar a estabilidade de um maciço terroso ou rochoso, sendo um processo que
visa melhorar as características de resistência e impermeabilização dos maciços
terrosos e rochosos.
i) Injeções de cimento: consiste em injetar uma calda no terreno, através de
tubos galvanizados com a ponta aberta ou com paredes perfuradas, os quais são
cravados até a cota em que se deseja a consolidação.
Essas injeções são aplicadas com sucesso nos solos granulares (desde o
pedregulho até a areia fina), limitando-se o seu emprego aos solos cujo diâmetro
efetivo é superior a 1 mm.
Nos solos arenosos de granulometria fina, antes de se injetar as caldas,
deve-se forçar uma injeção de água em tubos alternados, criando canais no solo
entre os vários tubos.
Considerando que o material sobre o qual assentam as fundações de uma
barragem, por exemplo, deve ser resistente e impermeável, é usual o emprego deste
método para consolidar e impermeabilizar estratos rochosos fissurados que sirvam
de apoio a estas obras.
ii) Injeções de argila: baseiam-se na propriedade das argilas formarem
soluções que se mantêm líquidas quando agitadas, recuperando a sua coesão
quando em repouso.
iii) Injeções à base de produtos betuminosos: injeta-se no solo uma emulsão
betuminosa, fluida e estável, constituída por uma dispersão de asfalto na água,
juntamente com um agente regulador do tempo de ruptura da emulsão.

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iv) Silicatização: é um processo químico de estabilização, que consiste em


injetar no solo, separadamente, duas soluções, as quais entrando em contato uma
com a outra petrificam o maciço.

c) Reforço dos solos para as fundações


Nesse método de reforço, as injeções de cimento ou de argila permitem
consolidar certas camadas de terreno; poços de areia, colunas de materiais
deslocados de outros locais, construídas nos terrenos transmitem as cargas
recebidas às camadas do terreno; as drenagens podem ser constituídas por tubos
ou por uma capa filtrante.

d) Congelamento do solo
Essa técnica só se emprega nos casos difíceis de fundações em terrenos
maus (solos moles e saturados de água). É uma solução dispendiosa, pois exige a
prévia instalação de uma central de refrigeração.
O princípio em que se baseia consiste em fazer circular por tubos
congeladores, instalados no terreno, um líquido refrigerante, que irá congelar o solo
e, consequentemente, estabilizar o maciço enquanto durar o processo.
Sobre a estabilização de taludes e drenagem superficial, deixaremos para
tratar na unidade de contenções.

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UNIDADE 2 – FUNDAÇÕES

As fundações e as obras de terra são consideradas subáreas da Geotecnia,


e são uma das primeiras etapas de uma obra, seja ela a construção de uma casa,
de uma barragem, ou até mesmo de um viaduto.
Abaixo temos dois exemplos de fundações (rasa e profunda)
Fundação rasa de uma casa – Fundação profunda de um prédio

Figura 6: Fundação rasa de uma casa – Fundação profunda de um prédio.


Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_(constru%C3%A7%C3%A3o)#/media/File:Ima
ge-Found-House-Apt.png

Fundação é a obra normalmente enterrada, que serve para sustentar a


ponte, o prédio, a casa, qualquer que seja a construção, podendo ser feita por
diversos tipos de materiais, e a depender do tipo de solo, um tipo de fundação deve
ser utilizado para tal.
Existe uma divisão das fundações que são as chamadas fundações rasas ou
diretas, e as fundações profundas. Além dessas divisões, as fundações em si
possuem uma subdivisão em que as fundações rasas estão compostas por blocos
de fundação, sapatas, radier e baldrame. Enquanto que as fundações profundas
foram subdividas em estacas, tubulões e caixões (ANDRADE et al., 2013).
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Esses tipos de fundações veremos na próxima unidade. No momento,


ficaremos com o essencial das mesmas.
A fundação, como é popularmente conhecida, é a subestrutura, ou seja, é a
parte de uma estrutura composta por elementos estruturais, geralmente construídos
abaixo do nível final do terreno, e que são os responsáveis por transmitir ao solo
todas as ações (cargas verticais, forças do vento, entre outras) que atuam na
edificação.
Exemplo de elementos de fundação

Figura 7: Exemplo de elementos de fundação.


Fonte: Bastos (2016, p. 3).

As fundações devem ter resistência adequada para suportar às tensões


causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o solo necessita de resistência e
rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar deformações
exageradas ou diferenciais (MELHADO et al., 2002).
A estrutura posicionada acima e que se apoia na subestrutura é chamada
superestrutura. As ações que atuam na superestrutura das edificações são

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transferidas na direção vertical, geralmente por pilares ou paredes de concreto.


Como o solo geralmente tem resistência muito inferior à do concreto do pilar, é
necessário projetar algum outro tipo de elemento estrutural com a função de
transmitir as ações ao solo. Os elementos mais comuns para cumprir essa função
são as sapatas e os blocos, sendo que os blocos atuam como elementos de
transição das ações, dos pilares para as estacas ou tubulões (BASTOS, 2016).
A NBR 6122:2010 (confirmada em 2014) é a norma que estabelece os
requisitos a serem observados no projeto e execução de fundações de todas as
estruturas da Engenharia Civil.

2.1 Parâmetros para escolha da fundação


São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de
fundação.
Barros (2011) explica que, numa primeira etapa, é preciso analisar os
critérios técnicos que condicionam a escolha por um tipo ou outro de fundação. Os
principais itens a serem considerados são:
a) Topografia da área:
dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam atingir o terreno;
necessidade de efetuar cortes e aterros;
dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície;
presença de obstáculos, como aterros com lixo ou matacões.

b) Características do maciço de solo:


variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas;
existência de camadas resistentes ou adensáveis;
compressibilidade e resistência do solo;
a posição do nível d’água.

c) Dados da estrutura:
a arquitetura, o tipo e o uso da estrutura, como por exemplo, se consiste em
um edifício, torre ou ponte, se há subsolo e ainda as cargas atuantes.

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Realizado esse estudo, descartamos as fundações que oferecem limitações


de emprego para a obra em que se está realizando a análise. Teremos, ainda assim,
uma gama de soluções que poderão ser adotadas.
Alguns projetistas de fundação elaboram projetos com diversas soluções,
para que o construtor escolha o tipo mais adequado de acordo com o custo,
disponibilidade financeira e o prazo desejado.
Dessa forma, numa segunda etapa, consideram-se os seguintes fatores:
a) Dados sobre as construções vizinhas:
o tipo de estrutura e das fundações vizinhas;
existência de subsolo;
possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova
obra;
danos já existentes.

b) Aspectos econômicos:
Além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o
prazo de execução. Há situações em que uma solução mais custosa oferece um
prazo de execução menor, tornando-se mais atrativa. Podemos perceber que, para
realizar a escolha adequada do tipo de fundação, é importante que a pessoa
responsável pela contratação tenha o conhecimento dos tipos de fundação
disponíveis no mercado e de suas características. Somente com esse conhecimento
é que será possível escolher a solução que atenda às características técnicas e ao
mesmo tempo se adeque à realidade da obra (BARROS, 2011; ABCP, 2014).

Guarde...
A escolha do tipo de fundação deve atender concomitantemente aos critérios
técnicos e econômicos.
Como diz Joppert (2007), o sucesso de uma obra de fundações e
contenções depende de três fatores – Projeto, Materiais e Execução. Conhecer os
itens, calcular as cargas, investigar o terreno, controlar os elementos usuais em
cada etapa para não apresentar patologias e, por conseguinte, aumento nos custos,

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além de consequências as mais variáveis são responsabilidade dos profissionais de


Engenharia que lidam na área, principalmente na etapa de fundações.

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UNIDADE 3 – TIPOS DE FUNDAÇÕES

As fundações diretas ou rasas são aquelas em que a carga da estrutura é


transmitida diretamente ao solo pela fundação. São executadas em valas rasas, com
profundidade máxima de 3,0 metros, e caracterizadas por blocos, alicerces, sapatas
e radiers.
As fundações indiretas ou profundas são aquelas que transferem a carga por
efeito de atrito lateral do elemento com o solo e por meio de um fuste. Essas
estruturas de transmissão podem ser estacas ou tubulões. São aquelas cujas bases
estão implantadas a mais de duas vezes a sua menor dimensão, e a mais de 3 m de
profundidade.
São características de uma fundação rasa ou direta:
a) a distribuição de carga do pilar para o solo ocorre pela base do elemento
de fundação, sendo que, a carga aproximadamente pontual que ocorre no pilar, é
transformada em carga distribuída, num valor tal, que o solo seja capaz de suportá-
la;
b) há necessidade da abertura da cava de fundação para a construção do
elemento de fundação no fundo da cava.
São características de uma fundação profunda:
a) devido possuir grande comprimento em relação a sua base, apresenta
pouca capacidade de suporte pela base, porém grande capacidade de carga devido
ao atrito lateral do corpo do elemento de fundação com o solo;
b) geralmente dispensa abertura da cava de fundação, constituindo-se, por
exemplo, em um elemento cravado por meio de um bate-estaca (BARRO, 2011).

3.1 Baldrame
A viga baldrame pode ser considerada a própria fundação. No caso de
terrenos firmes e cargas pequenas, pode-se utilizar este tipo de fundação rasa e
bem econômica que, nada mais é do que uma viga, calculada como viga sobre base
elástica e construída em uma cava com muito pouca profundidade, destinada a
suportar a carga de todas as paredes de uma construção, transferindo-a ao solo.

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Vigas baldrame

Figura 8: Vigas baldrame.


Fonte: https://www.vrimpermeabilizacoes.com.br/galerias/viga-baldrame

As Vigas Baldrame são vigas de formato retangular, moldadas no local (in


loco), dependendo do caso pode ser pré-moldadas, com a função de receber cargas
das paredes e transferi-las aos blocos de fundação ou às brocas ou ao solo. O uso
das vigas baldrame também proporciona travamento entre os blocos de fundação,
distribuindo os esforços laterais e restringindo parcialmente o giro em sua direção
(BONETTO, 2016).

3.2 Blocos e alicerces


Bloco é o elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de
maneira que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo
concreto, sem necessidade de armadura.
O que caracteriza a fundação em blocos é o fato da distribuição de carga
para o terreno ser aproximadamente pontual, ou seja, onde houver pilar existirá um
bloco de fundação distribuindo a carga do pilar para o solo. Os blocos podem ser
construídos de pedra, tijolos maciços, concreto simples ou de concreto armado.
Quando um bloco é construído de concreto armado ele recebe o nome de sapata de
fundação.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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São exemplos de blocos de fundação:

Figura 9: Exemplos de blocos de fundação.


Fonte: http://construcaociviltips.blogspot.com/2012/01/fundacoes-blocos-e-alicerces.html

3.3 Sapatas
Elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de
modo que as tensões de tração nele produzidas não podem ser resistidas pelo
concreto, de que resulta o emprego de armadura. Pode ter espessura constante ou
variável e sua base em planta é normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal
(MARANGON, 2012).
Em altura, uma sapata é menor que o bloco, a capacidade de carga varia de
média a baixa e por trabalhar à flexão, devem ser dimensionadas estruturalmente,
ou seja, em altura, inclinação e armaduras necessárias (BARROS, 2011).
Sua utilização é indicada caso as sondagens de reconhecimento do subsolo
indiquem a presença de argila rija, dentre outros.
Elas podem ser:
a) Sapatas isoladas – dimensionadas para suportar a carga de apenas um
pilar ou coluna. Podem ser de formato quadrado, retangular, circular, entre outros.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Sapatas isoladas

Figura 10: Sapatas isoladas.


Fonte: https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/sapatas-da-construcao/

b) Sapatas corridas – são utilizadas para suportar cargas oriundas de


elementos contínuos que possuem cargas distribuídas linearmente como muros,
paredes e outros elementos alongados. Por ser uma fundação rasa, sua escavação
geralmente é feita à mão, sem a necessidade do uso de máquinas ou equipamentos
especiais. Normalmente, é executada com concreto ciclópico, mas existem também
em alvenaria.
Segundo Bastos (2016), as sapatas corridas são comuns em construções de
pequeno porte, como casas e edificações de baixa altura, galpões, muros de divisa e
de arrimo, em paredes de reservatórios e piscinas, entre outros. Constituem uma
solução economicamente muito viável quando o solo apresenta a necessária
capacidade de suporte em baixa profundidade.

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Figura 11: Sapatas corridas de alvenaria. Figura 12: Sapatas corridas de concreto.
Fonte: Barros (2011, p. 8-9). Fonte: Barros (2011, p. 8-9).

c) Sapatas associadas – ou radier parcial é uma sapata comum a vários


pilares. São normalmente empregadas quando a posição de duas sapatas isoladas
ficarem muito próximas por falta de espaço ou opção estrutura.
d) Sapatas alavancadas – são utilizadas quando a base da sapata não
coincide com o centro de gravidade do pilar por estar próximo a alguma divisa ou
outro obstáculo. Desse modo, é criado uma viga entre duas sapatas de maneira a
suportar o momento fletor gerado pela excentricidade.
Segundo a NBR 6122, viga alavanca ou viga de equilíbrio é o

elemento estrutural que recebe as cargas de um ou dois pilares (ou pontos


de carga) e é dimensionado de modo a transmiti-las centradas às
fundações. Da utilização de viga de equilíbrio resultam cargas nas
fundações diferentes das cargas dos pilares nelas atuantes.

Exemplo de sapatas alavancadas (em perspectiva)

Figura 13: Exemplo de sapatas alavancadas (em perspectiva).


Fonte: Melhado et al. (2002, p. 9).

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A classificação das sapatas relativamente à rigidez é muito importante,


porque direciona a forma como a distribuição de tensões na interface base da
sapata/solo deve ser considerada, bem como o procedimento ou método adotado no
dimensionamento estrutural.
A NBR 6118 classifica as sapatas como rígidas ou flexíveis, sendo rígida a
que atende a equação:

Sendo: h = altura da sapata;


A = dimensão da sapata em uma determinada direção;
ap = dimensão do pilar na mesma direção.
A Equação acima deve também ser verificada relativamente às dimensões B
e bp da outra direção da sapata, sendo que para ser classificada como rígida a
equação deve ser atendida em ambas as direções. No caso da equação não se
verificar para as duas direções, a sapata será considerada flexível (BASTOS, 2016).

Dimensões da sapata

Figura 14: Dimensões da sapata.


Fonte: Bastos (2016, p. 11).

As sapatas rígidas têm a preferência no projeto de fundações, por serem


menos deformáveis, menos sujeitas à ruptura por punção e mais seguras.
As sapatas flexíveis são caracterizadas pela altura “pequena”, e segundo a
NBR 6118, embora de uso mais raro, essas sapatas são utilizadas para fundação de
cargas pequenas e solos relativamente fracos.
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3.4 Radiers
Radier é um elemento de fundação superficial constituído de um único
elemento que recebe parte ou todas as cargas dos pilares da estrutura, distribuindo-
as ao solo (NBR 6122, ABNT, 2010), ou seja, é uma sapata comum a todos os
pilares, cujos centros e plantas, não estejam situados em um mesmo alinhamento.
Segundo Rodrigues (2011 apud CAMPOS, 2015), o radier é constituído por
um único elemento de fundação que distribui toda a carga da edificação para o
terreno, cuja distribuição de carga é tipicamente superficial.
O ACI 360R7 (1997) define radier (slabs on grade) como uma laje contínua
suportada pelo solo utilizando como carregamento total uma carga uniformemente
distribuída correspondente a no máximo 50% da tensão admissível do referido solo.
De acordo com Menegotto e Pilz (2010 apud SAGRILLO, 2017), quando
todos os pilares de uma estrutura transmitem cargas ao solo por meio de uma única
fundação como uma grande sapata, denomina-se esse elemento de radier.
Fundação em laje maciça ou nervurada ou ainda um sistema constituído de
lajes e vigas, essas são definições simples para um radier.

Radier nervurada

Figura 15: Radier nervurada.


Fonte: Campos (2015).

Para Dória (2011), o uso de radiers é bastante pertinente quando se deseja


aliar tecnologia a projetos de interesse social, pela simplicidade, rapidez e economia
na execução.

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AMERICAN CONCRETE INSTITUTE – ACI. Design of slabs on grade (ACI 360R-92), 1997 –
Instituto Americano do Concreto – Projeto de lajes em graus.
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Igualmente, Campos (2015) afirma que à medida que as sapatas isoladas


e/ou associadas começam a ultrapassar 50% a 70% da área da projeção da
construção (condição que as tornam econômicas), as estruturas em radier começam
a ser interessantes. Embora se tenha um maior consumo de concreto, o consumo de
fôrma pode ser reduzido drasticamente e a velocidade da obra passa a ser um dos
fatores de competitividade.

3.5 Distribuição de tensão no solo


Não poderíamos passar pelas sapatas sem falar no fator mais importante
relativo à interface base-solo que é justamente a pressão de apoio que a área da
base de uma sapata exerce no solo.
Segundo Bastos (2016), diversos estudos analíticos e de campo indicaram
que a pressão exercida no solo não é necessariamente distribuída uniformemente, e
depende de vários fatores, como:
existência de excentricidade do carregamento aplicado;
intensidade de possíveis momentos fletores aplicados;
rigidez da fundação;
propriedades do solo;
rugosidade da base da fundação.

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As figuras abaixo mostram a distribuição de pressão no solo aplicada na


base de uma sapata, carregada concentricamente, em função do tipo de solo e da
rigidez, se rígida ou flexível.

Distribuição de pressão no solo em sapata sob carga centrada

a) Sapata flexível sobre argila.


b) Sapata flexível sobre areia.
c) Sapata rígida sobre argila.
d) Sapata flexível sobre areia.
e) Distribuição simplificada.
Figura 15: Distribuição de pressão no solo em sapata sob carga centrada.
Fonte: Bastos (2016, p. 13).

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Distribuição de pressão no solo em sapata sob carga centrada

Figura 16: Distribuição de pressão no solo em sapata sob carga centrada.


Fonte: Bastos (2016, p. 13).

Sapatas perfeitamente flexíveis curvam-se e mantém a pressão uniforme no


solo. Sapatas perfeitamente rígidas não se curvam, e o recalque, se ocorrer, é
uniforme, porém, a pressão no solo não é uniforme. Devido à complexidade da
análise ao se considerar a pressão como não uniforme, é comum assumir-se a
uniformidade sob carregamentos concêntricos, como mostrado o desenho (e), e
adicionalmente porque o erro cometido com a simplificação não é significativo.
Sapatas apoiadas sobre solos granulares, como areia, a pressão é maior no
centro e decresce em direção às bordas da sapata. No caso de solos argilosos, ao
contrário, a pressão é maior nas proximidades das bordas e menor no centro. Essas
características de não uniformidade da pressão no solo são comumente ignoradas
porque sua consideração numérica é incerta e muito variável, dependendo do tipo
de solo, e porque a influência sobre a intensidade dos momentos fletores e forças
cortantes na sapata é relativamente pequena.

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No caso de radier que é comumente flexível quando comparado às sapatas,


devem ter uma avaliação das tensões de flexão e da distribuição da pressão no solo
de maneira mais cuidadosa.
A NBR 6118 permite que, no caso de sapata rígida, se possa admitir plana a
distribuição de tensões normais no contato sapata-terreno, caso não se disponha de
informações mais detalhadas a respeito. Para sapatas flexíveis ou em casos
extremos de fundação em rocha, mesmo com sapata rígida, essa hipótese deve ser
revista. E relativo às sapatas flexíveis: a distribuição plana de tensões no contato
sapata-solo deve ser verificada.
A NBR 6122 recomenda que a área da fundação solicitada por cargas
centradas deve ser tal que as tensões transmitidas ao terreno, admitidas
uniformemente distribuídas, sejam menores ou iguais à tensão admissível ou tensão
resistente de projeto do solo de apoio e que as sapatas devem ser calculadas
considerando-se diagramas de tensão na base representativos e que são função
das características do solo (ou rocha).
Para irmos fechando os tópicos sobre as sapatas (longe de esgotar o
assunto, uma vez que acreditamos que os cálculos afins foram devidamente
assimilados na graduação) vejamos alguns detalhes construtivos vindos da NBR
6122:
O item 7.7.3 estabelece que todas as partes da fundação superficial (rasa ou
direta) em contato com o solo (sapatas, vigas de equilíbrio, entre outras) devem ser
concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de
espessura, a ser lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação. No caso
de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e, portanto, pode
ter espessura variável, no entanto, observado um mínimo de 5 cm.
O item 7.7.2 diz que nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a
fundação for assente sobre rocha, tal profundidade não deve ser inferior a 1,5m. Em
casos de obras cujas sapatas ou blocos estejam majoritariamente previstas com
dimensões inferiores a 1,0m, essa profundidade mínima pode ser reduzida. O Anexo
A da NBR 6122 apresenta procedimentos executivos relativos às fundações
superficiais.

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A superfície de topo da sapata deve ter um plano horizontal (mesa) maior


que a seção transversal do pilar, com pelo menos 2,5 ou 3 cm, que facilita a
montagem e o apoio da fôrma do pilar, vista abaixo.
Para evitar a possível ruptura nos lados da sapata é importante executar as
faces extremas em superfície vertical, com a sugestão para ho:
Detalhes construtivos para a sapata

O ângulo a, de inclinação da sapata, deve ser preferencialmente igual ou


menor que 30°, que é ângulo do talude natural do concreto fresco, a fim de evitar a
necessidade de fôrma na construção da sapata (BASTOS, 2016).

3.6 Tubulões

Elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo menos


na sua etapa final, há descida de pessoas, que se faz necessária para
executar o alargamento da base ou, pelo menos, a limpeza do fundo da
escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas
preponderantemente pela ponta (ABNT NBR 6122:2010).

Marangon (2012) explica que na verdade, a transmissão de carga de um


tubulão não segue o conceito literal de Fundação Profunda, por ser desprezado o

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atrito lateral do fuste. Mesmo assim, é referida como fundação profunda por se tratar
de profundidades de apoio como estas.
Os tubulões a céu aberto são escavados manualmente, não podem ser
executados abaixo do nível d’água. Dispensa escoramento em terreno coesivo,
mostrando-se uma alternativa econômica para altas cargas solicitadas, superior a
250 Tf.

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Tubulão a céu aberto

Figura 17: Tubulão a céu aberto.


Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ceu-aberto/

Quando há tendência de desmoronamento, reveste-se o furo com alvenaria


de tijolo, tubo de concreto ou tubo de aço. O fuste é escavado até a cota desejada, a
base é alargada e posteriormente enche-se de concreto (BRITO,1987).
O fuste é normalmente de seção circular, adotando-se 70 cm como diâmetro
mínimo (para permitir a saída e entrada de operários). Já a projeção da base pode
ser circular ou em forma de falsa elipse. Nesse caso, a relação a/b deverá sem
menor ou igual a 2,5 (de maneira análoga às sapatas centradas) (PEREIRA, 2010).
No caso de existir apenas carga vertical, este tipo de tubulão não é armado,
colocando-se apenas uma ferragem de topo para ligação com o bloco de
coroamento ou capeamento (diferente dos blocos de fundação) (EBERLE, 2013).
Os tubulões a ar comprimido são utilizados em terrenos que apresentam
dificuldade de empregar escavação mecânica ou cravação de estacas, como em
áreas com alta densidade de matacões8, lençóis d´água elevados ou cotas
insuficiente entre o terreno e o apoio da fundação.

8 Os matacões são blocos de rocha que podem ser subterrâneos ou superficialmente expostos.
Geralmente têm formato arredondado, moldados pela ação de intemperismos – variação de
temperatura, ação de ventos e da água de chuva e das águas residuais presentes no solo do entorno
(CORSINI, 2011).
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Nesse tipo de fundação, pode-se utilizar uma camisa metálica, de concreto


ou de concreto moldado in loco, sendo empregada uma pressão máxima de 3,4
atm9, limitando, dessa forma, a profundidade do tubulão a 34 m abaixo do nível
d´água.

3.7 Estacas
As estacas são elementos alongados, cilíndricos ou prismáticos que se
cravam, com um equipamento, chamado bate-estaca, ou se confeccionam no solo
de modo a transmitir às cargas da edificação a camadas profundas do terreno.
Essas cargas são transmitidas ao terreno através do atrito das paredes laterais da
estaca contra o terreno e/ou pela ponta (MAIA, 2010).
Existe hoje uma variedade muito grande de estacas para fundações. Com
certa frequência, um novo tipo de estaca é introduzido no mercado e a técnica de
execução de estacas está em permanente evolução. A execução de estacas é uma
especialidade da Engenharia.
Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos
ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja necessidade de
pessoas. Os materiais empregados podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado,
concreto moldado in loco ou pela combinação dos anteriores (definições da ABNT
NBR 6122:2010).
As estacas também são classificadas em estacas de deslocamento e
estacas escavadas. As estacas de deslocamento são aquelas introduzidas no
terreno através de algum processo que não promova a retirada do solo. Enquadram-
se nessa categoria as estacas pré-moldadas de concreto armado, as estacas de
madeira, as estacas metálicas, as estacas apiloadas de concreto e as estacas de
concreto fundido no terreno dentro de um tubo de revestimento de aço cravado com
a ponta fechada, sendo as estacas tipo Franki, o exemplo mais característico dessas
últimas (MAIA, 2010).
São vantagens do uso de estacas de madeira:

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Unidade de medida de pressão atmosférica. Por exemplo: ao nível do mar estamos a uma atm,
portanto, estando a 20 metros de profundidade estaremos a 3 atm.
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em locais onde é fácil ter acesso à madeira de lei, o custo desse tipo de
estaca torna-se inferior às demais. Em muitas regiões do Brasil, esse tipo de
fundação ainda é uma opção barata;
além do preço, as estacas de madeira são leves e fáceis de transportar. Isso
é uma grande vantagem para facilitar a execução da fundação;
outra vantagem é a facilidade em fazer emendas nesse tipo de estaca,
proporcionando o alcance de uma boa profundidade sem comprometer o
funcionamento estrutural da mesma;
esse tipo de estaca também possui um grande período de vida útil quando
trabalham submersas. Em fundações antigas, na condição especificada, as
estacas se apresentam quase que intactas após muitos anos de utilização
(DALDEGAN, 2017).
Evidentemente temos desvantagens como não poderem ser usadas em
ambiente com variação do lençol freático; ser frágil durante o processo de cravação
e onde o custo da madeira é mais alto.
As estacas metálicas são constituídas principalmente por peças de aço
laminado ou soldado, tais como perfis de seção I e H, como também por trilhos,
geralmente reaproveitados após sua remoção de linhas férreas, quando perdem sua
utilização. A principal vantagem das estacas de aço está no fato de se prestarem à
cravação em quase todos os tipos de terreno, permitindo fácil cravação e uma
grande capacidade de carga.
Sua cravação é facilitada, porque, ao contrário dos outros tipos de estacas,
em lugar de fazer compressão lateral do terreno, limita-se a cortar as diversas
camadas do terreno. Hoje em dia já não existe preocupação com o problema de
corrosão das estacas metálicas quando permanecem inteiramente enterradas em
solo natural, porque a quantidade de oxigênio que existe nos solos naturais é tão
pequena que a reação química tão logo começa, já acaba completamente com esse
componente responsável pela corrosão.
Entretanto, de modo a garantir a segurança, a NBR 6122 exige que nas
estacas metálicas enterradas seja descontada a espessura de 1,5 mm de toda sua
superfície em contato com o solo, resultando uma área útil menor que a área real do
perfil.

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A carga máxima atuante sobre a estaca é obtida multiplicando-se a área útil


pela tensão admissível do aço fc = fyk/2; sendo: fyk, a tensão característica à ruptura
do aço da estaca.
Dentre suas vantagens, elas podem ser cravadas em quase todos tipos de
terrenos; possuem facilidade de corte e emenda; podem atingir grande capacidade
de carga e trabalham bem a flexão, além de que, se utilizadas em serviços
provisórios podem ser reaproveitadas várias vezes. Como desvantagem teremos o
custo maior em relação às estacas pré-moldadas de concreto, Strauss e Franki
(BARROS, 2011).
Broca são estacas consideradas profundas e executadas por perfuração
com trado e posteriormente concretada. A estaca broca é opção de procedimento
construtivo a ser eventualmente utilizado conjuntamente com sapatas. Pode ser
executada abaixo da base de uma sapata, para contribuir com a capacidade de
carga das fundações diretas (sapatas e blocos), em terrenos de baixa capacidade de
carga (MARANGON, 2012).
Ao contrário de outros tipos de estacas, as brocas só serão iniciadas depois
de todas as valas abertas, pois o trabalho é exclusivamente manual, não utilizando
nenhum equipamento mecânico.
Inicia-se a abertura dos furos com uma cavadeira americana e o restante é
executado com trado, que tem o seu comprimento acrescido através de barras de
cano galvanizado (geralmente com 1,5m cada peça) até atingir a profundidade
desejada (BARROS, 2011).
As estacas escavadas caracterizam-se também por serem moldadas no
local após a escavação do solo, que é efetuada mecanicamente com trado
helicoidal. São executadas através de torres metálicas, apoiadas em chassis
metálicos ou acoplados em caminhões (BARROS, 2011).
Em ambos os casos são empregados guinchos, conjunto de tração e haste
de perfuração, podendo esta ser helicoidal em toda a sua extensão ou trados
acoplados em sua extremidade. Seu emprego é restrito à perfuração acima do nível
d’água (FALCONI et al., 1998 apud BARROS, 2011), ou seja, podem ser do tipo
Strauss, trado rotativo, hélice contínua e estacas raiz (PEREIRA, 2018).

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As estacas raiz são escavadas com equipamento de rotação com circulação


de água, lama bentonítica ou ar comprimido. Tem forma circular e diâmetro de até
410 mm. A armadura neste tipo de fundação profunda é inserida após a conclusão
da perfuração com revestimento total do furo. Posteriormente, o furo é preenchido
com argamassa com o uso de um tubo de injeção geralmente de PVC, de baixo para
cima.

Método executivo de fundações em estaca raiz

Figura 18: Método executivo de fundações em estaca raiz.


Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/estaca-raiz/

São vantagens da estaca raiz:


podem perfurar e atravessar qualquer tipo de terreno, como matacões,
rochas, concreto, entre outros;
ausência de vibração no terreno;
podem ser executadas em locais de difícil acesso, utilizando pequeno espaço
para a realização do serviço.
São desvantagens:
custo relativamente elevado quando comparado a outros tipos de fundações;
geram grande desperdício de água;
demandam alto consumo de cimento e ferragens (PEREIRA, 2018).

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As estacas pré-moldadas de concreto são largamente usadas em todo o


mundo, possuindo como vantagens em relação às concretadas no local um maior
controle de qualidade tanto na concretagem, que é de fácil fiscalização quanto na
cravação, além de poderem atravessar correntes de águas subterrâneas, o que com
as estacas moldadas no local exigiriam cuidados especiais.
Essas estacas podem ser confeccionadas com concreto armado ou
protendido adensado por centrifugação ou por vibração, este de uso mais comum.
Tanto nas estacas vibradas quanto nas centrifugadas, a cura do concreto é feita a
vapor, de modo a permitir a desforma e o transporte da mesma no menor tempo
possível. Tendo em vista que a cura a vapor só acelera o ganho de resistência nas
primeiras horas, mas não diminui o tempo total necessário para que o concreto atinja
a resistência final, as estacas devem permanecer no estoque pelo menos até que o
concreto atinja a resistência de projeto.
A seção transversal dessas estacas é geralmente quadrada, hexagonal,
octogonal ou circular, podendo ser vazadas ou não.
Existe uma grande variedade de tipos de estacas concretadas no local,
diferenciadas entre si, principalmente, pela forma que são escavadas e pela forma
de colocação do concreto. De um modo geral, crava-se um tubo de aço até a
profundidade prevista pela sondagem geotécnica, enchendo-se com concreto que
vai sendo apiloado até que se retire o tubo. Entre os vários tipos existentes
destacam-se as estacas tipo Strauss e tipo Franki (MAIA, 2010).
A Estaca Strauss é o tipo de fundação mais antigo de escavação mecânica
que se têm conhecimento. Com ela executam-se fundações em diversos tipos de
solos, também em concreto simples ou armado moldada in loco, executada com
revestimento metálico recuperável (molde), o qual define o diâmetro das estacas
(FURTADO, 2014; PEREIRA, 2017).

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Fases da execução da estaca tipo Strauss

Figura 19: Fases da execução da estaca tipo Strauss.


Fonte: https://www.vwffundacoes.com.br/estaca-tipo-strauss

O equipamento utilizado é leve e de pequeno porte, facilitando a locomoção


dentro da obra e possibilitando a montagem do equipamento em terrenos de
pequenas dimensões.
A perfuração é feita através da queda livre da piteira com a utilização de
água. O furo geralmente é revestido. Atingida a profundidade de projeto, o furo é
limpo e concretado.
Durante a concretagem, o apiloamento do concreto e a retirada cuidadosa
do revestimento devem ser observados, para que não haja interrupção do fuste.
No quadro abaixo temos os melhores e piores situações/tipos de solo para
execução de estaca Strauss:
Estaca tipo Strauss
Solos adequados Solos inadequados
Terrenos planos. Solos com lençol freático alto.
Solos colapsivo. Areia saturada e argila muito mole.
Solos de baixa resistência. Solos de alta resistência.
Locais confinados. Matacão.
Terrenos acidentados. Rochas.
Argilas Rijas.
Entre outros solos com alta
resistência.
Fonte: Pereira (2017).

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As estacas do tipo Franki são moldadas em concreto armado no próprio solo


em que são cravadas. Ela emprega um tubo de revestimento com ponta fechada, de
modo que não há limitação de profundidade devido à presença de água do subsolo.
Coloca-se o tubo de aço (molde), tendo no seu interior junto à ponta, um
tampão de concreto de relação água/cimento muito baixa, esse tampão é socado
por meio de um soquete (pilão) de até 4t; ele vai abrindo caminho no terreno devido
ao forte atrito entre o concreto seco e o tubo e o mesmo é arrastado para dentro do
solo.
Alcançada a profundidade desejada, o molde é preso à torre, coloca-se mais
concreto no interior do molde e com o pilão, é provocada a expulsão do tampão até
a formação de um bulbo do concreto. Após essa operação, fazemos descer a
armadura e concreta-se a estaca em pequenos trechos, sendo os mesmos
fortemente, apiloados ao mesmo tempo em que se retira o tubo de molde (CORSINI,
2014), conforme ilustrado abaixo:

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Esquema de uso da Estaca Franki

Figura 20: Esquema de uso da Estaca Franki.


Fonte: http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/42/solucoes-tecnicas-estacas-
franki-326396-1.aspx

Corsini (2014) explica que depois do alargamento da base, é implantada a


armação dentro do tubo cravado para posterior concretagem da estaca. A armação
deve ser executada com aço CA 50A que aceite solda sem destemperar (não é
aconselhável usar aço com alto teor de carbono).
A concretagem é feita com o apiloamento constante do concreto e com a
retirada concomitante do tubo de revestimento. Esse procedimento é feito em
etapas, com concretagem de um trecho e sucessiva suspensão do tubo, até a
concretagem completa da estaca. É preciso sempre tomar o cuidado de manter um
mínimo de concreto na parte interna do tubo até sua retirada total. O traço do
concreto do fuste deve seguir a seguinte fórmula: um saco de cimento, 90 l de areia,
80 l de pedra I, 60 l de pedra II e fator água/cimento de 0,45.

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Mas é importante observar que a cravação de estacas tipo Franki pode


provocar o levantamento das estacas já instaladas devido ao empolamento do solo
circundante que se desloca lateral e verticalmente. A estaca danificada pode ter sua
capacidade de carga prejudicada ou perdida devido a uma ruptura do fuste ou pela
perda de contato da base com o solo de apoio.
Quando a estaca Franki é moldada em espessas camadas submersas de
turfa, argila orgânica e areias fofas, pode ocorrer estrangulamento do fuste devido à
invasão de água e/ou lama dentro do tubo e o encurtamento da armação ocasionado
por insuficiência de seção de aço (ABCP, 2014).

Guarde...
Devido ao apiloamento, as estacas Franki não são indicadas no caso de
terrenos de fundação arenosos, compactos, como forma de minimizar os efeitos das
vibrações do terreno sobre construções vizinhas, antigas ou em mau estado de
conservação, durante o processo de execução da fundação de conservação, porque
a vibração poderá danificá-las.
Já as estacas tipo Strauss foram projetadas, inicialmente, como alternativa
às estacas pré-moldadas cravadas por percussão devido ao desconforto causado
pelo processo de cravação, quer quanto à vibração ou quanto ao ruído. O processo
é bastante simples, consistindo na retirada de terra com sonda ou piteira e,
simultaneamente, introduzir tubos metálicos rosqueáveis entre si, até atingir a
profundidade desejada e posterior concretagem com apiloamento e retirada da
tubulação.
Por utilizar equipamento leve e econômico, a estaca tipo Strauss possui as
seguintes vantagens:
ausência de vibrações e trepidações em prédios vizinhos;
possibilidade de execução da estaca com o comprimento projetado;
possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de corpos
estranhos no solo, matacões, entre outros, permitindo a mudança de locação
antes da concretagem;
possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, pois a
retirada de amostras permite comparação com a sondagem à percussão;

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possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas dimensões;


autonomia, importante em regiões ou locais distantes.

Como principais desvantagens das estacas tipo Strauss, podemos citar:


quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da água no furo
com a sonda, a adoção desse tipo de estaca não é recomendável;
em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de
seccionamento do fuste pela entrada de solo é muito grande, e nesses casos
essa solução não é indicada;
é indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca de modo a
não ocorrer falhas, pois a maior ocorrência de acidentes com essas estacas
devem-se a deficiências de concretagem durante a retirada do tubo (MAIA,
2010).

Guarde...
Fundações superficiais:
são elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno,
predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação;
são tipicamente projetadas com pequenas escavações no solo não sendo
necessários grandes equipamentos para execução;
são tipos de fundações superficiais as sapatas (sapatas isoladas, sapatas
associadas, vigas de fundação e sapatas corridas), os blocos, os radiers
(ABNT NBR 6122).

Fundação profunda é o elemento de fundação que transmite a carga de uma


edificação ao terreno:
pela base (resistência de ponta) Rp;
por sua superfície lateral (resistência de fuste) RA;
por uma combinação das duas (Rp +RA ); e,
que está assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão
em planta, e no mínimo 3 m. São as estacas e os tubulões.

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Classificação das fundações


Blocos de fundação
Isoladas
Sapatas Contínuas
Combinadas
Superficiais Especiais
Fundações Diretas
Radier
Profundas Tubulões A céu aberto
Caixas A ar comprimido

Madeira
Pré-moldadas Aço
Concreto
Franki
Fundações Indiretas Strauss
Moldadas no local Rotativa
Broca
Injetadas

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UNIDADE 4 – ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO

As estruturas de contenção são obras de Engenharia Civil necessárias


quando o estado de equilíbrio natural de um maciço de solo ou de rocha é alterado
por solicitações que podem ocasionar deformações excessivas e até mesmo o
colapso. A estrutura deverá então suportar as pressões laterais (empuxo) do
material a ser contido de forma a garantir segurança ao talude (LUIZ, 2014).
Em se tratando de obras de fundações, quase sempre elas envolvem
estruturas de contenção. É frequente a criação de subsolos para estacionamento em
edifícios urbanos, de contenções de cortes ou aterros, por muros de arrimo, para a
criação de plataformas; a instalação de dutos de utilidades em valas escoradas,
entre outros. Enfim, obras de contenção do terreno estão presentes em projetos de
estradas, de pontes, de estabilização de encostas, de canalizações, de saneamento,
de metrôs, entre outros (VARELA, 2013).
O incentivo à indústria automobilística nacional deu forte alavancada para
construção de edifício com garagem subterrânea para o grande número de veículos
que começou a circular a partir da década de 1970. Com mais carros e com a
Engenharia avançando, foi necessário escavar mais; e na década de 1980, já era
normal termos edifícios com até dois subsolos.
Evidentemente que o desenvolvimento dos materiais foi fundamental para a
evolução das contenções e as tecnologias mais modernas propiciaram maior
produtividade, melhor aproveitamento do terreno e escavações mais profundas e
seguras (MEDEIROS, 2016).
A designação “Muros de Arrimo” é utilizada de uma forma genérica para
referir-se a qualquer estrutura construída com a finalidade de servir de contenção ou
arrimo a uma determinada massa de solo “instável”, ou seja, que tem a possibilidade
de se movimentar para baixo, à partir da sua ruptura por cisalhamento (VARELA,
2013).
Segundo apontamentos de Gerscovich (2010), os muros são:
estruturas corridas de contenção de parede vertical ou quase vertical,
apoiadas em uma fundação rasa ou profunda;
podem ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em concreto
(simples ou armado), ou ainda, de elementos especiais;
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podem ser de vários tipos como gravidade (construídos de alvenaria, concreto


ciclópico, concreto armado, gabiões ou pneus), de flexão (com ou sem
contraforte) e com ou sem tirantes.

A contenção é feita pela introdução de uma armadura ou de elementos


estruturais compostos, que apresentam rigidez distinta daquela do terreno que
conterá. O carregamento da estrutura pelo terreno gera deslocamentos que por sua
vez alteram o carregamento, num processo interativo. Alguns preferem afirmar que o
processo é mais corretamente descrito como sendo de deslocamentos impostos,
gerando carregamentos decorrentes e não o contrário. De qualquer forma,
contenções são estruturas cujo projeto é condicionado por cargas que dependem de
deslocamentos.
A escolha do tipo de contenção a ser utilizada, conforme Barros (2011), deve
levar em consideração três fatores básicos: fator físico, fator geotécnico e fator
econômico.
o fator físico compreende, de forma resumida, a altura da estrutura de
contenção e o espaço disponível para a execução da mesma;
o fator geotécnico leva em consideração o tipo de solo a conter e a
capacidade de suporte do solo da base, além da presença (ou não) de lençol
freático;
o fator econômico está relacionado à disponibilidade de mão de obra
qualificada e materiais, tempo de execução e custo final da estrutura.
Moliterno (1980 apud SOUZA, 2016) acrescenta que qualquer obra de
contenção terá pouca confiabilidade no caso da não observação do comportamento
de construções similares já executadas e de movimentos lentos da encosta que
podem ser constatados somente com a inspeção do local da construção.
Essas estruturas de suporte têm a função de dar estabilidade a uma encosta
ou talude que por si só não estaria estável

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Figura 21: Principais tipos de muros de contenção.


Fonte: PET Engenharia Civil UFJF.

Os principais tipos de estruturas de contenção são os seguintes:


a) muros de peso – alvenaria de pedras, concreto gravidade, gabiões, solo-
pneus, solo reforçado e sacos de solo-cimento;
b) muros de concreto armado – seção em L, com contrafortes e chumbado,
cortina atirrantada;
c) muros em forma de cortina - perfis metálicos com painéis pré-moldados,
estacas pranchas (MARANGON, 2009).
Vejamos alguns desses muros!

4.1 Muros de arrimo por gravidade


Muros de arrimo por gravidade são estruturas corridas que se opõem aos
empuxos horizontais pelo próprio peso. Geralmente, são utilizadas para conter
desníveis pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5m. Os muros de gravidade
podem ser construídos de pedra, concreto ciclópico (simples ou armado), gabiões ou
ainda, pneus usados.

Os Gabiões, por exemplo, são usados como estrutura de contenção em


obras que têm a finalidade de conter maciços de solos, de forma intrigado
ao meio em que se encontra, sua aplicação tem se diversificados não só
como muro de arrimo, como também em revestimento de canais, proteção
de margens de rio e em obras de emergência para contenção de encostas.
Trata-se de um cestão de arame zincado a fogo, ou mesmo arame revestido
com PVC. O cestão é cheio de pedra de mão ou seixos rolados de grande
diâmetro. O empilhamento de várias cestas forma um maciço em condições
de resistir esforço horizontal, devido ao seu elevado peso próprio que se

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consegue com o empilhamento adequado ao problema (MOLITERNO,


1994, p.174 apud SOUZA, 2016, p. 8).

Muro gabião

Figura 22: Muro gabião.


Fonte: https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/39-execucao-de-estruturas-em-gabiao

Temos também os muros de arrimo por flexão que agem como os muros
convencionais, tendo a mesma proporção entre base e altura. Geralmente são
aplicados em aterros ou reaterro, pois necessitam de peso extra. O muro de flexão
conta com uma laje de fundo e outra vertical. São estruturas mais esbeltas com
seção transversal em forma de “L” que resistem aos empuxos por flexão. A laje da
base apresenta, em geral, largura entre 50 e 70% da altura do muro.
São usualmente executados em concreto armado, com ou sem contrafortes.
Se necessário, podem empregar vigas de enrijecimento, no caso de maiores alturas.
Também podem ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores.
Para muros com alturas superiores a cerca de 5 m, é conveniente a
utilização de contrafortes (ou nervuras) para aumentar a estabilidade contra o
tombamento. Tratando-se de laje de base interna, ou seja, sob o retroaterro, os
contrafortes devem ser adequadamente armados para resistir a esforços de tração.
No caso de laje externa ao retroaterro, os contrafortes trabalham à compressão.
Esta configuração é menos usual, pois acarreta perda de espaço útil a jusante da
estrutura de contenção. Os contrafortes são em geral espaçados de cerca de 70%
da altura do muro (GERSCOVICH, 2010).

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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4.2 Paredes diafragmas moldadas “in loco”


A parede diafragma moldada “in loco” é um elemento de fundação e/ou
contenção moldada no solo, realizando no subsolo um muro vertical de concreto
armado cuja espessura pode variar entre 30 cm e 120 cm e profundidade de até 50
metros (VARELA, 2013).
Este muro pode absorver empuxos, cargas axiais e momentos fletores, bem
como ser utilizado como elemento de fundação absorvendo cargas normais,
podendo ser executado com a presença ou não de lençol freático. Esse tipo de
fundação tem a vantagem de se moldar à geometria do terreno, sua execução não
causa vibrações nem grandes descompressões no terreno, podendo ser realizada
muito próximo às estruturas vizinhas existentes, sem ocasionar danos às mesmas.
O emprego das paredes diafragma é muito difundido devido à grande gama
de utilização. Podemos utilizar as paredes diafragma como contenção de subsolo
para construção de garagens subterrâneas, obras de canalização do leito de rios,
cortinas impermeáveis, paredes de trincheiras enterradas, estações do Metrô,
execução de túneis, construção de poços ou silos subterrâneos, dentre outras
aplicações (VARELA, 2013).
Passo a passo para a construção de parede diafragma segundo Mapa da
Obra (2017)10:
1º. preparar as ferragens com lamelas de 2,5 m de largura. Evitar que elas se
sujem com terra ou lama;
2º. usar canaletas-guia para orientar a escavação com clamshell;
3º. a escavação deve ter 12 m de profundidade. Fazer aberturas a cada 2,5 m
para inserir as lamelas metálicas;
4º. as lamelas devem ser inseridas nos pontos escavados com guindastes;
5º. inserir travas de segurança na alça das armaduras, que são suspensas 20 m
em relação ao fundo do buraco escavado, a fim de evitar que o metal toque a
terra;
6º. colocar o tubo que será usado na concretagem da parede diafragma no ponto
central da armadura até que ele atinja o ponto mais profundo da escavação;

10
Disponível em: http://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/confira-o-passo-a-passo-para-construir-
paredes-diafragma/
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7º. rosquear um tubo novo ao que foi inserido no buraco se o primeiro não atingir
a profundidade necessária;
8º. preparar o bocal do tubo para receber o funil usado para despejar o concreto
da betoneira;
9º. inserir chapas nas laterais de cada armadura para separá-las;
10º. após a cura do concreto, limpar o excesso de lama da superfície e fazer o
coroamento das paredes diafragma;
11º. retirar as canaletas-guias e o “concreto podre” com um martelete;
12º. instalar os painéis de madeira que servirão de fôrma às vigas de
coroamento. Depois de curadas, as vigas darão apoio à laje do piso térreo da
construção.

4.3 Estacas prancha


As estacas prancha são estrutura de contenções formadas, em sua grande
maioria, por perfis metálicos cravados justapostos. São adotadas em obras que
necessitam de uma grande estrutura de contenção, podendo ser provisórias ou
permanentes (DALDEGAN, 2016).
São amplamente utilizadas em obras de infraestrutura e obras portuárias,
sendo adotadas principalmente nas seguintes obras:
contenção para valas de rede de água ou esgoto;
proteção de acessos a túneis;
passagens de nível;
obras de contenção convencionais;
obras de contenção submersas;
estacionamento subterrâneos;
contenções para subsolos de edifícios;
construção de piers e cais;
ampliação de piers e cais;
aumento de calados de portos.
A utilização das estacas pranchas deve ser feita com base em uma boa
investigação do solo e um projeto específico de contenção. Além disso, toda a obra
deve ser acompanhada por profissionais qualificados e habilitados.

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A presença de um engenheiro geotécnico é essencial para a garantia de um


serviço bem executado (DALDEGAN, 2016).

4.4 Cortina atirantada


O muro atirantado é construído em terrenos com altura de talude de 4 m a 6
m. O topo do muro é preso por meio de tirantes fixados a uma placa de ancoragem,
esta placa está rigidamente fixada em uma rocha ou solo resistente, a fim de evitar
seu deslocamento. Atualmente, o muro atirantado vem sendo substituído pelas
cortinas atirantadas que apresentam maior facilidade e rapidez na construção. A
cortina atirantada é composta por uma parede bastante rígida de concreto armado,
que é fixado ao terreno por meio de cordoalhas de aço protendidas, recoberta por
calda de cimento aplicada sobre pressão (SOUZA 2016).
A cortina atirantada é um componente construtivo projetado em parâmetro
vertical de taludes e paredes de escavações para conter esforços de empuxos do
solo, impedindo o desabamento de encostas. O sistema é classificado como obra de
infraestrutura e empregado, sobretudo, em construções rodoviárias e subsolos de
edificações.
Os componentes da cortina atirantada consistem em painéis pressionados
por tirantes contra as encostas. Por sua vez, os tirantes são instalados
horizontalmente através dos painéis e ficam presos em um bulbo de calda de
cimento no interior do solo, sendo posteriormente protendidos para imobilizar os
painéis.
As cortinas podem ser confeccionadas com painéis de diversos tipos de
materiais, como por placas de concreto armado, parede diafragma, estacas-
pranchas, estacas-raiz e perfis metálicos intercalados por vigotas de madeira ou por
concreto armado pré-moldado (BONAFÉ, 2018).

4.5 A importância da drenagem devido a influência das águas


Claro que não podemos esquecer do sistema de drenagem que é
fundamental para impedir acúmulo de água entre o retroaterro e o muro, controlando
as pressões de água e evitando o aumento do empuxo. Os dispositivos podem ser
drenos sub-horizontais ou barbacãs e uma camada drenante entre o muro e o

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retroaterro. Para evitar problemas de colmatação do sistema de drenagem que


resultariam em perda de eficiência do sistema de drenagem, deve-se utilizar filtros.
Os filtros impedem que os grãos mais finos sejam carreados junto com a água,
entrem e entupam os drenos (LUIZ, 2014).
Pois bem, vamos fechando nosso módulo com atenção devida ao sistema
de drenagem.
Segundo Gerscovich (2010), grande parte dos acidentes envolvendo muros
de arrimo está relacionada ao acúmulo de água no maciço. A existência de uma
linha freática no maciço é altamente desfavorável, aumentando substancialmente o
empuxo total. O acúmulo de água, por deficiência de drenagem, pode duplicar o
empuxo atuante. O efeito da água pode ser direto, resultante do acúmulo de água
junto ao tardoz interno do muro (ou seja, parte interna do muro), ou indireto,
produzindo uma redução da resistência ao cisalhamento do maciço em decorrência
do acréscimo das pressões intersticiais. A resistência ao cisalhamento dos solos é
expressa pela equação:

Sendo:
c’ e φ’ = parâmetros de resistência do solo;
σ’= tensão normal efetiva;
σ = tensão normal total ;
u = poropressão.

O efeito direto é o de maior intensidade podendo ser eliminado ou bastante


atenuado, por um sistema de drenagem eficaz. Todo cuidado deve ser dispensado
ao projeto do sistema de drenagem para dar vazão a precipitações excepcionais e
para que a escolha do material drenante seja feita de modo a impedir qualquer
possibilidade de colmatação ou entupimento futuro.
Caso a contenção seja um muro de alvenaria de pedras, não necessitará de
sistema de drenagem devido ao material do muro já ser drenante quando as pedras
não são argamassadas. Sua execução é simples e seu uso é normalmente
empregado para muro de até 2 m de altura.

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Os sistemas de drenagem podem ser superficiais ou internos. Em geral, os


projetos de drenagem combinam com dispositivos de proteção superficial do talude.
Sistemas de drenagem superficial devem captar e conduzir as águas que
incidem na superfície do talude, considerando-se não só a área da região estudada
como toda a bacia de captação. Diversos dispositivos (canaletas transversais,
canaletas longitudinais de descida (escada), dissipadores de energia, caixas
coletoras, entre outros) podem ser selecionados para o projeto, dependendo da
natureza da área (ocupação densa, com vegetação, entre outras), das condições
geométricas do talude, do tipo de material (solo/rocha) (GERSCOVICH, 2010).
Sistemas de drenagem subsuperficiais (drenos horizontais, trincheiras
drenantes longitudinais, drenos internos de estruturas de contenção, filtros
granulares e geodrenos) têm como função controlar as magnitudes de pressões de
água e/ou captar fluxos que ocorrem no interior dos taludes.
Estes sistemas tendem a causar rebaixamento do nível piezométrico, sendo
o volume de água que flui através dos drenos diretamente proporcional ao
coeficiente de permeabilidade e ao gradiente hidráulico. Com o rebaixamento do
nível piezométrico, o gradiente hidráulico diminui e o fluxo então vai se reduzindo
progressivamente até se restabelecer uma condição de regime permanente. Em
solos de baixa condutividade hidráulica, esta redução pode significar a inexistência
de um volume de drenagem visível a olho nu, a qual não deve, entretanto, ser
associada à deterioração do dreno. Este tipo de comportamento muitas vezes gera
dúvidas quanto à eficácia do sistema de drenagem, sugerindo a possibilidade de
colmatação. Nesse sentido, recomenda-se a monitoração contínua, através da
instalação de piezômetros, comparando-se registros antes, durante e após a
construção.

Guarde...
A vedação e impermeabilização evita o acesso de umidade ao interior do
subsolo, prevenindo futuras patologias na estrutura.
A drenagem interna rebaixa a linha freática, controla a percolação de água e
reduz os empuxos de terra (BONISSONI, 2017).

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Durante a construção da estrutura de arrimo, a execução dos drenos deve


ser cuidadosamente acompanhada, observando o posicionamento do colchão de
drenagem e garantindo que durante o lançamento do material não haja
contaminação e/ou segregação (GERSCOVICH, 2010).
Gerscovich (2010) também diz que é importante verificar na fase de projetos
as máximas precipitações na região que a obra está sendo executada, a fim de
dimensionar o dreno para a situação mais desfavorável. O sistema de drenagem
deve dar vazão às chuvas excepcionais, portanto, a escolha do material drenante
deve ser realizada de modo a evitar qualquer possibilidade de colmatação ou
entupimento do dreno.

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REFERÊNCIAS

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