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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
UNIDADE 1 – GERENCIAMENTO DE PROJETOS EM OBRAS DE ENGENHARIA 7
1.1 Conceitos e definições .......................................................................................... 7
1.2 Grupos de processo e áreas de conhecimento ................................................... 10
1.3 Benefícios do gerenciamento de projetos ........................................................... 12
UNIDADE 2 – GESTÃO DA QUALIDADE................................................................ 18
2.1 A gestão da qualidade total ................................................................................. 19
2.2 Os princípios e as características da qualidade total .......................................... 20
2.3 Os benefícios da qualidade total na construção civil ........................................... 21
2.4 Aquisição e gerenciamento de uma obra – a busca da qualidade ...................... 22
2.5 Modelos de conformidade de gestão da qualidade – SiAC/PBQP-H .................. 26
UNIDADE 3 – GESTÃO DE PESSOAS E A SEGURANÇA NO TRABALHO ......... 29
3.1 Violência no local de trabalho.............................................................................. 30
3.2 Acidente de trabalho e normas regulamentadoras de segurança ....................... 31
3.3 A gestão de conflitos ........................................................................................... 35
UNIDADE 4 – RESPONSABILIDADES .................................................................... 39
4.1 ART ..................................................................................................................... 39
4.2 Responsabilidade Civil ........................................................................................ 41
4.3 Responsabilidade Penal ...................................................................................... 46
4.4 Responsabilidade Administrativa e Ambiental..................................................... 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
3

INTRODUÇÃO

No Brasil, o setor da construção civil movimenta algo em torno de 6,2% do


PIB1 Nacional, com mais de 12 milhões de postos de trabalho diretos, indiretos e
informais (CBIC, 2018). Esses números nos mostram a sua importância, e por
conseguinte, a necessidade de tratarmos de projetos, pessoas e qualidade de obras
de Engenharia que envolvem concreto armado, assuntos deste módulo.
O setor da construção civil tem papel fundamental na economia nacional,
atendendo a diversos outros setores chave, como o setor de transporte com obras
de estradas e ferrovias, portos, aeroportos, setor de energia (hidroelétricas, usinas
nucleares, entre outros), setor de edificações comerciais e residenciais que
contribuem para a redução do déficit habitacional e trazem infraestrutura para as
cidades. É o setor com o maior poder de elevar o crescimento da economia em um
curto e médio prazo, por absorver tanto mão de obra qualificada, quanto
desqualificada, gerando empregos em larga escala (BONFIM, 2011).
A indústria da construção civil é considerada como grande propulsora da
economia de um país, o que pode ser explicado por ser um dos setores industriais
mais sensíveis às mudanças econômicas (BRASIL, 2005).
Também é um ramo da indústria que difere dos demais em muitos pontos,
com muitas particularidades, principalmente em termos de concepção do produto,
que no Brasil ainda se dá principalmente de forma artesanal, com o uso intensivo da
mão de obra.

1 O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e
serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades),
durante um período determinado (mês, trimestre, ano, entre outros).
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 1: Indústria.
Fonte: https://pt.pngtree.com/freepng/construction-worker_3137081.html

De acordo com Morais e Souza Junior (2011), a sua participação oscila de


acordo com certos períodos, decresce nos períodos recessivos, enquanto que seu
crescimento é maior que a média nacional, em épocas de expansão. Além da
significativa importância econômica da indústria da construção civil brasileira, este
setor apresenta relevante papel social, particularmente em função de dois aspetos, a
saber: relacionado à sua grande capacidade de absorção de mão de obra e; devido
ao elevado déficit habitacional (BRASIL 2005).
Outras características da construção civil que podem ser apresentadas como
relevantes para a economia do país seriam a capacidade de geração de impostos e
se apresentar como um dos mais reduzidos coeficientes de importação (BRASIL,
2005).
É fato que a construção civil exerce impacto positivo através da geração de
empregos na economia do país. Observa-se que o setor industrial da construção,
mesmo durante a crise mundial iniciada em 2008, ficou em segundo lugar em
contratações, atrás apenas do setor do comércio (RODRIGUES, 2008).
Projetos, pessoas, tecnologia e qualidade são áreas que consideramos
especiais, elas tangenciam os conteúdos específicos e no caso das obras em
concreto armado, são essenciais, uma vez que as obras demandam um projeto bem
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elaborado, seguido passo a passo; devem primar pela qualidade; são realizadas por
pessoas, para pessoas e, claro, utilizam, em muitos casos, as mais modernas
tecnologias colocadas a serviço do ser humano.
Pois bem, a primeira unidade contemplará o gerenciamento de projetos:
conceitos, objetivos, a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para a
execução de projetos de forma eficaz. Trata-se de uma competência estratégica
para as organizações, permitindo que elas unam os resultados dos projetos com os
objetivos do negócio.
A segunda unidade abordará a gestão da qualidade, os seus benefícios
aplicada à construção civil que são inúmeros, dentre eles: o aumento da
produtividade; a redução de custos e desperdícios nos processos; redução nos
custos com assistência técnica; satisfação dos clientes; e, uma melhor organização
do canteiro.
A terceira unidade ficará para gestão de pessoas. Terra (2017) nos explica
que a construção civil é uma indústria com características bem particulares marcada
pelo intenso uso da mão de obra. Portanto, as pessoas se tornam ainda mais
cruciais nos processos, além de que, em grande parte das obras, a moldagem e o
artesanato se fazem presentes. Com isso, uma boa gestão da mão de obra é
fundamental para empresas que buscam ganhar competitividade neste mercado
globalizado e concorrido.
E por fim, na última unidade, falaremos das responsabilidades desse
profissional, geralmente, o responsável pelo projeto que elaborou, pela solidez e
segurança da obra, utilizando os materiais adequados e por danos causados a
terceiros na execução da obra, lembrando de imediato que a responsabilidade civil é
a consequência jurídica da violação de um dever ou direito, que acarretou dano a
outrem, assim surge o dever de reparar a vítima.
Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se
fazem necessárias:
1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas
efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da
World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao
acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira

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para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo
da leitura e, mais, para manterem-se atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo
original2, pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que
têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também
reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser
deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos
estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de
comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado
pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância.
3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Interpretação
reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos ao seu
julgamento” (FERREIRA, 2005)3, ou conjunto de soluções dadas às questões de
direito pelos tribunais superiores, algumas delas poderão constar em nota de rodapé
ou em anexo, a título apenas de exemplo e enriquecimento.
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições
ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento
crítico.
5) Pedimos compreensão por usar a lógica ocidental tradicional que funciona
como uma divisão binária: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x
mulher, mas na medida do possível iremos nos adequando à identidade de gênero,
cientes de que no mundo atual as pessoas tem liberdade de se expressarem de
forma tão diversa e plural e que o respeito à singularidade e a tolerância de cada
indivíduo torna-se fator de extrema importância.
6) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou
seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para
fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que
os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos
científicos.

2
Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou
similares.
3
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora
Positivo, 2005.
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Por fim:
7) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para
consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última
está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl +
clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis
complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso esteja com material
impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local.

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UNIDADE 1 – GERENCIAMENTO DE PROJETOS EM


OBRAS DE ENGENHARIA

Todos nós temos objetivos e vivemos planejando com o intuito de alcançar


alguma meta. Com as empresas, o que acontece não é diferente, porém, ao
contrário de nós, enquanto seres sociais que somos, que planejamos comprar uma
bicicleta, fazer uma viagem, ter uma casa mais confortável, por exemplo, as
empresas têm como objetivo aumentar sua participação no mercado, fazer uma
marca sobressair-se, enfim, obter maiores lucros.
O gerenciamento de projetos tem por objetivo, entre outros, propiciar
redução de custos, minimização dos riscos e redução dos erros nos processos
produtivos. Sua validação, no entanto, consolida-se a partir de indicadores de
eficácia de desempenho na gestão de seus fluxos de trabalho.
Em um projeto, buscam-se resultados satisfatórios desde o início ao final de
sua execução, isto é, atender as exigências e as expectativas de seus clientes e
acionistas da organização contratante.

1.1 Conceitos e definições


Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço
ou resultado exclusivo. A natureza temporária dos projetos indica que eles têm um
início e um término definidos. O término é alcançado quando os objetivos do projeto
são atingidos ou quando o projeto é encerrado porque os seus objetivos não serão
ou não podem ser alcançados, ou quando a necessidade do projeto deixar de existir.
Um projeto também poderá ser encerrado se o cliente (cliente, patrocinador ou
financiador) desejar encerrá-lo. Temporário não significa necessariamente de curta
duração. O termo se refere ao engajamento do projeto e à sua longevidade.
O termo temporário normalmente não se aplica ao produto, serviço ou
resultado criado pelo projeto; a maioria dos projetos é empreendida para criar um
resultado duradouro. Por exemplo, um projeto de construção de um monumento
nacional criará um resultado que deverá durar séculos. Os projetos também podem
ter impactos sociais, econômicos e ambientais que terão duração mais longa que os
projetos propriamente ditos.

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O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), através da


Decisão Normativa n° 106, de 17 de abril de 20154, conceitua oficialmente o termo
projeto na construção civil no Brasil e lhe atribui algumas tipificações.
O projeto é definido

[...] como a somatória do conjunto de todos os elementos conceituais,


técnicos, executivos e operacionais abrangidos pelas áreas de atuação,
pelas atividades e pelas atribuições dos profissionais da Engenharia [...]
(CONFEA, 2015, p. 62).

Ainda de acordo com o CONFEA (2015), o projeto é tipificado em projeto


básico e projeto executivo, e o projeto arquitetônico como uma subcategoria de
projeto básico.
I – O Projeto Básico, abordado pela Resolução n° 361, de 1991, e pela
Orientação Técnica IBRAOP/OT – IBR 001/20065, consiste nos principais conteúdos
e elementos técnicos correntes aplicáveis às obras e aos serviços, sem restringir as
constantes evoluções e impactos da ciência, da tecnologia, da inovação, do
empreendedorismo e do conhecimento e desenvolvimento do empreendimento
social e humano, nas seguintes especialidades:
a) levantamento topográfico; b) sondagem; c) projeto arquitetônico; d)
projeto de terraplenagem; e) projeto de fundações; f) projeto estrutural; g) projeto de
instalações hidráulicas; h) projeto de instalações elétricas; i) projeto de instalações
telefônica, de dados e som; j) projeto de instalações de prevenção de incêndio; k)
projeto de instalações especiais (lógicas, CFTV, alarme, detecção de fumaça); l)
projeto de instalações de ar-condicionado; m) projeto de instalações de transporte
vertical; e, n) projeto de paisagismo.
Parágrafo único. Esclarecer que, conforme disciplinamento da Orientação
Técnica IBRAOP/OT – IBR 001/2006, Projeto Arquitetônico consiste em uma
subcategoria tipificada do “Projeto Básico”, cujo conteúdo técnico de seu desenho
pode contemplar: situação; implantação com níveis; plantas baixas e de cobertura;
cortes e elevações; detalhes que possam influir no valor do orçamento; indicação de
elementos existentes, a demolir e a executar, em caso de reforma ou ampliação; e

4
Disponível em: http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=56161
5
Disponível em: http://www.ibraop.org.br/wp-content/uploads/2013/06/orientacao_tecnica.pdf
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cujo conteúdo técnico de sua especificação pode contemplar materiais,


equipamentos, elementos, componentes e sistemas construtivos.
II – O Projeto Executivo, que consiste no conjunto dos elementos
necessários e suficientes à execução completa da obra ou do serviço, conforme
disciplinamento da Lei n° 8.666, de 1993, e das normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT (CONFEA, 2015).
O PMBOK®6 (2013) explica que cada projeto cria um produto, serviço ou
resultado único. O resultado do projeto pode ser tangível ou intangível. Embora
elementos repetitivos possam estar presentes em algumas entregas e atividades do
projeto, essa repetição não muda as características fundamentais e exclusivas do
trabalho do projeto. Por exemplo, prédios de escritórios podem ser construídos com
materiais idênticos ou similares e pelas mesmas equipes ou equipes diferentes.
Entretanto, cada projeto de prédio é único, com uma localização diferente, um
design diferente, circunstâncias e situações diferentes, partes interessadas
diferentes, entre outros.
Fato é que, no contexto de acirrada concorrência que vivem as empresas, o
tempo, a facilidade de adaptação, capacidade de inovação, a qualidade, baixos
custos e preços passaram a figurar como vantagens competitivas. Em resposta às
essas exigências, o gerenciamento de projetos mostra-se essencial para tornar a
administração do processo de criação de um produto, realização de um serviço ou,
ainda, execução de qualquer tipo de projeto, mais organizada e coerente
(RODRIGUES, 2014).
Enfim, gerenciar um projeto é justamente aplicar conhecimento, habilidades,
ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos seus requisitos. O
gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e integração
apropriadas dos 47 processos de gerenciamento de projetos, logicamente
agrupados em cinco grupos de processos, os quais veremos sucintamente a seguir.

6 O PMBOK é um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos que fornece diretrizes para


o gerenciamento de projetos individuais e define os conceitos relacionados com o gerenciamento de
projetos. Ele também descreve o ciclo de vida de gerenciamento de projetos e seus respectivos
processos, assim como o ciclo de vida do projeto, contendo padrão e guia globalmente reconhecidos
para a profissão de gerenciamento de projetos.
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1.2 Grupos de processo e áreas de conhecimento


Os grupos de processos representam o ciclo do gerenciamento e ocorrem
pelo menos uma vez em cada fase do projeto. São eles:
1) Iniciação: tem como objetivo reconhecer que um projeto ou fase deve
começar e se comprometer com a sua execução.
2) Planejamento: tem como objetivo detalhar tudo aquilo que será executado no
projeto. Nesta etapa são executados os planos de custo, prazo, qualidade,
comunicações, recursos humanos, aquisições e riscos.
3) Execução: tem como objetivo coordenar os recursos para realizar o que foi
planejado.
4) Controle: tem como objetivo assegurar que os objetivos do projeto estão
sendo atingidos, através da comparação do status atual do projeto com status
previsto pelo planejamento, tomando as devidas medidas corretivas ou
preventivas se necessário. Acontece paralelamente ao planejamento e à
execução do projeto.
5) Encerramento: tem como objetivo formalizar a aceitação do projeto e
promover uma análise das falhas ocorridas para que se transformem em
lições aprendidas para projetos futuros.

Figura 2: Grupos de processos.


Fonte: PMI (2008).

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Quanto às áreas de conhecimento propostas pelo PMI7, teremos:


1) O gerenciamento da integração tem o objetivo de harmonizar as interfaces
das demais disciplinas do gerenciamento de projetos para que elas funcionem
corretamente, deste modo, incluem-se as atividades de unificação,
consolidação e articulação de informações que são fundamentais para o
progresso e, posteriormente, finalização do projeto.
2) O gerenciamento do escopo do projeto é a área que abrange os processos
requeridos para garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e
somente o trabalho necessário, para terminar o projeto de maneira bem-
sucedida. Esse gerenciamento tem a preocupação fundamental de definir e
controlar o que está e o que não está incluído no projeto.
3) O gerenciamento do tempo contempla os processos necessários para
assegurar a conclusão do projeto no prazo previsto.
4) O gerenciamento do custo abrange os processos necessários para assegurar
a conclusão do projeto conforme seu orçamento previsto.
5) O gerenciamento da qualidade contempla os processos e as atividades da
organização executora que estabelecem as políticas da qualidade, os
objetivos e as responsabilidades, implementados por meio de planejamento,
controle, garantia e melhoria, dentro do sistema de gestão da qualidade
recomendada pela NORMA ISO 9001, de modo que o projeto satisfaça às
necessidades para as quais foi concebido.
6) O gerenciamento de recursos humanos inclui os processos que organizam e
gerenciam a equipe do projeto.
7) O gerenciamento das comunicações inclui os processos necessários para
assegurar que as informações do projeto sejam obtidas e disseminadas de
maneira adequada.
8) O gerenciamento dos riscos abrange os processos necessários para
identificar, analisar e responder os riscos do projeto.
9) O gerenciamento das aquisições contempla os processos necessários à
obtenção de produtos e serviços externos à organização executora.

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Project Management Institute.
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10) O gerenciamento dos stakeholders abrange os processos necessários para


garantir a identificação e o gerenciamento dos mais variados interesses no
projeto.
Quando falamos em gerenciar um projeto, é imprescindível pensar nos seus
interessados finais que chamamos de stakeholders. Eles são na verdade as
empresas, indústrias, incorporadores, investidores, poder público, dentre outros. É
através destes agentes que nasce a concepção dos empreendimentos.
É preciso superar ou pelo menos atender às expectativas e às necessidades
das partes interessadas que requer o equilíbrio das exigências impostas pelos
seguintes itens:
a) escopo, tempo, custo e qualidade;
b) partes interessadas com necessidades e expectativas diferentes;
c) exigências identificadas (necessidades) e exigências não identificadas
(expectativas).

1.3 Benefícios do gerenciamento de projetos


De maneira generalizada, quando uma empresa aplica o gerenciamento de
projetos, teremos os seguintes benefícios:
evita surpresas durante a execução dos trabalhos;
permite desenvolver diferenciais competitivos e novas técnicas;
antecipa situações desfavoráveis para que ações preventivas e corretivas
possam ser tomadas antes que essas situações se consolidem como
problemas;
adapta os trabalhos ao mercado consumidor e ao cliente;
disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos;
agiliza as decisões já que as informações estão estruturadas e
disponibilizadas;
aumenta o controle gerencial de todas as fases a serem implementadas
devido ao detalhamento ter sido realizado;
melhora a capacidade de adaptação do projeto;
otimiza a alocação de pessoas, equipamentos e materiais necessários;
documenta e facilita as estimativas para futuros projetos.

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Em se tratando de obras, a redução de custos é um dos maiores benefícios


do gerenciamento de projetos, pois ele gera economia na obra, mesmo que, muitas
vezes, certo materiais tenham um custo elevado.
Ajuda a antecipar situações desfavoráveis ao permitir que eventuais erros ou
problemas possam ser solucionados antes do início da obra, fazendo com que o
cronograma seja realizado dentro do previsto.
Controla o estoque de materiais, ou seja, evita o desperdício e ajuda a
manter a obra com os gastos dentro do orçamento. Através do gerenciamento, é
possível saber quando é necessário comprar algum item ou material, sem causar
desperdício.
O gerenciamento de projetos da construção civil apresenta alguns pilares
importantes, sendo necessário que gestores da área o conheçam e o apliquem em
suas atividades, como planejamento, gestão de pessoas e gestão de obra.
Polipo (2016) apresenta uma metodologia voltada para a área da construção
civil chamada “Cubo de Gestão” que vale a pena explorarmos.
O método “Cubo de Gestão”, propõe que o gerenciamento do
empreendimento seja desenvolvido de forma integrada, ou seja, que haja interação
entre as perspectivas de gerenciamento do projeto, de gerenciamento do produto e
de gerenciamento da produção. Nesta visão, as decisões em cada uma das áreas
de conhecimento levam em consideração os requisitos das demais e o impacto nas
mesmas.

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Figura 3: Cubo de Gestão.


Fonte: Polipo (2016, p. 9).

O autor explica que o PMBOK® dá forma ao esqueleto utilizado, primeiro por


sua simplicidade de estruturação, flexibilidade de aplicação e aceitação; e segundo
por seu rigor nos métodos de monitoramento e controle e sua afinidade com
sistemas de gestão ISO90018, ISO140019 e OHSAS1800110. Já o Lean
Construction11 dá formato ao planejamento e ao controle da produção, logística e
redução de desperdício.

8 É a norma que certifica os Sistemas de Gestão da Qualidade e define os requisitos para a


implantação do sistema. Este documento possui ferramentas de padronização, é um modelo seguro
para a implantação da Gestão da Qualidade.
9 A ISO 14001:2015 incorpora além de questões estratégicas, a preocupação com a cadeia de valor,
ciclo de vida, entre outras mudanças.
10 A OHSAS 18001 é uma norma internacional que define os requisitos de boas práticas em gestão
de saúde e segurança ocupacional para organizações de qualquer tamanho. Ela fornece diretivas que
ajudam a organização a criar a sua própria estrutura de saúde e segurança, permitindo trazer todos
os controles e processos relevantes em um sistema de gestão.
11 O modelo Lean Construction entende a produção como um fluxo de materiais constituído por
atividades de transporte, espera, processamento e inspeção, sendo que as atividades de transporte,
espera e inspeção não agregam valor ao produto final. São denominadas atividades de fluxo.

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O desenvolvimento de forma integrada permite que cada definição seja


tomada objetivando o melhor para o resultado final e não o melhor para sua
perspectiva.
O gerenciamento do produto está relacionado às características técnicas
que o produto deve possuir. É normalmente orientado ao cliente. Já o
gerenciamento do projeto diz respeito ao esforço e os recursos necessários para se
obter o produto. Normalmente, busca responder às perguntas: O que deve ser feito?
Por quem? Quando? Com que recursos? Com que custo? Com que qualidade?
(PRADO; ARCHIBALD, 2004; PMBOK, 2009).
O gerenciamento da produção está relacionado à execução propriamente
dita, tendo como foco a melhor utilização dos recursos, a redução da variabilidade
dos fluxos, e a redução do desperdício, eliminando atividades que não agregam
valor (transporte, retrabalho, estoque) e melhorando a produtividade das que
agregam.
O gerenciamento do produto aborda a análise de construtibilidade, a
definição das tecnologias construtivas, o atendimento a padrões e requisitos
construtivos, a definição das necessidades de projetos executivos e sua elaboração
e a compatibilização entre todos. Nesse processo, é essencial que sejam analisadas
questões relacionadas ao gerenciamento do trabalho (projeto) e gerenciamento da
produção.
O gerenciamento do projeto aborda a identificação dos stakeholders, o
levantamento de requisitos (normativos, técnicos, legais, ambientais, entre outros),
premissas, restrições, riscos, detalhamento do escopo bem como suas exclusões,
planejamento de aquisições, comunicações, recursos humanos, segurança do
trabalho, entre outros. Estes requisitos, premissas e restrições identificadas devem
ser levados ao planejamento do produto e da produção de forma a ser atendidos o
mais breve possível.
O gerenciamento da produção aborda o plano de ataque, o planejamento
logístico, o planejamento e controle da produção e a redução do desperdício sobre a
perspectiva da Lean Construction. O grau de importância de cada uma das
perspectivas e de suas respectivas áreas de conhecimento, bem como a importância

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relativa entre elas varia de empreendimento para empreendimento, em função de


suas características.
Para que este modelo seja aplicado, o processo de planejamento do projeto
e da produção deve iniciar logo após o início de desenvolvimento dos projetos, de
forma que as demandas de cada um sejam identificadas a tempo de serem
atendidas no menor custo e prazos possíveis. Quanto antes um requisito for
identificado, mais simples, rápido e barato será seu atendimento.
Um exemplo simples desta integração das 3 perspectivas: durante o
planejamento da produção, foi identificada a necessidade de utilização de lajes do
pilotis para carga, descarga e estoque de materiais afim de se otimizar a utilização
do canteiro e reduzir o fluxo e o custo da logística. Este requisito leva à uma
alteração no projeto do produto, especificamente no projeto estrutural, reforçando a
estrutura para suportar as cargas temporárias previstas.
Essa alteração também leva a uma avaliação pelo planejamento do projeto
de forma a avaliar e aprovar possíveis impactos nos prazo, custo, escopo, entre
outros. Esse modelo possibilita influenciar nas escolhas realizadas de forma a
maximizar a geração de valor e atender aos requisitos, às premissas e às restrições
identificadas durante este processo.
Também durante o desenvolvimento são analisadas questões como:
construtibilidade, plano de ataque, técnicas construtivas, projeto logístico de alto
nível, projetos específicos de produção (alvenaria, impermeabilização, caixilhos,
entre outros).
O método propõe que o gerenciamento (planejamento, o monitoramento e o
controle) exista em ondas sucessivas, com três níveis, com diferentes focos e
diferentes níveis de autonomia e tomada de decisão, diferenciados entre si por
critérios como horizonte de planejamento, tipo de produto e natureza da decisão.
Essa hierarquização possibilita o maior detalhamento dos planos à medida que as
informações disponíveis aumentam e a incerteza reduz.
É condição sine qua non que exista consistência e sinergia entre os níveis
hierárquicos da gestão. Busca-se desta forma obter a agilidade na percepção de
desvios a fim de se reduzir os risco e aumentar a rapidez na tomada e

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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implementação de ações, reduzindo os impactos nos objetivos do projeto (custo,


prazo, qualidade).
Não há dúvidas da importância de planejar e ser ágil para replanejar. O bom
planejamento deve ser factível e flexível de forma a continuar refletindo a realidade
da obra ao do longo do ciclo de vida do projeto. O método busca por um lado
proporcionar efetividade e eficiência, mas por outro lado, flexibilidade e capacidade
de reagir à incerteza (POLIPO, 2016).
Especificamente em obras de Engenharia, o profissional (engenheiro civil no
caso) deve atender ao tripé prazo, custo e qualidade em todas as etapas
construtivas de sua obra, entendendo que ao prezar pela boa técnica alinhada a um
bom planejamento e controle das atividades reduzirá o prazo da construção e
deixará de ter custos com manutenções devido às manifestações patológicas
causadas pela falta de qualidade na fase de execução da obra, além da garantia de
atendimento aos requisitos de desempenho e vida útil da edificação.
Um bom gestor de canteiro de obras também deve atentar-se para o
atendimento da sustentabilidade, através da escolha de fornecedores de materiais
que se preocupem em reduzir os impactos causados ao meio ambiente durante as
etapas de fabricação e logística de entrega dos materiais, da redução dos índices de
consumo, reduzindo a quantidade de resíduos, destinação correta dos resíduos da
construção e uso consciente de água e energia no canteiro (FABRÍCIO, 2016).
Essas relações custo, prazo, qualidade e sustentabilidade, veremos na
próxima unidade que tratará da qualidade.

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UNIDADE 2 – GESTÃO DA QUALIDADE

Diferencial competitivo! Eliminar desperdícios, reduzir gastos e custos


operacionais sem perder qualidade, essas são ações e direções que movem as
empresas na atualidade, principalmente num ambiente onde os materiais e a mão
de obra são volumosos como no setor de construção.
Outro motivo que vai um pouco na contramão do que falamos na introdução
se relaciona com o cenário de incertezas que a indústria da construção civil vem
vivendo. Ela tem a necessidade de se reinventar enxugando custos e investindo em
planejamento e produtividade para garantir margens lucrativas e manter o
faturamento ativo, além de prezar pela qualidade da obra. Entretanto, nessa mesma
indústria, ainda hoje, existem obras sendo executadas de formas artesanais sem um
planejamento formal, garantias de prazos ou orçamento.
Braga (2016) nos lembra que o processo de transformação da construção
civil de uma produção artesanal para uma produção visando à produtividade passa
pelo planejamento e nesse contexto há a necessidade do gerenciamento do canteiro
de obras que nada mais é do que a materialização de todo planejamento do projeto,
pois a cada etapa do projeto de uma construção, o canteiro deve ser modificado
para melhor atender as necessidades, materiais devem ser previamente adquiridos
e armazenados, a mão de obra deve ser treinada, resíduos descartados, tudo isso
para que o projeto a ser construído ande sempre pensando na melhoria contínua, no
aumento da produtividade, adequação aos prazos e redução dos custos sem nunca
perder a qualidade. Só com um canteiro bem gerido e em simbiose com o projeto a
indústria da construção poderá enxugar custos de forma inteligente e eficaz e assim
sobreviver à crise.
Mas qual a função da qualidade dentro da gestão de obras?
Simples: está relacionada à necessidade de um programa de melhorias para
obter vantagem sobre a concorrência. O mercado demanda maior qualificação das
empresas de forma a garantir aos clientes o recebimento de um produto de
qualidade (TONETTO, 2016).
Na prática, o sistema de gestão da qualidade é importante para uma
empresa da construção civil na gestão de obras, pois este busca a padronização,
controla os serviços executados, evita retrabalhos que gerariam custos
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desnecessários, combate desperdício de materiais e tempo, e por fim promove a


satisfação do cliente e, consequentemente, a imagem da empresa.

Em um canteiro de obras, o gerenciamento visará:


- reduzir os custos operacionais, através da diminuição dos custos da
qualidade e aumento da eficiência;
- aumento da transparência e conhecimentos dentro do canteiro;
- aumento da motivação dos empregados à medida que eles trabalham com
maior eficiência; e,
- aumento da satisfação dos clientes por terem os requisitos atendidos.

A Figura abaixo demonstra que: com o equilíbrio entre custo x prazo x


qualidade x sustentabilidade há a otimização da gestão do canteiro de obras.

Figura 4: Gestão de canteiro – foco no equilíbrio.


Fonte: Morais (2017, p. 11).

De maneira bem simplificada, qualidade é adequação ao uso, ou a empresa


muda ou ela fica defasada em relação ao mercado, perdendo sua competitividade.

2.1 A gestão da qualidade total


A qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado diretamente à
percepção de cada pessoa, influenciada por diversos fatores, como cultura, modo de
pensar, tipo de produto ou serviço prestado. As necessidades e expectativas
também influenciam diretamente nessa definição. De uma forma ou de outra,
podemos afirmar que a satisfação do cliente é uma condição primordial de qualquer
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organização, para que a empresa sobreviva e desenvolva-se em um ambiente


competitivo e de rápidas mudanças (GARRAFOLI, 2010).
Conforme Falconi (2013), um produto ou serviço de qualidade é aquele que
atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no
tempo certo às necessidades do cliente. Isso significa para o mesmo: um projeto
perfeito; sem defeitos; baixo custo; segurança do cliente, entrega no prazo certo, no
local certo e na quantidade certa.
Por sua vez, a Gestão da Qualidade Total é um conjunto de pensamentos
estratégicos que visam a melhoria contínua e a eficiência de todos os processos,
passando pelo planejamento, organização, produção e avaliação dos resultados.
Muito utilizadas na administração, essas práticas envolvem também a mudança de
postura dos gestores, fornecedores e clientes – afinal, eles também devem fazer
parte do sucesso de qualquer projeto, assim como todos os colaboradores.
O TQM (Total Quality Management) é uma iniciativa de gestão que ajuda a
criar uma cultura de confiança, participação e aprendizado contínuo por todos os
envolvidos nas atividades de uma empresa (ALVES, 2017).

2.2 Os princípios e as características da qualidade total


São dez os princípios que orientam a administração para a qualidade total:
1. Total satisfação do cliente.
2. Gerência participativa.
3. Desenvolvimento dos recursos humanos.
4. Constância de propósitos.
5. Busca da melhoria contínua.
6. Gerência de processos.
7. Delegação.
8. Comunicação e disseminação de informações.
9. Garantia da qualidade.
10. Não aceitação de erros (BEZERRA, 2015).

Além desses princípios, Garvin (2002) cita caraterísticas inerentes à


qualidade que vêm de encontro aos nossos propósitos:

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a) Desempenho: essa dimensão se refere às características operacionais


básicas num produto, porém esses atributos muitas vezes refletem
preferências pessoais, assim torna-se difícil a análise.
b) Característica: engloba os adereços dos produtos e suas características
secundárias que suplementam o funcionamento do produto final.
c) Confiabilidade: direciona a probabilidade de mau funcionamento de um
produto ou de ele falhar.
d) Conformidade: estabelece o grau em que o projeto e as características
operacionais de um produto estão de acordo com padrões pré-estabelecidos.
e) Durabilidade: diz respeito à vida útil do produto, ou seja, o tempo de uso
proporcionado por ele até ele se deteriorar fisicamente.
f) Atendimento: refere-se à rapidez, cortesia e facilidade de reparo no
atendimento a um cliente.
g) Estética: considera a aparência de um produto, o que se sente com ele, qual
o seu som, sabor ou cheiro.
h) Qualidade percebida: varia com a percepção individual de cada consumidor, e
está relacionada com a expectativa pessoal sobre determinado produto.
Com essa nova concepção de qualidade, toda a empresa passa a ser
responsável pela diminuição de custos e correção de defeitos. O alcance da
qualidade de um produto passa a ser estendido para todas as atividades e áreas de
uma empresa (TONETTO, 2016).

2.3 Os benefícios da qualidade total na construção civil


A construção civil possui todos os itens necessários para a implantação da
gestão da qualidade total: projetos, objetivos, etapas produtivas complexas e
serviços difíceis de mensurar. Por isso, é essencial contar com ferramentas que
ajudem na gestão de pessoas, na redução de desperdícios e na produtividade dos
funcionários.
Se realizada com seriedade e atenção a cada um dos princípios e etapas, a
gestão da qualidade total se torna uma importante aliada na realização de atividades
dentro e fora do canteiro de obras. Operários, supervisores, gestores e fornecedores
de materiais ou equipamentos devem ser envolvidos no processo, dessa maneira,

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será possível identificar os pontos de fraqueza da empresa e otimizar o


entendimento entre as equipes e a entrega de projetos.
Gerenciar a qualidade é o primeiro passo para garantir a qualidade da obra.
Os processos envolvidos na gestão da qualidade visam assegurar que cada uma
das fases seja concluída com a qualidade desejada, ou seja, cada uma das etapas
precisa adequar-se perfeitamente aos requisitos de qualidade estabelecidos pela
construtora e esperada pelo cliente.
Os benefícios da gestão da qualidade aplicada à construção civil são
inúmeros, dentre eles podemos citar:
controlar e planejar as atividades do projeto;
controlar e planejar as atividades de construção;
melhor organização do canteiro;
assegurar a adequação dos recursos necessários à construção, que incluem
equipes, materiais, equipamentos e outros insumos;
melhorar/aumentar a produtividade e a qualidade dos serviços;
reduzir desperdícios nos processos, reduzir custos com assistência técnica e
reduzir, enfim, os custos do empreendimento;
otimizar as relações com os clientes;
melhorar a imagem da empresa, obtendo maiores e melhores participações
no mercado.

É fato: a construção civil tem na atualidade uma forte necessidade de se


reinventar a cada dia, principalmente nos cenários de crise econômica que circulam
pelo país, portanto: enxugar custos, investir em planejamento e produtividade,
mantém o faturamento ativo e conquistam os clientes.

2.4 Aquisição e gerenciamento de uma obra – a busca da qualidade


A qualidade na aquisição envolve todos os materiais que são utilizados
como insumos da construção. Essa função envolve diversos setores da empresa
construtora como o setor de projetos, o de compras e o de recebimento nas obras
em si (TONETTO, 2016).

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O trabalho de aquisição deve ainda permitir a integração desses setores


para maximizar a qualidade dos materiais adquiridos. Para tanto, Souza e Abiko
(1997) indicam os seguintes elementos de avaliação:
- especificação de materiais;
- controle da qualidade de recebimento;
- operacionalização em obra;
- qualificação de fornecedores.
Pois bem, escolhidos os materiais e os fornecedores baseados em critérios
de qualidade, inclusive seguindo as normas da ABNT para especificações e
materiais de construção, partimos para a qualidade no gerenciamento que está mais
direcionada aos processos e procedimentos técnicos e administrativos executados
pela empresa para a gestão da qualidade na obra. Souza e Abiko (1997) direcionam
três elementos de análise:
- qualidade na execução dos serviços;
- aplicação em obra;
- qualificação de fornecedores de serviços.

Suzuki (2000 apud TONETTO, 2016) explica que, na fase de execução, gira-
se o ciclo PDCA. Dessa forma, em cada serviço, para se obter qualidade, é preciso
padronizar e planejar sua execução, treinar a mão de obra envolvida, fazer de
acordo com o que foi planejado, checar o que foi realizado e, enfim, tomar ações
corretivas quando necessário. É necessário nessa etapa, o uso dos projetos para
produção. O projeto pode englobar não somente o detalhamento construtivo
(produto), mas também aspectos relativos ao planejamento da produção como
procedimentos da execução com passo a passo das atividades, condições de início
de serviço, frentes de trabalho e diretrizes para controle da qualidade (MELHADO,
2005).
Documentar procedimentos executivos de cada serviço permite treinamento
da mão de obra e melhora a qualidade do produto final. Na tabela abaixo seguem
exemplos de controles em diferentes etapas da obra.

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Exemplo de controle para edifícios habitacionais


CONTROLES

Elementos Ocasionais Importantes Essenciais


Topografia Declividades, desníveis, Obras vizinhas, interferências Locação do terreno,
cotas, ângulos. no terreno, raio de ação de locação dos eixos
equipamento. principais da obra.
Referência de nível.
Fundações Prumo, nível, seções, Área de apoio, profundidade ou Locação dos
integridade de estacas cota de apoio, continuidade, elementos, cotas de
pré-moldadas, energias resistência do concreto, arrasamento.
de cravação ou posicionamento das armaduras.
compactação.
Estrutura Nível, prumo, ângulos, Resistência do concreto, Locação dos
seções, rigidez de posicionamento de armaduras, elementos, cotas,
fôrmas e escoramentos, cobrimentos, tempo de janelas para passagem
presença de escoramento. de dutos, adoção de
espaçadores, entre detalhes construtivos.
outros.
Alvenarias Nível, prumo, ângulos, Modulação, posicionamento de Locação,
resistência dos blocos, juntas de controle, ligações com posicionamento de
dosagem da argamassa. a estrutura. vãos, embutimento de
tubulações.
Instalações Geometria, bitolas, tipos Vazão, pressão. Prova de
Hidráulicas de rosca, adequação das estanqueidade.
conexões, entre outros.
Fonte: IPT (2002 apud SANTOS, 2003).

As inspeções de qualidade podem ser realizadas por meio de listas de


verificação adaptadas para cada obra. Na prática, a empresa pode dispor de
checklists padronizados e informatizados, que só precisem ser levemente adaptados
para utilização em cada obra específica (SOUZA; ABIKO, 1997).
Quanto ao Ciclo PDCA, acrônimo do inglês Plan – Do – Check – Act, que
significa Planejar – Fazer – Checar – Agir, é uma das ferramentas da Qualidade
Total utilizada para acompanhar e desenvolver melhorias contínuas para processos,
implementar mudanças ou resolver falhas, permite controlar os processos e
gerenciar as etapas dos processos. Na construção civil ela fornece direção para
implementação da gestão da qualidade na obra e que deve atuar em cada serviço.

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Figura 5: Ciclo PDCA.


Fonte: https://medium.com/@CrysFaby/ciclo-pdca-f0d37bc260e2

Na construção civil também são utilizados os seguintes procedimentos como


apoio à gestão da qualidade:
PES - Procedimento de Execução de Serviços – têm a função de descrever a
forma como devem ser executadas as principais atividades que ocorrem
dentro do processo de construção. Isso pode acontecer por meio de textos,
checklists, tabelas, desenhos ou fotos. Com isso, procura-se garantir que
todos aqueles que fazem parte do processo de construção tenham o mesmo
entendimento sobre a tarefa a executar e trabalhem segundo os mesmos
padrões de execução, para que se obtenha em todos os níveis de trabalho
uma boa qualidade.
PIS – Procedimento de Inspeção de Serviços – documento que relaciona os
itens de controle inerentes a cada atividade com seus métodos aplicáveis
aliados aos critérios adotados, configurando desse modo a inspeção a ser
realizada na atividade.
FVS – Ficha de Verificação de Serviços – essa documentação tem como
principal função, a de operar como um apontador sobre as condições de
aprovação ou reprovação dos itens de controle inerentes aos serviços. O
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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preenchimento do documento compete aos profissionais habilitados das


áreas técnicas, expressando de maneira objetiva se o item está ou não
reprovado. Outra funcionalidade do documento está em mapear as ações a
serem tomadas, conforme o teor das informações relatadas no campo de
observações e ações.
Essas ferramentas servem respectivamente para padronizar a execução dos
serviços detalhando suas etapas, especificar quais características devem ser
analisadas na hora da inspeção e quais os critérios de avaliação e, por último,
documentar as verificações realizadas (OLIVEIRA, 2013; TONETTO, 2016).

2.5 Modelos de conformidade de gestão da qualidade – SiAC/PBQP-H


Os modelos de conformidade de gestão da qualidade são ferramentas que
têm por objetivo melhorar a gestão de uma empresa a fim de otimizar sua
produtividade, diminuir custos e garantir a satisfação dos clientes através do
atendimento dos requisitos que estes consideram importantes.
Essas ferramentas têm por característica a melhoria contínua, fazendo com
que as empresas busquem sempre se aperfeiçoar para que seus produtos cada vez
mais atinjam níveis cada vez melhores de excelência.
No caso da construção civil, o Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade no Habitat (PBQP-H), que é referenciado na NBR ISO 9001:2015, tem
sido amplamente aplicado no Brasil. A característica marcante desse sistema de
gestão é o forte controle e inspeção do processo e a exigência de documentação.
O PBQP-H é um instrumento do Governo Federal para cumprimento dos
compromissos firmados pelo Brasil quando da assinatura da Carta de Istambul
(Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é organizar o setor da construção civil
em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a
modernização produtiva.
A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais
se destacam:
avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras;
melhoria da qualidade de materiais;
formação e requalificação de mão de obra;

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normalização técnica;
capacitação de laboratórios;
avaliação de tecnologias inovadoras;
informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores
envolvidos (BRASIL, MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004).
Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria
da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos
recursos públicos. O objetivo, a longo prazo, é criar um ambiente de isonomia
competitiva, que propicie soluções mais baratas e de melhor qualidade para a
redução do déficit habitacional no país, atendendo, em especial, a produção
habitacional de interesse social (DANILEVICZ, 2014).
Um dos projetos propulsores do PBQP-H é o Sistema de Avaliação da
Conformidade de Empresas de Serviços e Obras (SiAC), que é o resultado da
revisão e ampliação do antigo SiQ (Sistema de Qualificação de Empresas de
Serviços e Obras). O SiAC tem como objetivo avaliar a conformidade do sistema de
gestão da qualidade das empresas de serviços e obras, considerando as
características específicas da atuação dessas empresas no setor da construção civil,
e baseando-se na série de normas ISO 9000.
O Sistema busca contribuir para a evolução dos patamares de qualidade do
setor, envolvendo especialidades técnicas de execução de obras, serviços
especializados de execução de obras, gerenciamento de obras e de
empreendimentos e elaboração de projetos (BRASIL, MINISTÉRIO DAS CIDADES,
2004).
Braga (2016) explica que a versão do SiAC - PBQP-H:2012 adota a
abordagem de processo para o desenvolvimento, implementação e melhoria da
eficácia do sistema de Gestão da Qualidade da empresa construtora (PBQP-
H,2012). Para tanto, o PBQP-H se utiliza do ciclo disseminado por Deming, uma
metodologia de Gestão da Qualidade também conhecida como PDCA (do inglês
Plan, Do, Check e Act). Em outras palavras, quando da aplicação, na íntegra, do
PBQP-H, indiretamente também ocorre a aplicação indireta do PDCA.
Enfim, são várias as ferramentas a serem utilizadas na busca da qualidade
na construção civil e já foi comprovado por vários estudos e pesquisas que ela

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garante um diferencial competitivo nas empresas onde for aplicada, em comparação


com as que não possuem nenhum tipo de sistema, apenas utilizando algumas
ferramentas de forma isolada, sem método.
Apesar de existirem dificuldades, seja para aplicação quanto manutenção de
programas de qualidade, prevalecerá a vontade da organização em sua adoção,
cabendo também aos profissionais que atuam junto a ela mostrar as vantagens e
benefícios.

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UNIDADE 3 – GESTÃO DE PESSOAS E A SEGURANÇA NO


TRABALHO

A construção civil é uma indústria com características bem peculiares,


marcada pelo intenso uso da mão de obra. Portanto, as pessoas se tornam ainda
mais cruciais nos processos, além de que, em grande parte das obras, a moldagem
e o artesanato se fazem presentes. Com isso, uma boa gestão da mão de obra é
fundamental para empresas que buscam ganhar competitividade neste mercado
globalizado e concorrido (TERRA, 2017), mesmo porque a gestão de pessoas é
considerada um dos seus três pilares que juntos levam ao sucesso do negócio. Os
outros pilares seriam a gestão de projetos e a gestão de obras propriamente dita.
Quando falamos em gestão de pessoas, abre-se um leque de possibilidade,
de problemas, de conflitos, enfim, de situações que devemos compreender nos seus
meandros para poder administrar bem, como por exemplo, o recrutamento, a
seleção, admissão e demissão, o desenvolvimento pessoal, a aplicação de
premiações, estabelecimento de um plano de carreiras, a alta rotatividade (turnover),
o absenteísmo, a comunicação, a segurança, o conhecimento da legislação
trabalhista, entre outros.
Ufa! Com certeza gerir a mão de obra nesse setor não é fácil, mas o
engenheiro pode qualificar-se para tal missão, afinal de contas possui uma base
forte voltada para áreas analíticas e técnicas e conhecimentos gerenciais só irão
enriquecer seu portfólio!
Ao ser designado para gerenciar uma obra, dentre as muitas funções
inerentes, cabe ao gestor de uma obra, independente do seu segmento e porte,
garantir que a mesma seja executada no prazo estabelecido, obedecendo aos
custos orçados e estabelecidos contratualmente e atender aos padrões de qualidade
e desempenho especificados e esperados pelo cliente.
Dentro deste contexto surgem várias atividades indispensáveis em qualquer
empreendimento, que vão requerer a participação direta ou indireta do engenheiro
civil gestor de obra. Atividades como coordenação de projetos, compras,
administração de contratos, controle da qualidade, almoxarifado, segurança do
trabalho, administração financeira, administração de pessoal, administração de
equipamentos, relações com órgãos de fiscalização, entre outros.
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Para desenvolver essa gama de atividades de segmentos diferentes da


gestão empresarial, o engenheiro civil precisa ter uma ampla formação e dominar
habilidades técnicas, comportamentais e conceituais.
Todas essas atividades são importantes no contexto da gestão da obra e a
obtenção de sucesso na empreitada dependente da eficácia e da eficiência no
desenvolvimento das mesmas.
Dentre todas as atividades do gestor de obra, um destaque especial tem que
ser dado para a administração de pessoal, seja pessoal próprio integrante do quadro
de funcionários da empresa construtora, seja pessoal terceirizado de empreiteiras.
Independentemente dos equipamentos disponíveis na obra, das instalações do
canteiro de obras, dos processos construtivos adotados, da qualidade dos materiais,
dos recursos financeiros disponíveis, a mão de obra é certamente o principal insumo
e a mola propulsora para a realização bem-sucedida de uma obra (TERRA, 2017).
Em vista da gama de conhecimentos que requer o profissional da gestão de
pessoas e acreditando que toda organização possui essa área bem estruturada,
escolhemos alguns pontos que acreditamos serem mais vulneráveis e que merecem
atenção, reflexão e perspicácia por parte do engenheiro civil.

3.1 Violência no local de trabalho


A violência no local de trabalho tornou-se uma ameaça cada vez maior nos
últimos anos. Sua prevenção inclui a triagem de empregados em busca de história
de atos violentos, modificações do ambiente físico para prevenir a violência e ajudar
os empregados a aprenderem comportamentos e técnicas de prevenção de
violência. As organizações, por sua vez, devem ter planos para as equipes de crise
para lidar com a violência no local de trabalho quando esta ocorrer.
Tradicionalmente, os acidentes e as lesões no trabalho envolviam práticas
inseguras pelos empregados ou condições de trabalho inseguras, tais como
desenho de equipamentos que causavam problemas. Ultimamente, outra causa de
acidentes e lesões somou-se ao estudo da segurança no trabalho. Essa causa é a
violência no local de trabalho, que se refere às agressões deliberadas aos
trabalhadores por colegas, clientes, antigos empregados e outros.

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Assassinato durante cometimento de um crime como roubo, trabalhos


noturnos, trabalhos que envolvem funcionários responsáveis pela segurança são
outros tipos de violência que veem se acentuando no ambiente de trabalho.
Um dos meios de prevenir esse tipo de violência é selecionando os
empregados quanto a problemas potenciais, como por exemplo, eliminar aqueles
que fazem uso abusivo de álcool, gostam de armas, têm baixa autoestima, serem
pouco social ou solitário.
Segundo Krumm (2011), um método menos dispendioso e mais aceitável
para essa prevenção, envolve o minucioso exame das fichas de inscrição e das
referências quando as pessoas se candidatam a emprego. Durante a entrevista de
admissão, o candidato deve ser inquirido quanto a ser disciplinado ou se já foi
demitido por motivo de briga, agressão, por violação das normas de segurança e
sobre períodos sem emprego.
Um segundo passo na prevenção da violência no local de trabalho abrange
modificações no ambiente físico do local de trabalho para reduzir ou eliminar a
violência.
O terceiro passo na prevenção da violência no local de trabalho é o
treinamento de conscientização da segurança para todos os empregados. Os
empregadores devem indicar uma política de “tolerância zero” em relação à
violência, pois eles próprios precisam se sentir seguros para relatar ameaças e
problemas que possam levar à violência. Muitos empregados relutam em denunciar
problemas domésticos por temerem serem demitidos ou não serem levados a sério.
Se as ameaças forem devidamente consideradas pela organização, medidas
simples podem evitar problemas graves (ERICKSON, 1995 apud MASLACH, 2007).

3.2 Acidente de trabalho e normas regulamentadoras de segurança


Acidente do trabalho é aquele decorrente do exercício do trabalho a serviço
da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

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Figura 6: Acidente de trabalho.


Fonte: http://www.sitelimitezero.com/conheca-a-diferenca-entre-o-acidente-de-trabalho-e-o-de-trajeto/

Os acidentes no trabalho são definidos principalmente pelo tempo de


trabalho perdido e têm como fatores:
• fatores humanos e do local de trabalho muitas vezes se combinam para criar
situações de trabalho arriscadas;
• fatores organizacionais que contribuem para acidentes e lesões incluem o
ambiente físico (ruído, iluminação, temperatura e design dos equipamentos),
trabalho por turnos e a síndrome do edifício doente;
• fatores pessoais que contribuem para acidentes e lesões incluem as taxas de
probabilidade de acidentes entre certos empregados, exigências de trabalho
excessivas e problemas de abuso de drogas.
A prevenção de acidentes e lesões focaliza a modificação das condições e
dos comportamentos de trabalho inseguros e as modificações do desenho do local
de trabalho para reduzir acidentes incluem os desenhos de exclusão, os desenhos
de prevenção e os desenhos à prova de falhas.
Quanto aos fatores humanos da redução de acidentes, estes incluem
seleção, treinamento e programas de segurança, os quais envolvem o feedback do
estabelecimento de metas, a modificação de comportamentos, a resolução de
problemas e a consciência da segurança.
É na norma regulamentadora nº 1812 do Ministério do Trabalho e Emprego –
TEM –, intitulada “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção”, que vamos encontrar todas as diretrizes de ordem administrativa, de
planejamento e de organização, visando à implementação de medidas de controle e
12
Atualizada em 08 de dezembro de 2015 pela Portaria MTPS nº 208 e disponível em:
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR18/NR18atualizada2015.pdf
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33

sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio


ambiente de trabalho na indústria da construção.
Embora a Coletânea do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS,
2016) tenha registrado uma queda de 7% no número de acidentes em relação a
2015, ou seja, em números de 622.379 para 578.935, ainda são números bem altos
e merecem consideração, afinal de contas, este é um dos setores que mais
empregam no Brasil.
Quanto às causas, essas são variadas, entretanto, a prevenção pode
contribuir a cada ano para que estes números diminuam.
No Brasil, isso começou a ser aplicado através das NR como a NR-18
citada, que trata da segurança em canteiros de edificações. O PCMAT, inclusive, é
regulamentado por ela, por meio da Portaria nº 3.214, de 1978.
O PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção – está caracterizado no item 18.3 da NR-18:
Para todo estabelecimento com 20 funcionários ou mais, é obrigatória a
elaboração do PCMAT conforme a NR 18 estabelece, contemplando ainda
todas as exigências do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais,
estabelecido na Norma Regulamentadora – NR 0913) e dispositivos
complementares de segurança.
É um documento que deve permanecer na obra à disposição da fiscalização
do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sempre que
esse solicitar.
Tem como função estabelecer procedimentos de ordem administrativa,
planejamento e organização para que medidas de controle e sistemas
preventivos sejam implantados com eficiência em todos os processos da
construção.
O PCMAT compila todos os parâmetros de segurança que devem ser
seguidos em uma obra.

13
Para as edificações que empreguem 19 colaboradores ou menos, a indicação é o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
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34

Seu objetivo é claro: antecipar e evitar possíveis riscos. Tudo é parte de um


conglomerado de estratégias estipuladas para dificultar a ocorrência de
acidentes de trabalho e o aparecimento de doenças ocupacionais.
O PCMAT precisa ser colocado em prática antes de as atividades começarem
e não tem data de validade definida. Com o tempo, no entanto, ele precisa
passar por uma reavaliação global.

Figura 7: PCMAT.
Fonte: www.vnclinicamedica.com.br

Essa análise deve ser realizada observando, especialmente, o


desenvolvimento da obra e as medidas tomadas durante o processo — além da
necessidade de ajustes, com a criação de novas metas e prioridades de segurança.
Estes são os documentos necessários para o PCMAT:
a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho de tarefas e
operações (riscos de acidentes e doenças ocupacionais, medidas
preventivas).
b) Projeto de execução de proteções coletivas, conforme as etapas da
edificação.
c) Especificações técnicas das proteções coletivas e individuais utilizadas.
d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT
(também de acordo com os estágios da construção).
e) Layout inicial e atualizado do canteiro de obras (previsão de dimensionamento
das áreas de vivência).

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f) Programa educativo contemplando a temática da prevenção de acidentes


(com carga horária).
Importante guardar que:
o profissional responsável pela elaboração do programa pode se munir de
várias formas para produzi-lo: recorrendo à verificação in loco, a entrevistas, a
registros escritos e fotográficos, a filmagens, à planta do lugar, entre outros;
esse PCMAT deve ser guardado, pelo menos, por 20 anos e armazenado no
local de origem do projeto, à disposição de todos os interessados e da
fiscalização.

Também frisamos a NR-08 – Edificações – que estabelece requisitos


técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir
segurança e conforto aos que nelas trabalhem.
Ressalte-se que todas as demais NR, relativas à segurança e saúde do
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos
órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre
segurança e saúde no trabalho acarretará ao empregador a aplicação das
penalidades previstas na legislação pertinente.

3.3 A gestão de conflitos


Por que falar em gestão de conflitos?!
Simples: este sempre existirá quando envolver relacionamento entre
pessoas, afinal de contas, as pessoas são seres humanos singulares, têm
aspirações e desejos diferentes, têm sentimentos, frustrações e/ou momentos
tormentosos pelos mais variados motivos.
Conflito é um evento que faz parte da condição humana, mas que pode e
deve ser resolvido para que os possíveis desdobramentos não influenciem
negativamente no desenvolvimento pessoal e no trabalho a ser realizado.

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36

Figura 8: Gestão de conflitos.


Fonte: webquestcreator2.com

Conflito constitui o lado oposto da cooperação e da colaboração. A palavra


conflito está ligada ao desacordo, discórdia, divergência, dissonância,
controvérsia ou antagonismo. Para que haja conflito, além da diferença de
objetivos e interesses, deve haver necessariamente uma interferência
deliberada de uma das partes envolvidas. O conflito existe quando uma das
partes – seja indivíduo ou grupo – tenta alcançar seus próprios objetivos
interligados com alguma outra parte, a qual interfere na sua busca de atingir
seus objetivos. A interferência pode ser ativa (mediante ação para provocar
obstáculos, bloqueios ou impedimentos) ou passiva (mediante omissão)
(CHIAVENATO, 2010, p. 455).

Segundo Tavares (2012), o engenheiro civil geralmente se incumbe dos


projetos, gestão e realização das obras sob sua responsabilidade e tem de
acompanhar cada procedimento profissional de uma construção ou obras de
reforma. Nesse contexto, estuda as condições do solo, a ação solar, a ventilação do
ambiente e decisão sobre os tipos de fundação. Essas informações vão lhe
fornecendo segurança para o desenvolvimento do projeto e vão direcionando
especificidades sobre as instalações hidráulicas, elétricas e de saneamento de sua
construção, cabendo também a definição de todo o material e utensílios que
empregará na obra. Importante função exerce junto aos trabalhadores operacionais
no canteiro de obras como o líder das diversas equipes que acompanha o
cumprimento dos prazos, fiscaliza os custos e o padrão de qualidade desenvolvido,
além de dedicar integral atenção às condições de segurança. Recai sobre ele a
responsabilidade pela estabilidade segura da construção, que para isso tem de
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avaliar a interferência das condições climáticas relacionadas aos ventos e às


alterações de temperatura influenciando na resistência dos materiais empregados na
obra. Em outro ambiente pode gerenciar recursos de edificações como infraestrutura
e utilização de um prédio.
No canteiro de obras, seus desafios são variados, principalmente se
pensarmos que as organizações vem utilizando manuais para processos, condutas,
políticas da empresa, procedimentos operacionais; e os funcionários desse setor
nem sempre estão familiarizados e acessíveis a estes manuais.
É verdade que estes manuais ajudam a estabelecer a padronização de
práticas cotidianas no trabalho e contribuem com o desenvolvimento harmônico dos
diferentes processos administrativos e operacionais, tornando cada trabalhador
consciente de seus papéis e conhecedores diretos dos resultados por eles
alcançados. Estes manuais também contribuem para identificar as mudanças
necessárias nos processos executados, avaliar a motivação e o estado de
desenvolvimento das relações entre trabalhadores, entretanto, o progresso
institucional por meio da gestão de pessoas precisa ir além dos protocolos das
relações interpessoais e criar mecanismos de perceber as necessidades dos
trabalhadores e com mais naturalidade contornar as conturbações próprias
decorrentes do cotidiano profissional.
De acordo com Tavares, Longo e Sueth (2014), a realidade de convivência
profissional entre trabalhadores passa necessariamente pelo grau de atendimento
às suas necessidades ao se considerar esse ambiente como um sistema de trocas
de valor que acaba por tornar-se uma variável fundamental responsável por instituir
uma esfera de harmonização entre os integrantes da empresa e contribuindo com o
estabelecimento de um clima de estabilidade organizacional.
Mas como resolver os conflitos?
Carvalhal et al. (2006) citam três formas de administrar conflitos:
a) A Intervenção Estrutural – que se traduz no impedimento de ocorrência do
conflito ou na manutenção de uma condição que possa aos poucos transformar a
realidade na qual se encontrava no momento de seu estabelecimento.

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b) A Intervenção no Processo – em que são desenvolvidos procedimentos


de mediação, colaboração e confrontação enquanto se desenrola o conflito,
evitando, dessa forma, a alteração das condições que resultaram no conflito.
c) A Intervenção Mista – na qual se integram as intervenções estruturais e a
de processo, com o emprego de grupos de trabalho que, cumprindo regras
preestabelecidas, atuam como elementos de ligação com funções integradoras.
Numa visão mais humanista, podemos abortar o pensamento no qual o
trabalhador é visto somente como um centro de custo, resolvendo o conflito, por
exemplo, com a demissão e passando a vê-lo como um colaborador que também
tem suas aspirações as quais precisam ser negociadas e atendidas.
Segundo, levá-los a se perceberem como participantes do empreendimento,
reconhecendo-lhes como elementos responsáveis pelo crescimento do negócio.
Por fim, imprescindível é implementar um clima organizacional no qual os
trabalhadores possam estar à vontade, autovalorizados e confiantes, em pleno gozo
de suas necessidades, o que vai além do sentido de cooperação com os demais
companheiros de equipe e em busca dos objetivos almejados pela instituição
(TAVARES, 2012).
O estabelecimento de um clima organizacional dessa natureza com certeza
mudará a concepção negativa dos conflitos, os quais não negamos, precisam existir
para que sejam superados e promotores de novos desejos e aspirações, sem
comprometer o desenvolvimento dos projetos e empreitadas.

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39

UNIDADE 4 – RESPONSABILIDADES

Estamos chegando ao final do nosso curso, é muito pertinente neste


momento falarmos das responsabilidades desse profissional, a começar pelo Código
de Ética do Sistema CONFEA/CREA, no qual encontramos, dentre vários artigos,
alguns que rementem para as propostas da unidade.
[...]
Artigo 5º. Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas
profissões e os sujeitos proativos do desenvolvimento.
Artigo 6º. O objetivo das profissões e a ação dos profissionais volta-se para
o bem-estar e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas
dimensões: como indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade;
nas suas raízes históricas, nas gerações atual e futura.
[...]
Dos princípios éticos Art. 8º [...] Da eficácia profissional [...]
IV) A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos
compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os
resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e
observando a segurança nos seus procedimentos; [...]
São direitos, deveres e responsabilidades que cremos, os(as) senhores(as)
já conheçam, mas nunca é demais relembrarmos, afinal de contas, são, em último
ponto, vidas humanas que estarão utilizando as magníficas obras sonhadas,
projetadas e elaboradas por estes profissionais.

4.1 ART
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), como é de conhecimento
dos profissionais da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, é
um documento amplamente utilizado para os que queiram realizar contratos de
execução de serviços ou obras.
Por conta do alto nível de risco e das possíveis consequências em caso de
erros em obras e serviços, o papel da anotação de responsabilidade técnica na
construção civil é de extrema importância. Por permitir a identificação do

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40

responsável técnico da obra ou serviço prestado, ambos os lados, contratante e


contratado, podem obter vantagens do registro de uma ART.
Para o contratante, a ART assegura que o profissional técnico é capacitado
para realizar as devidas funções, uma vez que só é permitido o registro da ART pelo
CREA por profissionais habilitados.
Além disso, caso o profissional cometa um erro, o contratante estará
resguardado técnica e juridicamente.
Não apenas o contratante, mas também o contratado possui segurança
técnica e jurídica em casos de descumprimento de contrato. Um segundo benefício
desses profissionais é o direito de autoria sobre a elaboração de um plano ou
projeto, respeitadas as relações contratuais.
Outra grande vantagem é a garantia ao conjunto de todas as ART do
profissional, denominado acervo técnico. Esse acervo permite ao profissional
comprovar sua habilidade na área, valorizando-se. O acervo também auxilia o
profissional no seu pedido de aposentadoria, comprovando os serviços prestados.
Para as instituições públicas, a apresentação das ART pelos profissionais
autônomos, empresários ou empresas assegura que as atividades contratadas são
desenvolvidas por profissionais habilitados, uma vez que registra a responsabilidade
técnica pela obra ou serviço.
No caso dos profissionais que possuem vínculo empregatício com
organizações da Administração Pública, também deverá registrar a ART de cargo ou
função técnica ou de atividades ou de projetos específicos.
Para a contratação de obras e serviços de Engenharia e Agronomia, cabe às
comissões de licitação dos órgãos públicos exigir a certidão de registro e quitação
dos participantes do certame. Tal documento serve para confirmar se o profissional
citado na certidão de acervo técnico ainda pertence ao quadro técnico da empresa.
As comissões de licitação poderão, se desejarem, ter acesso ao sistema
unificado de consulta às ART e às CAT14 emitidas pelos CREAS, com o objetivo de

14 Art. 49 da Resolução 1025/09 do CONFEA – A Certidão de Acervo Técnico (CAT) é o instrumento


que certifica, para os efeitos legais, que consta dos assentamentos do CREA a Anotação da
Responsabilidade Técnica (ART) pelas atividades consignadas no acervo técnico do profissional.
Art. 50 da Resolução 1025/09 do CONFEA – A CAT deve ser requerida ao CREA pelo profissional
por meio de formulário próprio, conforme o Anexo III, com indicação do período ou especificação do
número das ART que constarão da certidão.
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
41

verificar sua autenticidade e validade, evitando que sejam recepcionados


documentos cujos dados foram alterados e, portanto, deixaram de comprovar
adequadamente a capacidade técnico-profissional das empresas.
Quanto à tipificação, a ART pode ser classificada em:
I – ART de obra ou serviço, relativa à execução de obras ou prestação de
serviços inerentes às profissões abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA;
II – ART de obra ou serviço de rotina, denominada ART múltipla, que
especifica vários contratos referentes à execução de obras ou à prestação de
serviços em determinado período; e,
III – ART de cargo ou função, relativa ao vínculo com pessoa jurídica para
desempenho de cargo ou função técnica.
Dessa forma, percebe-se que o registro de uma ART é necessário para
garantir direitos e deveres de ambas as partes em um contrato (RIBEIRO, 2017).

4.2 Responsabilidade Civil


É característica inerente ao ordenamento jurídico nacional a tutela e a
proteção aos direitos individuais em face de ações ou omissões de outrem. Neste
sentido, nas mais diversas esferas do Direito Brasileiro está presente o instituto da
Responsabilidade: seja no Direito Penal, Administrativo, Tributário, Trabalhista e, em
especial, no âmbito cível, do Direito das Obrigações (CHAIM, 2013).
A palavra responsabilidade deve ser entendida como restituição ou
compensação de algo que foi retirado de alguém. A responsabilidade tem por
finalidade restituir ou ressarcir algo.
Chaim (2013) explica que a Responsabilidade Jurídica diz respeito aos atos
que praticamos, ou que deixamos de praticar se estes fossem esperados ou
necessários. Já a responsabilidade civil se dá quanto às obrigações de fazer ou não
fazer, de pagar, de restituir, de entregar, entre outros. Deriva de contrato,

Parágrafo único. No caso de o profissional especificar ART de obra ou serviço em andamento, o


requerimento deve ser instruído com atestado que comprove a efetiva participação do profissional na
execução da obra ou prestação do serviço, caracterizando, explicitamente, o período e as atividades
ou as etapas finalizadas.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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42

normalmente, mas existem situações nas quais a responsabilidade se constitui


independente de vínculo prévio entre as partes.
Há responsabilidade civil quando não são cumpridas as obrigações de um
dos polos da relação jurídica, na medida em que se esperava do estabelecido em
documento com a devida fé-pública (contrato, por exemplo) ou dos costumes em
geral (obrigações anteriores não dependentes de instrumento jurídico formado
previamente).
Neste sentido, relativo aos atos inseridos na esfera das obrigações, podem
ser praticados atos ou fatos lícito ou ilícitos. A Responsabilidade por atos-fatos lícitos
se dá, na maioria das vezes, nos contratos.
Celebrando um contato, ambas as partes concordam, mutuamente, em
cumprir o convencionado. Dessa forma, em consonância de vontades, tornam-se
responsáveis, por vontade própria, pelas obrigações acordadas. Entretanto, existem
fatos lícitos não derivados de contrato (ao exemplo da responsabilidade inerente à
paternidade).
Haverá responsabilidade por fatos ilícitos sempre que uma pessoa atuar de
forma contrária ao Direito, seja por ação (fazer) ou omissão (deixar de fazer). O
inadimplemento (não cumprimento das obrigações) do contrato situa-se nesta
esfera. O ato ilícito gera responsabilidade civil e, dessa forma, sujeita-se o
“contraventor” às sanções impostas por Lei.
A responsabilidade civil está expressa no Código Civil Brasileiro - CC15,
principalmente em seus artigos 186, 187 e 927, a saber:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

15
Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm
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43

O contrato é documento, acordo importante que devemos analisar para


chegarmos à Responsabilidade Civil do Engenheiro.
Por definição, um contrato é um acordo entre duas ou mais partes, que
concordam em prestar o previsto, expressamente, no documento. Dessa forma, a
todo o exposto em um contrato se dá fé de que foi convencionado por livre e
espontânea vontade, com ambas as partes sabendo perfeitamente todos os termos
acordados. Esse entendimento só será revertido desde que se prove o contrário.
Assim, o inadimplemento contratual implica, necessariamente, em
Responsabilidade por parte do inadimplente, seja materialmente, seja moralmente.
Desta ação ou omissão contrária ao previsto no Acordo, surgem os fatos ou atos
lícitos ou ilícitos.
Há, ainda, a responsabilidade pós-contratual, que ocorre após a execução
do contrato e sua consequente extinção. Isso decorre do vínculo estabelecido, que
tem a força da garantia: o contrato já inexiste, mas permanecem vinculadas as
partes (o que explica o exposto no art. 618 do CC).
A Responsabilidade Civil dos engenheiros está prevista nos artigos já
subscritos do Código Civil, quais sejam arts. 186, 187 e 927. Dessa forma, como
prevê o caput do art. 186, a ação ou omissão do engenheiro caracterizariam a
obrigação de indenizar, pois comete ato ilícito.
Importante destacar as figuras da negligência e imprudência, comuns em
casos envolvendo construções civis, já que na maioria das vezes, os erros se dão
por falta de experiência ou atenção aos cálculos. A negligência se qualifica quando o
agente omite algo voluntariamente, não prevendo riscos prováveis à segurança da
obra. Por outro lado, a imprudência se dá quando o agente procede
precipitadamente, sem a devida atenção.
É importante destacar que não somente os danos materiais devem ser
ressarcidos pelo engenheiro. Danos morais, aqueles que ferem os direitos da
personalidade (garantidos pela Constituição Federal, que os qualificam como
inalienáveis e indisponíveis), também caracterizarão a obrigação de indenizar o
responsável pela obra.

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44

Sendo o negócio entre o engenheiro e o cliente um contrato, ambos se


obrigam mutuamente a prestar serviços (o engenheiro oferecendo sua mão de obra
especializada, o cliente pagando-o).
Havendo o inadimplemento por parte do engenheiro, este está obrigado a
terminar a obra e, não o fazendo, pagará eventuais danos morais e materiais ao
contratante.
Há, ainda, previsão expressa no Código Civil acerca da responsabilidade
pós-contratual do engenheiro. Prevê o seguinte o art. 618 do referido Código:
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções
consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo
irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos
materiais, como do solo.
Dessa forma, deixa claro o ordenamento jurídico que o engenheiro fica
vinculado à obra que realizou pelo prazo de mais cinco anos após sua conclusão. Se
eventual acidente ou falha na obra ocorrer e ficar provado que o erro decorreu
diretamente da atuação do engenheiro, este se responsabiliza civilmente pelo
ocorrido após a extinção do contrato.
Na mesma linha, as decisões judiciais e o ordenamento nacional entendem
que é o engenheiro que deve responder por eventuais danos a terceiros. Isso
porque entende-se que o engenheiro deve tomar as providências necessárias para
garantir a segurança e o normal andamento da obra, o que garantiria a segurança
de obras próximas, sem vibrações de estaqueamento, prejuízos à fundação e queda
de materiais.
Por fim, é de responsabilidade do engenheiro a escolha e a regularidade dos
materiais a serem utilizados na construção civil. A especificação deve ser feita por
meio de “Memorial Descritivo”. Da mesma forma como no dano pós contratual, se
eventuais falhas forem ocasionadas pela indevida escolha do material (por perícia),
responde pela indenização o engenheiro.
Por último, o parágrafo único do art. 927 é ainda mais ligado ao exercício da
profissão e da produção da engenharia. Este afirma:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

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45

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente


de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.
Tal dispositivo visa que aqueles que prestam atividades de risco ajam com
diligência, pois, caso contrário, poderão arcar com o ônus produzido por sua
atividade, ou seja, o dano causado a outrem.
Os profissionais liberais como o Engenheiro Civil, a sua responsabilidade,
dar-se-á mediante a comprovação de sua culpa, esta previsão tem seu fulcro no art.
14, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor, lei nº 8.078/9016 que dispõe:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 4º. A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.
As excludentes da responsabilidade civil prevista no CDC, no seu art. 12, §
3º, que este não será responsabilizado quando conseguir provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.

Já a responsabilidade civil subjetiva, que ocorre na maioria dos processos


contra o Engenheiro Civil, depende de investigações e análise dos projetos e dos
processos executivos da obra (OLIVEIRA, 2016).
Se constatados erros de cálculo, a responsabilidade é do engenheiro
projetista. Se constatados erros na execução, a responsabilidade é do construtor.
Quando o engenheiro projetista não especifica bem os projetos que serão entregues
à construtora, dá margens a subjetividades que podem acarretar condenações.

16
Dispõe sobre a proteção do consumidor, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm
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Pois bem, na didática interpretação e explicação de Chaim (2013) e Oliveira


(2016), vê-se, portanto, que não há necessidade de existir culpa, se, pela natureza
do trabalho, este representar risco ao direito de outras pessoas. Pela dimensão do
trabalho dos engenheiros, entende-se que eventuais erros atingem diretamente
esses direitos, havendo, na maioria das vezes, obrigação do engenheiro em
indenizar.

4.3 Responsabilidade Penal


A responsabilidade penal tem quase o mesmo fundamento da
responsabilidade civil, o que as difere são as condições em que elas surgem, porque
uma é mais exigente do que a outra quanto ao aperfeiçoamento dos requisitos. No
caso da responsabilidade penal, o agente infringe uma norma de direito público.
Neste caso, o interesse lesado é a sociedade (ALEIXO, 2015).
O engenheiro civil está subordinado às normas penais como qualquer outro
brasileiro. Dessa forma, no exercício de sua profissão, responde por seus atos.
Dessa forma, são casos mais “comuns” aqueles de desabamento, explosão,
incêndio, inundação decorrentes de erros de cálculo ou irregularidades na
construção.
Provado que tais erros (que resultem em morte de alguém, por exemplo),
derivem da atuação direta do engenheiro responsável pela obra, este responde
penalmente por sua ação ou omissão, podendo ser penalizado com restrição de
liberdade (reclusão) (CHAIM, 2013).
Todos os atos praticados no exercício de sua profissão podem ter
consequências na esfera penal. Assim, são passíveis de pena de reclusão crimes de
corrupção passiva e ativa – arts. 317 e 333 do Código Penal Brasileiro17 - CPB (em
caso de licitações e obras públicas), crime de peculato – art. 312 CPB (desvio de
verbas públicas ou apropriação de dinheiro em função de cargo público) e de
falsidade ideológica, art. 299 CPB, nos casos de atestado falso de medição de obra.

17
Decreto-Lei nº 2848 de 07 de dezembro de 1940 com alterações diversas. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm
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47

4.4 Responsabilidade Administrativa e Ambiental


Sendo servidor público, o engenheiro está submetido ao obrigatório
exercício hígido da função (como qualquer funcionário público). Entretanto,
engenheiros que não são funcionários públicos também podem responder
administrativamente por seus atos.
Isso se deve ao fato de estarem vinculados e obrigados por restrições
impostas pela Administração Pública, como o Código das Obras, Código das Águas
e Esgotos, Normas Técnicas e Regulamento Profissional, Plano Diretor entre outras
regras.
Essas normas administrativas relativas ao desempenho da atividade
profissional de engenheiros civis os vincula, portanto, todos devem cumprir com o
estipulado, sob penas administrativas, que variam desde multas e advertências
administrativas, até a suspensão ou eventual perda do direito de exercer a profissão,
dependendo da gravidade do ato praticado em desconformidade com o requerido
pela Administração Pública.
Ainda, o profissional é subordinado ao Código de Ética Profissional,
estabelecido pela Resolução nª 205, de 30 de setembro de 1971, do CONFEA.
Devido à falta de ética profissional, por desvio de conduta frente à atividade
a qual exerce, pode ser suspenso ou perdido o direito de exercer a profissão devido
à responsabilidade ética, pelo Conselho da Classe.
Por fim, a responsabilidade por ato que prejudica o meio ambiente também é
possível de ser imputado ao engenheiro civil (por mais que, na maioria das vezes,
esta tarefa caiba ao engenheiro ambiental).
Dessa forma, a responsabilidade se configura devido à técnica prevista no
trabalho do engenheiro, assumido pelo ART: se este for responsável pela parte da
obra que diz respeito à preocupação com o meio ambiente, responde por eventuais
danos, o que está expresso no art. 3ª da Lei nº 8078/90.

Guarde...
A responsabilidade civil do Engenheiro decorre da obrigação de reparar e/ou
indenizar por eventuais danos causados. O profissional que, no exercício de sua

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atividade, lesa alguém, tem a obrigação legal de cobrir os prejuízos. A


responsabilidade civil divide-se em:
1 - Responsabilidade contratual: pelo contrato firmado entre as partes para a
execução de um determinado trabalho, sendo fixados os direitos e as obrigações de
cada uma.
2 - Responsabilidade pela solidez e segurança da construção: pelo Código
Civil Brasileiro, o profissional responde pela solidez e segurança da obra durante
cinco anos; é importante pois, que a data do término da obra seja documentada de
forma oficial. Se, entretanto, a obra apresentar problemas de solidez e segurança e,
através de perícias, ficar constatado erro do profissional, este será responsabilizado,
independente do prazo transcorrido, conforme jurisprudência existente.
3 - Responsabilidade pelos materiais: a escolha dos materiais a serem
empregados na obra ou serviço é da competência exclusiva do profissional. Logo,
por medida de precaução, tornou-se habitual fazer a especificação desses materiais
através do “Memorial Descritivo”, determinando tipo, marca e peculiaridade outras,
dentro dos critérios exigíveis de segurança. Quando o material não estiver de
acordo, com a especificação, ou dentro dos critérios de segurança, o profissional
deve rejeitá-lo, sob pena de responder por qualquer dano futuro.
4 - Responsabilidade por danos a terceiros: é muito comum na construção
civil, a constatação de danos a vizinhos, em virtude da vibração de estaqueamentos,
fundações, quedas de materiais e outros. Os danos resultantes desses incidentes
devem ser reparados, pois cabe ao profissional tomar todas as providências
necessárias para que seja preservada a segurança, a saúde e o sossego de
terceiros. Cumpre destacar que os prejuízos causados são de responsabilidade do
profissional e do proprietário, solidariamente, podendo o lesado acionar tanto um
como o outro. A responsabilidade estende-se, também, solidariamente, ao
subempreiteiro, naquilo em que for autor ou coautor da lesão (CREA-SP).

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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS

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http://www.confea.org.br/media/codigo_etica_sistemaconfea_8edicao_2015.pdf

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orçamento à entrega da obra. Rio de Janeiro: Brasport, 2017.

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REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

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https://angelaaleixo.jusbrasil.com.br/artigos/184001691/responsabilidade-civil-x-
responsabilidade-penal

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civil? (2017). Disponível em: https://constructapp.io/pt/o-que-e-gestao-de-qualidade-
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