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Por
Marcos Crivelaro
Crivelaro / Planejamento Ágil / 3
Apresentação
A equipe responsável pelo Sprint define quais são as tarefas do Product Backlog que vão
fazer no momento. Então, criam uma lista só com esses itens, chamada de Sprint Backlog. A
equipe necessária para um projeto de Scrum tem vários papéis, que são:
- Dono do Produto: é quem mais entende do produto ou empreendimento. Seu papel é
priorizar e inspecionar a entrega das tarefas;
- Scrum Master: é o profissional responsável por garantir que as regras da metodologia sejam
aplicadas corretamente para que o projeto funcione como deve;
- Equipe Scrum: é a equipe que vai realizar todas as tarefas definidas no sprint.
Os processos são parte tão importante do Scrum que, como você acabou de ver acima,
um membro da equipe é designado apenas para garantir que eles sejam seguidos. O Scrum
Master atua como uma espécie de Compliance (auditor), neste caso. Reforçando os conceitos
de Product Backlog e o Sprint Backlog. Para esclarecer um pouco mais: um é a lista de
pendências total do produto ou empreendimento. O outro é a lista das pendências que serão
eliminadas no sprint em questão. Depois dessa definição, o time se reúne todos os dias para
repassar o que foi feito e o andamento do Sprint. Isso é feito até o fim do projeto.
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por área de conhecimento. Em cada processo, são abordados suas entradas e saídas, suas
características, bem como os artefatos, as técnicas e ferramentas envolvidas. O
gerenciamento de aquisições visa obter bens e serviços para o projeto, de acordo com os
requisitos técnicos, de qualidade, de prazos, de custos e dentro dos objetivos do projeto.
A gestão de aquisições de projetos auxilia, por exemplo, na contratação de serviços junto
a empreiteiros. Essa contratação de serviços pode ser segmentada em três fases: pré-
contratação, contratação e pós-contratação.
1) Pré-contratação de serviços
Envolve todos os processos necessários para que os clientes (construtoras) recebam as
propostas dos fornecedores (empreiteiros) para execução dos serviços. Pode-se dividir essa
fase em três etapas: planejamento de compras e aquisições, planejamento das contratações
e solicitação de respostas dos fornecedores.
a) Planejamento de compras e aquisições: é quando começa o controle e monitoramento
do escopo de um contrato. Nela são determinados os serviços que devem ser orçados e a
maneira do orçamento. É importante a compreensão exata do projeto, para que todos os
serviços sejam descritos, pois qualquer trabalho que não conste nessa declaração será motivo
de futuros aditivos contratuais.
b) Planejamento das contratações: nesta etapa são feitos os levantamentos de serviços a
serem executados e seus quantitativos, determinadas as condições a serem cumpridas,
documentações exigidas, prazos para a execução da obra e os demais detalhes necessários à
contratação. Deve-se observar que a falta de um orçamento de obra preciso pode conduzir a
contratações que geram prejuízos. Muitas vezes, os orçamentos das obras de construção civil
são realizados com base em custos, não trazendo valores quantitativos nem composições
para os serviços, fazendo com que a equipe de obra deva fazer esses levantamentos para
futuros acertos de contrato.
No caso dos contratos de obras de construção civil, os mais comuns são: contrato por
preço fechado ou empreitada global, contrato por preços unitários e o contrato por
administração ou homem-hora. Cada tipo de contrato possui suas premissas, vantagens e
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desvantagens que devem ser analisadas antes de sua escolha. É sempre importante que fique
especificado tudo o que o contratado deverá fornecer durante a execução para facilitar a
gestão e ter melhor controle. Deve ser incluído ainda o fornecimento de equipamentos, as
ferramentas e os materiais de consumo (como discos, brocas, lixas etc.), assim o empreiteiro
cuidará melhor da utilização desses, evitando ou diminuindo o desperdício na obra.
c) Solicitação de respostas dos fornecedores: são definidos quais empreiteiros
participarão da concorrência para a execução dos serviços. Geralmente, são escolhidos no
mínimo três fornecedores para solicitar propostas. Todos os escolhidos devem apresentar
suas propostas de trabalho com base na documentação que foi gerada nas etapas anteriores.
Após receber as propostas dos fornecedores, inicia-se então a segunda fase, a contratação de
serviços.
2) Contratação de serviços
Esta fase pode ser dividida em duas etapas: seleção de fornecedores e contratação de
fornecedores.
a) Seleção de fornecedores: é quando se escolhe a proposta que melhor se ajusta aos
critérios indicados pela contratante. Para a escolha da melhor proposta, deve-se avaliar a
capacidade técnica de cada empreiteiro e o preço proposto para o serviço. Assim, nem
sempre o menor preço das propostas é a melhor contratação. Com os orçamentos das obras
realizados com pouca margem de lucro, os gestores acabam contratando a mão de obra
dentro do menor valor possível. Essa decisão nem sempre gera o menor custo, devido às
perdas de tempo e materiais e aos retrabalhos consequentes da mão de obra de baixa
qualidade.
b) Contratação de fornecedores: nesta etapa é importante que todos os contratados
conheçam os direitos e deveres de cada um no acordo celebrado entre as partes envolvidas.
Muitos empreiteiros não leem o contrato de prestação de serviços antes de assiná-lo,
imaginando que a assinatura do contrato é apenas uma formalidade. Por não conhecerem
bem o conteúdo do contrato assinado, muitas vezes ocorrem conflitos entre o contratante e
o contratado. Os principais tipos conflitos que ocorrem em obras são:
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3) Pós-contratação de Serviços
Após a assinatura dos contratos, inicia-se a última fase, a pós-contratação, que pode ser
dividida em duas etapas: administração de contrato de serviços e encerramento de contrato
de serviços. Essa fase é conduzida por clientes e fornecedores.
a) Administração de contrato de serviços: nessa etapa, para melhor administrar os contratos
de uma obra, o gestor de contratos deve distribuir as informações, compatibilizar os prazos,
alinhar os interesses, minimizar as interferências, garantir a operacionalização dos resultados
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parciais, para atender ao resultado final previsto para o projeto. Devem-se realizar
periodicamente reuniões de coordenação para o monitoramento contínuo do desempenho
do fornecedor e a administração de mudanças. Essas reuniões podem ser semanais ou
quinzenais, dependendo do ritmo de produção do projeto. Nessas reuniões, deve existir troca
de informações sobre o andamento dos serviços, avaliação das equipes e planejamento de
todo fornecimento de materiais necessários. Dependendo da pauta das reuniões, devem
participar dessas o gerente do projeto, engenheiros, mestres de obra, encarregados de
setores produtivos, técnicos de segurança do trabalho e outros envolvidos. É muito
importante a participação dos empreiteiros para envolvê-los nas soluções de eventuais
problemas ou conflitos, bem como comprometê-los com as metas previstas no planejamento
do projeto.
O controle do contrato deve ser feito através de medições dos serviços concluídos ou em
andamento. Deve ser liberado o pagamento dos empreiteiros somente se os serviços forem
entregues dentro dos critérios de aceitação pré-estabelecidos em contrato.
b) Encerramento de contrato de serviços: essa é a última etapa de todo esse processo. Ela
tem como objetivo garantir que todo o escopo contratado tenha sido concluído e entregue
de acordo com os critérios pré-estabelecidos em contrato. Geralmente é nessa etapa que o
contratante e a contratada acertam todos os aditivos e serviços extras executados durante o
contrato. Contudo, é aconselhado que tais pendências e seus custos sejam acertadas antes
de cada execução.
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Antes da conclusão do projeto pode ocorrer uma etapa extra denominada etapa de
eventuais reparos e ajustes. O ciclo de projeto da construção de um empreendimento possui
ainda uma etapa com tempo muito curto que é denominada entrega fina. Essa etapa precede
o início da operação do empreendimento e nela ocorre o aceite da obra pelo cliente. Algumas
empresas construtoras ainda ampliam o ciclo de vida dos empreendimentos através de
contratos para futuras manutenções nos empreendimentos.
A concepção adequada das fases e etapas do ciclo de vida dos projetos possibilita ao
gestor ter uma visão mais ampla do trabalho a ser realizado e a estimar melhor os prazos de
conclusão da obra. As ferramentas de gestão ajudam o gestor a identificar as atividades
críticas que podem surgir durante a construção, ajustando os prazos de cada etapa para poder
cumprir o que foi estabelecido em contrato com o cliente.
O gestor de projetos tem dentre as suas responsabilidades indicar todos os riscos do
projeto, inclusive aqueles que podem ocorrer após a entrega das obras. Ele deve unir todos
os envolvidos na realização do empreendimento (cliente e pessoal construtor). Somente com
a troca de opiniões e o conhecimento de todo esse grupo é que será possível atender com
qualidade a todos os requisitos previstos nos contratos dos empreendimentos.
Dentre as atividades da gestão de contratos, ou administração contratual, as atribuições
do gestor de contratos são: o planejamento de insumos, seleção de fornecedores,
acompanhamento dos processos de licitação, administração de fornecimentos e inspeção dos
trabalhos até o encerramento formal das entregas dos itens adquiridos ou contratados.
O gestor de contratos deve participar de todas as etapas do ciclo de vida do produto. Por
isso, é muito importante a sua participação no processo de aquisição, ainda na fase de escolha
dos fornecedores, administrando os contratos estabelecidos e documentando todas as
etapas de seu fornecimento. Esse profissional é o responsável por estabelecer um
cronograma de monitoramento e controle das aquisições de produtos (bens e/ou serviços) e,
em caso de desvios em relação aos produtos contratados, agir com planos de ação
alternativos de remediação.
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Quanto ao perfil do gestor de contratos na construção civil, ele pode ter formação inicial
em Administração, Arquitetura, Engenharia Civil, Engenharia de Produção ou Tecnologia de
Construção Civil, mas é importante a especialização em Gestão de Projetos e que domine as
tecnologias de planejamento, construção e montagem de obras de construção civil.
É muito importante não confundir as atividades de gestão, realizadas pelo gestor de
contrato, com as atividades de fiscalização, realizada pelo fiscal de contrato. A gestão é o
serviço geral de gerenciamento de todos os contratos, enquanto a fiscalização é uma
atividade pontual. Na gestão (administração de contratos), tem-se atenção, por exemplo, do
reequilíbrio econômico financeiro, de incidentes relativos a pagamentos efetuados, de
questões ligadas à documentação do empreendimento, ao controle dos prazos de
vencimento e da prorrogação de prazos. É um serviço administrativo propriamente dito, que
pode ser exercido por um profissional específico ou um setor especializado da empresa.
Quanto à fiscalização, ela é realizada necessariamente por um representante da
administração superior da empresa, que pode ser chamado de gestor ou de fiscal,
especialmente designado, como preceitua a lei, que cuidará pontualmente de cada contrato.
É importante que o profissional designado para a fiscalização do contrato, principalmente em
empresas ou órgãos públicos, tenha qualificações, como:
- Boa reputação ético-profissional.
- Ter conhecimentos técnicos específicos relacionados à construção fiscalizada.
- Não estar, preferencialmente, respondendo a processo de sindicância ou processo
administrativo disciplinar.
- Não possuir em seus registros funcionais punições em decorrência da prática de atos lesivos
ao patrimônio público, em qualquer esfera do governo.
- Não haver sido responsabilizado por irregularidades junto ao seu órgão de origem.
- Não haver sido condenado em processo criminal por crimes contra a Administração Pública.
observar o cumprimento pela contratada das regras técnicas, cientificas ou artísticas previstas
no contrato.
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Além de entender como o Scrum pode ajudar, é preciso fazer com que todos na empresa
o entendam e, mais do que isso, se motivem para adotar o método. Isso passa diretamente
pelo treinamento. Quanto mais treinamento e orientação os colaboradores receberem, maior
será a chance de fazer o Scrum funcionar de forma consistente na empresa.
Por último, mas não menos importante, é fundamental que o profissional que vai atuar
como Dono do Produto, possivelmente o engenheiro ou o gestor da obra, defina a lista de
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pendências. Afinal, é isso que vai servir de base para a análise de planejamento preliminar e
como ponto de partida do Sprint.
Dentro do Sprint, existem etapas a serem cumpridas. A primeira é de planejamento, que
é o momento de analisar o produto e definir tarefas a serem executadas.
Além disso, há a Scrum Daily, que é uma reunião diária, rápida, com todos os participantes
em pé – normalmente com duração de 15 minutos. Dessa forma, podem avaliar diariamente
o andamento da sprint e definir novos passos.
A etapa de revisão ao final do Sprint também é essencial, pois é quando o time apresenta
o que foi feito e valida tudo junto ao PO (Product Owner).
O momento de fechamento do Sprint é a retrospectiva: é a hora de analisar as lições
aprendidas, focada nos processos, nas ferramentas e produtos, além dos relacionamentos.
Avaliar o que deu certo, o que não deu e o que pode ser evitado na próxima sprint.
É imperativo dizer que quando uma Sprint é finalizada, outra já começa atendendo ao
mesmo cronograma e processos, até chegar a entrega final do projeto como um todo.
O terceiro pilar do Scrum são os Artefatos, que são compostos por: Backblock do Produto,
Backblog do Sprint e Incremento do Produto. Para entender melhor o que é Backlog do
produto, é preciso saber que é uma lista ordenada dos requisitos. Pode ser utilizada no
formato “histórias” de usuários (User Stories), com as informações mais claras possíveis das
necessidades dos clientes. Em outras palavras, é uma lista ordenada de tudo o que possa ser
necessário no produto, e é a única fonte de requisitos para todas as mudanças a serem feitas
no produto. Já o Incremento de Produto é a soma dos itens concluídos do Backlog do produto.
O Time Scrum transforma os requisitos do produto em um potencial incremento de
produto que atenda a definição de “pronto”, trabalhando em conjunto com o Product Owner
para entendimento do produto. Enquanto a Backlog do Sprint é a saída da segunda parte da
reunião de planejamento, quando é criada uma lista de tarefas, ou seja, as prioridades de
trabalho, para a Equipe de Desenvolvimento ou Project Team. As tarefas são revisitadas
diariamente através das reuniões Daily Scrum.
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Para ajudar a conferir o andamento dessas prioridades, podem ser utilizados um Gráfico
que é uma ferramenta que ajuda as equipes a tornar o status dos itens Sprint Backlog visíveis.
O quadro pode ter muitas formas físicas e virtuais, mas executa a mesma função
independentemente de como ela se parece.
A metodologia Scrum é simples de entender e muito dinâmica para ajudar na
produtividade e eficácia das equipes. Não pense que esse modelo de trabalho só dá certo
para outros setores, até porque já há empresas que estão conquistando resultados positivos
no setor da construção civil. O segredo está em entender os processos e aplicá-los o quanto
antes.
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