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GERENCIAMENTO
DE PROJETOS
R696 Rodrigues, Ramiro
CDD: 658.404
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Após concluir o estudo da disciplina Gerenciamento de Projetos, você será capaz de:
Caro(a) aluno(a),
Para tal, serão utilizados conceitos e práticas com base no Project Management Institute, orga-
nização internacional que fomenta o aprendizado e desenvolvimento do profissional em ge-
renciamento de projeto em cerca de 170 países e com mais de 500 mil membros no mundo.
Espera-se que, ao final deste curso, você tenha assimilado conceitos e entendimentos sobre
o gerenciamento de projetos de forma a iniciar seu desenvolvimento nessa área de gestão
que tem tido vertiginoso crescimento e se tornado exigência nos meios empresariais.
Bons estudos!
Equipe Ibmec online
DIRETRIZES PEDAGÓGICAS
■■ organize o seu tempo e escolha os melhores dias e horários para você estudar;
Não deixe de participar das discussões encadeadas no ambiente virtual de cada capítulo.
Elas são indispensáveis para um melhor aproveitamento do curso.
Bons estudos!
8 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Capítulo 1
INTRODUÇÃO AO
GERENCIAMENTO DE PROJETOS
CAPÍTULO 1 9
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS DO MÓDULO
Para melhor compreensão das questões que envolvem o gerenciamento de projeto, este
capítulo está dividido em:
UNIDADE 1
ORIGENS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS
A Grande Pirâmide de Gizé (2550 a.C.) ou a Grande Muralha da China (221 a.C. - 206 a.C.),
representada pela figura a seguir, por exemplo, só foram possíveis de serem construídas
graças ao desenvolvimento de ferramentas mecânicas, como rodas e alavancas, e ao esforço
de organização das pessoas que estiveram envolvidas nesse processo.
As linhas do tempo a seguir mostram como a ideia de gerenciar projetos é antiga, partindo
dos principais fatos históricos que, desde o século XIV, levaram ao surgimento do gerencia-
mento de projetos até os dias de hoje.
Renascimento Cultural
Ocorrido na Europa entre os séculos XIV e XVI, o Renascimento Cultural foi um período fértil
para as artes e para a ciência, trazendo à tona a habilidade dos profissionais em conduzir,
de forma simultânea, uma série de planos ou ideias estruturadas, característica primordial
de um gerente de projetos. Um único engenheiro, por exemplo, reunia, em geral, conheci-
mentos de arquitetura, militarismo, astronomia e artes.
12 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Renascimento Cultural
Em seguida ao Renascimento, o século XVI foi marcado pelo início da Moderna Engenharia,
com a constituição das sociedades profissionais - as escolas de engenharia – e a especiali-
zação dentro da profissão. Os engenheiros começam a tirar proveito das brilhantes desco-
bertas científicas da época. As grandes navegações fizeram ótimo uso destas descobertas,
mas precisavam somar forte capacidade de planejamento e logística para a sobrevivência de
seus tripulantes por longos períodos em alto mar.
Revoluções industriais
Entre os séculos XVIII e XIX, o mundo ocidental assistiu a mudanças colossais, tendo como
marco as revoluções industriais. As revoluções industriais levaram à estruturação da produ-
ção em massa e à construção de malhas rodoviárias que expandiram o comércio mundial
em longas distâncias. Também nessa época aumentou-se a atenção a quesitos como habi-
tação, saúde, assistência social e educação.
CAPÍTULO 1 13
Porém, no fim do século XIX, a chamada Segunda Revolução Industrial gerou uma série de
novas tecnologias emergentes que envolviam, especialmente eletricidade e produtos quími-
cos. É a partir dessa época que são provenientes os telefones, os dispositivos elétricos, o motor
de combustão interna e os transportes por via terrestre (automóveis), marítima e aérea.
Revoluções Industriais
Todas essas demandas originadas das revoluções industriais levaram o mundo a pensar em
soluções em nível macro e ao nascimento de princípios de gestão no mundo dos negócios,
espinha dorsal da gestão do projeto.
Com a tecnologia emergente do período das revoluções industriais, a Primeira Guerra Mun-
dial (1914-1918) mobilizou continentes com enormes exércitos e recursos e essa “industria-
lização” da guerra alavancou ainda mais a produção em massa, a logística de transporte de
equipamentos e a mobilização de enormes contingentes.
14 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
PARE PARA
PENSAR
1º Guerra Mundial
2º Guerra Mundial
Era do conhecimento
Depois das duas grandes guerras, o mundo passou a vivenciar o que se chamou de Era do
Conhecimento ou Terceira Revolução Industrial, devido ao domínio dos computadores ele-
tromecânicos e eletrônicos desde os anos 1930. De forma simultânea, também teve início
a institucionalização de práticas de gestão em negócios, que encontraram nos projetos a
melhor maneira de realizar os objetivos estratégicos das organizações.
3º Revolução Industrial
Mas foi no período denominado Guerra Fria, especialmente após a competição tecnológica,
econômica e política que envolveu a corrida espacial entre a extinta União Soviética (URSS) e
os EUA, que se percebeu a necessidade de se estruturar, de forma metodológica, as etapas
e fases dos megaprojetos e megaempreendimentos. Com isso, passou-se a elaborar meto-
dologias de planejamento e execução para os projetos, aprimorando suas práticas de forma
evolutiva, o que culminou com aquilo que se conhece hoje por moderno gerenciamento
de projetos.
PARE PARA
PENSAR
16 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Cenário atual
A consequência deste cenário é que será exigido, cada vez mais, que os profissionais este-
jam alinhados com as melhores práticas do gerenciamento de projetos para que possam se
manter competitivos e atuantes no mercado. Além disso, a quantidade de grandes projetos
pelo mundo vem crescendo a cada ano, impondo a necessidade por processos de planeja-
mento e controle adequados.
Para que esses investimentos gerem benefícios é fundamental que as organizações envol-
vidas tenham maturidade em gerenciamento de projetos e contem com profissionais habi-
litados em seus quadros, capazes de dirigir plenamente os projetos em direção aos seus
principais objetivos.
UNIDADE 2
CONCEITOS BÁSICOS
Projetos são a ferramenta de mudança e evolução que as corporações utilizam para depo-
sitar as expectativas organizacionais e concretizar seus objetivos estratégicos, por meio de
produtos e de serviços novos ou melhores.
Organização
Valor de
negócio
O fato de ser realizado por pessoas significa que os projetos funcionam quase como um
relacionamento interpessoal, o que faz com que a capacidade de coordenação e alinha-
mento entre os envolvidos seja um fator crítico de sucesso.
Já o resultado único e específico está relacionado à meta que o projeto apresenta e que
deverá ser entregue ao cliente. Isso faz com que cada projeto seja distinto dos outros, por
mais que eles apresentem características semelhantes.
Por outro lado, quando há um grupo de projetos relacionados entre si, o gerenciamento
ocorre de modo coordenado para que obtenha benefícios comuns que não seriam possíveis
se tais projetos fossem gerenciados de forma isolada. A isso dá-se o nome de programa.
Os programas são compostos de diversos projetos que, embora tenham objetivos distintos,
possuem uma correlação estratégica comum. O programa aeroespacial da NASA ou os pro-
gramas sociais governamentais para amparo e desenvolvimento social são exemplos disso.
Programa
Interesse Estratégico
Projeto 1 Projeto 2
Objetivos Comuns
Além disso, a empresa também pode optar por agrupar um conjunto de projetos, programas
ou outros trabalhos que não estejam necessariamente relacionados entre si, mas que, abarca-
dos em uma coordenação comum, tornam mais fácil e eficiente o gerenciamento do trabalho,
a fim de atender os objetivos dos negócios estratégicos. Isso recebe o nome de portfólio.
Extratégia Organizacional
Exemplo de Portfólio
Programa B1 Programa C
Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto Projeto Operações
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Não raramente também é possível encontrar o uso de termos alternativos, como subprojeto
ou fases, que identificam partes ou quebras de um mesmo projeto. Isso pode ser aplicado à
divisão em etapas de um mesmo projeto, que não fariam sentido se tratadas isoladamente.
Dessa forma, muitas vezes, o gerenciamento do portfólio da organização e dos seus progra-
mas estratégicos gera as condições necessárias para a eficiência do próprio gerenciamento
de projetos. Isso acontece, pois muitas ações, métodos e processos usados em um determi-
nado projeto podem ser compartilhados por outros projetos e programas.
CAPÍTULO 1 19
Uma nova visão sobre esse processo – denominada de Gerenciamento de Projetos Organi-
zacional (GPO) - prega que projetos, programas e portfólio devem ir além do mero projeto
certo. Essa ideia faz com que eles estejam claramente alinhados com os objetivos estraté-
gicos e metas da organização e seus resultados sejam integrados à operação que segue ao
projeto agregando valor (crescimento) ao negócio.
Ambiente Organizacional
Programas Operações:
Portfólio:
e Projetos: Realização
Estratégia Decisões
Entrega de do valor
de valor
resultados de negócio
Gerenciamento de projetos
Custos
Qualidade
Tempo Escopo
Com o passar do tempo, porém, essas demandas viriam a servir como núcleo embrionário
para o desenvolvimento de um outro modelo, mais completo e que serviria para formatar a
estrutura das áreas de conhecimento que envolvem o gerenciamento de projetos. Essa nova
visão é chamada de Project Management Institute (PMI).
Lid
r
Ge
er
nça
Té
Gerenciamento
estratégico e de negócios
Além disso, o gerente de projetos deve estar preparado para atuar em um ambiente adverso
e conflituoso e, por isso, as suas habilidades interpessoais devem envolver:
■■ equilíbrio emocional;
■■ liderança;
■■ organização e planejamento;
■■ boa comunicação;
■■ resiliência.
PENSAR
Processos
Em contraponto com o conceito básico de “projeto”, que deve ser único, o que se espera de
um processo é uma sequência exata e repetida periodicamente de atividades, sem término
previamente determinado.
Alguns projetos são utilizados como meio de aprimoramento de processos a serem imple-
mentados ou já em produção. Depois do projeto encerrado, o processo volta às suas carac-
terísticas contínuas até que se justifique uma nova melhoria.
CAPÍTULO 1 23
Processo
Melhorado
Projeto
Processo Inicial
Projeto
Conceito
Inicial
Hoje, o PMI (2018) tem alcance internacional e está organizado em mais de 250 unidades de
referências regionais, denominadas Chapters – ou Capítulos -, distribuídas em 170 países.
Possui mais de 500 mil afiliados que, por meio de seu site, têm acesso a documentos, artigos
e informações gerais sobre gerenciamento de projetos.
INFORMAÇÃO
EXTRA
24 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Para o profissional que atua como gerente de projetos, o PMI lançou, em 2006, um Código
de Ética e Conduta Profissional (PMI, 2006), aplicável a seus membros, e oriundo de um
estudo que buscou definir os termos de domínio público, tarefas a serem desenvolvidas e
conhecimentos necessários para a função. A ideia é tornar mundialmente uniforme a con-
duta dos profissionais da área por meio de conceitos de ética, conflito de interesses e
responsabilidade profissional comuns às melhores práticas profissionais.
INFORMAÇÃO
EXTRA
PMBoK
O PMBoK® está organizado em dez áreas de conhecimento, como mostra a figura a seguir:
de integração
de escopo
de cronograma
Gerenciamento de custos do projeto
da qualidade
de recursos
das comunicações
de riscos
da aquisição
de partes interessadas
Certificação
INFORMAÇÃO
EXTRA
O PMP é concedido a todos aqueles que forem aprovados em um teste de 200 questões
de múltipla escolha, que procuram avaliar o candidato nas áreas de conhecimento do
PMBoK® e em situações práticas do dia a dia do gerenciamento de projetos. Para se
habilitar à prova, no entanto, é necessário apresentar a comprovação de 4,5 mil horas de
experiência prática em projetos (para aqueles que possuem graduação) e 7,5 mil horas (para
os profissionais de nível técnico).
UNIDADE 3
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS E PARTES INTERESSADAS
CARACTERÍSTICAS DO PROJETO
Quem Pessoal
Tipos de Autoridade
Grupos de trabalho Papel do gerente do Disponibilidade gerencia o administrativo de
estrutura do gerente do
organizado por projeto de recursos orçamento do gerenciamento
organizacional projeto
projeto? de projetos
Em tempo parcial;
Flexível; pessoas pode ou não ser
Orgânico ou Pouco ou Pouca ou Proprietário Pouco ou
trabalhando lado um papel designa-
simples nenhuma nenhuma ou operador nenhum
a lado do, como coorde-
nador
Em tempo parcial;
Trabalho
pode ou não ser
Funcional (cen- realizado Pouco ou Pouca ou Gerente Em tempo
um papel designa-
tralizado) (ex.: engenharia, nenhuma nenhuma funcional parcial
do, como coorde-
fabricação)
nador
Em tempo parcial;
feito como parte
de outro trabalho Gerente
Matriz - fraca Função Baixa Baixa Full-time
e não uma função funcional
designada, como
coordenador
Em tempo parcial;
incorporado nas
funções como uma
Matriz - Baixa a Baixa a mode- Em tempo
Função habilidade e pode Misto
equilibrada moderada rada parcial
não ser um papel
designado, como
coordenador
Orientado a
Alta a quase Função designada Alta a quase Gerente do Em tempo
projetos (com- Projeto
total em tempo integral total projeto parcial
posto, híbrido)
Estrutura de rede
com nós nos Poderia ser em
Baixa a Em tempo integral Baixa a mode-
Virtual pontos de con- Misto tempo integral
moderada ou parcial rada
tato com outras ou parcial
pessoas
Mix de outros
Híbrido Mista Misto Mista Misto Misto
tipos
Mix de outros Alta a quase Função designada Alta a quase Gerente do Em tempo
EGP*
tipos total em tempo integral total projeto integral
Uma organização orientada a projetos costuma não apenas disponibilizar a maior parte
dos recursos para esse fim, como também oferecer um bom suporte à sua elaboração e ao
trabalho dos gerentes desses projetos, que possuem grande independência e autoridade
dentro da sua função.
2. Aquelas que adotam o gerenciamento por projetos dentro de sua própria estrutura e
para seus próprios projetos. Empresas com este conceito normalmente possuem siste-
mas de gerenciamento facilitador, como, por exemplo, sistemas financeiros especifica-
mente projetados para contabilizar, acompanhar e emitir relatórios de diversos projetos
simultâneos.
Todas as demais organizações não orientadas a projetos, mas que os desenvolvem não cos-
tumam ter sistemas de gerenciamento direcionados para dar suporte às necessidades do
projeto. Isso dificulta a sua realização e, portanto, a equipe de gerenciamento de projetos
deve estar ciente de como poderá ser afetada.
Coordenação
de projeto
Executivo chefe
Boa parte das organizações modernas envolve combinações de todas essas estruturas em vários
níveis, o que pode ser denominado organização composta, como mostra a figura a seguir:
Executivo chefe
Coordenação do Coordenação do
projeto B projeto A
Acompanhe este exemplo: uma organização fundamentalmente funcional pode criar uma
equipe de projeto especial para cuidar de um projeto crítico. Essa equipe pode ter muitas
características de uma equipe de projeto em uma organização por projeto. Neste cenário, a
equipe pode incluir pessoal de diferentes departamentos funcionais trabalhando em tempo
integral, pode desenvolver seu próprio conjunto de procedimentos operacionais e pode
operar fora da estrutura hierárquica formal padrão.
■■ da influência organizacional,
■■ da complexidade do projeto e
Ela varia para se adequar e se adaptar às influências impostas pela organização, pois elas
moldam o sistema de execução de projetos.
https://escritoriodeprojetos.com.br/
templates-de-gerenciamento-de-projetos
INFORMAÇÃO
EXTRA
As partes interessadas
2. Cliente: são as pessoas ou as organizações que irão receber o resultado do projeto. Eles
podem ser internos ou externos em relação à organização executora do projeto. Em alguns
projetos, a identificação do cliente pode ser alternada/combinada com as de usuários.
4. Equipe do projeto: é o conjunto de pessoas formado pelo gerente do projeto para exe-
cutar os trabalhos necessários durante o seu andamento. O tamanho da equipe varia de
acordo com o tamanho do projeto e dom a disponibilidade possível de recursos.
6. Gerentes funcionais: são pessoas com função gerencial dentro da organização, como o
gerente de contabilidade, de engenharia ou de RH, por exemplo, que atuam como res-
ponsáveis pela gestão dos recursos e pelos processos contínuos. Os gerentes funcionais
têm, normalmente, grande relevância no mapeamento das partes interessadas e no
conhecimento dos aspectos políticos e técnicos da organização.
A identificação adequada das partes interessadas é tão relevante para um projeto que, a
partir da 5ª edição do PMBoK (2012), o assunto foi transformado em uma área de conheci-
mento específica com seus devidos processos e especificidades.
32 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
UNIDADE 4
O ESCRITÓRIO DE PROJETOS E MATURIDADE
Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP), ou Project Management Office (PMO), é o
nome dado a uma célula da estrutura organizacional que busca integrar as atividades do
gerenciamento de projetos (os programas e o portfólio) de acordo com suas metas, estraté-
gias, prioridade e recursos da organização.
NA PRÁTICA
CAPÍTULO 1 33
VOCÊ SABIA?
Mesmo que tenha sido concluído dentro do tempo estipulado, dos custos planejados, de
acordo com o escopo combinado e em um nível de qualidade especificado, ainda assim um
projeto pode ser avaliado como malsucedido. O inverso também ocorre: projetos que exce-
deram negativamente suas variáveis de controle podem ser considerados bem-sucedidos.
Isso acontece porque a avaliação do desempenho de um projeto depende da percepção que
as partes interessadas possuem em relação a ele.
Vários são os fatores que podem influenciar a percepção dos interessados no projeto, como,
por exemplo:
■■ a utilização do produto pelo cliente;
<https://www.linkedin.com/pulse/metodologia-de-gerenciamento-
projetos-parceira-ou-ramiro-rodrigues?trk=mp-reader-card>.
INFORMAÇÃO
EXTRA
36 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
■■ dar visibilidade e clareza às metas necessárias para atingir a melhoria contínua e a evo-
lução dos resultados no gerenciamento de projetos.
MODELO APRESENTAÇÃO
Vale ressaltar que vários outros modelos de maturidade estão em constantes profusão
mundo afora. O que realmente importa é saber aproveitar o melhor uso e adequação do
modelo ao seu tipo de segmento ou organização, para que sirva como uma referência de
status e progresso na qualidade dos projetos executados.
CAPÍTULO 1 37
Resumo
Neste capítulo, você aprendeu que o gerenciamento de projetos não é uma novidade e que
seus conceitos são aplicados desde os mais antigos tempos até os dias atuais. Viu também
os conceitos básicos do gerenciamento, com destaque para o PMBoK®.
Por fim, você estudou a relação entre a maturidade em gerenciamento de projetos, ou seja,
os estágios de profissionalismo com que as organizações gerenciam seus projetos, e os con-
ceitos de fracasso e sucesso.
38 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Capítulo 2
GRUPOS DE PROCESSOS
E ÁREAS DE CONHECIMENTO
CAPÍTULO 2 39
INTRODUÇÃO
Alguma vez você já parou para contabilizar Você também vai estudar o ciclo de vida
quantos processos você enfrenta ao longo de um projeto, que também pode ser
do dia para conseguir cumprir com as chamado de fases e dividido de acordo com
diferentes tarefas da rotina? Já imaginou esse vários critérios relacionados à característica
número multiplicado para cada funcionário da empresa e de seu ramo de atuação.
de cada departamento de uma empresa? Por fim, você terá conhecimento das dez
áreas de conhecimento que compõem o
Neste capítulo, você irá conhecer quais gerenciamento de projetos, sua relação
são esses processos e também os grupos com os grupos de processos e as atividades
responsáveis em cada uma das etapas inerentes a cada uma dessas áreas.
que o compõe. Verá também que as ações
praticadas em uma empresa não estão
isoladas umas das outras, já que todos os
processos são inter-relacionados.
40 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
OBJETIVOS DO MÓDULO
■■ identificar os processos organizados pelo PMBoK®, que deram origem ao que conhecemos
como grupos de processos do gerenciamento de projetos;
Para melhor compreensão das questões que envolvem o gerenciamento de projeto, este
capítulo está dividido em:
UNIDADE 1
INTERAÇÃO E CICLO DE VIDA
Todo processo possui elementos que são agrupados em três componentes comuns:
Grupos de processos
1. Grupo de processos de iniciação: são os processos realizados para definir um novo pro-
jeto (ou fase de um projeto existente) por meio da obtenção de autorização para seu
início. É quando acontece o reconhecimento do começo do projeto e se formaliza o com-
prometimento com sua execução. Dois processos compõem essa fase.
3. Grupo de processos de execução: são os processos (10) realizados para executar o traba-
lho planejado a fim de satisfazer as especificações do projeto. Dez processos compõem
essa fase.
O Modelo PDCA
Os agrupamentos dos processos do gerenciamento de projetos têm base no modelo PDCA
(Plan-Do-Check-Act). Esse modelo tornou-se conhecido por identificar um método de controle de
processos a fim de atingir metas preestabelecidas. O PDCA foi desenvolvido na década de 1930
pelo norte-americano Walter A. Shewhart, mas sua disseminação ocorreu somente a partir de
1950, quando William Edward Deming levou o modelo ao Japão, ajudando na sua divulgação.
Por esse motivo, o modelo também é conhecido como ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming.
O modelo PDCA é composto por quatro fases básicas: planejamento, execução, verificação
e ação corretiva. De forma sintetizada, têm-se:
P D C A
(Plan = Planejar) (Do = Executar) (Check = Acompanhar) (Act = Agir)
EXTRA
Sabe-se que os projetos podem ser divididos em fases conforme seu tamanho, sua comple-
xidade e ainda segundo determinação do grupo gestor. Essas fases, conhecidas como ciclo
de vida do projeto, oferecem maior controle gerencial por meio de ligações adequadas às
operações em andamento na organização executora.
As fases do ciclo de vida não são iguais aos grupos de processos do gerenciamento de pro-
jetos (iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento), pois
dependem das características de cada projeto e da determinação do gerente do projeto.
O ciclo de vida do projeto tem como características uma onda de utilização de recursos
financeiros e pessoais baixos no início do projeto, ápice nas fases intermediárias e declínio
na fase final, como ilustra a figura a seguir.
É importante observar que essa dinâmica pode ser modificada pela influência das partes inte-
ressadas, bem como seus riscos e incertezas, que é inversamente proporcional aos custos de
uma eventual mudança no projeto conforme ele se aproxima do fim, como mostra a figura:
Alto Risco
Grau
Baixo
Tempo do projeto
É possível perceber que, em projetos com várias fases, os processos de gerenciamento são
repetidos em cada uma delas, como se a fase fosse um projeto. Essa repetição de processos
é realizada até que todos os critérios para a conclusão da fase sejam satisfeitos. Só assim, a
fase é encerrada.
UNIDADE 2
ÁREAS DE CONHECIMENTO E GRUPOS DE PROCESSOS
Em seguida, o gerenciamento do escopo foi adicionado a este cenário e, mais tarde, estas
restrições acabaram por evoluir para o que foi identificado pelo PMBoK® como as dez áreas
de conhecimentos do gerenciamento de projetos, que representam, na verdade, uma
segunda forma de agrupar os processos (veja na figura a seguir):
Recursos
Integração
Comunicação
Escopo
Riscos
Gerenciamento
de projeto
Cronograma
Qualidade
Custo
Aquisições
Stakeholders
Observe que, no quadro a seguir, encontramos o mapeamento dos processos nas áreas de
conhecimento do gerenciamento de projetos cruzando com os grupos de processos.
CAPÍTULO 2 47
Grupos de
Grupo de Grupos de Grupos de
Grupos de Processos do Processos do
Processos da Processos da Processos do
Planejamento Monitoramento e
Iniciação Execução Encerramento
Controle
Gerenciamento de
4.1. Desenvolver 4.2. Desenvolver o plano de 4.3. Orientar e 4.5. Monitorar e 4.7. Encerrar
termo de abertu- gerenciamento do projeto gerenciar a exe- controlar o trabalho o projeto ou
Integração
do escopo
5.6. Controlar o
Escopo
9.5. Gerenciar a
equipe
48 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Grupos de
Grupo de Grupos de Grupos de
Grupos de Processos do Processos do
Processos da Processos da Processos do
Planejamento Monitoramento e
Iniciação Execução Encerramento
Controle
Gerenciamento das
riscos
11.2. Identificar os riscos
Estes 49 processos possuem interessantes sinapses onde há várias correlações entre pro-
cessos e grupos. Assim, seu melhor entendimento precede de avaliações individuais e rela-
cionais que serão aprofundadas no decorrer deste curso.
CAPÍTULO 2 49
UNIDADE 3
ATIVIDADES DAS ÁREAS – PARTE 1
Nesta e na próxima unidade você vai conhecer, de forma resumida, os processos e ativi-
dades que cada uma das áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos envolve.
As outras áreas - iniciação e planejamento, execução, monitoramento, controle e encerra-
mento - serão trabalhadas nos próximos capítulos desta disciplina.
Gerenciamento de integração
Esta área tem como objetivo “juntar as peças” das demais áreas do projeto e fornecer uma
visão do conjunto. É onde devemos observar a coerência entre as necessidades e a consis-
tência dos resultados.
Para os projetos relativamente pequenos, com um único gerente de projetos atuando, este papel
de integrador é transparente. Mas, para projetos em que haja uma equipe de líderes ou respon-
sáveis distintos sobre áreas distintas (custos, prazos, qualidade etc.), a figura de um gerente de
projetos sênior, que tenha a visão global do projeto, é essencial para se obter sucesso.
Gerenciamento do escopo
Por princípio, tudo aquilo que não constar explicitamente como sendo escopo do projeto
não faz parte do mesmo. Isso faz com que seu gerenciamento seja de extrema importân-
cia para a análise dos resultados do projeto, pois se espera que, ao final do projeto, todo o
escopo previsto inicialmente tenha sido realizado.
É preciso que esteja claro para o gerente do escopo do projeto que qualquer alteração neste
escopo após seu início pode gerar reflexos nas demais áreas de gerenciamento, o que justi-
fica um replanejamento do projeto. Assim, qualquer requisição de mudança de escopo deve
ser devidamente submetida ao gerenciamento de integração para a análise de impactos
antes de sua aprovação ou rejeição.
NA PRÁTICA
Gerenciamento do cronograma
Não podemos, entretanto, esquecer que o tempo, como dimensão, apresenta uma caracte-
rística própria e complexa ao ambiente de projetos: a inexorabilidade. Ou seja, o tempo não
se expande. Assim, controlar o andamento das atividades planejadas e recuperar atrasos
imprevistos torna-se grande desafio para a condução do projeto.
CAPÍTULO 2 51
Gerenciamento de custos
UNIDADE 4
ATIVIDADES DAS ÁREAS – PARTE 2
Gerenciamento de qualidade
O gerente da qualidade do projeto deve ter consciência de que o ambiente de seu projeto,
por seu caráter temporário e transitório dentro de uma organização maior, deve atentar aos
padrões de qualidade já estabelecidos. Isto requer da equipe do projeto conhecimentos de
normatizações e técnicas de qualidade, como ISO, TQM, Six Sigma, Melhoria Contínua, Deming,
Ishikawa, Juran, Crosby etc. Veja a seguir os processos que esta área abrange.
52 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Gerenciamento de comunicações
Gerenciamento de riscos
Ao contrário do uso comum que se dá à palavra “risco”, com uma percepção de possibi-
lidade de perda, no gerenciamento de projetos, risco é qualquer evento ou condição que
possa gerar um efeito negativo ou positivo para o projeto.
O gerenciamento de riscos já é tratado por áreas profissionais com alto grau de maturi-
dade, como finanças, atuária e logística. O ambiente de projetos que, por sua natureza, é um
ambiente de incertezas, necessita do bom uso de técnicas e ferramentas já desenvolvidas
pelo conhecimento humano para conseguir os melhores resultados possíveis no tratamento
dos riscos. Isto faz com que o profissional de gerenciamento de riscos esteja sendo progres-
sivamente valorizado no mercado.
Gerenciamento de aquisições
Apesar de ter somente sido inclusa na 5a edição do PMBoK (2012), o gerenciamento das
partes interessadas sempre esteve presente como conceito. Seus processos possuem o
objetivo de identificar as pessoas, grupos ou organizações que podem influenciar ou serem
influenciadas pelo projeto.
CAPÍTULO 2 55
Trata-se de analisar as expectativas desses grupos para que o contexto do projeto possa
ser desenvolvido com esse conhecimento. Além disso, a gestão das partes interessadas é
também importante para que buscar a comunicação eficaz e contínua entre os envolvidos
conhecendo suas necessidades e expectativas.
Não se pode esperar um projeto de sucesso sem uma coordenação entre os que dele par-
ticipam, tanto direta quanto indiretamente. A satisfação das partes interessadas precisa ser
gerenciada como um objetivo chave do projeto.
Resumo
Neste capítulo, vimos que o gerenciamento de projetos é formado por processos, ou seja, um
conjunto de ações e atividades a serem executados, a fim de se alcançar os objetivos. Foram
abordados os cinco grupos de processos propostos pelo PMBoK® – iniciação, planejamento,
execução, monitoramento e controle e encerramento – e o modelo de controle de processos
PDCA (Plan-Do-Check-Act).
Você viu também as fases do projeto – inicial, intermediárias e final – que compõem o seu ciclo
de vida e não devem ser confundidas com os grupos de processos. O capítulo apresentou
ainda uma segunda forma de agrupar os processos: as dez áreas de conhecimento. Cada uma
delas foi apresentada em detalhe, com os processos e atividades inerentes a cada grupo.
56 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Capítulo 3
INICIAÇÃO E
PLANEJAMENTO
CAPÍTULO 3 57
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS DO MÓDULO
■■ identificar cada detalhe sobre os grupos de processos das fases de Iniciação e Planejamento,
e seus respectivos processos de gerenciamento de projetos;
Para melhor compreensão das questões que envolvem o gerenciamento de projeto, este
capítulo está dividido em:
UNIDADE 1
A FASE DA INICIAÇÃO
Estas justificativas para a existência de um projeto podem ser avaliadas na chamada fase
pré-projeto. Algumas metodologias são usadas para isso, como é o caso da PRINCE2 (Pro-
jects IN Controlled Environments – version 2) ou da FEL (Front End Loading), que fomentam
o interesse e a capacidade da organização para executar determinado projeto e dão uma
espécie de “sinal verde” para que ele passe à primeira fase - normalmente, chamada de fase
de iniciação, abertura ou concepção.
O grupo de processos da fase de iniciação tem como objetivo definir um novo projeto ou
uma nova fase de um projeto já existente. É quando ocorre o reconhecimento formal da
existência do projeto, a definição do escopo inicial, o comprometimento dos recursos finan-
ceiros e a identificação das partes interessadas (internas e externas) que possam vir a intera-
gir e influenciar no resultado geral. É também nesta fase que se define o gerente de projetos
que estará à frente dos trabalhos.
Para que tudo isso seja possível é elaborado o Termo de Abertura do Projeto, ferramenta
que reconhece e autoriza formalmente a existência de um projeto. Trata-se de algo seme-
lhante à “certidão de nascimento” do projeto, que pode conter:
■■ a finalidade ou justificativa do projeto;
■■ os objetivos mensuráveis;
■■ as premissas e restrições;
É o Termo de Abertura do Projeto que fornece um vínculo direto entre o projeto e os obje-
tivos estratégicos da organização, cria um registro formal do projeto e demonstra o com-
promisso da organização. É ele que também concede ao gerente do projeto autoridade
necessária para aplicar todos os recursos disponíveis na organização para que o projeto
possa atingir seu objetivo final. Embora a equipe de gerenciamento de projetos possa ajudar
na elaboração, o documento Projeto deve ser assinado e aprovado, essencialmente, pelo
patrocinador do projeto.
60 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
No caso de projetos de grande porte e/ou completos, o processo de iniciação podem apa-
recer de forma repetida em cada fase distinta do projeto. Essa prática traz consigo o ganho
do aprendizado ocorrido e documentado nas fases anteriores, oportunizando à equipe veri-
ficar novamente os critérios que levam ao sucesso e analisar a influência e os objetivos das
partes interessadas do projeto.
UNIDADE 2
PLANEJAMENTO – DO ESCOPO AO CRONOGRAMA
A essência do ato de planejar é buscar antever os fatos futuros a fim de estar preparado
quando eles acontecerem. Para o ambiente de projetos, que é, por natureza, um ambiente
de incertezas, o planejamento é uma arma poderosa que minimiza impactos negativos e
aumenta as chances de sucesso nos resultados do projeto.
O ato de planejar costuma sofrer forte influência da cultura organizacional onde o pro-
jeto está inserido. Embora o senso comum acredite ser melhor investir em prevenção do
que em correção, empresas com baixo grau de maturidade em gerenciamento de projetos
costumam negligenciar a fase de planejamento na busca de resultados de execução mais
imediatos.
Esse tipo de cenário costuma ser muito prejudicial ao gerente de projetos, que será respon-
sabilizado por eventuais (e prováveis) resultados negativos que ocorram. Em ambientes mais
maduros, incentiva-se o planejamento a ser desenvolvido com atenção e profissionalismo.
VOCÊ SABIA?
62 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
INFORMAÇÃO
EXTRA
Planejamento do escopo
O objetivo do escopo é definir e quantificar o trabalho a ser feito, a fim de gerar o produto
(ou serviço) desejado pelo projeto. Isto compreende também a noção de que o que não está
explicitamente descrito como escopo do projeto não faz parte dele.
A atividade de coleta dos requisitos, por sua vez, consiste em recolher produtos realizados
na fase de iniciação, e utilizar técnicas de observação e contato com as partes interessadas,
a fim de elaborar resultados como:
■■ problemas a serem resolvidos e oportunidades;
O principal resultado esperado é o acordo do escopo do projeto, que deve conter, principal-
mente, informações sobre o escopo do produto, as entregas do projeto, critérios de aceite
dos produtos, restrições e premissas do projeto.
A Estrutura Analítica do Projeto (EAP) - ou Work Breakdown Structure (WBS) - é uma ferra-
menta indispensável do planejamento do projeto. Com ela, os envolvidos no projeto podem
ter maior clareza de todas as suas entregas. Normalmente, é apresentada por meio de uma
estrutura hierárquica que utiliza da decomposição de macro tópicos do projeto (por exem-
plo: fases, distribuição geográfica, produtos etc.) até chegar aos pacotes de trabalho, em seu
nível mais baixo.
Projeto Gerenciamento
(Design) Licitação Mobilização Construção Desmobilização do Projeto
Definição de Preparação de
Lista de Preparação Retirada de Planejamento
Requisitos Fundações
Fornecedores de Canteiro Materiais do Projeto
Projeto de
Telhado Instalações
Acabamentos
Telhado
Por prover maior clareza das entregas previstas pelo escopo do projeto, a ferramenta é
referência para a realização acurada de vários outros planejamentos (como, por exemplo,
tempo, recursos, riscos, custos etc.), como veremos mais adiante.
É comum associarmos à EAP uma descrição técnica das características e especificações das
suas entregas de último nível. Estas descrições são chamadas de dicionário da EAP, em um
documento anexo à EAP. Nele, pode-se também definir o critério de aceite para cada um dos
pacotes de trabalho. Isso facilitará o controle das entregas do projeto.
Planejamento do cronograma
Uma vez que as entregas previstas já foram esclarecidas pelo planejamento do escopo, o tra-
balho do planejamento do cronograma consiste em identificar as atividades, sequenciá-las,
estimar durações e montar o cronograma. Você verá, a seguir, como executar essas tarefas.
Para melhor ilustrar a distinção entre atividades e entregas (ou pacotes de trabalho), ima-
gine que sua EAP identificou um pacote que signifique o descarregamento de um caminhão
com produtos fabricados em uma cidade vizinha.
As atividades a serem identificadas são as ações que devem ser tomadas para que o pacote
seja realizado. No exemplo, é provável que sejam identificadas ações como: carregar o cami-
nhão, conferir carregamento e documentação, planejar rota terrestre, transportar a carga,
recepcionar e conferir produtos previstos e descarregar produtos.
A B C
Início Fim
D E F
Com a visão de atividades apresentada pelo Diagrama de Precedência, fica mais fácil expli-
car o que é o caminho de atividades de um projeto: é toda sequência de atividades distinta
de outra, mesmo que por apenas uma atividade. No exemplo apresentado, são identifica-
dos três caminhos de atividades distintos:
1. Início – A – B – C – Fim
2. Início – D – E – F – Fim
3. Início – D – C – Fim
Este conceito de caminho de atividades será de grande relevância quando agregado aos
dados das estimativas de duração, que veremos a seguir.
Para se chegar ao diagrama anterior, a única informação necessária são as atividades pre-
decessoras de cada uma das atividades do projeto. Ou seja, a definição das dependências
existentes entre as tarefas do projeto. O quadro a seguir mostra isso:
ATIVIDADE PREDECESSORA
A -
B A
C B; D
D -
E D
F E
É essencial que se faça uma distinção entre dois tipos principais de dependência. Aquelas
que são dependências obrigatórias e aquela que são apenas desejáveis ou preferenciais.
Exemplo: Se para pintar um cômodo são necessárias 4 horas de trabalho em cada parede de
um pintor, podemos entender que temos as seguintes variáveis:
■■ Recursos = 1 profissional
Diante deste exemplo, podemos exercitar algumas situações onde cada variável seja a mais
relevante, conforme o caso. Se por exemplo, tivemos a necessidade de fazer o trabalho con-
cluir em 1 dia precisaríamos alocar dois profissionais (com a mesma capacidade produtiva)
para a missão. Se, em outra hipótese, eu só puder contar com o pintor em meio expediente,
posso prever que a atividade somente será concluída em 4 dias.
Uma técnica muito usada a fim de se obter uma estimativa probabilística de duração das
atividades é a média dos três pontos, assim definida:
tE =
( tO + tM + tP )
3
68 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Onde:
■■ O é a duração otimista;
■■ P a pessimista e;
■■ M a mais provável.
Outras estimativas que levam em conta dados históricos, ou que fazem parametrizações
usando informações de projetos análogos também são bastante usadas.
2d 8d 3d
A B C
Início FIm
D E F
5d 4d 1d
O caminho crítico de um projeto é aquele cuja soma das durações das atividades totaliza
o maior resultado. No caso do exemplo demonstrado, é o primeiro caminho (Início – A – B
– C – Fim).
CAPÍTULO 3 69
É importante salientar que o termo “caminho crítico do projeto” está ligado à ideia de dura-
ção do projeto e não à criticidade de importância ou aos riscos do projeto. O caminho é
crítico porque, se alguma das atividades daquele caminho demorar mais do que o previsto
para ser executada, o projeto como um todo será forçosamente atrasado.
Esta é uma das grandes utilidades dessa ferramenta: permitir focar as atenções de prazos
nas atividades que compõem o caminho crítico, pois nelas não existem folgas que permitam
atrasos sem impactos à duração do projeto.
Por outro lado, as atividades que não fazem parte do caminho crítico possuem maior flexi-
bilidade podendo ser planejadas para começar de acordo com as necessidades do projeto.
Por exemplo, a atividade D pode começar cinco dias depois de iniciado o projeto sem que
atrase o projeto. Isso é importante, pois muitas vezes queremos otimizar algum recurso
importante do projeto fazendo-o iniciar o mais tarde possível.
NA PRÁTICA
O desenvolvimento do cronograma
INFORMAÇÃO
EXTRA
Uma das formas de representar o cronograma do projeto é pelo Gráfico de Gantt, que, por
meio de barras horizontais proporcionais ao período de duração previsto para cada ativi-
dade, fornece a visão de extensão das atividades ao longo do período completo do projeto.
Veja um exemplo a seguir:
Figura 6 - Exemplo de Gráfico de Gantt
Outro modelo de cronograma é representado pelo gráfico de marcos. Marcos são atividades
que não têm duração ou recursos associados. Na prática, eles normalmente demonstram
momentos de relevância para o projeto, o que é muito útil quando se tem a necessidade de
apresentar uma visão resumida do projeto a um executivo.
CAPÍTULO 3 71
Projeto Revisado
Subsistema Testado
UNIDADE 3
PLANEJAMENTO – DOS CUSTOS À INTEGRAÇÃO
Na busca por resultados de sucesso para os projetos, o planejamento de custos é tão aguar-
dado quanto o planejamento do cronograma. Dele se esperam as informações necessárias
para que sejam provisionados os devidos recursos financeiros para a execução do projeto.
Na figura a seguir, apresentamos uma linha de base de custos simplificada. Ela deve repre-
sentar o planejamento, período a período, do custo acumulado do projeto.
72 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Baseline de
Custo
Custo acumulado
Tempo
O tipo e a quantidade dos recursos usados nos processos de gestão de cronograma e a quan-
tidade de tempo em que esses recursos são usados, são fatores essenciais na estimativa do
custo do projeto. As estimativas de duração para as atividades têm impacto direto na utilização
dos recursos. Via de regra, quanto mais tempo usa-se o recurso, mais caro torna-se o projeto.
INFORMAÇÃO
EXTRA
Ferramentas
Algumas ferramentas são usadas nessas estimativas. Algumas delas, como a média de três
pontos, as estimativas análoga e paramétrica podem também ser usadas para o planejamento
dos custos. Outra ferramenta é a EAP, onde o custo do projeto é calculado com base nos cus-
tos dos pacotes de trabalho. Nesse caso, a técnica é chamada de bottom-up, onde o custo
detalhado é resumido nos níveis mais altos da EAP e utilizado em relatórios e rastreamento.
CAPÍTULO 3 73
Por fim, para que o orçamento seja o mais real possível deve-se levar em conta, também,
os custos para manter a qualidade do projeto, tanto os processos quanto seus produtos, e
os custos para que o projeto esteja prevenido em relação a problemas que podem causar
prejuízos bem maiores.
INFORMAÇÃO
EXTRA
Planejamento da qualidade
Planejar a qualidade de um projeto está ligado à identificação dos requisitos e/ou padrões
de qualidade do projeto e do produto, descrevendo, em seu plano de gerenciamento, como
a equipe irá implementar a política de qualidade esperada pela organização. Este plano deve
prover informações sobre como controlar e garantir a qualidade do projeto e de seu produto.
Para isso, pode-se usar a própria EAP, também. A ideia é definir e planejar os critérios de
qualidade de cada pacote de trabalho.
Além do uso de organogramas e demais informações que clarifiquem a hierarquia das par-
tes envolvidas, uma ferramenta de grande utilidade nesta área é a Matriz de Responsabili-
dades do projeto. Ela consolida e ressalta as responsabilidades de cada pessoa envolvida no
projeto e suas respectivas fases. Veja um exemplo a seguir:
Claudio P, Patrocinador C C I I I
Gerentes
Ceder os recursos I I I I I
funcionais
Analista de
Time do projeto C C C R R
compra
Analista de
Time do projeto C C C R R
Marketing
Secretaria Apoio - - - P -
Tradutor Tradução - - - P -
Funcionários Participantes - - - P -
A Estrutura Analítica de Recursos (EAR) é um modelo semelhante à EAP, mas com foco nas
informações sobre os recursos materiais, humanos ou outros que serão necessários para
a execução do projeto. A estratégia aqui também buscada é usar um mapa mental que se
decomponha de uma ideia central – no caso, o projeto, para desmembra-lo nas necessida-
des mais detalhadas possíveis a fim de garantir que todo o necessário está sendo lembrado.
Treinamento
Projetor Toner p/
impressora
Apoio GP
Impressora
Apoio Apoio
Professor
Aministrativo 1 Aministrativo 2
O planejamento das comunicações faz uso do esforço de identificação das partes interes-
sadas, realizado na fase de iniciação do projeto, e utiliza técnicas, modelos e métodos para
elaborar o plano de comunicações do projeto com base nas necessidades de informação e
definir a melhor forma de abordagem de cada parte interessada, devendo conter dados que
possibilitem o melhor gerenciamento possível para que as informações sejam levadas às
pessoas corretas, da forma devida e com a periodicidade adequada.
76 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Planejamento de riscos
É nesta primeira etapa que a equipe de gerenciamento de riscos do projeto fará um esforço
de consolidação dos dados, a fim de listar os riscos aplicáveis ao cenário do projeto.
Para tal, poderão ser utilizadas tanto ferramentas já difusas, como a análise SWOT e a téc-
nica de Delphi, quanto a análise dos documentos já elaborados para o projeto. Seu objetivo
é produzir registro dos riscos pertinentes ao projeto sem, neste instante, haver a preocupa-
ção de analisar a relevância destes riscos. Estes registros serão exaustivamente reanalisa-
dos e atualizados durante todo o projeto.
Uma prática simples que resulta em vários benefícios é categorizar os riscos pelas suas cau-
sas. Para isso, utiliza-se uma ferramenta que é análoga à EAP. Trata-se da EAR – Estrutura
Analítica de Riscos, como exemplificada a seguir:
Figura 10 - Estrutura Analítica de Riscos
Riscos
A análise dos riscos é a ação de fornecer uma relevância aos mesmos. Para isso, duas análises
são reconhecidas como aplicáveis: a análise qualitativa e a análise quantitativa dos riscos.
A análise qualitativa dos riscos consiste em definir um modelo de priorização dos riscos de
acordo com combinação de suas probabilidades e impactos identificados. Um dos mecanis-
mos mais difundidos para isso é o uso da matriz de probabilidade e impacto que fornece
níveis de probabilidades e de impactos, de forma a cruzar seus resultados e distinguir os
riscos em graus.
Repare a matriz:
AMEAÇAS OPORTUNIDADES
Muito alta Muito alta
0.90 0.05 0.09 0.18 0.36 0.72 0.72 0.36 0.18 0.09 0.05 0.90
Alta Alta
0.70 0.04 0.07 0.14 0.28 0.56 0.56 0.28 0.14 0.07 0.04 0.70
Probabilidade
Probabilidade
Média Média
0.50 0.03 0.05 0.10 0.20 0.40 0.40 0.20 0.10 0.05 0.03 0.50
Baixa Baixa
0.30 0.02 0.03 0.06 0.12 0.24 0.24 0.12 0.06 0.03 0.02 0.30
Muito baixo Baixo Moderado Alto Muito Alto Muito Alto Alto Moderado Moderado Baixo Muito baixo
0.05 0.10 0.20 0.40 0.80 0.80 0.40 0.20 0.20 0.10 0.05
Digamos que um projeto de Engenharia Civil de uma obra pública identifique o risco de
paralisação dos trabalhos em andamento por uma semana, devido à possibilidade de chu-
vas torrenciais no período de verão. Para tal risco, foi qualificada uma probabilidade de 70%
e um impacto de prazo de grau 0,2. Para a matriz exemplificada acima, este risco ganhará
um fator de 0,14 - o que, como podemos ver a seguir na figura, significa um risco médio.
Esta segmentação dos riscos será de grande relevância no momento de definir recursos
proporcionais para as respostas planejadas aos riscos. Outra forma de visualizar os níveis
de riscos pode ser encontrada na figura a seguir:
78 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Alta
probabilidade
Risco
Alto
Risco
Moderado
Risco
Baixo
Baixa
probabilidade
o
sc ado Baixo Alto
Ri c Impacto Impacto
n tifi
e
Id
A análise quantitativa dos riscos do projeto procura fornecer alguma ordenação numérica
aos riscos identificados, o que fica fortemente associável a uma valorização dos riscos regis-
trados. Para tal, técnicas de representação e coleta de dados - como a distribuição de pro-
babilidade - e técnicas de modelagem - como valor monetário esperado, árvore de decisão
e análise de Monte Carlo - são bastante aplicáveis.
Possibilidade 1
Prob. 2 Resultado 2
Decisão
Prob. 3 Resultado 3
Possibilidade 2
Evento Prob. 4
Resultado 4
Aleatório
Em caso de concretização de risco previsto, o responsável por uma ação deve estar sempre
identificado por seu nome. Isto evita má compreensão sobre quem será o responsável pela
ação, o que fazer e quando fazer.
De pouco vale ter os riscos identificados, qualificados e/ou quantificados se não for para a
equipe de riscos de o projeto saber o que fazer para se antecipar ou caso o risco se concre-
tize. Desse modo, a etapa final do planejamento dos riscos consiste em capturar os registros
atualizados dos riscos e desenvolver estratégias e ações direcionadas aos mesmos, a fim de
CAPÍTULO 3 79
Planejamento de aquisições
O planejamento de aquisições do projeto consiste em consolidar diversas informações
oriundas das demais áreas de conhecimento, a fim de documentar e dar suporte às deci-
sões sobre o que deverá ser adquirido pelo projeto, especificando sua abordagem, identifi-
cando fornecedores potenciais e os critérios de seleção.
Este plano demandará das lideranças do projeto muita sensibilidade e percepção dos inte-
resses dos envolvidos, muitas vezes, não explícitos. Uma ferramenta que pode ajudar neste
trabalho é a matriz de engajamento exemplificada abaixo.
Parte interessada 1 A D
Parte interessada 2 A D
Parte interessada 3 AD
Parte interessada 4 A D
Atente ainda que este planejamento deve ser constantemente revisado visto que, não
somente nossa percepção sobre as partes interessadas, mas, efetivamente, seus interesses
podem mudar ao longo de projeto.
A Integração no planejamento
Como sugere seu próprio nome, a área de integração é a área de conhecimento responsável
por homogeneizar as partes do projeto e lhes dar coerência. Na fase de planejamento do pro-
jeto, o gerenciamento de integração irá recolher todas as informações produzidas pelos pla-
nejamentos das outras áreas para elaborar o Plano (integrado) de Gerenciamento do Projeto.
Este documento será a principal fonte de orientação para a condução de todo o projeto em
todas as suas fases.
Por conta de seu caráter integrador, o Plano de Gerenciamento do Projeto será um documento
constantemente revisado durante a execução do projeto, a fim de manter a coerência entre
as áreas de conhecimento até seu fim formal.
UNIDADE 4
PROCESSOS DO PLANEJAMENTO
Estimar
Coletar Sequenciar Estimar
as Durações
os Requisitos as Atividades os Custos
das Atividades
Desenvolver
Definir Determinar
o Cronograma
o Escopo o Orçamento
Criar a EAP
Gerenciamento
dos recursos do projeto
Gerenciamento Planejar o
da Integração do projeto Gerenciamento
Gerenciamento das da Qualidade
partes interessadas Desenvolver
do projeto Plano de
Planejar o Gerenciamento
Gerenciamento do Projeto Gerenciamento dos
das Partes recursos do projeto
Interessadas
Planejar o
Gerenciamento
dos Recursos
Gerenciamento dos
riscos do projeto
Planejar o Estimar
Gerenciamento Identificar os os Recursos
dos Riscos Riscos Gerenciamento das das Atividades
aquisição do projeto
Realizar Planejar o
Realizar
a Análise Gerenciamento
a Análise Gerenciamento das
Quantitativa das Aquisições
Qualitativa comunicações do projeto
dos Riscos dos Riscos
Planejar o
Gerenciamento
Planejar das
as Respostas Comunicações
aos Riscos
Coletar os requisitos
É o processo de determinar, documentar e gerenciar as necessidades e requisitos das partes
interessadas a fim de cumprir aos objetivos do projeto. Seu principal benefício é o forneci-
mento de base para definição e gerenciamento do escopo do projeto e do produto.
Definir o escopo
É o processo de desenvolvimento de uma descrição detalhada do projeto e do produto. Seu
principal benefício é descrever os limites do projeto, serviços ou resultados, e os critérios
para aceitação.
Definir as atividades
É o processo de identificação e documentação das ações específicas a serem realizadas para
produzir as entregas do projeto. Seu principal benefício é produzir a divisão dos pacotes de
trabalho em atividades que fornecem uma base para estimar, planejar, executar, monitorar
e controlar os trabalhos do projeto.
Sequenciar as atividades
É o processo de identificação e documentação dos relacionamentos entre as atividades do
projeto. Seu principal benefício é definir a sequência lógica do trabalho a fim de obter o mais
alto nível de eficiência em face de todas as restrições do projeto.
Desenvolver o cronograma
É o processo de análise de sequências das atividades, suas durações, recursos necessários
e restrições do cronograma, visando a criar o modelo para a execução, monitoramento e
controle do projeto. Seu principal benefício é a geração de um modelo de cronograma com
datas planejadas para a conclusão das atividades do projeto.
Estimar os custos
É o processo de desenvolvimento de uma estimativa dos recursos monetários necessários
para executar as atividades do projeto. Seu principal objetivo é definir os recursos monetá-
rios necessários para concluir os trabalhos do projeto.
84 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Determinar o orçamento
É o processo de agregação dos custos estimados de atividades individuais ou pacotes de
trabalho, para estabelecer uma linha de base dos custos autorizada. Seu principal benefício
é a determinação da linha de base dos custos para o monitoramento e controle do desem-
penho do projeto.
Identificar os Riscos
É o processo de identificação dos riscos individuais do projeto, bem como fontes de risco
geral do projeto, e de documentar suas características. Seu principal benefício é a documen-
tação dos riscos individuais existentes no projeto e de suas fontes de risco.
Resumo
Este capítulo apresentou os processos de gerenciamento de projetos referente às fases de
Iniciação e Planejamento. Vimos que a fase de Iniciação é a primeira fase, em que se formaliza
a existência de um novo projeto. É nesta fase que se definem informações sobre o escopo
inicial, garante-se o comprometimento dos recursos financeiros para o projeto, a identifica-
ção das partes interessadas e a definição do gerente de projetos. Seus principais produtos
são o Termo de Abertura do Projeto e a identificação das partes interessadas.
Em relação à fase de Planejamento, estudamos o planejamento de escopo, que tem por obje-
tivo definir e quantificar o trabalho a ser feito, a fim de gerar o produto (ou serviço) desejado
pelo projeto. Dentro deste tópico, foi abordada a ferramenta Estrutura Analítica do Projeto
(EAP) e sua contribuição ao prover maior clareza das entregas previstas pelo escopo do
projeto. Em seguida, vimos o planejamento de cronograma, que consiste em identificar as
atividades, sequenciá-las, estimar durações e montar o cronograma. Também foi abordada
a definição de caminho crítico do projeto e sua relevância para o controle do projeto.
Outros tópicos vistos foram o planejamento de custos, que gera as informações necessárias
para que sejam provisionados os devidos recursos financeiros para a execução do projeto,
o planejamento da qualidade, que está ligado à identificação dos requisitos e/ou padrões de
qualidade do projeto e do produto, e o planejamento de recursos, que deve gerar um plano
de gerenciamento de recursos gerais necessários para o projeto. Também foram abordados
o planejamento das comunicações, de riscos – com todo seu framework (identificar – anali-
sar – responder), das aquisições e das partes interessadas.
Concluímos, por fim, que os processos do planejamento são necessários para se definir e
refinar os objetivos do projeto e estabelecer como eles serão alcançados.
CAPÍTULO 4 87
Capítulo 4
EXECUÇÃO, MONITORAMENTO E
CONTROLE E ENCERRAMENTO
88 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
INTRODUÇÃO
Todas as fases do projeto são importantes Por isso, você também vai estudar o
e merecem a atenção e a organização dos monitoramento e o controle, que são etapas
envolvidos. Já vimos as etapas de iniciação e focadas em garantir que a metodologia
planejamento e os cuidados necessários para prevista realmente esteja sendo seguida.
cada uma dessas fases. Neste capítulo, você Veremos que monitoramento e controle
vai conhecer melhor a etapa da execução. É não é uma fase subsequente a nenhuma
neste momento que o produto do projeto outra, mas, sim, simultânea, uma vez que
é construído e as atividades previstas no perdura do início ao fim do projeto.
planejamento são desenvolvidas. Você verá
que a etapa de execução é a que exige maior Por fim, você ainda vai conhecer a fase de
controle, para que tudo seja feito conforme encerramento do projeto. Todo projeto é
as definições prévias. finito e, portanto, tem uma data de término
estabelecida e acordada entre a equipe.
Você verá quais cenários são encontrados
no encerramento e todos os procedimentos
que caracterizam esta fase.
CAPÍTULO 4 89
OBJETIVOS DO MÓDULO
■■ identificar cada detalhe sobre os grupos de processos das fases de execução, monitoramento
e controle e encerramento e seus respectivos processos de gerenciamento de projetos.
Para melhor compreensão das questões que envolvem o gerenciamento de projeto, este
capítulo está dividido em:
UNIDADE 1
A FASE DE EXECUÇÃO
Afinal, é a partir do momento que se inicia a execução dos trabalhos previstos para a cons-
trução dos objetivos do projeto que os processos de monitoramento e controle atuam mais
fortemente. Em outras palavras, eles servem como uma espécie de mecanismo que acom-
panha se o que está sendo executado segue aquilo foi planejado, interferindo no processo,
se houver necessidade.
Iniciação Planejamento
Controle Execução
Finalização
É nesta fase de execução que a maior parte dos recursos materiais e financeiros disponi-
bilizados para o projeto será consumida e que os recursos humanos serão mobilizados
(quando recursos internos) ou contratados (quando recursos oriundos de aquisições).
Também há grande esforço de coordenação por parte da equipe do projeto, a fim de man-
ter sua realização em conformidade com o plano de gerenciamento e as linhas de base dos
planejamentos realizados.
Infelizmente, são raros os casos dos projetos que conseguem executar exatamente aquilo
que foi inicialmente previsto na fase de planejamento. Desse modo, quando uma alteração
for inevitável, caberá à equipe do projeto estar atenta e reportar esta necessidade, a fim
de que o projeto possa ser devidamente replanejado, e se garanta o redirecionamento dos
trabalhos.
A estratégia para tirar melhor proveito da reunião de abertura do projeto é manter o foco na
agenda do patrocinador do projeto para, somente então, convocar os demais interessados
relevantes. Normalmente, além do patrocinador, estes principais interessados devem ser os
gerentes funcionais, o cliente, a equipe do projeto e todos aqueles que possam influenciar
positiva ou negativamente o projeto.
Seu principal objetivo é fazer com que os interessados percebam a importância do projeto e
o respeitem. Dessa forma, a apresentação do gerente do projeto deve ser concisa e objetiva,
de forma a assegurar, para as partes interessadas, que a equipe do projeto tem uma visão
clara de onde e como quer chegar aos resultados do projeto.
92 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
PENSAR
Conflitos em projetos
É na fase de execução que os conflitos entre as partes interessadas tendem a aparecer mais.
As características de riscos e incertezas do projeto, se agravadas por práticas como delega-
ção ineficiente, reuniões malconduzidas, fraqueza nas habilidades interpessoais do gerente
e da equipe de projetos ou falta de autocontrole das partes envolvidas, tornam o ambiente
de projetos fértil para conflitos de gestão, políticos, técnicos ou de personalidades.
Sendo assim, o gerente de projetos precisa estar muito atento às perspectivas de conflitos
entre as partes interessadas de seu projeto, consciente de que nem todo conflito é maléfico.
Conflitos técnicos, por exemplo, que tragam novas e/ou melhores soluções à implementa-
ção do projeto, podem ser bastante úteis.
INFORMAÇÃO
EXTRA
CAPÍTULO 4 93
Prevalência Forçar seu ponto de vista sobre o ponto de vista dos outros.
Processos de execução
A fase de execução é composta por processos necessários para que o trabalho anteriormente
planejamento seja realizado e concluído. É nesta fase que será materializado o produto
esperado pelos patrocinadores do projeto e em que as dificuldades maiores são esperadas.
Gerenciamento da
qualidade do projeto Gerenciamento dos
recursos do projeto
Gerenciar Adquirir
a qualidade Recursos
Desenvolver
Gerenciamento das a Equipe
partes interessadas
do projeto
Gerenciamento da
Gerenciar o
Integração do Projeto
Engajamento
das Partes Gerenciar
Orientar e a Equipe
Interessadas Gerenciar o
Trabalho
do Projeto
Gerenciar o
Conhecimento Gerenciamento das
do Projeto comunicações do projeto
Gerenciar as
Comunicações
Gerenciamento das
aquisições do projeto
Implementar
Respostas
aos Riscos
A seta circular tracejada indica que o processo é parte da área de conhecimento de gerenciamento da
integração do projeto. Esta área do conhecimento coordena os processos das outras áreas de conhecimento.
É por meio desse processo que analisamos os indicadores de desempenho e a execução das
entregas previstas para o projeto.
CAPÍTULO 4 95
É o processo que captura conhecimentos existentes e cria novos a fim de alcançar os objetivos
do projeto e contribuir para a aprendizagem organizacional. Seu principal benefício é fazer
uso da alavancagem de um conhecimento organizacional previamente adquirido para sus-
tentar os resultados do projeto, e esse conhecimento criado é disponibilizado para apoiar as
operações, projetos ou fases futuras da organização.
Realizar a qualidade
Nesse ponto, pode-se optar por uma avaliação de desempenho e produtividade a fim de
gerar uma análise das equipes e seus membros. Muitas organizações utilizam metodologias
que avaliam características pessoais e profissionais tais como:
96 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
■■ criatividade, autonomia,
■■ participação relacionamento e
Gerenciar as comunicações
Este novo processo objetiva implementar planos acordados de resposta aos riscos. Seu prin-
cipal benefício é buscar garantir que as respostas aos riscos acordados sejam executa-
das conforme planejado, minimizando ameaças individuais e maximizando as oportunida-
des do projeto.
Conduzir as aquisições
UNIDADE 2
MONITORAMENTO E CONTROLE
A fase de monitoramento e controle perdura do início ao término do projeto. Isto por que,
durante todo o seu ciclo de vida, há a necessidade de a equipe do projeto estar atenta se o
mesmo está seguindo a metodologia prevista e dentro de sua conformidade.
Mas deve-se reconhecer que é durante a fase de execução que a equipe do projeto despren-
derá seus maiores esforços em controlar seu progresso e atuar sobre eventuais desvios iden-
tificados, a fim de que o projeto mantenha a conformidade com o plano de gerenciamento.
Este monitoramento contínuo fornece à equipe do projeto uma visão melhor sobre a dire-
ção e saúde do mesmo e, identifica quaisquer áreas que requeiram atenção adicional.
Espera-se que o gerente de projetos tenha clareza sobre o andamento e os resultados que o
projeto está produzindo. Desse modo, é desejável que as partes interessadas direcionem a
ele, com exatidão e periodicidade, suas necessidades de informação sobre o projeto.
3. Influência sobre os fatores que possam impedir o controle integrado de mudanças, para
que somente as mudanças aprovadas sejam implementadas.
INFORMAÇÃO
EXTRA
98 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Dessa forma, é essencial que o controle do projeto tenha uma visão integrada dos impactos
das mudanças requeridas para que possa ter maturidade para aceitá-las ou rejeitá-las.
Veja, no fluxo a seguir, como se dá, segundo as melhores práticas, essa visão integrada dos
impactos das mudanças requeridas:
Controle do Cronograma
Necessidade de mudança
no cronograma
Controle Integrado
Controle do Cronograma
de Mudanças
Avaliar impactos entre as áreas
Processa a mudança aprovada
Outros Processos no cronograma
Aceita ou rejeita a mudança
de Controle
Necessidades de mudança em
escopo, custos etc.
2. Os responsáveis pelo controle integrado das mudanças do projeto analisam cada requisi-
ção de mudanças e seus respectivos impactos nas demais áreas de conhecimento.
A sala de guerra
Por ser um agente de transformação, o ambiente de projetos tende a ser delicado visto ter
de se depara com algumas resistências às mudanças. Isso, somado à necessidade de sigilo
de informações e a concentração da equipe que atua no projeto, pode justificar a necessi-
dade de um ambiente físico específico para o projeto. A esse local é dado o nome de “sala
de guerra” (ou, war room).
Sempre que viável, a mobilização desta sala pode se iniciar ainda antes do projeto começar
efetivamente e deve perdurar enquanto ele estiver em andamento. A sala de guerra deve
conter os recursos de infraestrutura necessários e estar fisicamente mais próxima possível
dos principais interessados do projeto, visando a acelerar as necessidades de comunicação
e as tomadas de decisões.
A partir dos anos 90, com o fortalecimento das metodologias de gerenciamento de projetos
nas organizações, o estudo da análise de valor agregado a transformou em uma ferramenta
capaz de fornecer ampla visão dos desvios existentes, tanto de custo como de prazo, utili-
zando, como base, informações de custo do projeto.
Se verificado que, no final do segundo trimestre, os gastos reais do projeto foram R$400,00,
poderia concluir-se precipitadamente, que foram economizados R$100,00, se comparando
os gastos efetivos do projeto no período com o planejado para o período. Observe nos grá-
ficos a seguir:
Orçamento do Projeto
R$ 1.000
R$ 750
Despesas
R$ 500
Custo Real (R$ 400)
R$ 250
1 2 3 4
Trimestres
Com a análise de valor agregado, passam a ser analisados os ganhos físicos reais ou valor
agregado. Supondo que os ganhos físicos no semestre, identificados por meio de medição,
tenham sido de R$300,00 (em atividades/produtos que foram materializados), conclui-se
que, no exemplo dado:
1. O trabalho está atrasado, já que deveria ter agregado nesse período R$500,00 em ativida-
des / produtos entregues, e só foram agregados R$300,00;
2. O orçamento foi ultrapassado, já que o projeto consumiu R$400,00 para agregar somente
R$300,00 em atividades/produtos, o que representa um aumento de custos de R$100,00.
CAPÍTULO 4 101
Orçamento do Projeto
R$ 1.000
R$ 750
Despesas
R$ 500
Custo Real (R$ 400)
1 2 3 4
Trimestres
Gerenciamento do
Gerenciamento do Gerenciamento dos
escopo do projeto
cronograma do projeto custos do projeto
Controlar o
Escopo Gerenciamento da
qualidade do projeto
Gerenciamento da
Integração do projeto Controlar
Gerenciamento das Monitorar a Qualidade
partes Interessadas e Controlar
do projeto o Trabalho
do Projeto
Monitorar
o Engajamento Gerenciamento dos
das Partes Realizar recursos do projeto
Interessadas o Controle
Integrado
de Mudanças Controlar
os Recursos
Gerenciamento das
aquisições do projeto
Gerenciamento das
Controlar Gerenciamento dos comunicações do projeto
as Aquisições riscos do projeto
Monitorar as
Monitorar os Comunicações
Riscos
A seta circular tracejada indica que o processo é parte da área de conhecimento de gerenciamento da
integração do projeto. Esta área do conhecimento coordena os processos das outras áreas de conhecimento.
Validar o escopo
É o processo de formalização da aceitação das entregas terminadas do projeto. Seu principal
benefício é proporcionar objetividade ao processo de aceitação e aumenta a probabilidade da
aceitação final do produto, serviço ou resultado, através da validação de cada entrega realizada.
Esta é uma estratégia interessante pois visa ´quebrar´ a aceitação do projeto pelo cliente
em partes para, com isso, minimizar retrabalhos e resistência a uma aprovação única e ao
final do projeto. As metodologias ágeis são boas usuárias desta estratégia.
Controlar o escopo
É o processo de monitorar o progresso do escopo do projeto e do produto e gerenciar as
mudanças feitas na linha de base do escopo. Seu principal benefício é permitir que a linha
de base do escopo seja mantida ao longo de todo o projeto.
Controlar o cronograma
É o processo de monitoramento do andamento das atividades do projeto para atualização
do seu progresso e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do cronograma
para realizar o planejamento. Seu principal benefício é fornecer os meios de se reconhecer o
desvio do planejado e tomar medidas corretivas e preventivas, minimizando assim os riscos.
104 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Controlar os custos
É o processo de monitoramento do andamento do projeto para atualização no seu orça-
mento e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base dos custos. Seu principal
benefício é fornecer os meios de se reconhecer a variação do planejado a fim de tomar
medidas corretivas e preventivas, minimizando assim os riscos.
Controlar a qualidade
É o processo de monitoramento e registro dos resultados da execução das atividades de
qualidade para avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias. Seus princi-
pais benefícios incluem: identificar as causas da baixa qualidade do processo ou do produto
e recomendar e/ou tomar medidas para eliminá-las; e validar a conformidade das entregas
e do trabalho do projeto com os requisitos necessários à aceitação final especificados pelas
principais partes interessadas.
Controlar os recursos
Este novo processo foca em garantir que os recursos físicos designados e alocados ao pro-
jeto estão disponíveis conforme planejado, bem como monitorar a utilização planejada ver-
sus real de recursos e executar ação corretiva conforme necessário. Seus principais bene-
fícios é garantir que os recursos designados estejam disponíveis na hora e lugar certo, e
sejam liberados quando não forem mais necessários.
Monitorar as comunicações
É o processo de garantir que as necessidades de informações do projeto e de suas partes
interessadas sejam atendidas. Seu principal benefício é um fluxo otimizado de informações,
conforme definido no plano de gerenciamento de comunicações e no plano de engajamento
das partes interessadas.
Monitorar os riscos
É o processo de implementação de planos acordados de respostas aos riscos, rastrear riscos
identificados, identificar e analisar novos riscos, e avaliar a eficácia do processo de risco ao
longo do projeto. Seu principal benefício é que habilita decisões do projeto com base em
informações atualizadas sobre a exposição de risco geral e individuais do projeto.
CAPÍTULO 4 105
Controlar as aquisições
É o processo de gerenciamento das relações de aquisições, monitoramento do desempenho
do contrato e realizações de mudanças e correções nos contratos conforme necessário. Seu
principal benefício é a garantia de que o desempenho tanto do fornecedor como do com-
prador cumprem os requisitos de aquisição, de acordo com os termos do acordo legal.
UNIDADE 3
A FASE DE ENCERRAMENTO
Uma das características conceituais mais marcantes de um projeto é que ele é finito. Ou
seja, além de ter uma data prevista para seu início, deve ter também uma data de término
planejada e acordada entre a equipe do projeto.
Pode-se entender que um projeto chega à sua fase de encerramento em três cenários:
3. Quando o projeto é abortado por força maior, sem realizar seus objetivos previstos.
Uma das grandes armadilhas de um projeto é deixá-lo em aberto, pois um projeto que não
tiver seu fim formalmente decretado pelas partes interessadas ainda poderá ser resgatado
em um momento futuro, mesmo depois de anos. Isso, provavelmente, traria grandes pro-
blemas ao gerente do projeto, visto que este não terá mais recursos alocados para tanto.
Por isso, todo projeto deve ter seu término decretado.
106 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O projeto que necessita realizar contratações de serviços e/ou produtos também precisa
encerrar relacionamentos com seus fornecedores por meio de um documento formal, con-
forme realizam suas respectivas entregas.
Imagina-se que, se o projeto está próximo de encerrar seus objetivos de escopo, seus forne-
cedores também já tenham realizado suas participações no projeto. Dessa forma, o gerente
do projeto e sua equipe devem se empenhar nos esforços necessários para alinhar o término
dos contratos de seus fornecedores até seu limite máximo, que significa o aceite do projeto.
Chegar ao final de um projeto não costuma ser um trabalho simples. Além de eventuais
dificuldades técnicas que o projeto possa enfrentar, o cliente precisa concordar que os obje-
tivos do produto do projeto (ou de uma fase) foram atendidos.
Esse acordo, algumas vezes, leva em consideração fatores subjetivos, como a satisfação do
cliente perante o produto entregue.
NA PRÁTICA
CAPÍTULO 4 107
Outra boa estratégia é realizar a reunião de encerramento do projeto (ou da fase). Depen-
dendo das circunstâncias, esta reunião pode ser subdividida em duas:
1. Para projetos que tenham conseguido atingir suas metas e que o patrocinador esteja
satisfeito com seus resultados, deve ser promovido um evento de formalização do encer-
ramento do projeto, onde devem ser apresentados dados históricos e resultados do pro-
jeto. Para essa reunião, podem ser convidados o patrocinador, o cliente e outras partes
interessadas que recebam o produto do projeto. É uma grande oportunidade para reco-
lher a assinatura do termo de aceite.
2. Independentemente dos resultados do projeto (ou da fase), deve ser agendada uma reu-
nião com a equipe que atuou na implementação do projeto, a fim de se discutirem as lições
aprendidas, conduzir a análise de resultados, a desmobilização da equipe e, sempre que
aplicável, comemorar o sucesso do projeto. Esse ato mantém a integração entre os mem-
bros que atuaram no projeto, motivando-os a participarem juntos em um próximo projeto.
Desse modo, tão importante quanto formalizar o início e descrever o escopo do projeto, o
documento de encerramento do projeto tem de ser elaborado e assinado pelo gerente do
projeto e por alguém com autonomia para reconhecer seu término – que pode ser o patro-
cinador ou o cliente final. Esse documento deve conter:
■■ A identificação do projeto.
■■ A identificação dos pacotes de trabalho do projeto (ou da fase) que está sendo encerrado.
■■ O texto de reconhecimento e acordo entre as partes das entregas realizadas.
■■ A assinatura do gerente do projeto e do cliente e/ou patrocinador.
108 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
As lições aprendidas
Perceba que estruturas responsáveis pela execução de projetos têm cenários semelhantes
no seu portfólio de projetos. Com isso, é de se esperar de uma organização madura que ela
aprenda e aprimore seu ciclo de gerenciamento de projetos com as experiências decorren-
tes de projetos já executados.
Nesse aspecto, a documentação de lições aprendidas, que deve ser desenvolvida durante
todo o ciclo de implementação do projeto e finalizada em torno do encerramento formal do
mesmo, facilitará a identificação das experiências positivas e negativas do projeto.
Processos de encerramento
Nessa fase são finalizadas todas as atividades, verificando-se se todos os processos de todos
os grupos de gerenciamento do projeto foram concluídos, para que o projeto (ou uma fase
do mesmo) seja formalmente encerrado. Veja, a seguir, os processos do grupo de processos
de encerramento.
CAPÍTULO 4 109
Gerenciamento da
integração do projeto
A seta circular tracejada indica que o processo é parte da área
de conhecimento de gerenciamento da integração do projeto.
Encerrar o
Projeto ou Fase
Esta área de conhecimento coordena e unifica os processos
das outras áreas de conhecimento.
Resumo
Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer a fase de execução e os principais
aspectos relacionados a ela: a reunião de abertura do projeto, os conflitos e os processos
de execução. Vimos também que essa é uma das etapas em que o controle é mais exigido, já
que é preciso garantir que tudo seja desenvolvido de acordo com o que foi planejado.
Mas vimos também que seguir à risca tudo o que foi previsto nem sempre é possível. É
nesse ponto que entram as ações de monitoramento e controle, que devem estar atentas
aos imprevistos, e preparadas para oferecer alternativas que não comprometam o anda-
mento do projeto, ou o façam da melhor forma possível.
Por último, vimos a etapa de encerramento do projeto, que deve ser formalizada pelo docu-
mento de encerramento do projeto. Nessa etapa, devem ser finalizados os contratos e docu-
mentados os seus resultados, assim como as lições aprendidas ao longo do projeto, que
podem ser consultadas em situações futuras.
110 GERENCIAMENTO DE PROJETOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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