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em gestão de projetos
Mírian Queiroz de Souza Daniel
Editora
UNIDADE 1 - Introdução à
metodologia de planejamento e gestão
de projetos 7
7
Caro(a) aluno(a)
Seja bem-vindo(a)!
9
1.1. Introdução
11
A compreensão dos principais conceitos referentes
à metodologia e planejamento de gestão de projetos
educacionais instrumentalizará os processos da gestão
escolar e dará aos gestores escolares maiores habilidade
para pensar ações efetivas no ínterim escolar, através do
desenvolvimento de projetos.
12
inovação quanto aos conteúdos curriculares, nas déca-
das de 50 e 60. (MOURA; BARBOSA, 2006)
A necessidade de sistematizar conceitos, méto-
dos e técnicas passando pela fase de concepção, pelo
planejamento, execução, acompanhando sua avaliação
final, tem sido um instrumento importante para a área
educacional.
13
afetando positivamente seu desempenho em função de
problemas que resolve.
14
pensar nos principais elementos que compõem a es-
trutura de cada um destes projetos. (Veja a Figura 1)
• APRESENTAÇÃO (diagnóstico);
• JUSTIFICATIVA (motivo);
• OBJETIVOS (para quê)
• PÚBLICO- ALVO (a serviço de quem);
• METAS;
Projeto de • METODOLOGIA (como);
intervenção • RECURSOS (humanos, materiais,
financeiros);
• AVALIAÇÃO;
• ORÇAMENTO;
• CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO.
(Fonte: http://www.unitins.br/servicosocial/arquivos/
estagio/anexoVII.pdf)
• INTRODUÇÃO;
• PROBLEMA;
• HIPÓTESE;
Projeto de • JUSTIFICATIVA;
pesquisa • OBJETIVOS;
• METODOLOGIA;
• CRONOGRAMA DE PESQUISA;
• BIBLIOGRAFIA.
• INICIALIZAÇÃO;
Projetos de • PLANEJAMENTO (Objetivos, Resul-
desenvolvi- tados, Recursos, Estimativa e Prazos);
mento (ou de • EXECUÇÃO;
produto) • CONTROLE;
• ENCERRAMENTO;
15
• ESCOLHA DO TEMA;
• PROBLEMA CENTRAL E
PARCELARES;
• PLANEJAMENTO DO TRABALHO
(levantamento de recursos e informações;
organização do tempo, de tarefas e
Projetos de preparo do trabalho de campo);
ensino • TRABALHO DE CAMPO;
• AVALIAÇÃO DO PROCESSO;
• TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
RECOLHIDA (RELATÓRIOS);
• APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS;
• BALANÇO.
Fonte: CASTRO & RICARDO (2003)
• INTRODUÇÃO;
• OBJETIVOS;
• FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA;
Projeto de • PROCEDIMENTO
trabalho METODOLÓGICO;
• CRONOGRAMA DE ATIVIDADES;
• BIBLIOGRAFIA.
Fonte: (OLIVEIRA, 2008, pág.142)
16
A dimensão de planejamento consiste em definir o
problema central que se está investigando, justifica-
tiva, objetivos, recursos, e mecanismos de controle e
avaliação definidos num fazer processual. Enquanto a
dimensão de gestão consiste na coordenação dos pro-
cessos de implementação do que foi planejado.
Veremos, abaixo, a figura que representa as fases das
dimensões de planejamento e de gestão de um projeto.
Figura 2 - As duas dimensões básicas de um Projeto:
Planejamento e Gestão.
17
A dimensão planejamento (DIMENSÃO
DOCUMENTAL) aparece relacionada à produção
do documento que precisará conter as concepção e
diretrizes pedagógicas que alinham este projeto; as
questões-problema que o norteiam; os objetivos que se
pretende alcançar; o Plano de Ação e o Plano de Con-
trole de um projeto.
A dimensão da gestão (DIMENSÃO GEREN-
CIAL) condiz com a maneira de gerenciar este projeto
através da execução e controle deste. Para a fase de ex-
ecução precisam-se definir equipes, recursos humanos e
materiais, ações de execução e ações de controle.
A partir da apresentação geral dos elementos des-
tas dimensões, iremos aprofundar um pouco mais nos
modelos de planejamento e de gestão de projetos, que
trataremos neste livro.
18
– Project Management Institute (Instituto de Admin-
istração de Projetos) e o Modelo Skopos (MOURA
& BARBOSA, 2006, págs. 41-47). Buscaremos com-
preender seus elementos principais e a instituição dos
processos de planejamento que agregam.
As metodologias desenvolvidas em Planejamento e
Gestão de Projetos contribuem para que avancemos no
sentido de construir mapeamentos, análises e reflexões
durante as fases do projeto, evitando o fazer pelo viés
cotidiano e intuitivo.
Segundo CAMPOS (1996, pág. 32) são condições
vitais para o sucesso do projeto: a liderança da adminis-
tração e a focalização da emoção, do entusiasmo e do conhecimento
de todos os funcionários da instituição.
A liderança da equipe gestora no ambiente escolar
é elemento imprescindível para o sucesso do projeto
assim como, a motivação e o acesso às informações e
conhecimentos, que o projeto traz.
No Planejamento e Gestão de Projetos, o con-
hecimento destas metodologias são também impre-
scindíveis, pois corroboram para a identificação dos
processos que precisam compor o desafio presente na
situação em que o projeto foi gerado.
O estudo destes modelos não significa que são
receitas prontas para aplicarmos aos projetos que pre-
tendemos desenvolver em nossas escolas, mas, sim,
pretendem indicar caminhos e nos implicar com mais
conhecimento às questões inúmeras que se apresentam
no contexto educativo.
19
1.5.1. Modelo PMI
20
valor deste projeto; identificação da questão problema
ou situação geradora e abrangência do projeto.
2- Os processos de Planejamento consistem na
definição do plano em que este projeto se apoiará:
definição dos objetivos, resultados esperados, recursos,
estimativa de custos, prazos. O Documento do Plano
de Projeto é crucial para se definir estas atividades.
3- Os Processos de Execução definem a organi-
zação, coordenação e direção de equipes conforme o
planejamento. Daí, a importância da correlação entre os
processos indicada pelas setas: se planeja, executa o que
está no planejamento, e ao mesmo tempo se verifica os
mecanismos de controle sobre os Processos de Plane-
jamento e sobre os Processos de Execução.
4- Os Processos de Encerramento também se rela-
cionam com os Processos de Controle, visando monit-
orar todas as fases do projeto com o objetivo de manter
os prazos previstos, adequação dos recursos em tempo
hábil, desenvolvimento das atividades programadas.
21
Vale lembrar que o Plano de Projeto é o documen-
to que norteia a escrita deste, pois define os elementos
centrais para realizar o projeto: Qual é o Problema que
buscamos resolver? Qual será a concepção pedagógica
que nos apoiaremos para resolvê-lo (Objetivos)? Quem
serão os beneficiados? Como realizaremos os objetivos
a que estamos nos propondo? Quais estratégias de
acompanhamento e avaliação nós adotaremos?
Estas perguntas permeiam o Plano de Projeto que
deverá apresentar “de forma completa e organizada
toda a concepção, fundamentação, planejamento e meios de acom-
panhamento e avaliação do projeto, sendo referência básica para
sua execução”. (MOURA & BARBOSA, 2006, pág. 46)
No modelo SKOPOS, o ESCOPO DO PLANO
DE PROJETOS é tomado como referência para a
elaboração de todo o plano. Na figura, abaixo, veremos
os elementos do escopo:
Os elementos do ESCOPO respondem às
questões:
• O QUÊ? (SITUAÇÃO-PROBLEMA);
• POR QUÊ? (JUSTIFICATIVA);
• PARA QUÊ? (OBJETIVOS);
• PARA QUEM? (PÚBLICO-ALVO; ÁREA DE ATUAÇÃO);
• PRODUTO FINAL? (RESULTADO).
22
O PLANO DE AÇÃO representa os esforços que
teremos para realizar os objetivos do projeto e respon-
dem às questões:
• COMO E QUAIS SERÃO AS AÇÕES?
• EM QUAIS PRAZOS?
• QUAIS CUSTOS E RECURSOS?
• QUEM SERÃO OS RESPONSÁVEIS?
23
Os modelos apresentados para o planejamento
e gestão de projetos servirão como base teórica que
nos possibilitarão pensar, através da metodologia que
agregam aspectos importantes para a constituição de
projetos no ínterim da escola.
Para o estudo do próximo tópico nos apoiaremos
no Modelo SKOPOS como guia para a construção de
uma referência para projetos, que poderemos desen-
volver na escola.
O modelo de Plano de Projeto orientado pelo es-
copo – MODELO SKOPOS- nos auxiliará como fer-
ramenta para a gestão de projetos escolares.
24
Figura 4 - Componentes do Modelo do Plano de Projetos
orientado pelo Escopo
ESCOPO
Situação Geradora
Justificativa
Objetivos
Resultados Esperados
Abrangência
Plano de
Plano de Ação Controle e
Avaliação
Ações,
atividades, Matriz de
tarefas produtos e
resultados
Estimativa de
prazos Indicadores
Custos e Instrumentos
recursos
Planilhas de
Rede de controle
tarefas
Cronograma
25
1.6.2. Escopo
26
a proposição de um projeto.” (MOURA & BARBOSA,
2006, pág. 64)
27
Veja um exemplo: identificando causas e efeitos de
um problema:
CAUSAS
Aprovação
imediata
REPROVAÇÃO
Evasão
Escolar
EFEITOS
28
O problema-central identificado pelo coletivo
escolar foi o da reprovação escolar no 9.º ano do En-
sino Fundamental. E a causa principal identificada foi
a aprovação imediata e o efeito principal o da evasão
escolar.
O próximo passo é identificar as causas secundári-
as e os efeitos secundários relacionados ao problema
central (reprovação no 9.º ano).
Apontadas as causas secundárias relacionadas ao
problema central possibilita pensar ações (objetivos es-
pecíficos) para combater tais causas:
• O sistema de avaliação precisa ser revisto: o que
avaliar (habilidades e competências); como avaliar (me-
todologia de avaliação: avaliação com questões subjeti-
vas e objetivas; de interpretação, inferência e raciocínio
lógico); critérios claros para avaliação;
• Acompanhamento deficitário: este acompanha-
mento pode ser o acompanhamento familiar e o acom-
panhamento escolar que estão deficitários. Quanto ao
acompanhamento familiar é preciso continuamente que
a escola resgate o diálogo com os pais visando reafirmar
a importância da parceria família-escola. A construção
desta parceria precisa estar entre os objetivos centrais do
(a) gestor (a) escolar. E quanto ao acompanhamento es-
colar é importante que haja um monitoramento efetivo
dos alunos quanto ao desenvolvimento afetivo, social,
psicológico e de aprendizagem. Este monitoramento
quando construído na interação gestor-coordenador-
educador possibilita estabelecer diretrizes pedagógicas
de intervenção para sanar as dificuldades apontadas.
29
• Quanto aos métodos inadequados pode-se pensar
como se tem efetivado a prática do dia a dia na sala de
aula e apontar novos processos para construção do con-
hecimento escolar. Pensar os métodos significa pensar
novas dinâmicas de produção do conhecimento, rever os
meios e os fins das práticas escolares e pensar o sujeito
do conhecimento como coparticipante deste processo.
Quanto aos efeitos identificados a “evasão esco-
lar” apareceu novamente como um pesadelo. E junto
a ela novos efeitos surtem no ambiente escolar como a
degradação da autoestima dos alunos e dos educadores,
questões relacionadas à violência escolar e a percepção
da instituição escola como uma instituição desacredi-
tada, sem relevância na vida destes alunos.
Neste processo de definição coletiva da questão-
problema é de fundamental importância o suporte do
(a) gestor (a) assumindo o papel de líder e de interlocu-
tor acerca das questões que permeiam o problema e que
foram evidenciadas pelo grupo. (DANIEL, 2013)
A constituição de momentos coletivos organizados
pelo (a) gestor (a) com estratégias e argumentos impor-
tantes para a definição do problema e de suas principais
causas e efeitos motivam o grupo a assumir responsa-
bilidades e a tornar-se parte como sujeito que produz
diferença no ambiente em que está inserido. Possibilitar
à comunidade escolar encontros, através dos quais terão
a oportunidade de compartilhar questões-problema,
com as quais vivenciam será uma oportunidade para es-
tabelecerem ações e comprometimentos que agregarão
ganhos às finalidades do projeto.
30
1.6.2.2. Justificativa
31
e a partir desta compreensão será mais fácil alcançar os
objetivos propostos.
1.6.2.3. Objetivos
32
uma ordem específica: desenvolver, verificar, analisar,
aplicar, descrever, fazer, executar, identificar, usar, pro-
duzir, redigir etc. É importante também declarar ape-
nas uma intenção em cada objetivo específico. Consid-
erando o problema abaixo: PROBLEMA: alto índice
de reprovação no 9.º ano do Ensino Fundamental.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS (devem expressar ações
específicas para os resultados que pretendo alcançar
com este projeto): *Implementar política de formação
curricular para o corpo docente; *Produção de mate-
riais pedagógicos para melhoria do aprendizado no 9.º
ano do Ensino Fundamental; *Aumentar o índice de
aproveitamento nas disciplinas do 9.º ano do Ensino
Fundamental.
Os objetivos específicos se relacionam diretamente
aos resultados que pretendo alcançar com este projeto.
33
perados há um processo (conjunto de ações previstas),
que promoverá os resultados que esperamos.
Um projeto para ser desenvolvido apresenta em
seu Plano de Projeto um conjunto de atividades e tare-
fas que expressam os objetivos do projeto para alcançar
determinado resultado. O PRODUTO é o resultado
das atividades e tarefas desenvolvidas durante o pro-
cesso de execução do projeto.
Os RESULTADOS podem ser visualizados
através dos benefícios diretos obtidos no desenvolvi-
mento do projeto. Em resumo os RESULTADOS são
consequência dos produtos, pois indicam o progresso
na realização dos objetivos propostos.
O IMPACTO obtido na implementação de um
projeto constitui-se nos BENEFÍCIOS ESTENDI-
DOS do projeto, ou seja, os benefícios indiretos, esten-
didos dos resultados.
Vejamos a figura 6 contendo o exemplo que vem
sendo utilizado:
Figura 6 - Resultados esperados
Atividades de
formação e de Novas práticas
implementação de pedagógicas no
um currículo por 9º ano do Ensino
competências Fundamental
Processo Produto
(atividades e tarefas) (consequência dos processos)
Aumento da
motivação dos Maior interesse dos
alunos do 9º ano alunos do 9º ano
Resultado Impacto
(benefícios) (benefícios específicos)
Adaptação do modelo de MOURA & BARBOSA, 2006
34
*Situação geradora: alto índice de reprovação no
9.º ano do Ensino Fundamental.
*Objetivo Geral: contribuir para a melhoria do
rendimento dos alunos do 9.º ano do Ensino Fundamental.
*Objetivos Específicos: implementar política de
formação curricular para o corpo docente, implementar
novas diretrizes no currículo do 9.º ano, produzir ma-
teriais pedagógicos para melhoria do aprendizado no
9.º ano, efetivar melhorias nos processos de avaliação
por disciplina, aumentar o índice de aproveitamento
nas disciplinas.
*Processo (ações previstas): atividade de for-
mação para o corpo docente; implementação de um
currículo por competências; produção de materiais
pedagógicos para o 9.º ano.
*Produto: novas práticas pedagógicas no 9.º ano.
*Resultados Esperados: aumento da motivação
destes alunos.
*Impacto: maior interesse destes alunos pelas dis-
ciplinas escolares.
35
• CONDIÇÕES DE CUSTO;
• CONDIÇÕES DE TEMPO DISPONÍVEL;
• CONDIÇÕES DE RECURSOS NECESSÁRIOS.
36
Quanto aos recursos necessários para o desen-
volvimento de um projeto referem-se aos recursos
humanos, recursos materiais e recursos financeiros.
Os recursos financeiros consistem nas verbas previstas
para implementação do projeto. A partir da análise dos
recursos financeiros é preciso identificar as prioridades
de gastos que serão alocadas para os recursos humanos
e os recursos materiais. Identificar quem serão os re-
sponsáveis pelo desenvolvimento das atividades pre-
vistas, quais equipamentos precisarão ser adquiridos e
quanto de recurso financeiro será empenhado com os
recursos que serão necessários, são ações importantes
para acompanhar os gastos com o projeto.
1.7. Conclusão
37
A liderança do gestor é muito importante na me-
dida em que promoverá a interação entre o grupo. Se-
gundo DANIEL (2013, pág. 162), “o gestor enquanto
um líder que constrói relacionamentos no interior da
gestão escolar precisa estar aberto ao convívio com
diferentes personalidades, tendo clareza das relações
humanas que perpassam no interior da escola”.
O conceito de gestão implica segundo CURY
(2007) em um ou mais interlocutores para o diálogo em
busca de respostas às questões postas no ambiente edu-
cacional. Neste sentido, a liderança do gestor precisa
construir estes relacionamentos para efetivar o diálogo
entre a equipe escolar.
E este diálogo promove um modelo de gestão
participativa capaz de possibilitar participação da co-
munidade escolar na definição do escopo do projeto.
Um escopo bem definido e o comprometimento da
equipe, através da participação constituirão um pro-
jeto mais eficiente.
38
Questões
1. A partir de suas experiências na área de educação
reflita e responda:
a) Quais projetos você teve oportunidade de desen-
volver ou de participar?
b) Você conseguiria identificar neste processo vivido
as dimensões de planejamento e de gestão? Comente
como foi sua percepção destas dimensões.
( ) Processos de organização,
1 - Inicialização coordenação e direção de
equipes de um projeto.
( ) Identificação da situação
2 - Planejamento
geradora do projeto.
( ) Definição dos mecanis-
3 - Execução
mos de controle.
( ) Definição do Plano de
4 - Controle
Projeto.
( ) Etapa final que permite à
5 - Encerramento equipe avaliar a realização dos
processos implementados.
39
3. Um projeto educacional possui 2 dimensões: a di-
mensão de planejamento e a dimensão de gestão. No
quadro abaixo, relacione as dimensões de um projeto às
suas respectivas ações:
Elementos
Planejamento Gestão
do Projeto
Definição
do Problema
Plano de Ação
Gestão do Tempo
Gestão de Custos
Definição
dos Objetivos
Estimativa
de Custos
Resultados
Esperados
Indicadores
de Monitoramento
Indicadores
de Avaliação
Execução
40
a) Professores e alunos do Ensino Fundamental.
b) Situação de violência entre professores e alunos do
Ensino Fundamental.
c) Saída constante dos professores do Ensino Funda-
mental.
d) Contribuir para melhorar a relação de ensino e
aprendizagem entre professores e alunos do Ensino
Fundamental.
e) Implementar oficinas de valores no Ensino Funda-
mental.
f) Aumento da motivação em ambiente escolar entre
professores e alunos.
41
UNIDADE 2
Detalhando o Plano
de Ação, o Plano de
Monitoramento e
Avaliação e o Plano de
Execução de um Projeto
43
Caro(a) Aluno(a)
Seja bem-vindo(a)!
45
2.1. Introdução
47
com o fim de obter os resultados esperados. Possibilita
a construção de uma rede de tarefas dispostas em um
cronograma que permite visualizar quem executará tal
tarefa, em que prazo, utilizando quais recursos. Este
mapa dá consistência à execução dos projetos.
O Plano de Monitoramento e Avaliação indica os
procedimentos de monitoramento e avaliação dos pro-
cessos. Monitorar o Plano de Ação e Avaliar os Resulta-
dos que se pretende obter. Este procedimento favorece
a construção de indicadores importantes para o sucesso
do projeto.
Quanto à Execução e Controle de um projeto, ou
seja, a fase de implementação das atividades planejadas,
consiste em efetivar os procedimentos descritos no
plano na prática para implementar um projeto. Nesta
fase, definir os mecanismos para controle dos processos
que serão executados dará aos gestores escolares ferra-
mentas para gerir projetos na escola com mais sucesso.
48
• Quais atividades serão necessárias para alcançar
os objetivos e resultados esperados?
• Quais serão os responsáveis?
• Quanto custará cada atividade?
• Qual a melhor sequência para a realização das
atividades?
• Quais são as atividades críticas do projeto?
• Quais os produtos que serão gerados com a reali-
zação das atividades?
• Quais recursos serão necessários?
(MOURA & BARBOSA, 2006, pág. 95)
Este plano estabelece uma diretriz para o desen-
volvimento do projeto, permitindo aos gestores con-
struir um caminho a ser seguido de maneira a com-
partilhar as tarefas, pensar coletivamente os recursos
necessários para a realização das tarefas, o tempo para a
execução das mesmas.
O Plano de Ação indica:
1. COMO PROCEDER;
2. EM QUE PRAZO;
3. QUANTO CUSTARÁ;
4. QUAIS RECURSOS SERÃO NECESSÁRIOS.
49
Figura 7 - Fluxograma do processo de elaboração
do Plano de Ação
1. Definição
do escopo
2. Definição de
3. Planejamento
ações, atividades
de recursos
e tarefas
5. Estimativa 6. Estimativa
4. Sequência
de duração das de custos
de atividades
atividades
50
sáveis pelo desempenho das mesmas. É importante que
o (a) gestor (a) junto ao coletivo compartilhe as respon-
sabilidades definindo quem irá fazer o que.
51
8. A estimativa de orçamento consiste na dis-
tribuição dos recursos disponíveis para as diferentes
despesas que o projeto apresenta.
52
Fig.9 - Desdobrando os objetivos específicos em ação,
atividades e tarefas.
OBJETIVO GERAL: contribuir para a melhoria do rendimento dos
alunos do 9.º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Ação Atividades Tarefas
específicos
1. Implementar 1.1. Capacitação 1.1.1. Realização 1.1.1.1. Con-
política de dos professores de curso de tratação de
formação para imple- aperfeiçoamen- instituição para
curricular para o mentação de to. realização do
corpo docente. um currículo curso de aper-
competente. feiçoamento;
1.1.1.2 Organi-
zação de grupos
de estudos na
escola.
53
Uma atividade indica “a realização de trabalhos es-
pecíficos” (MOURA & BARBOSA, 2006, pág. 102). Se
uma atividade for mais complexa poderá se desdobrar
em tarefas, conforme indica o quadro acima.
É também importante identificar a sequência de
desenvolvimento de cada atividade, qual a interdepend-
ência destas atividades e garantir a comunicação entre
as equipes de trabalho.
54
• Tempo de execução otimista (se tudo der certo) = to
• Tempo de execução pessimista (se tudo der errado) = tp
• Tempo de execução mais provável (se tudo correr
normalmente)=tm
A fórmula apresentada permite obter uma estima-
tiva esperada, considerando uma média do tempo de
execução otimista, pessimista e mais provável:
55
• Tempo pessimista de 5 semanas;
• Tempo esperado será de 3, 16 semanas (o resul-
tado foi obtido aplicando a fórmula antes mostrada).
O cronograma é a “disposição gráfica das épocas
em que as atividades vão se dar e permite uma rápida
visualização da sequência, em que devem acontecer”.
(Prochnow & Schäffer, 2001, pág. 10)
A disposição das atividades num cronograma físico
é importante, pois defini a sequência destas atividades,
permitindo ao gestor (a) visualizar se uma tarefa pre-
cede a outra, e saber quais tarefas podem ser realizadas
de maneira independente.
Na figura acima, vemos o item PRECEDÊNCIA.
Este item identifica que a tarefa 1.1.1.1., identificada
pela letra A precede a tarefa 1.1.1.2., identificada pela
letra B. Esta identificação permite ao gestor (a) saber
qual tarefa deverá ser feita primeiro, quais podem ser
feitas ao mesmo tempo.
Dispondo as tarefas (1.1.1. e 1.1.1.2.) num crono-
grama físico, teríamos o seguinte registro:
56
2.2.3. Quanto custará e quais recursos serão
necessários
57
Fig. 12 – Planilha de orçamento global do projeto.
58
É importante no desenvolvimento do Plano de
Ação que a equipe gestora junto com o coletivo da es-
cola trace as linhas gerais deste plano, detalhando todas
as atividades, os responsáveis pelo desenvolvimento
destas, os valores e o prazo de execução das mesmas,
pois certamente terá mais chances de obter sucesso na
implementação do projeto.
59
Para avaliar no modelo SKOPOS é preciso consid-
erar os RESULTADOS esperados com o projeto. Seg-
undo a definição do dicionário Aurélio avaliar significa
determinar a valia ou o valor de; calcular, estimar, computar. E
avaliar os RESULTADOS pretendidos significa analisar
dados obtidos através de informações (dados, gráficos,
relatórios) gerados em cada fase de execução das ativi-
dades propostas.
Para que os resultados alcançados sejam resulta-
dos de êxito é importante criar os procedimentos de
monitoramento, que consistem na elaboração de in-
strumentos visando monitorar as atividades e tarefas
do PLANO DE AÇÃO.
O gráfico, abaixo, reflete as ações de monitora-
mento e de avaliação de um projeto:
60
previsto, os recursos estabelecidos, a comunicação en-
tre as equipes etc.).
Enquanto que as Ações de Avaliação consistem em
construir procedimentos de avaliação a partir de infor-
mações sobre os elementos do escopo do projeto indica-
dos nos RESULTADOS pretendidos com este Projeto.
Para avaliar se os resultados pretendidos serão
concretizados da maneira que se planejou é impor-
tante verificar se os OBJETIVOS traçados no projeto
serão realmente efetivados. E este processo ocorre
simultaneamente:
61
2.3.2. Como construir indicadores
para monitorar e avaliar os projetos
62
TIVOS ESPECÍFICOS. E para cada indicador deverá
ser escolhido o melhor meio de coleta de dados.
Para construir indicadores de impacto é preciso
considerar o OBJETIVO GERAL DO PROJETO e
projetar hipoteticamente o impacto deste na constitu-
ição do projeto.
Já, os indicadores de monitoramento são meios de
estabelecer controle para acompanhar início, meio e fim
de desenvolvimento das atividades (entrada, processo e
saída). Para monitorar é preciso construir indicadores ad-
vindos de informações construídas ao longo do processo
de execução das atividades previstas no Plano de Ação
do Projeto. Para construir estes indicadores podem-se
quantificar estas informações e gerar dados numéricos.
Outra metodologia utilizada para monitorar e aval-
iar projetos educacionais faz parte de uma metodologia
internacional denominada processos de Medidas e Re-
sultados – PMR (Outcome Measurement Processes) e
alia a construção de indicadores aos objetivos geral e
específicos do Projeto:
Fig. 16 - Estrutura Básica da Tabela PMR para
Monitoramento e Avaliação.
OBJETIVO GERAL DO PROJETO
Monitoramento Avaliação
Objetivos
Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores
Específicos
de entrada de processo de saída de resultado de impacto
63
A definição de uma Matriz Lógica também possi-
bilitará avaliar e monitorar um Projeto. Há vários mod-
elos para se construir uma matriz lógica. Veja, abaixo,
um exemplo que sugere a construção de indicadores de
avaliação e monitoramento a partir dos objetivos, resul-
tados e atividades de um Projeto.
Fig. 17- Matriz Lógica
Indicadores de
Impacto: medidas Fontes de dados,
Objetivo Geral:
para averiguar meios de coleta
expressa o
como o projeto e registros para o
objetivo geral.
contribui para o indicador.
objetivo geral.
Indicadores de
Objetivo Acontecimentos
Efetividade:
do Projeto: Fontes de dados, que tenham
medidas para aver-
expressa o que meios de coleta probabilidade
iguar se o projeto
se pretende e registros para o de ocorrer
está atingindo o
alcançar com o indicador. para alcançar o
objetivo.
projeto. objetivo geral.
Acontecimentos
Resultados:
fora do controle
serviços, Indicadores de Fontes de dados,
do projeto
produtos Eficácia: medida de meios de coleta
influenciando
e situações acompanhamento e registros para o
o cumprimento
produzidos dos resultados. indicador.
do objetivo do
pelo projeto.
projeto.
Atividades: Indicadores de
conjunto de Eficiência: medidas
Fontes de dados, Fatores externos
ações req- que servem para
meios de coleta que condicion-
ueridas pelo acompanhar
e registros para o am a produção
projeto para o cronograma
indicador. dos resultados.
alcançar os e provisão de
resultados. recursos.
Fonte: FRANCISCO, 2011, pág. 17.
64
Nesta matriz, há uma lógica de intervenção que
indicará a construção de indicadores de avaliação e de
monitoramento de um Projeto. Para construir os indi-
cadores de avaliação é preciso considerar o Objetivo
Geral e os Resultados do Projeto. E a partir destes el-
ementos elaborarem medidas para verificar se o que foi
proposto será efetivado.
Para verificar se o Objetivo Geral do Projeto será
efetivado pode-se estabelecer Indicadores de Impacto
(benefícios estendidos), ou seja, os valores que serão
agregados a todos os beneficiados com o projeto. E
quanto aos indicadores de resultados (serviços, produ-
tos ou situações) os indicadores de eficácia poderão
servir como índices de avaliação na busca da qualidade
dos resultados.
E para monitorar os processos do Projeto será pre-
ciso considerar os Objetivos Específicos e o conjunto
de atividades propostas no plano de execução. Traçar os
indicadores de efetividade significa traçar medidas para
verificar a efetividade de cada ação traduzida nos ob-
jetivos específicos. Enquanto traçar os indicadores de
eficiência significa apontar medidas para acompanhar
a provisão dos recursos humanos, físicos e financeiros
importantes para o desenvolvimento das atividades.
As Fontes de Verificação consistem nos instru-
mentos de coleta de dados para obter informações
precisas para construção dos indicadores de avaliação e
dos indicadores de monitoramento.
As “suposições importantes” presentes na matriz
lógica descrevem os acontecimentos prováveis, os ac-
65
ontecimentos fora do controle e os acontecimentos
externos, que poderão concorrer no desenvolvimento
dos objetivos do Projeto. Monitorar estes possíveis acon-
tecimentos é uma forma de prover meios para contornar
situações contraditórias no desenvolvimento do Projeto.
66
• ACOMPANHAMENTO: monitoramento do
projeto;
• AVALIAÇÃO: avaliação dos resultados.
É importante pensarmos este Plano de Projeto
sendo construído no interior da escola. Estes elemen-
tos contêm os elementos que possibilitarão montar este
Plano de Projeto de acordo com o modelo de plano de
projeto orientado pelo SKOPOS.
Agora, analisaremos, no próximo tópico, o mod-
elo de gestão (execução do projeto) com o objetivo de
refletir sobre a liderança do gestor nesta fase de imple-
mentação do projeto, além da promoção do trabalho
em equipe e dos instrumentos de gestão e controle.
67
Para executarmos um Plano de Projeto é preciso
traçar um modelo de implementação. O modelo apresen-
tado, abaixo, mostra numa visão geral as duas dimensões
do projeto: Planejamento e Gestão em correspondência
com as cinco fases do ciclo de vida de um Projeto:
Fig. 18- Visão geral das dimensões, planejamento e gestão e
as fases do Projeto
Fases do projeto
Início Planejamento Execução Controle Encerramento
Escopo
PROJETO
Modelo de
implementação
Pessoas Gestão de recursos
- Organização orientada e processos
para execução
- Formação Equipe - Modelo gerencial - Ações gerenciais
- Capacitação - Cultura organizacional - Coordenação
- Atribuições - Comunicação
- Cooperação
Gestão
Fonte: MOURA & BARBOSA, 2006, p.171
68
Este modelo de implementação pressupõe que
o planejamento definido no Plano de Projeto seja
executado e precisará garantir a gestão de pessoas, a
gestão dos recursos e os processos (coordenação, de
comunicação, de cooperação) através de um modelo de
gestão e controle dos processos que favoreça a consoli-
dação dos resultados previstos.
69
enciar a equipe do projeto” (FRANCISCO, 2011, pág.
29). Neste processo de liderança de equipes é preciso
que haja uma identificação das atribuições de pessoal no
desempenho de funções e responsabilidades. Cabe ao
gestor (a) identificar no grupo quem irá compor a equipe
na função de desenvolver papéis e responsabilidades.
É importante lembrar que no ambiente escolar
esta liderança vem acompanhada de participação. É
preciso que haja momentos de trabalho coletivo, de par-
ticipação do grupo envolvido nos processos de decisão.
É de suma importância que o (a) gestor (a) envolva o
coletivo escolar na execução do projeto, pois há uma
rede de tarefas a serem desenvolvidas e será necessário
formar as equipes de trabalho e montar o cronograma
de atividades constando os nomes dos responsáveis,
prazo para finalização, recursos necessários e formas de
monitoramento e avaliação.
Um instrumento importante na gestão da equipe
consiste na “realização de atividades de avaliação de de-
sempenho”, que consiste numa avaliação documentada
formal ou informal que registra o desempenho de deter-
minada equipe no cumprimento de determinada tarefa
(FRANCISCO, 2011, pág. 29). Esta avaliação possibilita
aos membros da equipe registrar suas dificuldades e se
constitui como possibilidade de formação coletiva.
70
operação visando executar a rede de tarefas, o cronograma
planejado e o controle e avaliação destes processos.
A comunicação precisa ser clara e eficiente para que
a rede de tarefas se desenvolva sem nenhum empecilho.
É o chamado três Cs na gestão de projetos: comuni-
cação, cooperação e coordenação, fatores importantes
para a realização eficiente dos projetos educacionais.
O relacionamento entre o (a) gestor (a) e sua equi-
pe precisa ser um relacionamento em que a cooperação,
ou seja, ajuda mútua entre as equipes de trabalho seja
promovida para que o projeto tenha sucesso. E precisa
haver liderança e coordenação dos processos para que
os mesmos sejam realizados conforme planejado.
Mesmo os Projetos bem planejados encontrarão
problemas durante a fase de implementação. Um prob-
lema é um risco que ocorreu no momento de execução.
Ter um processo de gerenciamento dos problemas bem
documentado favorece a comunicação da equipe e o
possível envolvimento de todos na resolução dos prob-
lemas. (FRANCISCO, 2011, pág. 30
O registro acerca dos problemas que surgem
durante a execução do projeto possibilita à equipe
interagir e buscar ações conjuntas viabilizando sanar
tal problema.
71
PLANO DE AÇÃO, ACOMPANHAMENTO DOS
CUSTOS E DOS PRAZOS.
O escopo resume os principais elementos de um
projeto e estabelecer ações de controle para verificar o
cumprimento do escopo do projeto consiste em esta-
belecer um acompanhamento para verificar:
• Se a situação problema que gerou o projeto está
sendo investigada;
• Se os objetivos estão sendo cumpridos;
• Se a área de abrangência do projeto está sendo
alcançada;
• Se as ações apontadas no projeto são ações real-
izáveis.
72
• Cada equipe tem produzido relatórios de ativi-
dades visando socializar para os demais membros.
73
Os mecanismos de controle dos custos e dos pra-
zos estipulados através de planilhas e de relatórios de
atividades asseguram ao gestor e à equipe identificar
e diagnosticar possíveis atrasos e gastos extras ou não
programados.
74
bém que haja um campo de registro para observações
e um campo de assinatura e data, pois assim permite-se
aos membros da equipe nomear os problemas surgidos
e apontar possíveis procedimentos para solucioná-los.
Além dos relatórios desenvolvidos ao longo dos
processos de implementação do projeto, é importante
elaborar um relatório final para avaliação do projeto na
ocasião de encerramento do mesmo.
75
No encerramento é importante uma reunião com
todo o grupo e um registro final expresso através de
um relatório final. O relatório final expressa um resumo
dos principais procedimentos, questões surgidas no
processo de interação das equipes assim como os pon-
tos mais desafiadores e suas soluções surgidos durante
o processo de implementação do projeto. Este registro
constitui um documento importante, pois documenta
as experiências vividas pelo grupo.
Neste momento, é importante que o (a) gestor
(a) escolar promova um momento de reflexão junto
ao grupo com o objetivo de refletir sobre os proces-
sos vivenciados durante o processo de implementação
do projeto relacionados aos principais desafios vividos,
procedimentos encontrados para solucioná-los e os
principais aspectos que serviram como aprendizagem.
Este momento coletivo representa um feedback
para todos os envolvidos e encerra um projeto consiste
em dar um retorno para todos os envolvidos e uma
forma de exercício coletivo.
2.5. Conclusão
76
O planejamento de um projeto constitui-se num
registro formal que se define como Plano de Projeto.
Este momento de elaboração do Plano de Projeto con-
siste na identificação de elementos essenciais que ser-
virão de guia para a fase de implementação do projeto.
Durante a definição do Plano de projeto, seg-
undo o Modelo de Planejamento de Projetos orien-
tado pelo Escopo – modelo SKOPOS, este plano é
organizado a partir da definição do Escopo, do Plano
de Ação e do Plano de Controle e Avaliação. Planejar
significa descrever em um plano a questão-problema
ao qual se investiga e a justificativa do mesmo, os
principais objetivos, os resultados esperados, as ativi-
dades propostas, os prazos para desenvolvimento das
mesmas, os recursos que serão disponibilizados e os
principais indicadores de monitoramento e avaliação
destes processos.
A descrição destes processos do Plano de Projeto
possibilita aos gestores escolares uma referência para
a gestão do projeto durante a fase de execução. Nesta
fase, o estabelecimento de um modelo de gestão flexível,
dialógica, organizada e compartilhada produzirá efeitos
positivos na implementação do projeto.
Durante a fase de execução dos processos que
foram planejados sempre surgem imprevistos que
poderão produzir impacto no cronograma estabelecido.
Para contornar estas dificuldades é muito importante
pensar em mecanismos de controle do Escopo do
projeto, controle dos processos de implementação (das
atividades e tarefas) e controle da execução do projeto.
77
As informações obtidas durante a fase de execução
e o registro das mesmas fornecerão dados importantes
para pensar modos de controlar os processos relacio-
nados ao desenvolvimento das atividades postas. Obter
estas informações e socializá-las com o grupo significa
fazer a comunicação se tornar efetiva e construir na
equipe uma autonomia frente à dinâmica que o projeto
exige durante a prática.
A construção de uma comunicação transparente
e efetiva se dá através da abertura do (a) gestor (a) na
condução dos processos de implementação do projeto.
Para isto, é importante criar meios para que esta comu-
nicação se efetive entre os quais podemos citar:
• A definição de momentos coletivos para es-
clarecer eventuais dúvidas ou conflitos surgidos;
• A definição dos meios e locais de divulgação dos
registros: construção de um quadro de registros para
afixar questões relacionadas ao projeto, o envio dos
registros através de e-mail etc.
• A criação de códigos de comunicação que
poderão sinalizar necessidade de ajuda ou proatividade
na realização de determinada ação.
• O retorno ou feedback às comunicações postas
pelo grupo é um mecanismo positivo para o exercício
do diálogo.
78
dos principais elementos que compõem e estruturam
um projeto.
Elaborar e implementar projetos através de um
modelo de gestão escolar transparente e participativa
possibilita construir respostas para questões desafiado-
ras do dia a dia escolar.
79
Questões
1. Após a definição do problema de relevância para a
comunidade escolar em questão e definida o Escopo do
Projeto, você precisará pensar no Plano de Ação, que
consiste na definição do conjunto de atividades do pro-
jeto, num determinado prazo, com recursos definidos.
Faça uma lista de verificação dos principais
itens que um bom Plano de Ação deve ter. Apresente
esta lista e teça um comentário sobre a importância de
um bom plano de ação de um projeto.
80
UNIDADE 3
A Gestão Escolar
da Educação
Básica: Legislação,
Planejamento e Novos
Paradigmas
81
Caro(a) Aluno(a)
Seja bem-vindo(a)!
83
3.1. Introdução
85
3.2. Contextualização da gestão
escolar na década de 90
86
abertura democrática da escola através da construção
de um modelo e gestão que saísse do autoritário, bu-
rocrático e distante da vida da escola para um modelo
de gestão que conferisse a participação da comunidade
escolar nos processos de decisão da escola”. (DANIEL,
2013, pág. 27)
Percebe-se que mudanças no contexto político,
social e econômico do Brasil acabam por interferir nos
processos educacionais e nos processos da gestão esco-
lar. A ampliação do conceito de Educação Básica traz
novas questões para os processos de gerenciamento da
escola. E o modelo de “administração escolar” centra-
do na figura do diretor e na centralização dos processos
administrativos começa ser apontado como um modelo
de gestão autoritário.
E a perspectiva dos processos democráticos al-
cança o paradigma da gestão escolar ao reivindicar
“a superação de processos centralizados e avança no
entendimento de uma gestão compartilhada com auto-
nomia nos processos pedagógicos, financeiros e admin-
istrativos”. (DANIEL, 2013, pág. 27)
O paradigma de uma gestão compartilhada e
participativa ganha espaço enquanto perspectiva da
gestão escolar básica. Segundo Lück (2000), a gestão
escolar não é um fim em si mesma, mas constitui-se
numa dimensão e enfoque de atuação: gerir uma escola
na organização as demandas internas e externas a ela
é apenas uma dimensão da gestão. Além desta organi-
zação, a gestão escolar apresenta outras dimensões e
enfoque, tais como a mobilização de ações e atitudes
87
no conjunto das demandas postas; a articulação das
condições humanas e materiais para a o objetivo final
que é a constituição produtiva dos processos de ensino-
aprendizagem dos alunos (enfoque pedagógico):
88
e baseia-se em pilares como o da participação, enquanto
ação que desperta a consciência política (Bobbio, 1986).
Este fazer político alia uma articulação das demandas
sociais postas à gestão escolar.
O conceito de gestão escolar se alia ao processo
de democratização da educação e associa-se a este
enquanto processo de participação com vistas ao en-
volvimento da comunidade escolar para viabilização
de mudanças importantes. Lück (1997) traz esta análise
sobre o conceito de gestão escolar:
89
tem a intenção de promover maior autonomia para a
gestão de seus recursos.
Para garantir o avanço dos processos socioedu-
cacionais a gestão escolar busca o modelo de gestão
democrática que consiste no envolvimento, partici-
pação através do diálogo nos processos decisórios:
90
locais e administrá-las num contexto sócio-global gera
desafios para que o mesmo seja elaborado nessa cole-
tividade”. (DANIEL, 2013, pág. 39)
A perspectiva de uma gestão democrática amplia o
campo da gestão escolar e traz novos elementos para o
trabalho do (a) gestor (a) escolar. Este campo se amplia, e
o gestor enquanto mero executor de tarefas sede espaço
para um (a) gestor (a) enquanto líder político, líder que
compartilha e delega funções, líder eficaz que produz re-
sultados e líder de equipe (Daniel, 2013). Além de ser um
educador, pois este profissional precisa ter experiências e
embasamento teórico no campo educacional.
A pesquisa de Passos et al (1988) traz a importância
do (a) gestor (a) enquanto coordenador dos processos
participativos. Ao se abrir aos processos democráticos
a escola precisa ser gerida de forma coordenada e or-
ganizada: “enfim, a abertura da escola à “comunidade”,
a participação em sua gestão de todos os segmentos
implica num processo de educação política que só é
possível se existe um projeto claro orientando esta par-
ticipação”. (PASSOS et al, 1988, pág. 91)
Vieira (2005, pág. 49) também analisa as caracte-
rísticas de perfil do (a) gestor (a) educacional enquanto
líder capaz de desenvolver o trabalho coletivo, comuni-
cativo, honesto, transparente, com capacidade de ouvir
e de se fazer ouvido, e com capacidade de abstrair:
91
sultados; capacidade de comunidade(saber expressar e
saber escutar); criatividade; honestidade e credibilidade;
atuação por objetivos. (VIEIRA, 2005 apud VALOI
2007, págs. 48-49)
92
• A necessidade de profissionalização de dirigentes
escolares para implementação dos processos de de-
manda da gestão escolar;
• A formação continuada e em serviço como pro-
cesso importante para efetivar a participação.
93
Além da função de coordenar a escola e desta
função decorrem questões pedagógicas, institucionais,
sociais, e especialmente políticas locais (SOUZA, 2007,
pág. 7), são demandas que estão postas aos gestores es-
colares e para geri-las precisará de habilidades na gestão
dos processos que terá que coordenar. Neste sentido, a
apreensão de conceitos relacionados ao planejamento e
à gestão de projetos torna-se importante.
A gestão entendida como “o fruto da ciência re-
sponsável pelo planejamento organizado, avaliação e
controle de recursos materiais, financeiros, tecnológicos
e humanos” (VALOI 2007, pág. 40) e associados à de-
mocratização do processo pedagógico, à participação de
todos no compromisso coletivo (FIGUEIRAS, 2005).
E em meio a tantas demandas a serem implementadas
e executadas, põe-se ao gestor (a) escolar novas com-
petências e habilidades relacionadas desde à capacidade
de gestão de equipes à capacidade de elaborar, executar
e monitorar os projetos que integram o curso da gestão.
94
a condução da reforma na busca da eficiência e eficácia
do Estado na gestão da Educação brasileira:
95
9394/96, a qual estabelece as Diretrizes de Bases da
Educação Nacional também define no Artigo 3.º, in-
ciso VIII, “a gestão democrática do ensino público na
forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”
(Brasil, 1996). Caracteriza-se um novo paradigma para
gerir as escolas: participação da comunidade escolar
nos processos decisórios através de espaços institucio-
nais definidos (Conselhos Escolares). O Art.14 da LDB
9394/96 garante a participação da comunidade escolar
e local nos Conselhos Escolares.
O conceito de gestão definido por Souza et al
(2005) compreende a gestão democrática “como sendo
o processo político através do qual as pessoas na escola
discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas
e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam
o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da
própria escola.” (SOUZA et al, 2005, pág. 1). Esta par-
ticipação precisa ser bem planejada e conduzida pelo
(a) gestor (a) escolar, pois este mesmo autor chama a
atenção para os riscos de se ir pela lógica da maioria. É
preciso pensar coletivamente os benefícios e os ganhos
com determinado projeto.
A LDB 9394/96 em seu Art.15.º aborda a descen-
tralização confirmando a autonomia que os sistemas
escolares terão nesta estrutura: “Os sistemas de ensino
assegurarão às unidades escolares públicas de Educação
Básica que os integram progressivos graus de autono-
mia pedagógica e administrativa e de gestão financeira,
observadas as normas gerais de direito financeiro públi-
co”. (BRASIL, 1996)
96
Augusto (2004) aponta que a “descentralização para
a escola é conhecida como autonomia escolar” (AU-
GUSTO, 2004, pág. 31). E a escola “deveria funcionar
como centro de decisões nas áreas, financeira, adminis-
trativa e pedagógica. O objetivo da descentralização seria
a dinamização da prática escolar e a flexibilização das
diretrizes, para permitir que o projeto pedagógico tenha
sentido para os usuários” (AUGUSTO 2004, pág. 31).
O conceito de descentralização se alia ao de autonomia,
desde a LDB9394/96, no artigo 15 ao afirmar que:
97
literatura dirigida à escola pública. É relativamente grande
a produção sobre a gestão democrática e a participação. A
ênfase é a de subsidiar a escola para uma mudança de men-
talidade e atitude, sem a qual essa organização não poderia
ser efetiva em seu papel social.” (LÜCK, 2000, pág. 27)
“As ideias não têm valor por si próprias, mas por sua
capacidade de impulsionar a ação para promover resul-
tados desejados. E estas devem ser monitoradas e avali-
adas, a fim de que se possa evidenciar ao público os seus
resultados e se ter parâmetros para o prosseguimento das
ações.” (LÜCK, 2000, pág. 28)
98
neoliberal vivenciada em âmbitos internacionais, decor-
rente das transformações do Capitalismo ao efetivar
as reformas do Estado de Bem-Estar Social (Welfare
State), conferindo a este Estado um papel conserva-
dor no caso de experiências brasileiras, “o que é, em
parte, coerente com a natureza mais geral do modelo
ou o regime de Welfare State aqui construído, de tipo
conservador, pautado por uma concepção de inter-
venção social do Estado meramente sancionadora da
distribuição primária da renda e da riqueza”. (DRAIBE,
2003, pág. 67)
Há, sim, que pensar os elementos que envolvem os
processos de descentralização e de autonomia da gestão
escolar da Educação Básica refletindo sobre as impli-
cações destes processos na prática diretiva da escola:
99
E frente às especificidades de cada dimensão da
gestão escolar, apontadas pela autora acima (dimen-
são administrativa, dimensão financeira, a dimensão
pedagógica) é preciso que se pense numa autonomia
escolar que estabeleça uma interlocução, ampliando a
circunscrição dos processos de autonomia aos muros
da escola:
100
assegurando-lhe condições para a sua realização livre e
democrática mas, sobretudo, traçando-lhe um quadro de
valores, objetivos e projetos político-educativos de refer-
ência. (LIMA,2000, pág. 2)
101
tiva. E esta participação consiste na abertura de espaços
na gestão para a identificação do problema, acom-
panhamento e monitoramento até que seja resolvido.
(SOUZA, 2009)
As demandas postas aos gestores escolares no de-
senvolvimento dos processos administrativos, financei-
ros e pedagógicos da gestão escolar apresentam como
possibilidade “diminuir a estrutura hierárquica dentro
do sistema, possibilitando decisões mais próximas ao
local de execução, reduzindo, portanto a distância entre
concepção e execução”. (FARAH, 1995, págs. 48-49
apud CABRAL NETO; ALMEIDA, 2000, pág. 38)
A prática da gestão não se esgota no interior da
escola, porém o ponto de partida é o âmbito escolar.
E a construção desta prática demanda um conjunto
complexo de relações que a norteiam, por exemplo, a
legislação estabelecida, os projetos relacionados e que
deverão ser implementados e desenvolvidos, ou seja, as
demandas internas da escola se estabelecem a partir de
um conjunto de relações externas.
102
aprimoramento destes processos. Os processos ped-
agógicos constituem no foco central da gestão escolar
da Educação Básica.
Estes processos são identificados na
LDB9394/96 através da definição da elaboração do
Projeto Político-Pedagógico (PPP) com a participação
da comunidade escolar:
103
produção. Tres (2011) citado por Santos; Rodrigues (2011)
apontam a importância destes momentos pedagógicos:
104
educativa que não condiz com a realidade daquela in-
stituição. Serrat (2008) traz esta análise reafirmando
a importância de uma proposta pedagógica que dará
à equipe gestora uma direção, um planejamento ped-
agógico a partir de sua prática pedagógica real:
105
ao participar na sua elaboração, aprovação, acompanha-
mento e execução –, fazendo com que esse documento
realmente seja significativo para a vida e o direciona-
mento dos rumos da escola.” (DALBERIO, 2008, pág. 6)
106
proposta pedagógica com vistas a possibilitar as alunos
avanços nos processos sociais e cognitivos.
107
de prazos estabelecidos. E a análise de Souza (2007)
sobre este processo revela-se que há um consenso en-
tre os professores de que os processos administrativos
consomem grande parte do trabalho da gestão escolar:
108
já estabelecidas previamente. Esta autonomia financeira
traz uma responsabilidade para as instituições escolares
quanto aos resultados educativos obtidos. Nora Krawc-
zyk (1999) reflete sobre esse ponto:
109
vezes, gestores escolares em função das demandas da
escola efetuam parcerias com a comunidade escolar
para provimento de recursos necessários para questões
que urgem.
Segundo Valoi (2007, pág. 43) gestores deparam-
se com grandes desafios não apenas no Brasil, mas
no mundo inteiro. Dentre eles, podem-se destacar os
seguintes pontos: “a) há um aumento progressivo do
efetivo de estudantes nas instituições de ensino e b) há
insuficiência de fundos para provir e manter toda essa
gama de transformações”.
Para coordenar todas estas questões administra-
tivas e financeiras da gestão no interior dos sistemas
de ensino, gestores escolares poderão contar com a
institucionalização de conselhos escolares, espaços para
que a comunidade escolar tome parte dos processos
decisórios e delibere sobre questões pedagógicas, ad-
ministrativas e financeiras. A Lei de Diretrizes e Bases
n.º 9394/96 (art. 14, inciso II) afirma a “participação
das comunidades escolar e local em conselhos escolares
ou equivalentes”. (BRASIL, 1996)
Nessa perspectiva, o Conselho Escolar constitui-se
em um espaço para a viabilização de “discussão, nego-
ciação e encaminhamento das demandas educacionais”
(CADERNO 1, pág. 33). Estes órgãos representativos
como Colegiado, Conselho Escolar, Grêmios Estudantis
e Associações de Pais e Mestres constituem em instru-
mentos da gestão compartilhada. Segundo Daniel (2013)
a efetivação destes instrumentos de gestão compartilhada
ainda constitui-se um desafio para a gestão escolar.
110
Estas instâncias representativas são instrumentos
importantes de uma gestão democrática, pois amplia as
condições de participação da comunidade escolar nos
processos decisórios de natureza pedagógica, adminis-
trativa e financeira.
Segundo Navarro (2004) é responsabilidade do
gestor escolar criar espaços representativos como os
Conselhos Escolares para a participação da comunidade
escolar, e estes deverão ser compostos por pais, profes-
sores, alunos, funcionários da escola, comunidade local
e diretor, com função consultiva, deliberativa, de fiscali-
zação e de mobilização.
Segundo Wittmann (2004) uma das funções do
Conselho Escolar é acompanhar as questões pedagógi-
cas, focalizando a prática pedagógica e as demandas
desta. A institucionalização destes espaços de represen-
tação são medidas importantes de democratização para
aproximar os diferentes segmentos presentes na escola
e favorecer o trabalho coletivo.
Este novo modelo de gestão escolar insere gestores
frente a um conjunto de decisões que precisará tomar,
e a socialização destas decisões em conselhos escolares,
favorecem tomar decisões mais assertivas, uma vez que
serão pensadas coletivamente.
Esta prática participativa nos processos decisórios
da gestão escolar da educação básica ainda é incipiente
uma vez que temos uma cultura da não participação em
instituições como a escola. Trazer a comunidade escolar
para participar dos processos decisórios da escola ainda
é um desafio para gestores escolares, pois significa
111
romper com uma cultura autoritária que institucional-
izou a não-participação. Através do exercício proces-
sual de uma prática participativa romperemos estes
construtos tradicionais.
112
A gestão de questões sociais insere o papel de
dirigentes escolares num paradigma que vai além do
administrativo-financeiro e do pedagógico. Considera-
se que “(...) o diretor de escola é, antes de tudo, um
educador. Enquanto tal possui uma função primordial-
mente pedagógica e social, que lhe exige o desenvolvi-
mento de competência técnica, política e pedagógica”.
(RODRIGUES; SANTOS, 2011, pág. 128)
A gestão de demandas sociais circunscreve o tra-
balho de gestores escolares num âmbito que demanda
“novas competências e aptidões cognitivo-atitudinais
são necessárias, para que os educadores e, em especial
os gestores cumpram sua função nesta nova realidade
socioeducativa”. (WITTMANN, 2000, pág. 88)
A prática gestora exige destes profissionais atenção
aos processos sociais através dos quais a escola precisa
reconhecer e preparar-se para responder com prontidão.
113
Um planejamento precisa ser “abraçado” por to-
dos da escola, numa construção técnica e política, ou
seja, técnica porque precisa construir metodologias que
beneficiarão a concretização deste. E política no sentido
do fazer político, comprometido e responsável de todo
o grupo, uma vez que significa uma construção coletiva,
ou seja, consistem em um planejamento participativo
entre professores, gestor e os demais funcionários (OL-
IVEIRA, 2008, pág. 138).
A liderança do gestor é muito importante na me-
dida em que promoverá a interação entre o grupo. Se-
gundo DANIEL (2013, pág. 162): “o gestor enquanto
um líder que constrói relacionamentos no interior da
gestão escolar precisa estar aberto ao convívio com
diferentes personalidades, tendo clareza das relações
humanas que perpassam no interior da escola”.
O conceito de gestão implica segundo CURY
(2007) em um ou mais interlocutores para o diálogo em
busca de respostas às questões postas no ambiente edu-
cacional. Neste sentido, a liderança do gestor precisa
construir estes relacionamentos para efetivar o diálogo
entre a equipe escolar.
Vale lembrar que o planejamento escolar precisa
dialogar também com o planejamento sistêmica a que
a escola está inserida. Segundo SOUZA et al (2005,
pág. 37) este planejamento educacional se efetiva em
três níveis distintos e que se inter-relacionam: o plane-
jamento no âmbito dos Sistemas e Redes de Ensino; o
planejamento no âmbito da Unidade Escolar e o plane-
jamento no âmbito do Ensino.
114
E a gestão e planejamento de projetos no âm-
bito escolar não poderão desconsiderar as redes macro
(MEC) e micro (Rede Estadual, Municipal ou Federal) a
que a escola está integrada (DANIEL, 2013, pág. 163).
Neste sentido, pensar e desenvolver projetos na escola
significa ter em mente um projeto que articule as finali-
dades sistêmicas às finalidades da realidade escolar.
O Planejamento no âmbito da unidade escolar
efetiva-se com a construção do Projeto Político-Ped-
agógico (PPP). Este deve pautar-se na interlocução da
teoria com a prática, e constitui-se como momento
privilegiado de tomada de decisão sobre as finalidades
da educação.
O PPP tem dimensões: Pedagógica, Administra-
tiva, Financeira e Jurídica. A dimensão Pedagógica con-
siste na definição de todo o processo pedagógico, suas
finalidades, abordagem curricular, forma de gerir este
processo e a relação com a comunidade.
A dimensão Administrativa refere-se aos aspectos
gerais da organização da escola como a gestão de pes-
soal, gestão dos processos administrativos gerais.
A dimensão Financeira refere-se à captação, apli-
cação e avaliação dos recursos financeiros. Enquanto
a dimensão Jurídica diz respeito à legalidade das ações
da instituição e sua relação com as demais instâncias do
sistema de ensino.
O Art. 12, inciso I, da LDB 9394/96 estabelece
que as instituições de ensino, considerando as normas
comuns do seu sistema de ensino terão a incumbên-
cia de elaborar e executar sua proposta pedagógica, de
115
maneira coletiva. Na expressão e registro da proposta
pedagógica, a equipe gestora juntamente com a comuni-
dade escolar precisar identificar os seguintes elementos:
• O diagnóstico da realidade escolar e as priori-
dades decorrentes dela;
• O conhecimento da realidade para a qual se
planeja;
• A definição de objetivos de forma consistente e
articulada às ações;
• Acompanhamento sistemático e coletivo das
ações implementadas.
O diagnóstico poderá ser obtido através de da-
dos coletados no PDE, nos resultados de avaliações
externas, e na busca de informações advindas da
realidade através de questionários, entrevistas etc..
Conhecer a realidade é importante na medida em que
dá ao planejamento a identificação de lacunas que
precisam ser fechadas.
A definição dos objetivos educacionais, justifi-
cativa, metas, atividades e recursos. Esta fase consiste
na elaboração do Plano de Ação do PPP. Este plano
consiste num relato sintético sobre as finalidades edu-
cativas: apresentam os conhecimentos, habilidades,
hábitos, atitudes, competências que serão incorporados
pelos grupos de estudantes.
Os Meios de Execução consistem na indicação dos
meios através dos quais as tarefas serão realizadas. E
a definição de critérios de avaliação tem por objetivo
monitorar o desenvolvimento das ações durante o pro-
cesso de implementação.
116
A escrita de um Projeto Político-Pedagógico
poderá se organizar em eixos norteadores visando
construir de maneira clara a definição dos principais
elementos deste projeto.
Segue, abaixo, um exemplo de eixos de escrita do
PPP que poderá servir de base para a elaboração, im-
plementação e avaliação deste documento importante.
1. INTRODUÇÃO;
2. OBJETIVOS;
3. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA;
4. ESTRUTURA PEDAGÓGICA;
5. ESTRUTURA JURÍDICA;
6. DIRETRIZES CURRICULARES;
7. PROCESSOS DE GESTÃO;
8. TEMPO ESCOLAR;
9. AVALIAÇÃO.
117
c) Estrutura Pedagógica: refere-se às interações
políticas e às questões de ensino e aprendizagem. Neste
eixo, precisa-se definir como estão organizados os gru-
pos nesta escola, nomenclatura, número de educadores,
número de educando, e a formalização do planejamento
pedagógico em si.
d) Diretrizes Curriculares: deve expressar a con-
cepção de currículo a que a instituição escolar está rela-
cionada. A produção, construção e assimilação dos pro-
cessos que compõem a metodologia do conhecimento.
e) Processos de Gestão: consistem na definição da
forma de organização, funcionamento, composição e
atribuições da estrutura administrativo-financeira da es-
cola. Neste eixo, é importante dizer se há na escola espaços
de representatividade como o Colegiado escolar e como
este se articula com os processos decisórios na gestão.
f) Tempo escolar: consiste em identificar a organi-
zação do planejamento escolar por níveis de abrangên-
cia. Descrever e justificar a organização dos educandos
por grupos.
g) Avaliação: este eixo analisa os processos de
avaliação: avaliação e monitoramento dos educandos;
avaliação do corpo docente; critérios de avaliação, pro-
moção e recuperação; avaliação institucional.
O planejamento coletivo do PPP ainda é um desa-
fio a ser vencido por gestores escolares. A construção
de espaços coletivos de planejamento no âmbito escolar
abre a possibilidade de diálogo efetivo com a comuni-
dade e estabelece relações para ganhos dos processos
de ensino-aprendizagem.
118
3.6. Conclusão
119
Questões
1. a) Escreva, no quadro abaixo, características que
identificam os processos de uma gestão centralizadora
e de uma gestão democrática:
Gestão Centralizadora
Gestão Democrática
120
os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elabo-
ração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em con-
selhos escolares ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades
escolares públicas de educação básica que os integram
progressivos graus de autonomia pedagógica e admin-
istrativa e de gestão financeira, observadas as normas
gerais de direito financeiro público.
121
UNIDADE 4
Elaboração de Projetos
Sociais e de Projetos de
Cooperação Técnica
123
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo (a)!
125
4.1. Introdução
127
Esta unidade pretende trazer uma reflexão sobre
a gestão de Projetos Sociais e Projetos de Projetos de
Cooperação Técnica (PCT).
A reflexão sobre a gestão de projetos sociais advém
no sentido de compreender as principais características
desta gestão, a função destes projetos e sua articulação
no contexto escolar. Esta análise caminha no sentido de
apresentar um modelo de gestão de um projeto social
a fim de instrumentalizar gestores escolares no plane-
jamento e gestão dos mesmos.
Enquanto a compreensão dos processos de
planejamento e gestão de um Projeto de Cooperação
Técnica possibilita ao gestor (a) o exercício de um
planejamento macro para pensar questões desafiantes
que urgem em sua prática escolar. Esta reflexão possi-
bilitará uma fundamentação teórica acerca da temática
desta unidade.
128
Diferentemente da teoria tradicional que considera
os fatos sociais como neutros, a teoria crítica traz para a
pesquisa e para a produção do conhecimento questões
práticas presentes na Sociedade com o objetivo de
compreendê-las e propor ações transformadoras.
Neste sentido, a pesquisa ganha um valor que
agrega questões do pragmatismo e a educação escolar é
um caminho de parceria para construir ações de eman-
cipação visando atingir questões sociais.
Este pragmatismo advém de uma nova forma de
compreender os fatos sociais em seu contexto histórico,
construindo um caminho que segundo HABERMAS
(1987) levará à práxis social, ou seja, através da teoria
se busca explicações para situações sociais presentes no
contexto histórico.
A origem deste conceito gestão social advém de
reflexões propostas por HABERMAS (1987) através da
análise dos tipos de ação social:
• Ação Social Comunicativa: ações racionais vol-
tada para o entendimento de situações sociais presentes
no contexto histórico;
• Ação Social Estratégica: ação racional voltada
para o êxito, para as questões de mercado.
129
suas condições de funcionamento e o Estado se impõe
sobre a sociedade”. (TENÓRIO, 1998, pág. 14)
E a orientação desta ação social assinala uma tendên-
cia monitorada para fins técnicos antes que sociais, e não
estimula a participação do trabalhador no processo de-
nominado sistema-empresa. (TENÓRIO, 1998)
A gestão social contrapõe-se à gestão estratégica
na medida em que busca substituir a gestão técnica por
uma gestão mais participativa em que o processo de-
cisório é exercido por meio de diferentes atores sociais,
com uma responsabilidade social para o exercício de
uma cidadania.
E o paradigma defendido por HABERMAS (1987)
na construção do conceito de gestão social advém da
racionalidade comunicativa na medida em que se com-
preende que uma ação social ao ser comunicada por
uma comunidade e reconhecida por esta como válida,
esta ação se torna visível e apta a ser viabilizada como
política pública.
E nesta análise, o autor acima constrói o conceito
de cidadania deliberativa que pressupõe a participação
do trabalhador de modo consciente nos processos
decisórios.
E o início da década de 90 constrói o paradigma
dos processos de democratização com o objetivo de in-
stituir um movimento de participação nos processos de
decisão. Este paradigma envolve também os processos
da gestão escolar.
130
4.3. Projetos sociais e gestão escolar:
uma articulação importante
131
público escolar demanda e que o coletivo escolar apon-
ta como importante. Para a elaboração, implementação
e avaliação de um projeto neste modelo é importante
que haja uma instituição que propõe o projeto e uma
instituição que irá financiá-lo.
E neste caminho surgem as parcerias. E o (a)
gestor (a) escolar precisa ter conhecimento da estrutura
de um projeto social, a fim de elaborar de maneira clara
e objetiva, sem prejuízos para as partes envolvidas.
A gestão escolar enquanto espaço que promove
a mobilização de ações e atitudes frente às demandas
advindas do coletivo propicia a construção de projetos
sociais que poderão beneficiar toda a comunidade.
Os desafios enfrentados por gestores escolares da
Educação Básica na implementação de projetos sociais
exigem destes profissionais uma formação continuada
que ultrapasse o paradigma de uma concepção con-
teudista (KUENZER, 1998, pág. 6), cuja centralidade é
a teoria em detrimento da prática.
Uma formação profissional para gestores esco-
lares precisa se empenhar em promover uma formação
que contemple o saber (teórico) e o fazer (situações
práticas) e a predisposição de atitudes para o saber e
o fazer.
Na gestão de projetos sociais, além da formação
continuada é preciso que o (a) gestor (a) escolar da
educação básica tenha perfil de um líder democrático
que compartilha decisões, delega funções, monitora
as funções que delegou (DANIEL, 2013) e estabeleça
parcerias com a comunidade.
132
A coordenação de projetos sociais exige deste
profissional um conhecimento das finalidades do
projeto e das exigências para implementação deste
relacionadas à infraestrutura, número de pessoas para
desenvolvê-lo, acompanhamento e avaliação das ações
desenvolvidas.
133
Fig. 20 - Ciclo de vida de um projeto social
Identificação
e design do
projeto
Iniciação do
projeto
Implementação Projeto em
do projeto andamento
Monitoramento,
avaliação e controle
do projeto
Transição final
do projeto
134
ramento. Vejamos os principais elementos constituintes
destes tópicos.
135
Agir, coletivamente, com o objetivo de identificar
os reais problemas que justificam a busca de parcerias
para soluções é um movimento muito importante du-
rante a etapa de design do projeto, pois, muitas vezes, os
problemas são de ordem subjetiva e podem expressar
apenas pontos de vistas individuais. Pensar coletiva-
mente as questões sociais da comunidade pode apontar
outros caminhos a serem seguidos.
Após definido o problema central do projeto so-
cial você poderá utilizar a ideia contida na Figura C da
unidade 1, deste livro, que identifica o problema princi-
pal e as causas e efeitos relacionados a ele. É uma estra-
tégia importante para identificar as principais causas e
os principais efeitos relacionados ao problema central.
Para identificar estes problemas poderá utilizar
instrumentos de coleta de dados para buscar dados de
avaliação (FRANCISCO, 2011, pág. 12):
• Coleta de informações socioeconômicas sobre a
comunidade-alvo (e outras partes interessadas);
• Obtenção de dados sobre o estado atual da segu-
rança da subsistência das famílias;
• Exame das populações-alvo sobre o seu conheci-
mento, comportamentos e atitudes atuais;
• Mapeamento da geografia e ativos biofísicos de
uma área de intervenção;
• Identificação das políticas que podem afetar (de
forma positiva ou negativa) uma intervenção do projeto
potencial.
Estes dados podem ser coletados através da
análise documental, entrevista ou questionário. Para
136
análise documental é importante que os documentos
em análise expressem dados relacionados ao problema
em análise, visando fundamentá-lo. Para a elaboração
de questionários é importante elaborar questões de
forma clara, objetiva e que não dê margem a dúvidas.
E para as entrevistas é preciso formular questões que
tenham relação direta com problema e é importante
que o entrevistador não influencie nas respostas dos
entrevistados.
As informações obtidas através da análise destes
dados fornecem elementos para a escrita da justifica-
tiva do projeto, que consiste num item muito relevante
para obter recursos financeiros para a implementação
do projeto.
137
4.4.1.3. Definição do Escopo do Projeto: Objetivos,
Atividades Propostas, Resultados Esperados e Meios
de Verificação
138
Acontecimentos
Resultados: Indicadores de fora do controle
Fontes de dados,
serviços, produ- eficácia: medidas do projeto
meios de coleta
tos e situações de acompan- influenciando
e registros para
produzidos pelo hamento dos o cumprimento
o indicador.
projeto resultados do objetivo do
projeto
Indicadores de
Atividades:
eficiência: medi-
conjunto de Fontes de dados, Fatores externos
das que servem
ações requeridas meios de coleta que condicionam
para acompanhar
pelo projeto e registros para a produção dos
o cronograma
para alcançar os o indicador. resultados
e provisão de
resultados
recursos
139
c) As atividades e tarefas constituem a parte do plane-
jamento que indicarão as ações macro e micro a partir
das quais as equipes se empenharão durante o processo
de execução para viabilizar os objetivos. E este processo
também precisa ser monitorado através de indicadores
confiáveis. O monitoramento de cada fase deve ser pen-
sado e registrado em planilhas, gráficos ou relatórios,
pois consistem em reflexões importantes para que o (a)
gestor (a) construa, se for preciso, novas diretrizes para
o desenvolvimento do projeto.
140
Este início pontua-se quando todo o escopo do
projeto já foi definido (problema, objetivos, atividades
para resolvê-lo, recursos necessários, prazos e indica-
dores de controle de cada processo). Ou seja, a propos-
ta do projeto já foi efetuada e pode ser socializada para
parceiros afins.
4.4.3. Planejamento
141
quais mecanismos de comunicação serão estabelecidos;
os relatórios serão produzidos com que frequência;
• Planejamento das Aquisições do Projeto: a
definição dos processos e sistemas para a aquisição de
equipamentos e materiais;
• Planejamento de Gerenciamento de Recursos
Humanos do Projeto: o que é necessário para contratar,
informar, gerenciar e treinar a equipe do projeto;
• Planejamento de Monitoramento e Avaliação do
Projeto: quem será responsável pelo processamento
dos dados, análise, documentação e comunicação das
mensagens, qual será a frequência deste processamento,
como serão utilizados os dados;
• Controle de Mudanças: que procedimentos pre-
cisam ocorrer para mudar o plano do projeto; quem
poderá fazer isto, e como será documentado;
• Planejamento de transição do Projeto: que medi-
das precisam ser tomadas no final do projeto;
• Cronograma sequencial das atividades do pro-
jeto: descrição das atividades em ordem seqüencial,
estimativa dos recursos gastos em cada atividade, prazo
estimado de cada atividade.
142
Gerenciar as comunicações faz parte do papel do
(a) gestor (a): garantir que os registros feitos circulem
para todas as equipes participantes do projeto.
O gerenciamento de recursos humanos consiste
em identificar pessoas da equipe com habilidades para
desenvolver cada papel no projeto, identificar necessi-
dade de formação para o grupo.
O gerenciamento de questões problemas é tam-
bém atribuição do (a) gestor (a), o que implica construir
processos de monitoramento e controle para contornar
as questões desafiadoras que surgirem durante a ex-
ecução das atividades propostas.
143
equipe gestora informações para a construção de indi-
cadores de monitoramento.
É preciso garantir também através das ações de
avaliação que os resultados pretendidos com o desen-
volvimento do projeto sejam alcançados conforme
planejado. Para isto, as análises dos resultados obtidos
na execução das tarefas fornecerão informações impor-
tantes para alcançar os benefícios diretos (resultados) e
os benefícios estendidos (impactos).
4.4.6. Encerramento
144
4.5. Projeto de cooperação técnica
internacional (PCT)
145
econômico, tecnológico através da atuação do Estado
por meio de ações de fortalecimento institucional. Os
programas implementados sob o financiamento do
Estado permitem às instituições beneficiadas construir
experiências e agregar boas práticas e agregar valores
humanos e qualitativos duradouros. (BRASIL, 2012)
A Cooperação Técnica Internacional é um fenô-
meno cujas teorias aliam-se às teorias globalizantes e
por isto precisa ser analisado como “fenômeno subja-
cente”, pois “não é visível o processo que buscamos de-
nominar como integração, assistência técnica entre os
países na busca de desenvolvimento ideal”. (SOUZA,
2007, pág. 12)
A década de 90 foi marcada pela ampliação de con-
vênios entre o Brasil e Organismos Internacionais na
busca de soluções para promover o desenvolvimento
para questões relacionadas à saúde, educação e tecno-
logia. O Brasil está integrado a parceiros internacionais
através da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O
conceito de parceria, adotado pelo Brasil “consolida a
ideia de a relação de cooperação acarretar, a ambos os
lados, compartilhar esforços e benefícios”. E esta ideia
reforça a importância aprimorar os “mecanismos de
negociação, avaliação e gestão de projetos”. (SOUZA,
2007, págs. 24-25)
Um modelo de projeto de cooperação é o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),
um programa do Ministério da Educação (MEC) que
estabelece um convênio, com as escolas de educação
básica estadual e municipal, e consiste no repasse de
146
dinheiro uma vez por ano de acordo com o número de
alunos matriculados no censo do ano anterior e destina-
se à aquisição de material permanente, manutenção,
conservação e pequenos reparos da unidade escolar,
assim como avaliação da aprendizagem, implementação
de projeto pedagógico, desenvolvimento de atividades
educacionais.
O Programa de Metas Compromissos Todos
pela Educação, por exemplo, instituído pelo decreto
n.º 6.094, de 24 de Abril de 2007, conjuga esforços da
União, de Estados e Municípios, em regime de colabo-
ração, das famílias e da comunidade para benefícios da
qualidade da educação. No Art. 2.º, XXVII, afirma a
importância da implementação de projetos sociais em
parcerias externas com a comunidade:
Art.2.º:
“XXVII – firmar parcerias externas à comunidade esco-
lar, visando à melhoria da infraestrutura da escola ou a
promoção de projetos socioculturais e ações educativas.”
(BRASIL, 2007)
147
Escolar, Biblioteca da Escola, Programa Nacional do
Livro Didático, Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE), entre outros.
Estes programas em nível federal possibilitam o
fomento de projetos sociais que deverão ser coorde-
nados pelo gestor (a) escolar. Estes projetos sociais
implementados pelas Secretarias de Educação em nível
municipal, estadual ou federal reforçam a importância
da interlocução gestão escolar e a rede sistêmica a que
a gestão se vincula.
O Projeto de Cooperação Técnica consiste em um
modelo de projeto ou acordo entre instituições com
interesses comuns e fins específicos com intenção de
viabilizar recursos técnicos por um tempo e propósitos
definidos.
Este projeto ou acordo precisa ser elaborado de
forma objetiva e organizado, apresentando o que pre-
tende fazer, com justificativa pertinente e possibilidades
de obter resultados positivos. É preciso conhecer as
exigências específicas de cada patrocinador para que
o projeto as contemple. Um projeto bem elaborado
contribuirá para sua aprovação e posterior captação dos
recursos necessários.
De acordo com o Manual de Orientação para for-
mulação de Projetos de Cooperação Técnica da ABC:
148
de outros países e de organismos internacionais.” (BRA-
SIL, 2005, pág. 11)
149
• Identificação do Projeto;
• Justificativa;
• Objetivos e Resultados;
• Plano de Trabalho;
• Cooperação Externa Solicitada;
• Contrapartida Oferecida;
• Anexos do Plano de Cooperação Técnica.
Com o objetivo de auxiliar-lhes na compreensão
deste roteiro, construímos uma estrutura para o PCT,
com fins didáticos:
Estrutura de um PCT:
Tabela 22 - Estrutura de um Projeto de Cooperação Técnica.
150
4.5.1.1. Identificação do projeto
151
4.5.1.3. Objetivos e resultados
152
mento da equipe (indicar quantos componentes precisará
ser formados; local da formação, custo e prazo);
• Indica a necessidade de aquisição de equipamen-
tos para desenvolver o projeto;
• Indica o custo de toda a solicitação (custo com
técnicos, cursos de treinamento, aquisição de equipa-
mentos).
4.5.1.7. Anexos
153
• Orçamento anual;
• Principais clientes;
• Curriculum vitae da equipe técnica do projeto.
4.6. Conclusão
154
O conceito de parceria construído se estabelece a partir
do conceito de responsabilidade social e das possibili-
dades de uma gestão descentralizada e aberta ao diálogo
com a comunidade que o cerca.
Esta parceria indica um envolvimento da comu-
nidade escolar nos processos da gestão apontando os
processos de cooperação como um caminho na solução
de questões sociais que se resolvidas ou amenizadas
poderão beneficiar os processos pedagógicos e trazer
ganhos para todos os sujeitos envolvidos.
A dimensão social, pedagógica, política e finan-
ceira mobilizam-se na intenção de buscar parceiros com
um perfil e condicionantes que serão aplicados para re-
alização de projetos junto à escola na finalidade maior
de cooperação.
Os projetos sociais e de cooperação técnica cuja
característica é promover respostas a problemas locais
e suscitar uma rede de ações para solucioná-los através
da abertura da escola a parceiros externos, através do
benefício de ambas as partes integradas ao projeto.
O planejamento e gestão destes projetos exigem
de gestores escolares conhecimento e liderança nos
processos de implementação e controle dos mesmos, a
fim de que os recursos empenhados produzam resulta-
dos significativos.
155
Questões
1. O conceito de gestão social e de gestão estratégica
apresentado por Habermas fundamenta-se a partir de
dois tipos de ação social: a ação social comunicativa e
ação social estratégica. Caracterize gestão social e gestão
estratégica considerando estas ações.
156
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado; 1988.
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LÜCK, Heloísa. A Evolução da Gestão Educacional a partir
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cedhap.com.br/publico/ge Gestão escolar 02.pdf. Acesso
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162
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164