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Educacionais
Módulo
1 Planejamento e gestão de
projetos educacionais
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Equipe responsável
Amanda Machado (conteudista, 2021)
Enap, 2021
Referências ..................................................................................... 15
Este curso possui o objetivo fornecer aos servidores públicos aspectos conceituais sobre o
planejamento e a gestão de projetos educacionais corporativos com uso de metodologias ágeis.
Se você pensa em realizar algo em um determinado período, recebeu uma demanda para ser
atendido(a) em x dias ou possui um sonho e deseja realizá-lo, então, boas-vindas ao mundo dos
projetos.
De uma forma simples, é possível afirmar que projeto é algo que você pretende realizar, em um
determinado período, e que irá apresentar mudanças em relação ao estado atual.
Percebe-se, portanto, que é possível desenvolver projetos em situações diversas, nos âmbitos
pessoal e profissional, tanto para a reforma de uma casa, viagem, desenvolvimento de um novo
Acesse o vídeo a seguir, produzido pela conteudista e docente Amanda Machado, que apresenta
informações básicas sobre projeto: conceito, características, ciclo de vida e relação esforço/
custo/pessoal e fases de um projeto.
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Assim, infere-se que projeto é uma ação diferenciada que você realiza com propósito e objetivos
definidos, durante um período específico, para o alcance de um resultado final exclusivo.
Considerando um contexto organizacional, o PMBOK® indica que os projetos podem surgir por
quatro motivos, conforme apresentados na figura 1.
Os projetos, por sua natureza, possuem atributos próprios que os diferenciam de outras atividades
realizadas de forma rotineira nas instituições.
2 Exige esforço: deve ser cuidadosamente planejado, executado e monitorado e, por esse
motivo, exige um esforço maior do que em atividades rotineiras.
3 É único: é realizado para cumprir objetivos, por meio de entregas tangíveis ou intangíveis, em
forma de um produto, serviço, resultado ou combinação de um ou mais desses itens.
Além dessas, Bigão e Moura ([201-]) apresentam outras características importantes, como o
projeto é conduzido por pessoas e utiliza recursos (habitualmente) limitados; e requer integração
e coordenação entre pessoas, áreas e recursos.
A metodologia de gerência de projetos do SISP2 destaca ainda que projetos são empreendidos
em todos os níveis organizacionais e podem envolver uma ou diversas unidades. Portanto,
projetos devem ter objetivos claros e bem definidos para o alcance dos resultados singulares.
Como a temporalidade é uma das características comuns dos projetos, veremos a seguir como é
o seu ciclo de vida.
O ciclo de vida envolve as etapas ou fases de um projeto que envolvem atividades específicas
e resultam em uma ou mais entregas. É importante conhecer o ciclo de vida dos projetos para
organizar o fluxo de trabalho referente a cada uma das etapas.
Cada projeto tem especificidades diferentes e, por esse motivo, não há um formato padrão para
seu gerenciamento. É importante adaptar a forma de gestão ao perfil e à maturidade da equipe
envolvida, à cultura organizacional, à natureza e à complexidade do projeto.
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer a relação entre projetos e projetos
educacionais por meio da identificação das fases do projeto e do design instrucional.
Agora, será demonstrada a relação entre projetos e projetos educacionais, por meio da
apresentação do design instrucional, de suas fases e da gestão desses projetos.
Assim, um projeto educacional é aquele que tem um período determinado, busca resultados no
futuro que reflitam mudanças no estado presente, tem objetivos claros e tem finalidade educativa
– aqui considerada em uma visão ampla, envolvendo tanto o ensino regular proporcionado por
instituições de ensino quanto ações de educação corporativa e de desenvolvimento nas mais
diversas instituições.
Ao pensar sobre ciclo de vida de projetos, verifica-se que um projeto possui cinco fases que
interagem entre si. Sua separação por partes tem uma função didática para melhor compreensão
de cada uma delas e das possíveis entregas que retroalimentam o processo e contribuem para o
encerramento do projeto e seu resultado.
INICIALIZAÇÃO
Reconhecer que vale a pena efetuar um projeto.
Identificar e definir o problema ou situação geradora.
Determinar o que o projeto vai realizar.
Definir a abrangência do projeto.
PLANEJAMENTO
Refinar e detalhar o escopo do projeto.
Listar as atividades e tarefas necessárias aos resultados desejados.
Filatro e Cairo (2015), por sua vez, caracterizam o DI como um corpo de conhecimentos voltados
à pesquisa e à teorização sobre estratégias de ensino-aprendizagem, de forma a contemplar
tipos diferenciados de aprendizagem. Estas mesmas autoras ainda destacam que a teoria do
design instrucional se ancora em três grandes áreas fundamentais:
No podcast a seguir a professora Ana Paula Figueiredo oferece uma visão geral sobre o conceito
de design instrucional, respondendo a questionamentos como: Quais são os maiores erros ao
planejar uma aula? O que NÃO é design instrucional? Como melhorar o design do seu curso?
Design instrucional pode ser resumido como o processo de identificar um problema ou uma
necessidade de aprendizagem e de desenhar, implementar e avaliar uma solução para essa
necessidade (FILATRO; CAIRO, 2015).
O design instrucional como processo possui três abrangências de atuação que envolvem os níveis
macro, meso e micro de sistemas educacionais. Filatro e Cairo (2015) caracterizam esses níveis
da seguinte forma (quadro 2):
Filatro e Cairo (2015) apontam que há diversidade de modelos de DI e que a melhor solução
educacional é aquela que melhor atende ao problema ou à necessidade diagnosticada e se
adapta em determinado contexto. Para isso, não há um modelo ideal a ser utilizado.
São apresentados a seguir três formatos de design instrucional que variam conforme o conteúdo
educacional e a proposição de atividades de aprendizagem.
• inéditos;
• voltados para necessidades específicas de aprendizagem;
• ricos em mídia;
• autocontidos;
• produzidos antecipadamente à situação didática;
• próprios ou de terceiros;
• produzidos para necessidades específicas de aprendizagem, provenientes de
outras situações (didáticas ou não) ou gerados durante a implementação como
resultado da interação entre as pessoas;
• em diferentes formatos, linguagens e mídias;
• organizados em forma de coletânea pouco estruturada, por meio de links de
acesso ou para download individual;
• interação com outras pessoas (discutir em fóruns, trabalhar em grupos,
desenvolver atividades colaborativas, assumir papéis diferenciados); e
• realização de atividades abertas, com orientações gerais sobre duração, tipo de
interação social envolvida e ferramentas de comunicação utilizadas.
• próprios ou de terceiros;
• produzidos para necessidades específicas de aprendizagem, provenientes de
outras situações (didáticas ou não) ou gerados durante a implementação;
• em diferentes formatos, linguagens e mídias;
• dispostos na forma de unidades de aprendizagem modulares, organizadas de
modo sequencial ou não sequencial;
• compatíveis ou não com padrões interoperáveis;
• em geral, disponíveis para acesso em repositórios específicos a partir de buscas
baseadas em metadados;
• interação com conteúdos, ferramentas e pessoas;
• realização de atividades fechadas ou abertas, individuais ou coletivas;
• acompanhamento de percurso personalizado, individual e/ou coletivo, pré-
programado e disparado automaticamente; e
• retroalimentação da proposta original por meio da coleta de dados de acesso,
participação e avaliação.
Fonte: Adaptado de Filatro e Cairo (2015)
O design instrucional possui modelos diversos de aplicação. Entre eles, o modelo ADDIE é o mais
conhecido e apresenta, de forma simples, as fases de DI.
A partir das informações apresentadas será possível verificar que cada uma das cinco fases do
ADDIE – análise (analysis), desenho (design), desenvolvimento (development), implementação
(implementation) e avaliação (evaluation) – possui função diferenciada. É importante atentar
que as atividades e os resultados previstos em cada uma das fases funcionam como insumos
para as fases seguintes.
Uma outra forma de ver o desdobramento de cada uma das cinco fases do modelo ADDIE está
apresentada no mapa mental Fases de desenvolvimento do design instrucional, disponível em:
Caso você tenha interesse em conhecer com mais detalhes o design instrucional
e o modelo ADDIE, a Escola Virtual de Governo (EVG) oferta o curso Desenho
instrucional.
Consulte a página: https://www.escolavirtual.gov.br/
Referências
BIGÃO, Fabiana; MOURA, Myrian. Fundamentos de gestão de projetos. [s. l.], [201-]. E-book.
BRITO, Jorge Nei; SABARIZ, Antônio Luis Ribeiro. Elaboração e gestão de projetos educacionais.
Minas Gerais: UFSJ, 2011.
FILATRO, Andrea; CAIRO, Sabrina M. Produção de conteúdos educacionais. São Paulo: Saraiva,
2015.
GAVA, Tânia Barbosa Salles; NOBRE, Isaura Alcina Martins; SONDERMANN, Danielli Veiga
Carneiro. O modelo ADDIE na construção colaborativa de disciplinas a distância. Informática
na educação: teoria & prática, v. 17, n. 1, p. 114, 2014. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/
InfEducTeoriaPratica/article/view/34488. Acesso em: 8 jun. 2020.
MONTAGNER, Carlos Alberto. Elaboração e análise de projetos. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2010.
SMITH, Patrícia L.; RAGAN, Tillman J. Instructional design. New York: John Wiley & Sons, 2004.