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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

BAHIA CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA

FELIPE GUIMARÃES LEAL

PROJETO DE SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO POR


LAGOAS PARA FEIRA DE SANTANA - BAHIA - MEMORIAL DE
CÁLCULO

Vitória da Conquista – BA
2019
FELIPE GUIMARÃES LEAL

PROJETO DE SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO POR


LAGOAS PARA FEIRA DE SANTANA - BAHIA – MEMORIAL DE
CÁLCULO

Memorial de cálculo do projeto de


sistema de tratamento de esgoto por
lagoas para Feira de Santana - Bahia,
apresentado ao professor da matéria
de Tratamento de Efluentes do
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Bahia, como
parte dos quesitos para a obtenção
de créditos no décimo semestre do
Bacharelado em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Altemar Vilar
dos Santos.

Vitória da Conquista – BA
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4

2. OBJETIVO...................................................................................................... 5

3. LOCALIZAÇÃO .............................................................................................. 6

4. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E POPULAÇÃO DE PROJETO ............ 7

5 DADOS DE PROJETO .................................................................................... 8

5.1 ESGOTO DOMÉSTICO ............................................................................ 9

5.2 VAZÃO DE INFILTRAÇÃO ........................ Erro! Indicador não definido.

5.3 VAZÃO INDUSTRIAL ................................. Erro! Indicador não definido.

5.4 VAZÃO MÉDIA, MÁXIMA E MÍNIMA ......... Erro! Indicador não definido.

5.5 TEMPERATURA ........................................ Erro! Indicador não definido.

5.6 TRATAMENTO PRELIMINAR.................... Erro! Indicador não definido.

5.7 TRATAMENTO PRIMÁRIO ........................ Erro! Indicador não definido.

5.8 TRATAMENTO SECUNDÁRIO.................. Erro! Indicador não definido.

5.9 TRATAMENTO TERCIÁRIO ...................... Erro! Indicador não definido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 11


4

1. INTRODUÇÃO

O memorial a seguir apresenta as hipóteses e cálculos referentes ao


projeto de implantação de um sistema de tratamento de esgoto doméstico na
cidade de Feira de Santana, Bahia. O sistema visa atender os aspectos técnicos
provenientes para tratamento de efluentes. A etapa correspondente ao
dimensionamento da rede de drenagem de esgoto doméstico não será prevista
nesse documento.

As seguintes NBRs foram usadas como fundamentação para as etapas


de cálculo e parâmetros adotados do tratamento preliminar, tratamento primário,
tratamento secundário e tratamento terciário: a NBR 12209/2011 – Projeto de
estações de tratamento de esgoto sanitário –, a NBR 12208/1992 – Projeto de
estações elevatórias de esgoto sanitário e a NBR 9649/1986 – Projeto de redes
coletoras de esgoto sanitário –.
5

2. OBJETIVO

O objetivo do projeto é dimensionar um sistema de tratamento de esgoto


doméstico para a cidade de Feira de Santana, Bahia, através de um sistema por
UASB. Para isso, o sistema foi dimensionado de forma a atender à população
de projeto em um horizonte de 30 anos.
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3. LOCALIZAÇÃO DA ETE

A Figura 1 mostra a localização para implantação da ETE, localizada a 4


quilômetros do centro da cidade, a 400 metros do Rio Jacuípe, corpo receptor
idealizado para o efluente final da ETE.
Figura 1 - Mapa de Localização da ETE de Feira de Santana, Bahia.

Fonte: Google Maps, 2019.


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4. HIPÓTESE E CONCEPÇÃO

O sistema de tratamento a ser dimensionado a seguir será dividido em


tratamento preliminar, tratamento primário, tratamento secundário e tratamento
terciário. Todos os dimensionamentos e detalhamentos para compreensão e
execução do sistema, e dos seus dispositivos estarão presentes nas pranchas
relacionadas a cada etapa do tratamento.

O tratamento preliminar consiste em gradeamento fino, devido à elevada


vazão de dimensionamento de 804,08 L/s, com limpeza mecanizada, como
recomendado pela NBR 12208/1992, um desarenador e uma calha Parshall,
para medição de vazão.

O tratamento primário será composto por UASBs, responsáveis pela


digestão de grande parte da matéria orgânica presente no esgoto bruto. Para o
tratamento secundário será idealizado filtros biológicos, com a presença de meio
filtrante em brita nº4. Por fim, o tratamento terciário será realizado por
decantadores.

Todas as etapas do tratamento deverão ter by-pass, dispositivo


responsável pela segurança dos reatores em casos de vazões além do previsto,
bem como, para realização de manobras e manutenções necessárias na
estação.
8

5 DIMENSIONAMENTO

5.1 CALHA PARSHALL

A calha Parshall foi determinada a partir da vazão máxima, portanto,


1307,95 L/s. Dessa forma, as dimensões para o dispositivo foram obtidas através
da Figura 2 e Figura 3. A calha Parshall para esse projeto é de 3’, ou 36”.

Figura 2 – Dimensões para medidores Parshall.

Fonte: Azevedo Netto et al., 1998.

Figura 3 – Planta e seção típica para calha Parshall.

Fonte: Azevedo Netto et al., 1998.


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5.3 DESARENADOR

Para o cálculo do desarenador se faz necessário o cálculo do


rebaixamento da calha Parshall (z), dada pela equação (1).

(𝑄𝑚á𝑥 ∗ℎ𝑚𝑖𝑛 )−(𝑄𝑚𝑖𝑛 ∗ℎ𝑚𝑎𝑥 )


𝑧= (𝑄𝑚á𝑥 −𝑄𝑚𝑖𝑛 )
(1)

Sendo, a altura da calha Parshall encontrada através da equação (2), com


parâmetros l e n obtidos na Figura 2 para 3’.

ℎ = l*Qn (2)

O valor encontrado para o rebaixamento (z) foi igual a 0,139 m, por


praticidade de execução, o valor adotado foi de 0,14 metros.

A altura do desareador é dada pela equação (3).

ℎ = ℎ𝑚á𝑥𝑝𝑎𝑟𝑠ℎ𝑎𝑙𝑙 − 𝑧 (3)

A altura encontrada foi de 0,40 metros.

A velocidade de escoamento no desarenador foi adotada como 0,30m/s,


com um escoamento superficial de 1153 m³/m².dia, ou 0,01333 m/s. Dessa
forma, admite-se um comprimento equivalente a 22,5 vezes a altura do
dispositivo, porém, para fins práticos, foi considerado um comprimento de 10
metros, ou 25 vezes a altura do dispositivo.

Para o cálculo da largura (b) foi considerada a vazão máx de projeto,


1307,95L/s. Com a altura e a velocidade citadas acima, a largura (b) obtida pela
equação (4) foi de 10,89 metros, o valor adotado foi de 11 metros.

𝑄𝑚á𝑥
𝑏= (4)
𝑣∗ℎ

A retenção de areia é diretamente proporcional a vazão máxima do


esgoto, para uma taxa de 30 litros de areia para cada 1000m³ de esgoto, tem-
se, uma retenção de 3390,21 litros de areia por dia. Padronizando a limpeza da
caixa de areia a cada 14 dias, tem-se um volume total de 47462,89 litros no
intervalo de limpeza do desarenador.
10

Considerando a área superficial já encontrada para o desarenador, tem-


se, que a altura do depósito de areia deverá ser de 0,435 metros. Foi adotado
0,45 metros de altura para o depósito, valor acima do preconizado pela NBR
12209/2011 de 0,20 metros.

5.3 GRADEAMENTO

Para o gradeamento fino, foram adotados os espaçamentos entre barras


de 10 mm, barras de espessura de 6 mm (1/4”). Como a vazão de projeto é maior
do que 100L/s, e a limpeza será mecanizada, a NBR 12209/2011 recomenda
inclinações entre 60º e 90º, para esse projeto será considerado a inclinação de
75º.

A velocidade mínima para o gradeamento, considerando a vazão de


804,08 L/s, é dada pela equação (5), para uma tensão trativa de 1,2 Pa e um n
de 0,014.

𝑉𝑚𝑖𝑛 = 0,7528 ∗ 𝑄 0,0855 (5)

Onde: v em m/s e Q em m³/s.

Portanto, a velocidade min é de 0,739 m/s. Para efeitos de


dimensionamento será adotado a velocidade de 1,1 m/s, dentro do intervalo
determinado pela NBR 12209/2011, e necessário para garantir a velocidade
mínima no canal do gradeamento. A Tabela 1 mostra a verificação de velocidade
para as vazões máxima, mínima e média.

Tabela 1 - Verificação de velocidades do gradeamento.


MÁX MIN MED
Q (m³/s) 1,30795 0,48916 0,80408
v (m/s) 0,77029 0,70815 0,73889
Figure 1 – Do Autor, 2019.

A área útil total do gradeamento foi obtida através da equação da


continuidade (6)

𝑄𝑚á𝑥 = 𝐴𝑢 ∗ 𝑣 (6)
11

Portanto, a área útil obtida foi de 1,19 m².

A seção do gradeamento é dada pela equação (7).

𝑎+𝑡
𝑆 = 𝐴𝑢 ∗ (7)
𝑎

Sendo,

a = diâmetro da barra (6 mm)

t = espaçamento entre barras (10 mm)

Assim, o valor encontrado para a seção foi de 3,17 m². Para fins práticos,
será adotado 3,2 m² de seção. Considerando a altura do gradeamento igual a
altura do desarenador, tem-se que a base da seção da grade será de 8 metros.

A perda de carga no gradeamento foi encontrada através da equação de


Kirschmer (8).

𝑎 𝑣²
ℎ𝑓 = 𝐾 ∗ ( 𝑡 ) ∗ 𝑠𝑒𝑛 ∝∗ 2𝑔 (8)

Sendo, K igual a 1,79 (para seções circulares de barra).

O cálculo de perda de carga foi feito para a vazão máxima. O valor


encontrado foi de 0,031 metros. Foi verificado a perda de carga para a grade
suja, ou seja, com 50% da seção obstruída, o valor encontrado foi de 0,126
metros.

Para o cálculo do canal do gradeamento foi considerado a execução em


concreto. Para a vazão máxima e a seção do gradeamento encontrado, pela
equação da continuidade (6) foi obtido a velocidade no canal de 0,41 m/s, maior
do que a velocidade mínima exigida pela NBR 12209/2011 de 0,40 m/s ao menos
uma vez durante o dia, e menor do que 4,0 m/s para evitar desgastes no canal.

A inclinação mínima do canal é dada pela equação (9) e a inclinação


máxima de 0,0005 m/m.

−0,47
𝐼𝑚𝑖𝑛 = 0,0055 ∗ 𝑄𝑚𝑖𝑛 (9)

Sendo, Qmin em L/s.


12

Portanto, a inclinação do canal deverá ser entre 0,0003 m/m e 0,0005


m/m. O valor adotado foi de 0,0004 m/m.

O comprimento do canal é dado pela equação (10), considerando um


tempo de 3 segundos de duração do fluxo pelo canal.

𝐿 =𝑣∗𝑡 (10)

Assim, o comprimento encontrado foi de 1,23 metros. O valor adotado foi


de 1,25 metros.

5.4 UASB

Para o dimensionamento dos UASBs foram considerados os seguintes


dados iniciais:

População de projeto = 755799 habitantes.

Vazão média de projeto = 804,08 L/s.

Vazão máxima de projeto = 1307,95 L/s.

Temperatura mínima do mês mais frio = 20,4ºC.

DBO afluente do UASB = 571,15 mgDBO5/L.

De acordo com Chernicharo (2007), para temperaturas entre 20-26ºC


recomenda-se um tempo de detenção entre 6-9 horas. Para esse projeto foi
adotado 8 horas de tempo de detenção do esgoto no reator.

O volume do reator foi dado através da fórmula (11).

𝑉
𝑇𝐷𝐻 = (11)
𝑄

Sendo:

TDH – Tempo de detenção (horas).

V- Volume total (m³)

Q – Vazão média (m³/d)


13

O volume total encontrado foi de 23157,5 m³. Para funcionamento pleno


do reator, recomenda-se um volume máximo de 1000m³, assim, serão
necessários 24 reatores UASBs para contemplar o volume total necessário. O
dimensionamento prosseguirá para um único reator, considerando que todos os
demais terão mesmas dimensões e resultados do dimensionamento.

Segundo Chernicharo (2007), as alturas dos reatores devem ficar entre 3-


6 metros. Para esse projeto foi adotado uma altura de 5 metros. Dessa forma,
tem-se que cada reator terá uma área superficial de 193m³.

Para facilidade de execução, foi adotado uma seção transversal


quadrada, de 14x14 metros, totalizando 196 m² de área superficial e 980 m³ de
volume útil total.

5.4.1. Verificação da carga orgânica volumétrica.


Para a verificação da carga orgânica foi feito a consideração de DQO =
2,5*DBO, devido a falta de informação do dado referente à DQO do esgoto bruto
a ser tratado.

A carga orgânica foi encontrada a partir da equação (12):

𝑄𝑥𝑆
𝐶𝑂𝑉 = (12)
𝑉

Sendo:

COV – Carga orgânica volumétrica (kgDQO/m³.d).

Q – Vazão (m³/d).

S – Concentração de substrato afluente (kgDQO/m³).

V – Volume total do reator (m³).

O valor encontrado para o COV foi de 4,218 kgDQO/m³.d, valor menor do


que o máximo sugerido por reator, de 15 kgDQO/m³.d.

5.4.2. Verificação da carga hidráulica volumétrica.


A verificação da carga hidráulica volumétrica foi feita a partir da equação
(13), o valor encontrado, de 2,95 m³/m³d, foi abaixo do sugerido, de 5 m³/m³.d.

𝑄
𝐶𝐻𝑉 = 𝑉 (13)
14

5.4.3. Verificação da velocidade superficial do fluxo.


A velocidade superficial do fluxo é dada pela razão do volume pela área
superficial do reator. Foi feito a verificação considerando a vazão média e a
vazão máxima, com os valores não podendo ultrapassar 0,7 e 1,2
respectivamente. Os valores encontrados pela equação (14) para as velocidades
foram de 0,62 m/s, para vazão média, e 1,02 m/s para vazão máxima.

𝑄
𝑉𝑠𝑓 = 𝐴𝑠 (14)

Sendo:

Vsf – Velocidade superficial do fluxo (m/s).

Q – Vazão (m³/s)

As – Área superficial (m²)

5.4.4. Eficiência dos reatores


As eficiências de DBO e DQO foram calculadas, respectivamente, pelas
equações (15) e (16).

𝐸𝐷𝐵𝑂 = 100 ∗ (1 − (0,7 ∗ 𝑇𝐷𝐻 −0,5 )) (15)

𝐸𝐷𝑄𝑂 = 100 ∗ (1 − (0,68 ∗ 𝑇𝐷𝐻 −0,35 )) (16)

Os valores encontrados foram, para DBO 75,25% de eficiência, para DQO


67,16% de eficiência. Assim, estima-se que a DBO efluente seja de 141,35
mgDBO5/L e a DQO de 0,469 kgDQO/m³.

5.4.5. Geração de biogás e lodo


Em concordância com a literatura base foram adotados os seguintes
valores para o coeficiente de produção de sólidos (Y) e para o coeficiente de
produção de sólidos em termos de DQO (Yobs), respectivamente, 0,15
kgSST/kgDQOapl e 0,17 kgDQOlodo/kgDQOapl. O valor da vazão de metano
produzido foi encontrado a partir das equações (17), (18) e (19).

𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 = 𝑄 ∗ (𝑆0 − 𝑆) − 𝑌𝑜𝑏𝑠 ∗ 𝑄 ∗ 𝑆0 (17)

𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4
𝑄𝐶𝐻4 = (18)
𝐾(𝑡)
15

𝑃∗𝐾
𝐾(𝑡) = (19)
𝑅∗(273+𝑡)

Sendo:

P – Pressão atmosférica (1 atm).

K – 64 gDQO/mol

R – Constante dos gases (0,08206 atm.L/mol.ºK

t – Temperatura do reator (ºC)

O valor encontrado para a vazão de metano foi de 779,911 m³/d.


Considerando que o biogás é composto de 60% de metano, temos uma vazão
de biogás de 54,16 m³/h.

Para a coleta do biogás gerado foi considerado 3 canaletas de 0,60 m de


largura e comprimento igual ao lado do reator, 14 metros, totalizando uma área
de 25,2m² de coleta de biogás. Para verificação, foi calculada a taxa de coleta,
que deve estar no intervalo de 1-5 m³/m².h. Por meio da fórmula (20), o valor
encontrado foi de 2,15 m³/m².h.

𝑄𝑏𝑖𝑜𝑔á𝑠
𝑇𝑐𝑜𝑙𝑏𝑖𝑜𝑔á𝑠 = (20)
Á𝑟𝑒𝑎

Para a produção de lodo foi calculado o produto entre o coeficiente de


produção de sólidos e a DQOaplicada no sistema, totalizando uma produção de
619,99 kgSST/d. Para uma densidade de lodo de 1030 kg/m³ e uma
concentração de 0,04, tem-se um volume total de lodo gerado de 15,05 m³/d.

5.4.6. Sistema de distribuição


Chernicaro (2007), que os tubos de distribuição devem ter velocidades
menores que 0,20 m/s, e uma área de influência de 3 m². Dessa forma, foi
dividido a área total e encontrado 64 pontos de distribuição do esgoto bruto. A
verificação da velocidade nos tubos de distribuição, para um tubo de 75mm, ficou
abaixo do limite estabelecido. Cada ponto de distribuição terá espaçamento de
1,75 m para o subsequente.
16

5.4.7. Decantador
Para os decantadores do reator foram considerados 2 aberturas simples
e 2 aberturas duplas, o equivalente a 6 aberturas simples, cada uma com
comprimento igual ao lado do reator, 14 metros. Assim, totalizando 84 metros de
abertura. Adotando uma largura de 1,20 metros, tem-se uma área de abertura
total de 100,8 m². Foi verificado a velocidade nas aberturas para vazão máxima
e vazão mínima, de forma que não ultrapassem o limite de 2,3 e 4,2 m/s
respectivamente. Os valores encontrados para as velocidades foram de 1,2 m/s,
para a vazão média, e 1,95 m/s para a vazão máxima.

De acordo com a concepção do UASB, terão 3 áreas de decantação, cada


uma com comprimento igual a parede do reator, de 14 metros. A largura de cada
decantador interno do UASB é dado pelo terço da largura total menos a largura
das canaletas de coleta de gás, ou seja, 3,97 metros de largura para cada
decantador.

A verificação da velocidade superficial nos decantadores foi feita visando


não ultrapassar os limites de 0,7 e 1,2 m/s para vazão média e máxima
respectivamente. Com base nas dimensões apresentadas, e na vazão de cada
reator UASB, foram encontradas velocidades de escoamento dentro do limite
especificado.

5.4.7. Canaletas e calha de coleta do efluente


Para a coleta do efluente foram adotadas 6 canaletas, fixadas nas paredes
de divisão entre decantador e canaleta de gás, com comprimento igual ao lado
do decantador, 14 metros, totalizando 84 metros de bordo de canaleta. Foi
admitido, também, uma distância de 0,40 metros entre os eixos dos vertedouros
triangulares, dessa forma, serão 210 vertedouros por UASB, cada vertedouro
com vazão média igual a 0,57 m³/h e vazão máxima igual a 0,93 m³/h. A lâmina
d’água sobre o vertedouro foi calculado através da equação (21).
1
𝑄 2,5
𝐻= (21)
1,46

Para a vazão média foi encontrado uma altura de 26 mm, e para a vazão
máxima uma altura de 32 mm.
17

5.5. FILTRO BIOLÓGICO


Para o dimensionamento do filtro biológico foram considerados os
seguintes dados iniciais:

DBO5 afluente igual a 141,35 mgDBO5/L, proveniente do reator UASB.

Carga orgânica adotada igual a 1,5 kg DBO5/m³.d.

Taxa de recirculação igual a 3.

Altura do meio filtrante igual a 2 metros.

Vazão por filtro, serão dimensionados 4 filtros biológicos, sendo cada um


receptor do afluente de 6 reatores UASBs, igual a 201,02 L/s.

O dimensionamento do volume foi feito através da carga orgânica, e da


equação (22).

𝑄∗𝐷𝐵𝑂5
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑜𝑟𝑔â𝑛𝑖𝑐𝑎 = (22)
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒

O volume encontrado foi de 6546,74 m³, portanto, uma área superficial de


3273,37 m², e um diâmetro de 64,6 m.

A eficiência do filtro é dada pela equação (23):

100
𝐸𝑓 = 𝐷𝐵𝑂5
(23)
(1+(0,4432∗√
𝑉∗𝐹

Sendo F o fator de recirculação, dado pela equação (24).

1+𝑟
𝐹= 𝑟 (24)
(1+ )2
10

O valor encontrado para o fator de recirculação foi de 2,37 e para a


eficiência de 95,9%.

Para garantir o processo aeróbico do filtro, foi dimensionado áreas de


ventilação referente a 1% da área total superficial do filtro. Foram feitas 10 áreas
de ventilação, cada uma com 3,27 m², com dimensões de 11x0,3 metros.

O fundo falso do filtro deve possuir 15% de área livre, para escoamento
do esgoto, dessa forma, a área livre do fundo falso deverá ser de 491 m².
18

5.5.1. Canais de coleta de efluente do filtro


Foram concebidas 3 calhas secundárias, para coleta de ¼ do efluente do
filtro, e uma calha principal, para coleta de ¼ do efluente e das vazões das
demais calhas. Todas as calhas possuem inclinação de 1% e velocidade mínima
de 0,6 m/s. As dimensões das calhas foram determinadas de forma a atingir as
vazões e velocidades determinadas, pelas equações de Manning (25) e Chézy
(26).

1
𝑄= ∗ 𝑅 2/3 𝑖 1/2 𝐴 (24)
𝑛

𝑉 = 𝐶 ∗ √𝑅𝑖 (25)

Sendo:

n – 0,013. Coeficiente de rugosidade de Manning.

C – Coeficiente de Manning com base no raio hidráulico.

As dimensões encontradas para as calhas secundárias foram de 0,6x0,2


metros, com velocidade igual a 1,87 m/s. As dimensões para a calha principal foi
de 0,9x0,4 metros, com velocidade igual a 2,73 m/s.

5.5.1. Dispositivo rotativo


Para aspersão do esgoto sobre o meio filtrante deve-se instalar um
dispositivo rotativo com 2 braços, e uma rotação de 1 REV/min.

5.5. DECANTADOR
Para o dimensionamento do decantador foram adotados os seguintes
dados iniciais:

Vazão por decantador igual a 804,08 L/s.

Velocidade de escoamento superficial igual a 24m³/m².d.

Razão entre comprimento e largura igual a 4.

Altura do decantador igual a 3,5 metros.

A área superficial do decantador é dada pela equação (26):

𝑄
𝐴𝑠 = 𝑉𝑒𝑠 (26)
19

Considerando um decantador por filtro, a área superficial encontrada foi


de 2894,69 m². Com a razão L/b adotada, as dimensões encontradas foram de
107x27 metros.

O efluente do decantador será coletado por canaletas, analogamente ao


reator UASB, com distância entre eixos dos vertedouros de 0,4 metros e lâmina
sobre o vertedouro de 71 mm.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DA


BAHIA. RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO – UNIDADES DO SISTEMA
INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO
SANITÁRIO DOS MUNICÍPIOS DE FEIRA DE SANTANA, CONCEIÇÃO DA
FEIRA, SÃO GONÇALO DOS CAMPOS, TANQUINHO, SANTA BÁRBARA E
SANTANÓPOLIS. Salvador, Bahia. Jan. 2016.
ASSOCIALÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9649: Projeto de
redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro. 1986.
ASSOCIALÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.208: Projeto
de estações elevatórias de esgoto sanitário. Rio de Janeiro. 1992.
ASSOCIALÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.209:
Elaboração de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de
esgotos sanitários. Rio de Janeiro. 2011.
AZEVEDO NETTO, JOSÉ MARTINIANO DE. Manual de Hidráulica. São Paulo.
2000.
BAPTISTA, MÁRCIO BENETIDO; COELHO, MÁRCIA M. L. PINTO.
Fundamentos de Engenharia Hidráulica. Belho Horizonte, Minas Gerais. 2010.
CHERNICHARO, Carlos Augusto de Lemos. Reatores anaeróbios.
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – DESA – Universidade
Federal de Minas Gerais. Minas Gerais. 2007.
COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS
230 – Projeto de lagos de estabilização e seu tratamento complementar
para esgoto sanitário – procedimento. São Paulo. Jun. 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Panorama - Feira
de Santana, Bahia. Brasil, 2019. Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/Feira de Santana/panorama. Acesso em: 03
out. 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo
Demográfico. Brasil, 2019. Disponível em:
<https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9662-censo-
demografico-2010.html?=&t=downloads>. Acesso em: 03 out. 2019.

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