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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA – ÁPOLITECNICA

Instituto Superior de Humanidade Ciência e Tecnologia

Engenharia Civil

FUNDAÇÃO

Flávio Dadinho Nembane

Quelimane
2023
Flávio Dadinho Nembane

Engenharia Civil

FUNDAÇÃO

Trabalho de investigação em Grupo a ser


apresentado e avaliado de Resistência dos
Matériais, Data: 01 de Julho de 2023.

Docente: Engº. Huguito Mourão

Quelimane
2023

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ÍNDICE:

CAPITULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................4

1. Objectivos........................................................................................................................................7

1.1.1 Geral:..........................................................................................................................................7

1.1.2 Específicos:................................................................................................................................7

1.2 Metodologia..................................................................................................................................7

CAPITULO II: CONTEXTUALIZAÇAO..............................................................................8

2.1 Conceitualizaçao.............................................................................................................................8

Critérios e parâmetros para escolha do tipo de fundação ....................................................9

Tipos de fundação....................................................................................................................10

CAPITULO III: CONCLUSÕES.............................................................................................39

CAPITULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................40

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

O presente trabalho da cadeira de Montagem de Estaleiro e Infra-estruturas de Edifícios, visa


tratar da ´´Fundação ``, para tal propus a apresentar este tema de mais forma clara e objectiva.
No que concerne a Organização de um estaleiro é um processo importante que, realizado de
forma adequada, permite a redução de prazos e custo das obras, o qual é um dos objectivos
prioritários por parte dos profissionais de engenharia civil.

A Engenharia de Fundações é uma área de conhecimento que envolve estudo, experiência e


precaução, para encaminhar soluções à grande diversificação dos problemas que se apresentam.
A previsão das cargas admissíveis para um elemento de fundação e a profundidade ideal para sua
implantação tem, muitas vezes, solução complexa a ser estabelecida pelo engenheiro. O principal
problema reside na dificuldade em identificar a composição dos solos, os quais juntamente com
os elementos de fundação constituem a infra-estrutura.

A quantidade de dados necessária à determinação das fundações é relativa a cada situação,


oscilando em função de variáveis como: porte da edificação, funcionalidade, concepção
estrutural adoptada, problemas relativos ao solo, entre outras. Segundo SCHNAID (2000), o
custo envolvido na execução de sondagens de reconhecimento, em Moçambique, varia entre 0,2
e 0,5% do custo total da obra, sendo que essas informações geotécnicas são indispensáveis na
previsão dos custos para a solução de projectos. Porém existem casos em edificações
residenciais, onde estes valores podem alcançar 3 e 4%. Nestas situações, cabe ao projectista
avaliar cada caso, qualificando a implantação da infra-estrutura.

A selecção de determinado tipo de fundação e a previsão das cargas admissíveis, que seus
elementos poderão transmitir com segurança ao solo, representam grande desafio para a
elaboração de um projecto geotécnico.
Na escolha de fundações adequadas às condições existentes, frequentemente, o profissional
trabalha com dados incompletos e/ou imprecisos, sendo, neste caso, de fundamental importância
a análise qualitativa das informações.
A procura por informações complementares da região em estudo, como um mapeamento
geotécnico, contribui ao conhecimento qualitativo necessário, na definição da técnica a ser

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empregada e no dimensionamento de cada situação, possibilitando que as infra-estruturas
ofereçam credibilidade e segurança às respectivas edificações.

A Fundação correctamente projectada deve suportar as cargas actuantes, distribuindo-as, de


modo satisfatório, sobre a superfície de contacto na qual se apoia. Esta distribuição não deve
gerar tensões que possam provocar ruptura na massa do solo subjacente, bem como inclinações e
recalques significativos ao conjunto estrutural.

1. OBJECTIVOS:
Para a materialização de qualquer que seja actividade é extremamente importante traçar metas a
serem alcançadas, isso ajuda a manter o foco, visto que tudo deve antes ser planificada para
depois ser executado.

1.1.1. Gerais:

 Estudar as fundações.

1.1.2. Específicos:

 Conhecer as tipologias das fundações;

 Conhecer os parâmetros para escolha do tipo de fundação.

1.2. Metodologia:

Para a realização do presente trabalho recorreu-se á consulta de bibliografia especifica (incluindo


manuais, Material didáctico e livros de Tecnologia da Construção de Edifícios), e
subsequentemente, fez-se a selecção, processamento e organização dos mesmos. E também fez-
se o uso das revisão de literatura, consulta de livros, a internet, onde baixou-se artigos relevantes
ao tema, em seguida o uso do computador para a sua execução.

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Capítulo II: CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1. Conceitualização:

O termo fundação é utilizado para designar a parte de uma estrutura que transmite ao terreno
subjacente seu próprio peso, o peso da superestrutura e qualquer outra força que actue sobre ela.
A fundação é, portanto, o elemento de ligação entre a superestrutura e solo.

As Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura ao


terreno onde ela se apoia (AZEREDO, 1988). Assim, as fundações devem ter resistência
adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o solo
necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar
deformações exageradas ou diferenciais (MELHADO et al., 2002).

O projecto de fundações não é tao exacto do ponto de vista matemático quanto o de estrutura,
pois se lida com a natureza (MILTON GOLOMBEK). Fundações bem projectadas correspondem
de 3% a 10% do custo total do edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projectadas,
podem atingir 5 a 10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso (BRITO, 1987). Nos
terrenos com topografia acidentada, a implantação de qualquer obra e de suas fundações deve ser
feita de maneira a não impedir a utilização satisfatória dos terrenos vizinhos. O custo da
fundação aumenta também em casos em que as características de resistência do solo são
incompatíveis com os esforços que serão a ele transferido, pois nestas situações, elementos de
fundação mais complexos são exigidos, podendo-se ter, inclusive, a necessidade de troca de solo,
com reaterro e compactação. Tudo isto levando a custos, muitas vezes, não previstos
inicialmente.

Conforme SPERNAU (1998), a escolha por um tipo de fundação deve se realizar mediante os
seguintes aspectos:

a) As cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de terreno capazes de suportá-las


sem rupturas;

b) As deformações das camadas de solo subjacentes às fundações devem ser compatíveis com as
da estrutura;

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c) A execução das fundações não deve causar danos a estrutura vizinha, como trincas por
cravação de estacas ou alteração no nível do lençol freático;

d) Ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve apresentar também viabilidade
económica.

Na realização do projecto estrutural, o projectista da superestrutura deve tomar conhecimento


dos prováveis recalques que as fundações poderão apresentar, para que possa considerá-los como
esforço a ser absorvido pelas diversas peças estruturais.

CRITÉRIOS E PARÂMETROS PARA ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO


1. TÉCNICOS
1.1 Topografia da área
♦ Levantamento planialtimétrico com curvas de nível;
♦ Dados sobre taludes e encostas do terreno;
♦ Necessidade de efectuar cortes e aterros;
♦ Presença de obstáculos como aterros com lixo e entulho, presença de matacões e outros;
♦ Presença de curso d’agua, lagoas e área pantanosa.

1.2 Reconhecimento geotécnico e características do solo e subsolo


♦ Sondagem e análise do solo e subsolo;
♦ Resistência estimada para o solo a cada metro de profundidade;
♦ Características geomecânicas, profundidades e espessura de todas as suas camadas;
♦ Dados sobre erosões e ocorrência de solos inadequados a receber uma fundação;
♦ Condições de estabilidade;
♦ Posição do nível d’agua;

1.3 Dados sobre o entorno e construções vizinhas


♦ Tipo de fundações e estrutura das construções vizinhas existentes;
♦ Existência de subsolo nas edificações vizinhas;
♦ Possíveis consequências das escavações e vibrações provocadas pela nova obra;
♦ Condições do meio-ambiente do entorno da obra.
1.4 Dados relativos à obra
♦ Tipo de obra a ser construída: edifício, ponte, viaduto, torre, píer de cais, estádio, etc.

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♦ Existência de pavimentos em subsolo, geralmente estacionamento;
♦ Cargas estáticas, móveis e dinâmicas actuantes;
♦ Tipo de estrutura a ser adoptada;
♦ Conhecimento e domínio das tecnologias de projecto e execução das fundações;
♦ Equipamentos e técnicas disponíveis e passíveis de serem utilizadas;
♦ Prazo desejado, estimado ou determinado de execução;
♦ Ordem decrescente de melhor exequibilidade técnica e adequação estrutural.
2. ECONÔMICOS E FINANCEIROS
♦ O Custo directo para a execução dos serviços;
♦ Prazo mais adequado para execução dos serviços, pois há situações em que uma solução mais
onerosa oferece um prazo de execução menor, tornando-a eventualmente mais atractiva.
♦ Conhecimento e existência dos tipos de equipamentos disponíveis no mercado para execução
de fundações, suas características, desempenho e custos;
♦ Encontrar uma solução que atenda às características técnicas e ao mesmo tempo se adéqüe à
realidade dos custos;
A escolha do tipo de fundação é uma combinação razoável das necessidades da obra, da
adequação técnica e da eficiência econômica. Analisa-se a possibilidade de utilizar os vários
tipos de fundação, em ordem crescente de complexidade e custos (WOLLE, 1993).

TIPOS DE FUNDAÇÃO

As fundações podem ser classificadas em função da forma de transferência das cargas da


estrutura para o solo onde ela se apoia: fundações directas e fundações indirectas.

Fundações directas são aquelas que transferem as cargas para camadas de solo capazes de
suportá-las, sem deformar-se exageradamente. Fundações directas são elementos de fundação em
que a carga é transmitida ao terreno predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da
fundação, sendo desprezada qualquer outra forma de transferência das cargas. As fundações
directas podem ser subdivididas em: superficial (rasas) e profundas. As principais fundações
directas são os blocos, sapatas, tubulão e caixão.

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• Esta transmissão é feita através da base do elemento estrutural da fundação, considerando
apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo desprezada qualquer outra forma de
transferência das cargas (BRITO, 1987).

• As fundações directas podem ser subdivididas em superficiais e profundas.

• Fundação Superficial: “elemento em que a carga é transmitida ao terreno pela base, e a


profundidade é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação” (NBR 6122/2010).

• Por outro lado, a fundação é considerada profunda se suas dimensões ultrapassam todos os
limites acima mencionados.

Fundações indirectas são aquelas que transferem as cargas por efeito de ponta quando transmite a
carga ao terreno pela base (resistência de ponta) ou por efeito de atrito lateral do elemento com o
solo por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas. As
fundações indirectas são todas profundas. As principais fundações indirectas são as estacas.
(NBR 6122/2010).

Fundação superficial (rasa): Elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno,


predominantemente pelas pressões distribuídas pela base da fundação, e em que a profundidade
de assentamento está próxima à superfície do solo (profundidade até 3 m) ou quando estão
assentadas a uma profundidade de até duas vezes a sua menor dimensão em planta. Incluem-se
neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radier, as sapatas associadas, as vigas de
fundação e as sapatas corridas.

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Fundação profunda: quando está assente em
profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão
em planta, e no mínimo 3 m, salvo justificativa. Neste
tipo de fundação incluem-se as estacas, os tubulões e
os caixões.

BLOCOS
A ABNT NBR 6122:1996 define Bloco como ‘elemento de fundação superficial de concreto,
dimensionado de modo que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo
concreto, sem necessidade de armadura. Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas
e apresentar normalmente em planta seção quadrada ou rectangular’.
Este tipo de fundação é utilizado quando há actuação de pequenas cargas – de 20 a 30 toneladas.
Para cargas acima destes valores, torna-se mais económica a utilização de fundação tipo sapata,
pois o peso próprio do bloco passa a ser relevante em relação à carga recebida do pilar.
Os blocos são elementos estruturais de grande rigidez que suportam predominantemente esforços
de compressão simples provenientes das cargas dos pilares. Os eventuais esforços de tração são
absorvidos pelo próprio material do bloco, o concreto.

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Os Blocos são executados em concreto simples ou concreto ciclópico. O concreto simples é
executado com britas 1 e 2, com fck não inferior a 15 MPa. O concreto ciclópico é constituído de
concreto simples com adição de 30% de pedra-de-mão, sem qualquer tipo de armadura. Em
planta, os blocos não devem ter dimensão inferior a 60 cm. Os blocos mais económicos são os do
tipo escalonados.

Os blocos devem ser assentes a uma profundidade tal que garanta estabilidade à fundação e não
seja inferior a 1,00 m. Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente
sobre rocha, tal profundidade não deve ser inferior a 1,50 m. A fundação situada em cota mais
baixa deve ser executada em primeiro lugar, a não ser que cuidados especiais sejam tomados.

Bloco Escalonado Bloco Não Escalonado

O processo de execução de uma fundação tipo bloco consiste basicamente em:

1. Executar a abertura da cava até a cota prevista em projecto, desde que o solo ofereça a
resistência exigida no projecto estrutural;
2. Compactar da camada do solo resistente do fundo da cava com compactador ou malho;
3. Limpar o fundo da cava de fundação;

4. Regularizar o fundo com lastro de concreto magro (9 MPa > fck > 15 MPa com espessura
mínima de 5 cm a fim de proteger a armadura do pilar e não permitir a infiltração da água de
amassamento do concreto no solo;

5. Locar o centro do bloco com o auxílio do gabarito ou serviço topográfico;


6. Locação da forma do bloco (quando necessário) com auxílio de prumos de centro e do
gabarito;

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7. Posicionar a armadura de arranque do pilar e verificar a sua verticalidade com prumo;
8. Manter o pilar posicionado com a ajuda de vigas de madeira ou metal transversais ao pilar e
fixadas ao solo;
9. Garantir que as pedras de mão, quando utilizadas, sejam distribuídas por todo o bloco e
completamente envolvidas com concreto, sem deixar vazios;

10. Realizar a concretagem do bloco com uso de vibrador de imersão de modo a garantir o
adensamento do concreto para que não haja vazios de concretagem no bloco;

11. Garantir a cura adequada do concreto;


12. Realizar a desforma do bloco e concretagem do arranque do pilar;
13. Fazer o reaterro compactado da cava de fundação em camadas sucessivas com material
seleccionado e adequado de modo a evitar recalques diferenciais entre o terreno natural e a cava
de fundação.

Os blocos mais económicos são aqueles que possuem comprimento e largura com dimensões
próximas.

SAPATAS

Elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de


tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego da armadura.
Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base em planta normalmente quadrada,
rectangular ou trapezoidal. (ABNT NBR 6122:1996).

Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham apenas à compressão simples, mas também à
flexão, devendo neste caso serem executadas incluindo material resistente à tração (BRITO,
1987). Em planta, as sapatas não devem ter dimensão inferior a 60 cm.

A base da fundação deve ser assentada a uma profundidade tal que garanta a sua estabilidade,
salvo quando a fundação for assente sobre rocha, tal profundidade não deve ser inferior a 1,50 m.
Quando a fundação for assentada sobre rocha, deve ser garantida a sua perfeita ancoragem. Em

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fundações que não se apoiam sobre rocha, deve-se executar a uma camada de concreto simples
de regularização de no mínimo 5 cm de espessura, ocupando toda a área da cava da fundação.

Nos terrenos com topografia acidentada as fundações devem ser feitas de maneira a não impedir
a utilização satisfatória dos terrenos vizinhos.

Os sapatas mais económicos são aqueles que possuem comprimento e largura com dimensões
próximas e apresentam momentos flectores parecidos em ambas as direcções, simplificando a
execução da armadura.

As sapatas mais utilizadas podem ser classificadas como:

a) isoladas; b) associadas (conjugadas); c) alavancada; d) Corrida.

SAPATAS ISOLADAS

São aquelas que transmitem para o solo, através de sua base, a carga de um único pilar, podendo
apresentar bases quadradas, rectangulares ou circulares, com a altura constante ou variando
linearmente entre as faces do pilar à extremidade da base.

Etapas de execução de uma sapata isolada:

1. Locação da cava de escavação com o auxílio do gabarito.


2. A marcação da cava de escavação deve ter folga de 10 cm para cada lado da base da sapata
para permitir os trabalhos de locação da forma;
3. Executar a abertura da cava até a cota prevista em projecto, satisfeita a resistência adoptada
em projecto para o solo;
4. Proceder a compactação do fundo da cava onde será feito o assentamento da fundação;
5. Regularização limpeza do fundo da cava de fundação;

6. Confecção de um lastro de concreto magro com espessura mínima de 5


cm e com fck superior a 9 MPa, com função de regularizar e nivelar a
superfície de apoio e não permitir a saída da água do concreto da sapata,
além de isolar a armadura do solo, bem como a mistura de solo ao
concreto lançado;

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7. Quando assentada sobre rocha a superfície da cava deve ser regularizada (nivelada) com
concreto magro.
8. Locação do centro da sapata com o auxílio do gabarito de locação;
9. Posicionamento da forma da base, de acordo com a planta de locação, através da marcação do
gabarito;

10. Posicionamento da armadura da sapata na forma;


11. Posicionamento da armadura de arranque do pilar conforme gabarito de locação;

12. Verificação da verticalidade (prumo) da armadura do pilar, fazendo os ajustes necessários;


13. Manter o pilar posicionado com a ajuda de vigas de madeira ou metal transversais ao pilar e
fixadas ao solo;
14. Colocação das guias de arame, para acompanhamento da declividade das superfícies
inclinadas das sapatas quando isto se fizer necessário;

15. Execução da concretagem da base e arestas inclinadas, com uso adequado de um vibrador de
imersão;
16. Colocação dos sarrafos para fixação posterior da forma do pilar;
17. Garantir a cura adequada do concreto;

18. As formas devem ser retiradas antes do reaterro da cava, não devem ser deixadas;
19. O reaterro das cavas de fundação deve ser executado com material adequadamente
especificado e em camadas compactadas.

SAPATAS ASSOCIADAS

São sapatas que transmitem ao solo as acções de dois ou mais


pilares adjacentes. São utilizadas quando não é possível a
utilização sapatas isoladas para cada pilar, por estarem muito
próximas entre si, o que provocaria a superposição de suas bases
ou dos bulbos de pressões.

Neste caso, convém empregar uma única sapata para receber as acções de dois ou mais pilares.

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O centro de gravidade da sapata normalmente coincide com o centro de aplicação das cargas dos
pilares.

Para condições de carregamento uniforme e simétrico, as sapatas associadas resultam em uma


sapata corrida simples, de base rectangular. Entretanto, quando as cargas dos pilares apresentam
diferenças relevantes, a imposição de coincidir o centróide da sapata com o centro das cargas dos
pilares conduz ou a uma sapata de base trapezoidal ou a sapatas rectangulares com balanços
livres diferentes.

Usualmente, as sapatas associadas são projectadas com viga de rigidez (enrijecimento) com
função de permitir que a sapata trabalhe com tensão constante, cujo eixo passa pelos centros de
cada pilar, denominadas de Viga de fundação ou de rigidez.

SAPATAS ALAVANCADAS

No caso de sapata de pilar de divisa do terreno ou próximo a obstáculos onde não seja possível
fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar,
resultando em uma sapata excêntrica, cria-se uma viga alavanca
(viga de equilíbrio) ligada à outra sapata localizada no interior da
edificação com a função de equilibrar o momento associado à
excentricidade através de um binário, impedindo que o referido
momento se transmita ao pilar da sapata excêntrica.

SAPATAS CORRIDAS

São elementos contínuos de concreto armado sujeitos à acção de uma carga distribuída
linearmente.

Utilizadas geralmente em edificações cujas cargas não sejam muito grandes, geralmente recebem
as cargas directamente das paredes.

As sapatas corridas são sucedâneas dos alicerces, para paredes mais carregadas ou solos menos
resistentes. A sapata corrida é um tipo de fundação contínua que acompanham a linha das
paredes, recebendo destas todo o carregamento da edificação que é transmitido ao solo por metro
linear através da sua aba (uma espécie de base alargada).
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Sapata corrida

RADIERS
Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos
distribuídos (por exemplo: tanques, depósitos, silos, etc.) (ABNT NBR 6122:1996). Quando
todos os pilares de uma estrutura transmitem as cargas da estrutura ao solo através de uma única
sapata, bloco, laje ou equivalente.

A utilização de sapatas é economicamente mais viável enquanto sua área total em relação à área
de projecção da edificação não ultrapasse 50%. Quando a área das sapatas ocupar cerca de 70 %
da área da construção é mais vantajoso reunir todas as sapatas num só elemento de fundação – o
Radier, ou quando se deseja reduzir ao máximo os recalques diferenciais em determinadas
situações (exemplo: estrutura que recebe o reactor de uma usinas nuclear). Quando a área das
sapatas ocupar entre 50% e 70% da área da construção, deverá ser feita uma análise de custos e
adequabilidade técnica e escolher a melhor alternativa. Este tipo de fundação envolve grande
volume de concreto e é relativamente onerosa e de difícil execução.

O Radier é executado em concreto armado com fck mínimo de 20 MPa, uma vez que, além de
esforços de compressão, devem resistir a momentos provenientes dos pilares diferencialmente
carregados, e ocasionalmente a pressões do lençol freático.

O facto de o radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir uma alta rigidez, o que muitas vezes
evita grandes recalques diferenciais. A sua execução cria uma plataforma de trabalho para os
serviços posteriores; porém, em contrapartida, impõe a execução precoce de todos os serviços
enterrados na área do radier (Tubulações, instalações, etc.).

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TUBULÕES

Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo menos na sua etapa final, há descida de
operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático) e ter ou não base
alargada. Pode ser executado sem ou com revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto.
No caso de revestimento de aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado􀍟
(ABNT NBR 6122:1996).

Tubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga ao solo resistente por
compressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e uma base alargada, geralmente
troncocónica. Apesar de ser semelhante a uma estaca, este tipo de fundação é considerado como
directa, pois a sua resistência é transmitida ao solo através de sua base, e também profunda. É
uma alternativa económica para altas cargas solicitadas, superior a 250 Tf.

O resistência mínima do concreto utilizado é de 20 MPa para os tubulões tanto para a base
quanto para o fuste. O concreto utilizado na execução do anel de encamisamento do fuste deve
ser produzido com brita 1 ou pedrisco, pois as paredes possuem espessura entre 6 e 10 cm.

O encamisamento metálico é fabricado em tubos de aço dotados de alça para a sua retirada e de
reforço para receber choque de um bate-estaca utilizado na sua cravação. Os tubulões são
executados de duas formas:

1. Tubulões executado a céu aberto e


2. Tubulões utilizando ar comprimido durante a sua execução.

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1. Tubulões a céu aberto:
Consiste em um poço aberto manualmente ou mecanicamente em solos coesivos, não
susceptíveis de desmoronamento durante a escavação, e acima do nível d’agua, dispensando-se
escoramento. Quando há tendência de desmoronamento, reveste-se o furo com tubo de concreto
ou tubo de aço (geralmente removível) a fim de servir de forma e impedir o desmoronamento da
escavação.

O fuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e posteriormente realiza-se a


concretagem. É possível escavar o solo mecanicamente com equipamentos de
perfuração/escavação, ainda assim, a solução exige a presença de um operário para executar a
base alargada do tubulão.
O surgimento de água percolada do lençol freático durante a escavação não é um problema,
desde que possa ser contida, esgotada com uma bomba submersível dentro do poço, e que não
prejudique a sua execução.

Processo de execução da fundação tipo tubulão a céu aberto:


1. A partir do gabarito, faz-se a marcação do eixo da peça e marca-se no terreno a circunferência
que delimita o tubulão;
2. Inicia-se a escavação do poço até a cota especificada em projecto;
3. Na fase de escavação pode ocorrer a presença de água. Nestes casos, a execução da perfuração
manual se fará com um bombeamento simultâneo da água acumulada no poço;
4. Poderá ocorrer, ainda, que alguma camada do solo que não resista à perfuração e desmorone
(no caso de solos arenosos). Então, será necessário o encamisamento da peça ao longo dessas
camadas. Isto poderá ser feito através de tubos de concreto ou tubos de aço reaproveitável, com o
diâmetro interno igual ao diâmetro do fuste do tubulão;
5. Escoramento do tubo de forma para o fuste;
6. Execução do alargamento da base de acordo com as dimensões do projecto;

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7. Verificação das dimensões do poço, como: o tipo de solo na base, profundidade e largura da
base;
8. Limpeza do poço e colocação da armadura;
9. A concretagem é feita lançando-se o concreto da superfície através de um funil (tremonha) de
modo a evitar que o concreto se choque contra as paredes do tubulão e se misture com a terra,
prejudicando a concretagem;
10. O concreto se espalhará pela base pelo próprio impacto de sua descarga;
11. A concretagem é interrompida de vez em quando para descer um operário para fazer o
adensamento, de modo a se evitar que fiquem vazios na massa de concreto.

Controle de qualidade na execução de um tubulão:

1. Devem ser anotados na execução da fundação em tubulão os seguintes elementos, conforme o


tipo: cota de arrasamento; dimensões reais da base alargada; material de apoio; equipamento de
cada etapa; deslocamento e desaprumo; comparação de consumo de material durante a
concretagem com o previsto; qualidade dos materiais; anormalidades de execução e providências
tomadas, inspecção do terreno ao longo do fuste e assentamento da fundação;
2. Verificar a tolerância máxima de desvio entre eixos do tubulão e ponto de aplicação da
resultante das solicitações do pilar (admite-se, geralmente 10% do diâmetro do fuste do tubulão);
3. Ultrapassados os limites quanto à excentricidade e, ou ao desaprumo, é feita verificação
estrutural com os redimensionamentos necessários.

2. Tubulões executados sob ar comprimido:

Esse é o método é utilizado para solos com presença de lençol freático sem possibilidade de
esgotamento. Neste caso, a injecção de ar comprimido nos tubulões impede a entrada de água,
pois a pressão interna é maior que a pressão da água, sendo a pressão empregada de no máximo
3 atmosferas, limitando a profundidade em 30 m abaixo do nível d’agua. Isto permite que sejam
executados normalmente os trabalhos de escavação, alargamento do fuste e concretagem do
tubulão.
O equipamento utilizado compõe-se de uma campânula e equipamento de compressão e
descompressão de ar que possibilita a actuação do operário abaixo do nível da água. Nesta

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campânula existe dispositivos por onde se processa a retirada de terra (com a utilização de um
balde ou similar) e o lançamento do concreto.
Durante a compressão, o sangue do operário absorve mais gases do que na pressão normal. Se a
descompressão for feita muito rapidamente, o gás absorvido em excesso no sangue pode formar
bolhas, que por sua vez podem provocar dores e até morte por embolia. Para evitar esse
problema, antes de passar à pressão normal, os trabalhadores devem sofrer um processo de
descompressão, atendendo rigorosamente às normas de segurança do trabalho.

Os problemas durante a execução de tubulões a ar comprimido geralmente estão relacionados à


segurança dos operários durante a compressão e descompressão da campânula. Além de riscos à
saúde do operário, o uso da campânula, da camisa e de todos os aparatos de segurança torna a
fundação com tubulões a ar comprimido um sistema mais oneroso que se executado a céu aberto.
Por isso, esse tipo de fundação vem sendo adoptado apenas para construção de pontes,
viadutos e obras com grandes carregamentos.

Estes tubulões geralmente são encamisados com anéis de concreto ou tubos de aço até alcançar o
solo apropriado para fazer a base do tubulão, servindo de forma para o fuste. Se a camisa é de
aço, a cravação é feita a céu aberto com auxílio de um bate estacas e a abertura e concretagem do
tubulão são feitos a ar comprimido.
A camisa de revestimento do poço
representa uma segurança ao operário
durante a descida para escavação manual
em um solo ruim e serve de apoio para a
campânula, equipamento de compressão e
descompressão de ar que possibilita a
actuação do operário (poceiro) abaixo do
nível da água. A campânula permite a
retirada de material (solo escavado) e a
introdução de concreto sem a necessidade
de efectuar a sua descompressão.

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CAIXÃO
Elemento de fundação profunda de forma prismática concretado na superfície e instalado por
escavação interna. Na sua instalação pode-se usar ou não ar comprimido e sua base pode ser
alargada ou não. (ABNT NBR 6122:1996).
Utilizada para grandes cargas e quando for a melhor opção. Substituem dois ou mais tubulões
(mais económico). Podem ser metálicos ou de concreto armado e também podem ser flutuante –
fabricado (metálicos) ou de concreto executado fora do local de assentamento, feito flutuar e
rebocado até o seu local de afundamento. O preparo da superfície submersa de assentamento é,
geralmente, feito por escafandristas.
Os caixões podem ser circulares, quadrados, ovais, rectangulares, etc. Abertos no topo e no
fundo, usados em grandes profundidades e de baixo custo.

ESTACA

Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem


que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de operário. Os materiais empregados
podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in situ ou mistos. (NBR
6122/1996).
Cota de arrasamento: Nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão, demolindo-se o
excesso ou completando-o, se for o caso. Deve ser definido de modo a deixar que a estaca e sua
armadura penetrem no bloco com um comprimento que garanta a transferência de esforços do
bloco à estaca.
Arrasamento de estaca: Há necessidade de se preparar a cabeça das estacas para sua perfeita
ligação com os elementos estruturais. O concreto da cabeça da estaca moldada in loco é
geralmente de qualidade inferior, pois ao final da concretagem há subida de excesso de
argamassa, ausência de pedra britada e possibilidade de contaminação com terra em volta da
estaca. Por isso, a concretagem da estaca deve terminar no mínimo 20 cm acima da cota de
arrasamento. É uma operação manual com auxílio de um ponteiro e marreta e o sentido do corte
deve ser de baixo para cima; pode ser usado um pequeno martelete pneumático ou eléctrico,
operado manualmente.
Nega: Penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe do pilão. Em
geral é tomada a média de uma série de dez golpes. A nega ao ser fixada ou fornecida deve ser

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sempre acompanhada do peso do pilão e da altura de queda ou da energia de cravação (martelos
automáticos).
a) Repique: Parcela elástica do deslocamento máximo de uma seção da estaca, decorrente
da aplicação de um golpe do pilão.
b) Martelo: Componente do equipamento de cravação o qual fornece a energia necessária à
instalação da estaca. Constitui-se de uma massa que cai, sobre a estaca, em queda livre ou
de modo automático.
c) Cepo: Elemento de madeira dura, com fibras dispostas paralelamente ao eixo da estaca,
colocado sobre o capacete metálico sobre o qual se deixa cair o martelo.
d) Capacete: Elemento metálico, instalado no topo da estaca (cabeça) cuja função é
distribuir uniformemente as tensões dinâmicas que surgem em decorrência do impacto do
martelo sobre a cabeça das estacas.
e) Coxim: Chapa de madeira de espessura variável, colocada entre a cabeça da estaca e o
capacete, com dimensões em planta e forma, compatíveis com as das estacas a serem
cravadas.
As estacas podem ser classificas em duas categorias:
1. Estacas de deslocamento:
São aquelas introduzidas no terreno através de algum processo que não provoca a retirada do
solo.
Ex.: Estaca pré-moldada de concreto, Estaca metálica, Estaca de madeira, Estaca tipo Franki.
1.1. Estaca cravada por percussão:
Tipo de fundação profunda em que a própria estaca ou um molde é introduzido no terreno por
golpes de martelo (por exemplo: de gravidade, de explosão, de vapor, de diesel, de ar
comprimido, vibratório). (ABNT NBR 6122:1996)
1.2. Estaca cravada por prensagem:
Tipo de fundação profunda em que a própria estaca ou um molde é introduzido no terreno por
pressão. (ABNT NBR 6122:1996). Utiliza-se geralmente macacos hidráulicos.
2. Estacas escavadas:
São aquelas executadas in situ (no local) através de perfuração do terreno por um processo
qualquer, com remoção de material, com ou sem revestimento, com ou sem a utilização de fluido
estabilizante.

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Ex.: Estaca broca, estaca tipo Strauss, estaca hélice contínua, estacas-raiz, estaca injetada, etc.
ESTACA BROCA
Tipo simples de fundação profunda executada in loco por perfuração no terreno com o auxílio de
broca, trado manual ou mecânico ou equipamento equivalente e posterior concretagem.
O trado utilizado é acoplado a tubos de aço galvanizado divididos em partes de 1,2 m a 6,0 m de
comprimento e à medida que se prossegue a escavação eles vão sendo sucessivamente acoplados
(através de luva simples). A perfuração é feita por rotação/compressão do tubo, seguindo-se da
retirada da terra. A escavação deve prosseguir até a profundidade prevista. Quando for atingida a
profundidade, faz-se a limpeza do fundo com a remoção do material desagregado eventualmente
acumulado durante a escavação.
Dadas as condições de execução, estas estacas só devem ser utilizadas abaixo do nível do lençol
freático se o furo puder ser seco antes da concretagem. Recomenda-se para as estacas tipo broca
um diâmetro mínimo de 20 cm e máximo de 30 cm. Em geral, com diâmetros usuais de 20 cm,
25 cm e 30 cm.
Em pequenas obras e para pequenas cargas axiais estas estacas são utilizadas sem a necessidade
de serem armadas em toda a sua profundidade, apenas utilizando-se uma armadura mínima de 4
barras de Ø 12,5 mm e 2,00 m de profundidade, servindo de espera para futura ligação com uma
viga-baldrame ou bloco de coroamento. O furo é posteriormente preenchido com o concreto de
consistência plástica lançado do topo da perfuração com o auxílio de funil e apiloado para evitar
vazios.
Estas estacas são utilizadas na formação de cortina de contensão de talude e em fundação com
bloco de transição. Nestes casos há a necessidade de serem armadas em toda a sua profundidade
e dimensionadas através de cálculo estrutural. Nas camadas de solo que não ofereça estabilidade
é realizado o encamisamento em tubo de PVC que é retirado imediatamente após a concretagem
do fuste. O concreto deve ter consistência plástica e lançado do topo da perfuração com o auxílio
de funil, devendo apresentar fck não inferior a 20 MPa.

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ESTACA CIRCULAR ESCAVADA MECANICAMENTE

Tipo de fundação profunda executada por escavação mecânica, com uso ou não de lama
bentonítica, de revestimento total ou parcial, e posterior concretagem. Tipo de fundação
profunda executada por escavação mecânica, com uso ou não de lama bentonítica, de
revestimento total ou parcial, e posterior concretagem (ABNT NBR 6122:1994).

As estacas escavadas são executadas mecanicamente por equipamentos dotados de trado ou


broca e se caracterizam por serem moldadas no local após a escavação do solo.
Uma vez instalado e nivelado o equipamento, posiciona-se o trado sobre o ponto de locação e
inicia-se a perfuração. O trado escava e retira o material repetidas vezes até atingir a cota final
prevista em projeto e confirmada as características do solo, em comparação com a sondagem
mais próxima, procede-se com a colocação da armadura e posterior concretagem da estaca.
Quando houver necessidade utiliza-se encamisamento para conter o solo e evitar o fechamento e
queda de terra no furo escavado.
O concreto deve ter consistência plástica e lançado do topo da perfuração com o auxílio de funil,
devendo apresentar fck não inferior a 20 MPa. Na presença do lençol freático deve ser utilizada
lama betonítica.
A lama bentonítica consiste em uma mistura de bentonita com água, realizada em misturador de
alta turbulência, com a concentração variável em função da viscosidade e da densidade que se
pretende obter.

As principais vantagens são:


• grande mobilidade e produtividade do equipamento, permitindo a amostragem do solo
escavado;
• a possibilidade de ser executada em presença de lençol freático, com uso de revestimento
metálico;

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• a possibilidade de se executar estacas inclinadas;
• a possibilidade da utilização das estacas para execução de estruturas de contenção (cortina de
estacas justapostas);
• conhecimento imediato e real de todas as camadas atravessadas e possibilidade de uma segura
avaliação
de capacidade de carga da estaca, mediante a coleta de amostra e seu eventual exame em
laboratório;
• ausência de vibração, podendo ser executada próximo à divisa sem dano às construções
vizinhas, pois a escavação se faz por rotação;
• facilidade de execução;
• baixo custo quanto à escavação, ao volume de concreto e material empregado
• possibilidade de atingir grandes profundidades.

ESTACAS STRAUSS

Tipo de fundação profunda executada por perfuração através de balde-sonda (piteira), com uso
parcial ou total de revestimento recuperável e posterior concretagem. (NBR 6122/1996).

Tipo de fundação profunda, moldada in loco, executada por perfuração, com uso parcial ou total
de revestimento recuperável e posterior concretagem.

Os diâmetros mais utilizados são de 20 cm (12 tf), 25 cm (20 tf), 32 cm (25 tf) e 45 cm (40 tf).
Recomenda-se que as estacas Strauss tenham o seu diâmetro limitado a 50 cm. A profundidade
máxima aconselhável não deve ultrapassar a 15 m, podendo ir até 20 m.

O processo executivo se inicia com a abertura com um soquete de um furo no terreno, de 1,0 m a
2,0 m de profundidade, para servir de guia de colocação do primeiro tubo metálico, dentado na
extremidade inferior, chamado de coroa. Em seguida, aprofunda-se o furo com golpes sucessivos
da sonda de percussão, retirando-se o solo abaixo da coroa. Sucessivos tubos metálicos são
rosqueados, quando necessário, até a profundidade determinada ou as condições previstas para o
terreno. Caso as características do terreno o permitam, o revestimento com o tubo pode ser
parcial.
Imediatamente antes da concretagem, deve ser feita a limpeza completa do fundo da perfuração,
com total remoção da lama e da água eventualmente acumuladas durante a perfuração.

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Para concretagem, lança-se concreto no tubo até se obter uma coluna de 1,0 m e apiloa-se o
material com o soquete, formando uma base alargada na ponta da estaca.
Para formar o fuste, o concreto é lançado na tubulação e apiloado, enquanto a camisa metálica é
retirada cuidadosamente, para que não haja interrupção do fuste, com o guincho manual.
Para garantia de continuidade do fuste, deve ser mantida dentro da linha de tubos, durante o
apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para que este ocupe todos os espaços perfurados
e eventuais vazios e deformações no subsolo.

O pilão não deve ter oportunidade de entrar em contacto com o solo da parede ou base da estaca,
para não provocar desabamento ou mistura de solo com o concreto; este cuidado deve ser
reforçado no trecho eventualmente não revestido.

O concreto utilizado deve apresentar fck não inferior a 20 MPa e consistência plástica.
Caso ao final da perfuração exista água no fundo do furo que não possa ser retirada pela sonda,
deve-se lançar um volume de concreto seco para obturar o furo. Neste caso, deve-se desprezar a
contribuição da ponta da estaca na sua capacidade de carga.
A armadura longitudinal deve ser confeccionada com barras rectas, sem esquadro na ponta, e os
estribos devem permitir livre passagem ao soquete de compactação e garantir um cobrimento da
armadura, não inferior a 3,0 cm.

Quando não armadas, deve-se providenciar uma ligação com o bloco e baldrames na
extremidade superior da estaca através de uma ferragem que é simplesmente cravada no
concreto, dispensando-se, neste caso, o uso de estribos. A concretagem é feita até um pouco
acima (20 cm) da cota de arrasamento da estaca.
Finalmente, remove-se o concreto excedente acima da cota de arrasamento, quebrando-se a
cabeça da estaca com ponteiros metálicos.
A estaca Strauss pode ser empregada em locais confinados ou terrenos acidentados devido à
simplicidade do equipamento utilizado. Sua execução não causa vibrações, evitando problemas
com edificações vizinhas.
Utilizadas na construção de paredes de contensão de subsolos de edifícios e protecção de
encostas.
Em geral possui capacidade de carga menor que as estacas tipo Franki, as pré-moldadas de
concreto e as de aço.

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♦ Principais vantagens:
 Pouca vibração durante a execução; Custo relativamente baixo; Fácil execução e solo
acima do nível d’agua.
♦ Principais desvantagens:
 Difícil execução abaixo do nível d’agua; Capacidade de carga pequena; Difícil cravação
em solo resistente.

ESTACAS FRANKI

Tipo de fundação profunda caracterizada por ter uma base alargada, obtida introduzindo-se no
terreno certa quantidade de material granular ou concreto, por meio de golpes de um pilão. O
fuste pode ser moldado no terreno com revestimento perdido ou não ou ser constituído por um
elemento pré-moldado. (NBR 6122:1996).

Os diâmetros variam de 30 cm a 60 cm. A capacidade de carga varia entre 50 tf e 250 tf. A


profundidade pode alcançar 30 m.

A execução deste tipo de estaca segue o seguinte procedimento:

1. Crava-se no solo um tubo de aço recuperado, cuja ponta é obturada por uma bucha de concreto
seco e fortemente comprimida sobre as paredes do tubo.

2. Ao se bater com o pilão na bucha, o mesmo arrasta o tubo, impedindo a entrada de solo ou
água;

3. Atingida a camada desejada, o tubo é preso e a bucha expulsa por golpes de pilão e fortemente
socada contra o terreno, de maneira a formar uma base alargada;

4. Uma vez executada a base e colocada a armadura, inicia-se a concretagem do fuste, em


camadas fortemente socadas, extraindo-se o tubo à medida da concretagem, tendo-se o cuidado
de deixar no mesmo uma quantidade suficiente de concreto para impedir a entrada de água e de
solo.

5. Concretagem com consumo mínimo de cimento de 350 kg/m3.

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As estacas tipo Franki apresentam grande capacidade de carga e podem ser executadas a grandes
profundidades, não sendo limitadas pelo nível do lençol freático.

♦ Seus maiores inconvenientes dizem respeito à vibração do solo durante a execução, área
necessária ao bate-estaca e possibilidade de alterações do concreto do fuste, por deficiência do
controle. Sua execução é sempre feita por firma especializada. Em situações especiais, sobretudo
em zonas urbanas, podem-se atravessar camadas resistentes em que as vibrações poderiam
causar problemas com construções vizinhas, por meio de perfuração prévia ou cravando-se numa
primeira etapa o tubo com a ponta aberta e desagregando-se o material com a utilização de uma
ferramenta apropriada e água.

♦ Principais vantagens:

Grande área da base, fornecendo grande resistência de ponta; Fornece grande resistência lateral
devido à boa ancoragem do fuste (muito rugoso) no solo; Devido a sua execução o terreno fica
fortemente comprimido; Pode ser executada em grandes profundidades; Suporta grande
capacidade de carga;

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♦ Principais desvantagens:

Grande vibração durante a cravação; Demora no tempo de execução; Custo elevado da mão-de-
obra; Capacidade de carga do concreto de aproximadamente 60 kg/cm2.

ESTACAS METÁLICAS

As estacas de aço podem ser constituídas por perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos,
tubos de chapa dobrados (seção circular, quadrada ou rectangular) tubo sem costura e trilhos.
Podem ser cravadas em quase todos os tipos de terreno; possuem facilidade de corte e emenda;
podem atingir grande capacidade de carga; trabalham bem à flexão; e, se utilizadas em serviços
provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes.

As estacas metálicas devem ser rectilíneas, podendo ser emendadas por solda, talas aparafusadas
ou luvas.

As estacas de aço devem resistir à corrosão pela própria natureza do aço ou por tratamento
adequado.

Quando inteiramente enterradas em terreno natural, independentemente da situação do lençol


d’agua, as estacas de aço dispensam tratamento especial. Havendo, porém, trecho desenterrado
ou imerso em aterro com materiais capazes de atacar o aço, é obrigatório a protecção deste
trecho com um encamisamento de concreto ou outro recurso adequado (por exemplo: pintura,
protecção catódica, etc.). Em obras especiais (por exemplo: marítimas, subestações, Metrô, etc.),
cuidados especiais para sua protecção podem ser necessários.

Deve ser cortado o trecho danificado durante a cravação ou o excesso em relação à cota de
arrasamento, recompondo-se, quando necessário, o trecho de estaca até esta cota, ou adaptando-
se o bloco. Quando as estacas de aço constituídas por perfis laminados ou soldados trabalharem a
compressão, basta uma penetração mínima de 20 cm no bloco.

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♦ Principais vantagens:

Atingem grandes profundidades; Atravessar camadas resistentes de solo; Pequena vibração


durante a cravação; Uma estaca pode ser feita com vários perfis soldados um ao outro; Emenda
fácil de executar; Podem ser cravadas formando um ângulo de inclinação com a vertical.

♦ Principais desvantagens:

Custo relativamente elevado; Possibilidade de oxidação.

ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO

As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado,


e concretadas em formas horizontais ou verticais. Devem ser executadas com concreto
adequadamente dosado, além de serem submetidas à cura necessária para que possua resistência
compatível com os esforços decorrentes do transporte, manuseio, instalação e a eventuais solos
agressivos.

Estas estacas têm limitações de comprimento como decorrência do problema de transporte e


equipamento, sendo fabricado em segmentos, o que leva em geral à necessidade de grandes
estoques e requerem armaduras especiais para içamento e transporte.

Apresentam-se em várias seções (versatilidade): quadradas (as mais comuns), octogonal,


circulares, circulares centrifugadas, duplo ``T``, etc., podendo ser fabricadas em qualquer
dimensão, de modo a se adequar ao bate-estaca a ser utilizado.

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Costumam ser pré-fabricadas em empresas especializadas, com suas responsabilidades bem
definidas, ou no próprio canteiro, sempre num processo sob controle tecnológico rigoroso.

A cravação de estacas pré-moldadas de concreto pode ser feita por percussão, prensagem ou
vibração. A escolha do equipamento deve ser feita de acordo com o tipo e dimensão da estaca,
características do solo, condições de vizinhança, características de projecto e peculiaridades do
local.

O sistema de cravação deve ser dimensionado de modo a levar a estaca até a profundidade
prevista para sua capacidade de carga, sem danificá-la. Com esta finalidade, o uso de martelos
mais pesados, com menor altura de queda, é mais eficiente do que o de martelos mais leve, com
grande altura de queda, mantido o mesmo conjunto de amortecedores.

O sistema de cravação deve estar sempre bem ajustado e com todos os seus elementos
constituintes, tanto estruturais quanto acessórios, em perfeito estado, a fim de evitar quaisquer
danos às estacas durante a cravação.

Os equipamentos acessórios, como capacetes, coxins e suplementos, devem possuir geometria


adequada à seção da estaca e não apresentar folgas maiores que aquelas necessárias ao encaixe
das estacas, nem danificá-las.

As estacas pré-moldadas podem ser emendadas, desde que resistam a todas as solicitações que
nelas ocorram durante o manuseio, a cravação e a utilização da estaca. Cuidado especial deve ser
tomado para garantir a verticalidade dos elementos emendados.

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As estacas pré-moldadas devem ser emendadas através de solda. O uso de luva de encaixe é
tolerado desde que não haja tração, seja na cravação, seja na utilização. O topo do elemento
inferior, quando danificado, deve ser recomposto após o término de sua cravação. A cravação só
pode ser retomada após o tempo necessário à cura da recomposição.

O topo da estaca, danificado durante a cravação ou acima da cota de arrasamento, deve ser
demolido. A seção resultante deve ser plana e perpendicular ao eixo da estaca e a operação de
demolição deve ser executada de modo a não causar danos à estaca. Nesta operação podem ser
utilizados ponteiros ou marteletes leves, trabalhando com pequena inclinação, para cima, em
relação à horizontal.

No caso de estacas danificadas até abaixo da cota de arrasamento ou estacas cujo topo resulte
abaixo da cota de arrasamento prevista, deve-se fazer a demolição do comprimento necessário da
estaca, de modo a expor o comprimento de transpasse da armadura e recompô-lo até a cota de
arrasamento. A armadura da estaca deve ser prolongada dentro deste trecho. O concreto utilizado
na recomposição das estacas deve apresentar resistência não inferior à do concreto da estaca.
Entre o concreto novo e velho deve ser interposta argamassa epóxi de resistência superior ao
concreto da estaca.

O comprimento de cravação real às vezes difere do previsto pela sondagem, levando a duas
situações: a necessidade de emendas ou de corte. No caso de emendas, geralmente constitui-se
num ponto crítico, dependendo do tipo de emenda: luvas de simples encaixe, luvas soldadas, ou
emenda com cola epóxi através de cinta metálica e pinos para encaixe, este último tipo mais
eficiente. Quando há sobra, o corte deve ser feito de maneira adequada no sentido de evitar danos
à estaca.

O processo executivo de cravação emprega como equipamentos os bate-estacas: por gravidade, a


explosão (tipo diesel) e a ar comprimido.

O processo de cravação mais utilizado é o de cravação dinâmica, onde o bate-estaca utilizado é o


de gravidade, constituído basicamente de um peso que é levantado por um guincho e que cai
orientado por guias laterais.

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Este tipo de cravação promove um elevado nível de vibração, que pode causar problemas a
edificações próximas ao local.

O processo prossegue até que a estaca que esteja sendo cravada penetre no terreno, sob a acção
de certo número de golpes, até atingir a nega. O objectivo de verificação da nega para as
diferentes estacas é a uniformidade de comportamento das mesmas.

Deve-se ter cuidado com a altura de queda do martelo para não causar danos à cabeça da estaca e
fissuração da mesma, não se esquecendo de usar também o coxim de madeira e o capacete
metálico para proteger a cabeça da estaca contra o impacto do martelo, mesmo assim, estas
estacas apresentam índice de quebra às vezes alto. Se a altura for inferior à ideal prevista, poderá
dar uma falsa nega.

As extremidades da estaca são reforçadas com armadura transversal para resistir aos choques do
bate-estaca. O recobrimento do concreto é de no mínimo 3 cm. Em estacas vazadas, antes da
concretagem do bloco, o furo central deve ser convenientemente tamponado. Sua aplicação de
rotina é em obras de pequeno a médio porte.

DETALHES DE UMA ESTACA PRÉ-MOLDADA DE CONCRETO ARMADO

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♦ Principais vantagens: Pode- ser cravadas abaixo do nível d’agua; Permite uma boa
fiscalização durante a concretagem; Permite a moldagem de corpos de prova para verificação da
resistência à compressão; Permite a moldagem das estacas no local da obra; Permite a emenda
de uma peça na outra, etc.

♦ Principais desvantagens: A estaca não ultrapassa camada de solo resistente; Não resistem a
esforços de tração e de flexão. Tempo de cura normal do concreto de 21 dias; O transporte
dentro da obra; Durante a cravação se o contacto do martelo com o concreto não for feito com
um material elástico, quebra a cabeça da estaca; Grande vibração durante a cravação.

ESTACAS-RAIZ

Este tipo de estaca é recomendado para obras com dificuldade de acesso para grandes
equipamentos de cravação, pois emprega equipamento com pequenas dimensões (altura de até
3m).

A utilização de lama bentonítica estabilizante pode afetar a aderência entre a estaca e o solo.
Procede-se então uma lavagem normal com água limpa para eliminar esse inconveniente, sendo
imprescindível verificar o resultado final do uso da lama através de prova de carga, a menos que
haja experiência com este tipo de estaca no terreno da região.

Essa perfuração se processa com um tubo de revestimento, pelo menos em parte do seu
comprimento, e o material escavado é eliminado continuamente, por uma corrente fluida (água,
lama bentonítica ou ar comprimido) que introduzida através do tubo refluí pelo espaço entre o
tubo e o terreno.

A estaca-raiz pode ser utilizada nos seguintes casos:

 Em áreas de dimensões reduzidas;


 em locais de difícil acesso;
 em solos com presença de matacões, rocha ou concreto;
 e solos onde existem cavernas ou vazios;
 em reforços de fundações;
 para contenção lateral de escavações;

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 em locais onde haja necessidade de ausência de ruídos ou de vibrações;
 quando são expressivos os esforços horizontais transmitidos pela estrutura às estacas de
fundação, tais
 como muros de arrimo e de contenção, pontes e outras;
 quando existe esforço de tração a solicitar o topo das estaca, tais como ancoragem de
lajes de subpressão, pontes rolantes, torres de linha de transmissão, etc.

Vantagens da estaca-raiz:
- Podem atingir grandes profundidades;
- Chegam a lugares de difícil acesso;
- Pode ser utilizada em qualquer tipo de terreno;
- Atravessar vários tipos de obstáculos e ter diferentes inclinações;
- O baixo nível de poluição sonora;
- A ausência de vibração;

Desvantagens da estaca-raiz:
- Custo elevado;
- Alto consumo de cimento;
- Desperdício de água;
- Obra alagada devido ao consumo excessivo de água;

HÉLICE CONTÍNUA
"Tipo de fundação profunda constituída por concreto, moldada in loco e executada por meio de
trado contínuo e injecção de concreto pela própria haste do trado. Consiste na introdução, até a
profundidade estabelecida em projecto, por rotação da hélice contínua, sem a retirada do solo
escavado. Uma vez atingida a profundidade de projecto, é iniciada a injecção de concreto pela
haste central do trado, com a retirada simultânea da hélice contínua contendo o material
escavado, e sem rotação" (ABNT NBR 6122:1994).

ESTACA ÔMEGA
Introduzida no Brasil em 1997. A perfuração é feita por um trado de forma cónica, que perfura o
solo como um parafuso, com deslocamento de solo. Durante a descida do elemento perfurante o
solo é deslocado para baixo e para os lados do furo, não havendo retirada de solo. A ponta da

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hélice ômega consiste de um longo parafuso de aço com variados graus de inclinação para cada
diâmetro diferente. A cabeça é cravada por rotação, podendo ser empregada à mesma máquina
utilizada nas estacas hélice contínua.

ESTACA MEGA
É constituída de elementos justapostos de concreto armado pré-moldado ou de aço, ligados uns
aos outros por emenda especial, com comprimentos da ordem de 0,5 m, e cravados por
prensagem sucessiva por meio de macacos hidráulicos. Estes buscarão reacção ou sobre a
estrutura existente ou na estrutura que esteja sendo construída especialmente para tanto (cravação
estática).
São utilizados como reforço de fundações ou substituição de fundações já existentes, usando
como reacção à própria estrutura. Sua desvantagem é o alto custo e o longo tempo para cravação.
A solidarização da estaca com a estrutura é feita sob tensão:
- Executa-se um bloco sobre a extremidade da estaca;
- Utilizando o macaco hidráulico comprime-se a estaca calçando a estaca sob a estrutura;
- Retira-se o macaco e concreta-se o conjunto.

ESTACA-BARRETE ou PAREDE DIAFRAGMA


A estaca barrete possui seção rectangular, executada por escavação com guindaste acoplado com
"clamshell", ou equipamento equivalente. Para estabilizar as paredes da escavação contra
desmoronamento utiliza-se de lama bentonítica. A concretagem é feita com uso de tremonha nas
escavações com "clamshell" ou simultaneamente, por bombeamento, à medida da retirada do
equipamento de escavação. Utilizada na execução de parede diafragma.

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Capítulo III: Conclusão

No culmino do presente trabalho concluo que o termo fundação é utilizado para designar
a parte de uma estrutura que transmite ao terreno subjacente seu próprio peso, o peso da
superestrutura e qualquer outra força que actue sobre ela. A fundação é, portanto, o elemento de
ligação entre a superestrutura e solo.

As Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da


estrutura ao terreno onde ela se apoia segundo AZEREDO, 1988. Assim, as fundações devem ter
resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o
solo necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar
deformações exageradas ou diferenciais (MELHADO et al., 2002).

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Capítulo IV: Bibliografia

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122 – Projeto e execução de


fundações. Rio de Janeiro-RJ, 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484 – Execução de


Sondagens de simples reconhecimento dos solos. Rio de Janeiro- RJ, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6489 – Prova de carga direta


sobre o terreno de fundação. Rio de Janeiro-RJ, 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502 – Rochas e solos. Rio de


Janeiro-RJ, 1993.

ALONSO, Urbano Rodriguez. Fundações e infraestruturas-palestras. São Paulo, Estacas Franki


Ltda.,1979.

APEMOL - Associação Paulista de Empresas Executoras de Estacas Moldadas no Local -


Sistema Strauss. Especificação da execução de estacas tipo Strauss. São Paulo, APEMOL, s.d..

AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício Até sua Cobertura. São Paulo. Ed. Edgar Blucher
Ltda.,1977.

BRITO, José Luis Wey de. Fundações do edifício. São Paulo, EPUSP, 1987. ESTACAS
FRANKI LTDA.,Catálogo. Rio de Janeiro, Estacas Franki Ltda., s.d.. FABIANI, Breno.
Fundações. s.d..

FUNDESP- Fundações, Indústria e Comercio S/A. . Catálogo. São Paulo, Fundesp, 1987.

NACIONAL - Engenharia de Fundações e Solos Ltda. Tecnologia em estacas do tipo raiz. São
Paulo, Nacional, s.d..

SCAC - Sociedade do Concreto Centrifugado S.A.. Estacas - elementos técnicos. São Paulo,
SCAC, s.d..V.2.

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