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2. Ações
2.1 Princípios gerais

O dimensionamento de componentes de uma estrutura é calcado na lógica


simples de: a) majorar o esforço teórico solicitante, através da multiplicação por um
fator de ponderação, que torne pequena a probabilidade de que ele seja superado
durante a vida útil da estrutura e, b) minorar a resistência teórica de cada
componente, multiplicando-a por um coeficiente (menor do que 1) que também torne
pequena a probabilidade dela ser menor que o valor calculado. Sendo valores
determinados com base estatística, os coeficientes de ponderação das cargas
(coeficientes de segurança) dependem da sua natureza, sendo pequeno para cargas de
pouca dispersão e grandes para cargas de muita dispersão. Raciocínio análogo é feito
para o coeficiente minorador da resistência, que deve ser próximo da unidade para
materiais cujos valores característicos de resistência apresentam pouca dispersão
(maior confiabilidade) e afastado (menor que 1) para o caso contrário (menor
confiabilidade). A resistência teórica de uma seção ou de um componente da estrutura
depende da finalidade de seu uso. Nas estruturas convencionais calculam-se
resistência de ruptura, de plastificação, de deformação e resposta a cargas dinâmicas.
Cada uma destas resistências é estabelecida como um estado limite, o qual não deve
ser ultrapassado. Este é o princípio do método de dimensionamento denominado
“estados limites últimos”.
A estabilidade de uma estrutura é assegurada sempre que, em qualquer seção,
garanta-se que a solicitação de cálculo (design) (S d) não seja maior do que a resistência
de cálculo da peça (Rd) que, para diferenciar da ação será denominada RR:

S d ≤ RR (2.1)

Onde, a solicitação de cálculo é dada por uma adequada combinação de todas as ações
passíveis de agirem sobre a estrutura multiplicadas por seus correspondentes fatores
de majoração (fatores de ponderação γ ):

Sd = ∑ γ f Q i (2.2)

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E a resistência de cálculo pela multiplicação da resistência nominal (R n) por um fator


redutor menor do que a unidade (ɸ):

RR = ɸ R n (2.3)

Nas equações anteriores:

Sd = solicitação de cálculo;

Rn = resistência nominal;

ɸ = coeficiente de minoração da resistência;

RR = resistência de cálculo;

γ f = coeficiente de majoração das solicitações;

Qi = solicitações que atuam simultaneamente.

2.2. Critérios da NBR-8800.

Para as condições normais de utilização ou durante a construção da estrutura,


obtém-se o esforço de cálculo com o emprego da equação:

n
Sd = ∑ ( γ g G) + γ q1 Q1 + ∑ ¿¿ ) (2.4)
j=2

Onde:
G = ações permanentes;
Q1 = ação predominante para o efeito considerado;
Qj = demais ações variáveis que atuam simultaneamente com a ação principal;
γ g = coeficiente de majoração das ações permanentes;

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γ q1 = coeficiente de majoração da ação predominante;


γ qj = coeficiente de majoração das demais ações variáveis;
ᴪ j = fator de combinação.
Durante a construção toleram-se valores mais apertados para as ações, ou seja,
os coeficientes de ponderação podem ser menores para ações que só ocorram nesta
fase de sua existência.
Quando existirem ações excepcionais, tais como, choque de veículos, efeitos de
sismos (terremotos) e etc, a equação anterior torna-se:

Sd = ∑ ( γ g G) + E + ∑ ( γ q ᴪ Q) (2.5)

Onde E = ação excepcional.


Os fatores de majoração das ações, que são chamados de coeficientes de ponderação
da NBR-8800, encontram-se na tabela 1.
Algumas explicações adicionais são necessárias para se aplicar a tabela 1: As
cargas permanentes são consideradas de grande variabilidade quando a imprecisão
no processo construtivo levar incerteza aos valores finais de carga. Citam-se como
exemplos típicos as obras de alvenaria, onde as paredes costumam apresentar
espessuras diversas, variando também, a espessura dos revestimentos e as peças de
concreto fundidas na obra. Apenas são consideradas ações permanentes de pequena
variabilidade, as cargas de peso de peças em concreto pré-moldado fabricadas com
controle rigoroso de peso e de peças de aço. Todas as demais cargas permanentes são
definidas como ações de grande variabilidade.

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Tabela 2.1 – Coeficientes de ponderação de acordo com a NBR-8800.

Combinações Ações permanentes Ações variáveis


de ações Grande Pequena Cargas Outras Recalques Variação de
variabilida variabilidade variáveis ações diferenciais temperatura
de decorrentes variáveis
do uso da
edificação
γg γg γq γq γq γq
Normais 1,4 (0,9) 1,3 (1,0) 1,5 1,4 1,2 1,2
Durante a 1,3 (0,9) 1,2 (1,0) 1,3 1,2 1,2 1,0
construção
Excepcionais 1,2 (0,9) 1,1 (1,0) 1,1 1,0 0 0

São consideradas ações decorrentes do uso da estrutura: sobrecargas em pisos


e em coberturas, cargas de pontes-rolantes, cargas de outros equipamentos, variações
de temperatura provocadas por equipamentos, etc.
As variações de temperatura contempladas na tabela acima são apenas as variações
devidas ao meio ambiente.
Para se levar em conta que as solicitações variáveis provavelmente não
ocorrem em seus valores máximos simultaneamente, a NBR-8800 introduz na equação
o fator de combinação de cargas ᴪi, que é apresentado na tabela 2.2.

Tabela 2.2 – Fatores de combinação ᴪ.

Tipos de cargas Ψi
Sobrecargas em pisos de bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens 0,75
Cargas de vento 0,6
Cargas de equipamentos, incluindo pontes-rolantes; sobrecargas em pisos 0,65
diferentes das anteriores
Cargas de líquidos e graneis em reservatórios e silos 0,75
Variação de temperatura 0,6

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Para melhor compreensão do coeficiente ᴪ, tome-se como exemplo uma


edificação na qual podem atuar as ações variáveis: sobrecarga, vento e variação de
temperatura. A probabilidade de que todas as solicitações acima ocorram
simultaneamente com seus valores mais altos é muito pequena. Aliás, já é pequena a
probabilidade de qualquer das solicitações acontecer em seu valor máximo.
Seria o caso de um edifício com todas as suas salas, corredores, etc., carregados
ao máximo, ou seja, lotados de gente ou de utensílios e ao mesmo tempo, estivesse
ventando com intensidade quase catastrófica, que é correspondente às cargas de
vento para dimensionamento de estruturas e ainda, sob temperatura extrema, que
seria um calor ou frio intenso. Quanto maior o número de ações temporárias
deferentes, menor se torna a possibilidade de que elas ocorram simultaneamente em
seus valores máximos.
O critério da NBR-8800 é supor que em um determinado momento uma das
ações variáveis ocorra em sua plenitude. Supondo que tal ação seja a sobrecarga, que
nesta condição é chamada pela NBR-8800 de ação preponderante. Para as demais
ações variáveis, vento e variação de temperatura, é suposto que apenas uma fração do
esforço ocorra concomitantemente, ou seja, atua a carga máxima multiplicada por um
fator de combinação redutor ᴪ. Para se obter a envoltória de esforços deve-se fazer
todas as combinações possíveis onde cada uma das ações variáveis deve ser testada
como ação que atua plenamente (ação preponderante), enquanto as demais atuam
reduzidas. Então, na segunda combinação o vento será a ação plena, enquanto as
demais aparecem reduzidas na combinação, e na terceira combinação a variação de
temperatura será a ação que atua de maneira plena. O maior esforço assim obtido será
o esforço de cálculo para o dimensionamento.

2.3. Exemplos

Exemplo 1:

Seja uma cobertura como a da figura 1, onde a barra AB está submetida às


seguintes cargas:
 Peso próprio da estrutura metálica = 20 kN;
 Peso próprio de telhas de barro = 35 kN;

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 Sobrecarga da talha = 40 kN;


 Sobrecarga de manutenção = 25 kN;
 Vento (que provoca sucção) = -50 kN;
 Esforço devido à variação de temperatura = ± 10 kN.
Convenciona-se aqui o sinal positivo para cargas de tração e negativo para
compressão.
Determinar a envoltória de esforços da barra AB.
Obs. Talha é equipamento de transporte vertical.

Figura 2.1 – Cobertura

Solução:

Considerando-se apenas as cargas devidas ao peso próprio da estrutura (cargas


permanentes), tem-se:
Sd = ∑( γ g G)
Sd = 1,3 (20) + 1,4 (35)

Onde:
Estrutura metálica = carga de pequena variabilidade ( γ g = 1,3);
Telha de barro = carga de grande variabilidade ( γ g = 1,4).

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As ações permanentes estarão sempre presentes em qualquer combinação de


esforços, fato que não ocorre necessariamente com as ações temporárias. Cada carga
temporária deve ser analisada como sendo plena, enquanto que as demais ações
temporárias concomitantes, são computadas de forma reduzida, através da
multiplicação pelo coeficiente ᴪ. Para cada ação temporária deve ser investigada, pelo
menos, uma hipótese de combinação de ações em que ela seja plena, enquanto que as
demais serão reduzidas pela multiplicação por ᴪ.

 Pesquisa do valor máximo de tração:


→ Considerando a sobrecarga da talha como ação preponderante (ação plena)
aplica-se a eq. 2.1:

n
Sd = [ ∑ ( γ g G) + γ q1 + ∑ (γ qjᴪ j Q j) ]
j=2

Sd = 1,3 (20) + 1,4 (35) + 1,5 (40) + 1,5 (0,65) (25) + 1,2 (0,6) (10)
Sd = 166,6 kN

→ Sobrecarga de manutenção como ação preponderante:


Sd = 1,3 (20) + 1,4 (35) + 1,5 (25) + 1,5 (0,65) (40) + 1,2 (0,6) (10)
Sd = 158,7 kN

→Esforço de tração devido à temperatura como ação preponderante:


Sd = 1,3 (20) + 1,4 (35) + 1,2 (10) + 1,5 (0,65) (40) + 1,5 (0,65) (25)
Sd = 150,4 kN

 Pesquisa do valor mínimo de compressão (ou máximo de tração):


Observe-se que a ação permanente, peso-próprio da estrutura, provoca tração
na barra AB. O coeficiente de ponderação γ é usado para cobrir erros na
determinação da carga, que podem acontecer para maior ou para menor. Quando
uma ação temporária provoca tração na barra AB, o resultado final será tração se
esta ação for maior do que a das cargas permanentes. Caso se busque o maior

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valor possível de tração (que é o mínimo de compressão) não se deve majorar o


esforço obtido para cargas permanentes. Os coeficientes de majoração tem por
finalidade obter um resultado maior do que o teórico. Se a ação permanente
(calculada teoricamente) for majorada por um coeficiente γ >1 e na realidade isto
não se confirmar, isto é, se a carga real for menor do que o valor majorado, estar-
se-á cometendo um erro contra a segurança, pois o valor de esforço de tração
assim obtido tende a ser menor do que o verdadeiro. Para evitar esse tipo de erro,
sempre que a ação temporária plena for de sentido (sinal) diferente da ação
permanente; esta será multiplicada pelos coeficientes γ g entre parêntesis da tabela
2.1. Como exemplo simples, pode-se pensar no arrancamento será o esforço de
vento multiplicado pelos coeficientes de ponderação (majorados) menos o peso da
estrutura sem majoração. É evidente que majorar o peso da edificação diminui o
valor máximo de tração no topo do pilar, que é crítico para que o telhado não seja
arrancado.

Algumas ações variáveis podem ter sentido diferente da ação preponderante e


sua inclusão na combinação significa que há uma ação temporária aliviando o
efeito da carga plena. Mas sendo uma ação temporária, pode não estar
acontecendo. Por isso, os esforços variáveis que aliviam o efeito desejado (ação
plena), isto é, cujos sinais sejam diferentes do da ação plena, não são computados.
Assim, tem-se:

→ Considerando a ação do vento como ação preponderante:


Sd = 1,0 (20) + 0,9 (35) + 1,4 (-50) + 1,2 (0,6) (-10)
Sd = -25,7 kN

→ Esforço de compressão devido à temperatura como ação preponderante:


Sd = 1,0 (20) + 0,9 (35) + 1,2 (-10) + 1,4 (0,6) (-50)
Sd = -2,5 kN
Concluindo: A envoltória de esforços de cálculo é definida pelos valores:
Compressão = -25,7 kN e de Tração = +166,6 kN ou
-25,7 kN ≤ Sd ≤ 166,6 kN

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Exemplo 2:
Seja o reservatório da figura 2.2, para o qual se deseja a envoltória dos esforços de
cálculo no topo das fundações (na placa de base):

Figura 2.2. Castelo d´água Figura 2.3. Esforços na fundação

Solução:
Peso próprio da estrutura = -40kN
Adotando como convenção o sinal negativo para compressão, teremos os
esforços de peso-próprio da estrutura em cada fundação (4 fundações):

−40,0
G= =−10,0 kN
4

A capacidade do reservatório é de 5.000 l que pesam 50kN, o que corresponde


ao esforço (sobrecarga) por apoio:

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−50,0
Qagua= =−12,5 kN
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Sendo a resultante dos esforços de vento uma carga de 8,0 kN aplicada a uma
altura de 10,0m, para uma base de 1,0m, teremos por apoio:

± 8,0 x 10,0 1
Qvento= x =± 40,0 kN
1,0 2

O sinal ± se deve ai vento poder soprar de qualquer direção, acarretando


compressão em dois pés e tração nos outros dois (conforme mostra a figura 2.3).
Duas alternativas devem ser discutidas aqui: a primeira é a busca do maior
valor de compressão no chumbador e a segunda o maior valor de tração. A razão da
busca de valores máximos de sentidos diferentes é o comportamento distinto do aço
para compressão (flambagem) e tração. Também, para a fundação, pois uma carga de
tração pode arrancar a fundação do terreno que tem um comportamento diferente
para o caso de compressão.

Analisando cada uma das cargas temporárias, uma por vez como sendo plena, temos:

 Para compressão
→ Aplicando a equação, tendo a sobrecarga devida ao líquido no reservatório como
carga plena analisada, vem:

Sd = (1,3 x (-10,0) ) + (1,5 x (-12,5) ) + (1,4 x 0,6 x (-40,0) ) = -65,35 kN

No caso presente estamos considerando que o reservatório esteja totalmente


carregado. O valor ᴪ = 0,6 corresponde à redução da carga de vento, que tem
probabilidade pequena de ocorrer em seu valor também máximo.

→ Tendo, agora, o vento como efeito predominante, isto é, considerando que o vento
atue com seu valor máximo possível (a carga atua plenamente):

Sd = (1,3 x (-10,0) ) + (1,4 x (-40,0) ) + (1,5 x 0,75 x (-12,5) ) = -83,06 kN

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Agora, ao fator ᴪ = 0,75 corresponde supor que o reservatório não esteja


totalmente cheio quando soprar o vento máximo.

 Para tração:
Para aliviar o peso próprio da estrutura (carga de compressão), para obtermos o
máximo valor de tração, devemos usar os coeficientes entre parêntesis da tabela 2.1,
minorando assim as solicitações permanentes.

→ Assim, para o esforço de vento que provoca tração, temos:

Sd = (1,0 x (-10,0) ) + (1,4 x (+40,0) ) = 46,0 kN

Concluindo: A envoltória de esforços de cálculo nos chumbadores é dada pelos


valores:

- máxima compressão: -83,06 kN

- máxima tração: 46,0 kN

Exemplo 3:

A cobertura da figura 2.4 está submetida às seguintes cargas:

- peso-próprio = 0,75 kN/m (vertical);

- peso-próprio da talha (pendurada em C) = 15,0 kN;

- capacidade da talha = 150,0 kN;

- vento frontal = -3,0 kN/m (de baixo para cima, perpendicular às telhas);

- vento de trás = 2,0 kN/m (de cima para baixo, perpendicular às telhas).

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Figura 2.4. Tesoura

Determinar a envoltória de esforços na barra AB.

Solução:

 Peso-próprio:

Sendo a carga de peso-próprio uma carga distribuída na treliça inteira, temos que
concentrá-la em pontos. A resposta (esforços internos) varia com a forma de
distribuição da carga nos nós da treliça. Aplicando nos nós inferiores, temos cargas de
valores diferentes atuando nos nós extremos (A e B) e nos nós intermediários (B, C e
D), pois difere também a área de abrangência, ou seja, muda a área da estrutura que
descarrega suas cargas nos nós, conforme mostra a figura 2.5:

- Nós A e E;

0,75 x 1,5
G 1= = 0,56 kN
2

-Nós B, C e D:

G2 = 0,75 x 1,5 = 1,13 kN


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Figura 2.5. Áreas de abrangência dos nós submetidos às cargas de peso-próprio

Para calcular o esforço na barra AB, usando o método de Ritter, traça-se uma
seção S, conforme a figura 2.6 e arbitra-se a carga F AB como sendo de tração. Fazendo
nulo o somatório dos momentos (equilíbrio) das forças à direita da seção, em torno do
nó G, lembrando que as forças FBG são concorrentes no nó G (portanto seus momentos
são nulos), temos:

Figura 2.6. Cargas de peso-próprio

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3
0 = G2 x (1,5 + 3,0) + G1 4,5 + FAB x ( x 1,5)
4

3
0 = 1,13 x (1,5 + 3,0) + 0,56 x 4,5 + FAB x ( x 1,5)
4

FAB = 6,76 kN

O sinal negativo indica que o sentido da carga FAB é inverso ao arbitrado, ou seja é,
de compressão.

 Vento
As cargas de vento são sempre normais á superfície onde incidem. Em uma
cobertura são normais à superfície das telhas. Concentrando as cargas nos nós da
corda superior e fazendo um raciocínio análogo ao das cargas de peso próprio,
teremos:

- comprimento da corda superior: l= √6,02 +1,52=6,18 m

→ Vento Frontal:

- Nós F e E:

1 6,18
Q1 = -3,0 x
2
x 4
= 2,32 kN

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Figura 2.7. Área de abrangência dos nós submetidos às cargas de vento

- Nós G, H e I:
6,18
Q2 = -3,0 x 4 = 4,64 kN

Figura 2.8. Carga de vento nos nós

→ Vento de trás:

- Nós F e E:

1 6,18
Q1 = 2,0 x
2
x 4
= 1,55 kN

- Nós G, H e I:
6,18
Q2 = 2,0 x 4 = 3,09 kN

Procedendo analogamente ao peso-próprio, lembrando que as cargas são


inclinadas, temos:

→ Vento frontal:

0=−4,64 x ( 6,184 +2 x 6,184 )−2,32 x (3 x 6,184 )+ F x ( 34 x 1,5 )


AB

FAB = -19,12 kN

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 Cargas provenientes da talha (carga de equipamento):

Fazendo o equilíbrio das cargas à direita (momentos em torno do nó G):

3
0=165,0 x 1,5+ F AB x ( x 1,5)
4

FAB = -220,0 kN

 Combinação de cargas (pesquisas) para máxima compressão:


n
Aplicando a equação Sd = ∑ ( γ g G) + γ q1 Q1 + ∑ ¿¿ )
j=2

as hipóteses de combinação de caras que produzem compressão na barra AB,


lembrando que os pesos-próprios da talha e da estrutura são de pequena
variabilidade, são:

a – peso-próprio da estrutura;

b – peso-próprio da estrutura + equipamento;

c - peso-próprio da estrutura + vento de trás;

d - peso-próprio da estrutura + equipamento + vento de trás;

É evidente que os maiores esforços serão obtidos com o maior número de


ações desfavoráveis, ou seja, hipótese d, que nos dá duas formas de combinações
(para compressão):

→ sobrecarga na talha como ação preponderante (plena):


FAB = 1,3 x (-6,76)+1,5 x (-220,0) + 1,4 x 0,6 x (-19,12) = - 354,85

→ vento de trás como ação preponderante (plena):

FAB = 1,3 x (-6,76) + 1,4 x (-19,12) + 1,5 x 0,65 x (-220,0) = -250,06 kN

 Para tração na barra AB:

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A talha é um equipamento móvel, isto é, pode não estar presente quando da ação
de outras cargas. Então, como suas cargas provocam esforços de compressão, não será
considerada para determinação dos esforços máximos de tração.

O peso-próprio da estrutura provoca compressão, isto é, alivia o efeito máximo de


tração, devendo, neste caso, ser minimizado, o que significa usar os coeficientes de
ponderação entre parênteses.

→ Peso-próprio + vento frontal

FAB = 1,0 x (-6,76) + 1,4 x (28,68) = 33,39 kN

Concluindo: então, na barra AB temos, a envoltória:

Máxima compressão = -354,85 kN

Máxima tração = 33,39 kN

Bibliografia

- Bresler, B.: Lyn, T. Y.; Scalzi, J. B. – Design of Steel Structures – Jonh Wiley – 1968.

- Pfeil, W.; Pfeil, M. – Estruturas de aço – Dimensionamento Prático – Livros Técnicos e


Científicos – Rio de Janeiro – 1995.

- Carqueja, M. – Notas de Aula – UFSC – Florianópolis – 2004.

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