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12/08/2012

Universidade Regional do Noroeste do Estado


do Rio Grande do Sul
Departamento de Ciências Exatas
e Engenharias – DCEEng
Curso de Engenharia Civil

Estruturas de Madeira

Unidade 2
AÇÕES E SEGURANÇA EM PROJETOS
DE MADEIRA
Profº MSc. Paulo Cesar Rodrigues

Estruturas de Madeira Profº Paulo Cesar Rodrigues

2.1. Método das tensões admissíveis

 Norma antiga, versão 1982:

σ rup
σ máx ≤ σ adm =
γs

onde:
σmáx = tensão máxima atuante;
σadm = tensão admissível;
σrup = tensão de ruptura (obtida em ensaios);
γs = coeficiente de segurança com determinação
empírica
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2.2. Método dos Estados Limites

 Atual norma: “Projeto de Estruturas de Madeiras” NBR


7190/1997;

 Estados limites. Segundo a NBR 7190/1997: são os estados


a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho
inadequados às finalidades da construção;

 Classificam-se em duas categorias:


 Estados limites últimos;
 Estados limites de utilização.

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2.2. Método dos Estados Limites

2.2.1. Estado Limite Último


São os estados correspondentes ao esgotamento da capacidade
portante da estrutura; sua ocorrência determinam a paralisação, no todo
ou em parte, do uso da construção.
Usualmente são caracterizados por:
 perda de equilíbrio da estrutura, global ou parcial;
 ruptura ou deformação plástica excessiva do material;
 transformação da estrutura, no todo ou em parte, em um sistema
hipostático;
 instabilidade por deformação;
 instabilidade dinâmica (ressonância).

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2.2. Método dos Estados Limites

2.2.2. Estado Limite de Utilização


São os estados correspondentes à interrupção do uso normal da
construção.
Usualmente são caracterizados por:
 Deformações excessivas, que:
 afetem a utilização normal da construção;
 comprometam seu aspecto estético;
 prejudiquem o funcionamento de equipamentos ou instalações;
 causem danos aos materiais de acabamento ou às partes não
estruturais da construção.
 Vibrações de amplitude excessiva, que;
 causem desconforto aos moradores;
 causem danos à própria construção;
 Prejudicar o funcionamento de equipamentos sensíveis.
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2.3. Condição de Segurança

 NBR 7190/1997 – item 4.3: a segurança em relação a


possíveis estados limites pode ser expressa por:

S d ≤ Rd

onde:
Sd (ou σd) = solicitação de cálculo;
Rd (ou fd) = resistência de cálculo.

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2.4. Ações e tipos de ações

 Ações:
As ações são as causas que provocam o aparecimento de esforços ou
deformações nas estruturas (NBR 8681/1984 – item 3.4).
 Tipos de ações: as ações podem ser de três tipos:
 Permanentes (g): são aquelas que apresentam pequena variação
durante praticamente toda a vida da construção.
 Variáveis (q): são aquelas que apresentam variação significativa
durante a vida da construção.
 Excepcionais: são aquelas que apresentam duração extremamente
curta, e com baixa probabilidade de ocorrência, durante a vida da
construção.

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2.5. Tipos de carregamentos

 Carregamento: é um conjunto de ações com probabilidade de ocorrência


simultânea determina vários casos de carregamento, dependendo das
diferentes formas de combinações destas ações.

 Carregamento do projeto: o caso mais desfavorável será adotado como


carregamento de projeto.

 Tipos de carregamentos:
 normal;
 especial ou de construção;
 especial

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2.5. Tipos de carregamentos

 Carregamento normal: quando inclui somente as ações decorrentes do


uso previsto para a construção. Exemplos: peso, sobrecarga, vento,...
 Carregamento especial: quando inclui ações variáveis de natureza ou
intensidade especiais, cujos efeitos sejam preponderantes aos
produzidos pelo carregamento normal. Exemplo: área de estocagem de
um supermercado; carregamento provocado pelo transporte de um
equipamento especial (turbina) sobre uma ponte.
 Carregamento excepcional: quando inclui ações excepcionais e cujos
efeitos podem ser catastróficos. Exemplo: queda de um avião em uma
usina nuclear, ação de um terremoto, ...
 Carregamento de construção: cessa com a conclusão da obra sendo
portanto de caráter transitório. Exemplos: peças protendidas, estacas,...

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2.6. Classes de carregamentos

 NBR 7190/1997 considera as classes de carregamento indicadas na


tabela a seguir. Referem-se ao tempo acumulado da ação variável
tomada como principal na combinação considerada sobre a estrutura em
estudo.

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2.7. Combinações de ações

As combinações de ações empregam coeficientes diferentes, conforme


a probabilidade de ocorrência durante a vida da estrutura. São diferentes
os carregamentos a serem empregados na verificação do estado limite
último e de utilização.
2.7.1. Combinações para os estados limites últimos
 Combinações últimas normais;
 Combinações últimas especiais e de construção;
 Combinações últimas excepcionais.
2.7.2. Combinações para os estados limites de utilização
 Combinação de longa duração;
 Combinação de média duração;
 Combinação de curta duração;
 Combinação de duração instantânea.
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2.7.1. Combinações de ações para os


estados limites

a.) Combinações últimas normais:

m n
Fd = ∑γ
i =1
gi ⋅ Fgi,k + γ Q ⋅ FQ1,k + γ Q ⋅ ∑ψ
j =2
oj ⋅FQj ,k

onde: γgi = coeficiente de majoração para as ações permanentes;


γQ = coeficiente de majoração para as ações variáveis;
Fgi,k = ações permanentes;
FQ1,k = ação variável principal;
FQj,k = demais ações variáveis (secundárias);
ψoj = fator de combinação e de utilização.

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2.7.1. Combinações de ações para os


estados limites

Na combinação normal:

m n
Fd = ∑γ
i =1
gi ⋅ Fgi,k + γ Q ⋅ FQ1,k + γ Q ⋅ ∑ψ
j =2
oj ⋅FQj , k

As combinações normais são consideradas pela NBR 7190/1997 como


carregamentos de longa duração, e a ação combinada deve se comparada
à resistência de cálculo de projeto associada a uma carga de longa
duração. Como o vento em edificações, forças de impacto e forças de
frenagem são ações de curta duração, nas combinações normais em que
estas ações variáveis forem consideradas principais (FQ1,k), seus valores
devem ser reduzidos, multiplicando-os pelo fator de 0,75.

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2.7.1. Combinações de ações para os


estados limites

b.) Combinações últimas especiais ou de construção:

m n
Fd = ∑γ
i =1
gi ⋅ Fgi ,k + γ Q ⋅ FQ1, k + γ Q ⋅ ∑ψ
j =2
oj ,ef ⋅FQj ,k

onde: γgi = coeficiente de majoração para as ações permanentes;


γQ = coeficiente de majoração para as ações variáveis;
Fgi,k = ações permanentes;
FQ1,k = ação variável principal;
FQj,k = demais ações variáveis (secundárias);
ψoj,ef = fator de combinação e de utilização.
Observação: ψoj,ef = ψoj , salvo quando a ação variável principal FQ1,k tenha
um tempo de atuação muito pequeno, neste caso ψoj,ef = ψ2j .
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2.7.1. Combinações de ações para os


estados limites

c.) Combinações últimas excepcionais:


m n
Fd = ∑γ
i =1
gi ⋅ Fgi,k + FQ ,exc + γ Q ⋅ ∑ψ
j =1
oj ,ef ⋅FQj , k

onde: γgi = coeficiente de majoração para as ações permanentes;


γQ = coeficiente de majoração para as ações variáveis;
Fgi,k = ações permanentes;
FQ,exc = ação excepcional;
FQj,k = demais ações variáveis (secundárias);
ψoj,ef = fator de combinação e de utilização.

Observação: ψoj,ef = ψoj , salvo quando a ação variável principal FQ1,k tenha
um tempo de atuação muito pequeno, neste caso ψoj,ef = ψ2j .
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Coeficientes para as combinações


de ações para os estados limites

 Coeficiente γg para as ações permanentes:

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Coeficientes para as combinações


de ações para os estados limites

 Coeficientes de ponderação γε:

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Coeficientes para as combinações


de ações para os estados limites

 Coeficientes de ponderação γQ:

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Coeficientes para as combinações


de ações para os estados limites

 Fatores de combinação e de utilização:

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2.7.2. Combinações para os estados


limites de utilização

a.) Combinações de longa duração:

m n
Fd = ∑F
i =1
gi , k + ∑ψ
j =1
2j ⋅FQj , k

onde: Fgi,k = ações permanentes;


FQj,k = ações variáveis;
ψ2j = fator de combinação e de utilização.

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2.7.2. Combinações para os estados


limites de utilização

b.) Combinações de média duração:

m n
Fd = ∑F
i =1
gi , k + ψ 1 ⋅ FQ1,k + ∑ψ
j =2
2j ⋅FQj , k

onde: Fgi,k = ações permanentes;


FQj,k = ações variáveis;
ψ2j = fator de combinação e de utilização.

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2.7.2. Combinações para os estados


limites de utilização

c.) Combinações de curta duração:

m n
Fd = ∑
i =1
Fgi ,k + FQ1,k + ∑ψ
j =2
1j ⋅FQj , k

onde: Fgi,k = ações permanentes;


FQj,k = ações variáveis;
ψ2j = fator de combinação e de utilização.

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2.7.2. Combinações para os estados


limites de utilização

d.) Combinações de duração instantânea:

m n
Fd = ∑ i =1
Fgi,k + FQ ,esp + ∑ψ
j =1
2j ⋅FQj ,k

onde: Fgi,k = ações permanentes;


FQj,k = ações variáveis;
ψ2j = fator de combinação e de utilização.

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2.8. Caso de construções correntes com duas


ações acidentais de natureza diferente

NBR 7190/1997 item 7.1.2 e 7.1.3, as combinações de carregamento


podem ser feitas pelas seguintes expressões:
1º caso: carga permanente + ação variável principal Qk (sobrecarga) +
ação variável secundária Wk (vento)

m
Fd = ∑γ
i =1
gi ⋅ Gi , k + γ Q ⋅ Qk + γ Q ⋅ψ ow ⋅ Wk

onde: γgi = coeficiente de ponderação (ação permanente);


γQ = coeficiente de ponderação (ação variável);
Gi,k = ações permanentes;
Qk = ação variável principal;
Wk = ação do vento (secundária);
ψow = fator de combinação e de utilização. 24

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2.8. Caso de construções correntes com duas


ações acidentais de natureza diferente

2º caso: carga permanente + ação variável principal Wk (vento) +


ação variável secundária Qk (sobrecarga)
m
Fd = ∑γ
i =1
gi ⋅ Gi ,k + γ Q ⋅ 0,75 ⋅ Wk + γ Q ⋅ψ oQ ⋅ Qk

Ação do vento é tomado como ação principal, tem seu efeito reduzido
para 75% do total encontrado
onde: γgi = coeficiente de ponderação (ação permanente);
γQ = coeficiente de ponderação (ação variável);
Gi,k = ações permanentes;
Qk = ação variável principal;
Wk = ação do vento (secundária);
ψow = fator de combinação e de utilização.

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Exercícios:

1) Em uma treliça de cobertura em madeira está sujeita aos seguintes


carregamentos verticais distribuídos por unidade de comprimento:
Peso próprio estrutura + elementos de fixação; G=0,90 kN/m
Carga acidental (sobrecarga): Q=2,0 kN/m
Vento (sobrepressão): V1=1,2 kN/m
Vento (sucção): V2=-1,7 kN/m
Calcular todas as ações combinadas de cálculo para o projeto no
estado limite de acordo com a NBR 7190/1997.

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Exercícios:

2) Uma barra bi-apoiada de madeira de comprimento ℓ , apresenta os


esforços característicos listados a seguir. Sabendo-se que o
carregamento é de longa duração e as cargas permanentes são de
pequena variabilidade. Determine o esforço máximo na barra.
Esforços na barra (valores positivo indicam tração):
Ação permanente = 25 kN;
Ação de sobrecarga = 15 kN
Ação do vento = 5 kN

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Exercícios:

3) Determinada barra de uma tesoura, de um telhado convencional de


madeira, apresenta os esforços listados a seguir. Sabendo-se que o
carregamento é de longa duração, as cargas permanentes são de
grande variabilidade, e, em princípio, não se sabe qual é ação
variável principal, pede-se:
a.) o esforço de cálculo máximo de compressão na barra;
b.) o esforço máximo de tração na barra.
Esforços nas barras (valores negativos indicam compressão, positivos
tração);
Peso próprio (telhas, estrutura e elementos de ligação) = -16,4 kN
Peso de água absorvido pelas telhas = -2,1 kN
Vento de pressão = -14,9 kN
Vento de sucção = 0,9 kN
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