Você está na página 1de 7

3.

2- TIPOS DE AÇÕES

Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as


ações que possam produzir efeitos significativos para estrutura, levando-se
em conta os estados-limites últimos e de serviço.
As ações a considerar classificam-se de acordo com a ABNT NBBR
8800, em:
- Permanentes
- Variáveis
- Excepcionais

3.2.1- AÇÕES PERMANENTES


- Valores praticamente constantes durante toda a vida útil da
construção.
- Ações que crescem com tempo, tendendo a um valor limite
constante.
Podem ser:
a) Diretas
b) Indiretas

a) AÇÕES PERMANENTES DIRETAS


- Peso próprio da estrutura
- Peso próprio dos elementos construtivos fixos e instalações
permanentes
Pesos específicos de materiais (ABNT NBR 6120: Cargas para o
cálculo de estruturas de edificações)

b) AÇÕES PERMANENTES INDIRETAS


- Deformações por retração e fluência do concreto (ABNT NBR 6118)
- Deslocamentos de apoios (Recalques nos apoios)
- Imperfeições geométricas

3.2.2- AÇÕES VARIÁVEIS


Apresentam variações significativas durante a vida útil da
construção.
- Uso e ocupação da edificação (Anexo B)
- Sobrecargas em pisos e coberturas
- Equipamentos e divisórias móveis
- Pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas
- Ação do vento
- Variação de temperatura
- Choques e vibrações
- Fadiga (Anexo K)
Prof. Edson T. Calderón Estruturas Metálicas
NBR 6120: Cargas para cálculo de estruturas de edificações
NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações
NBR 7188: Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de
pedestres

3.2.3- AÇÕES EXCEPCIONAIS

Tem duração extremamente curta e probabilidade muito baixa de


ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser
consideradas nos projetos de determinadas estruturas.
- Explosões
- Choques de veículos
- Incêndios
- Enchentes
- Sismos excepcionais

3.3- VALORES DAS AÇÕES

3.3.1- VALORES CARACTERISTICOS

São estabelecidos em função da variabilidade de suas intensidades.

a) Ações permanentes: Fgk

b) Ações variáveis: Fqk

3.3.2- VALORES CARACTERÍSTICOS NOMINAIS: Fn

Substituem os valores característicos.


São escolhidos de modo a assegurar o nível de exigência da norma
em questão.

3.3.3- VALORES REPRESENTATIVOS: Fr

Podem ser:
a) Valores característicos ou valores característicos nominais
b) Valores convencionais excepcionais
- Valores arbitrados para as ações excepcionais
c) Valores reduzidos
- Para os E. L. U.  ψ0 Fk
- Para os E. L. S.  ψ1 Fk
 ψ 2 Fk
Prof. Edson T. Calderón Estruturas Metálicas
3.3.4- VALORES DE CÁLCULO: Fd

São obtidos a partir de:  Fd=Fr  f


Sendo f o coeficiente de ponderação dado por:

 f   f1 f 2  f 3
 f1 – variabilidade das ações
 f2 – simultaneidade de atuação das ações
 f3 – possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações

a) COEFICIENTES NOS E. L. U.

 f 1  f 3   g ou  q (Tabela 1)
 f 2  ψ2 (Tabela 2)
ψ2 - Fator de combinação

b) COEFICIENTES NOS E. L. S.

 f 1

Nas combinações de ações de serviço são usados os fatores de


redução:

ψ1 e ψ2 (Tabela 2)

3.4- COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm


probabilidades não desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a
estrutura, durante um período estabelecido.

As combinações das ações devem ser feitas para:

Determinar os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura


Verificar os E. L. U. e os E. L. S.

Prof. Edson T. Calderón Estruturas Metálicas


3.4.1- COMBINAÇÕES ÚLTIMAS

a) Normais

b) Especiais

c) De construção

d) Excepcionais

a) NORMAIS

Verificação das condições de segurança em relação a todos os


estados-limites aplicáveis.

m n
Fd   ( gi FGi ,k )   q1 FQ1,k   ( qj  0 j FQj ,k )
i 1 j 2

FGi , k  valores caracterís ticos das ações permanente s


FQ1, k  valor caracterís tico da ação variável considerad a principal
FQj ,k  valores característicos das ações variáveis que podem atuar
concomitan temente com a ação variável principal

b) ESPECIAIS

Decorrem da atuação de ações variáveis de natureza ou intensidade


especial, cujos efeitos superam em intensidade às combinações normais.
Os carregamentos especiais são transitórios, com duração muito
pequena em relação ao período de vida útil da estrutura.

m n
Fd   ( gi FGi ,k )   q1 FQ1,k   ( qj  0 j ,ef FQj ,k )
i 1 j 2

FQ1,k  valor caracterís tico da ação variável especial


 0 j ,ef  fatores de combinação efetivos de cada uma das variáveis que
podem atuar concomitantemente com a ação variável especial FQ1

Prof. Edson T. Calderón Estruturas Metálicas


c) DE CONSTRUÇÃO

Devem ser levadas em conta nas estruturas em que haja riscos de


ocorrência de estados-limites últimos, já durante a fase de construção.
O carregamento de construção é transitório e sua duração deve ser
definida em cada caso particular.

m n
Fd   ( gi FGi ,k )   q1 FQ1,k   ( qj  0 j ,ef FQj ,k )
i 1 j 2

FQ1,k  valor característico da ação variável considerad a principal


para a situação transitór ia considerad a

d) EXCEPCIONAIS

Decorrem da atuação de ações excepcionais que podem provocar


efeitos catastróficos.
O carregamento excepcional é transitório, com duração
extremamente curta.
Somente devem ser consideradas no projeto de estrutura de
determinados tipos de construção, nos quais essas ações não possam ser
desprezadas e que, além disso, na concepção estrutural, não possam ser
tomadas medidas que anulem ou atenuem a gravidade das consequências
dos seus efeitos.

m n
Fd   ( gi FGi, k )  FQ ,exc   ( qj  0 j ,ef FQj ,k )
i 1 j 1

FQ ,exc  valor da ação transitóri a excepciona l

3.4.2- COMBINAÇÕES DE SERVIÇO

a) Quase permanentes

b) Frequentes

c) Raras

Prof. Edson T. Calderón Estruturas Metálicas


a) QUASE PERMANENTES

Podem atuar durante grande período de vida da estrutura, da ordem


da metade desse período. Essas combinações são utilizadas para os
efeitos de longa duração e para a aparência da construção

m n
Fser   FGi ,k   ( 2 j FQj ,k )
i 1 j 1

b) FREQUENTES

São aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida


da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração
total igual a uma parte não desprezável desse período, da ordem de 5%.
Essas combinações são utilizadas os estados-limites reversíveis,
Istoé, que não causam danos permanentes à estrutura ou a outros
componentes da construção, incluindo os relacionados ao conforto dos
usuários e ao funcionamento de equipamentos.

m n
Fser   FGi ,k   1 FQ1,k   ( 2 j FQj ,k )
i 1 j 2

c) RARAS

São aquelas que podem atuar no máximo algumas horas durante o


período de vida da estrutura.
São utilizadas para estados-limites irreversíveis, isto é, que causam
danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da construção.

m n
Fser   FGi ,k  FQ1,k   ( 1 j FQj ,k )
i 1 j 2

4- RESISTÊNCIAS

4.1- VALORES DAS RESISTÊNCIAS

a) Valores característicos e nominais

b) Valores de cálculo

Prof. Edson T. Calderón Estruturas Metálicas


a) VALORES CARACTERÍSTICOS E NOMINAIS

São aqueles que, em um lote de material, tem apenas 5% de


probabilidade de não serem atingidos.
O valor característico pode ser substituído pelo valor nominal.

b) VALORES DE CÁLCULO

fd 
fk  m   m1  m 2  m 3
m

f d  resistência de cálculo de um material


f k  resistência característica ou nominal
 m  coeficiente de ponderação da resistência
 m1  considera a variabilidade da resistênci a dos
materiais envolvidos
 m 2  considera a diferênça entre a resistênci a do
material no corpo de prova e na estrutura
 m 3  considera os desvios gerados na construção e as
aproximaçõ es feitas em projeto do ponto de
vista das resistênci as

4.2- COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS

a) NO ESTADO-LIMITE ÚLTIMO (E. L. U.)

 a  aço estrutural 
 
 m   c  concreto   Tabela 3
  aço das armaduras
 s 
  escoamento, flambagem e instabilidade
a   a
 a  ruptura
b) NO ESTADO-LIMITE DE SERVIÇO (E. L. S.)

 m  1,0
Prof. Edson T. Calderón Estruturas Metálicas

Você também pode gostar