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• prejudiquem o funcionamento de equipamentos ou instalações;
• causem danos aos materiais de acabamento ou às partes não estruturais da
construção.
Vibrações de amplitude excessiva, que;
• causem desconforto aos usuários;
• causem danos à construção ou seu conteúdo.
1.1.2. CONDIÇÃO DE SEGURANÇA
A segurança em relação a possíveis estados limites pode ser expressa por (NBR
7190/1997 – item 4.3):
Sd ≦ R d
Onde:
Sd = solicitação de cálculo;
Rd = resistência de cálculo.
1.2. SOLICITAÇÕES DE CÁLCULO
1.2.1- AÇÕES
As solicitações de cálculo são definidas pelas ações. Ações, segundo a ABNT (1984),
são as causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas (NBR 8681/1984 – item
3.4).
As ações podem ser de três tipos:
Permanentes: são aquelas que apresentam pequena variação durante
praticamente toda a vida da construção.
Variáveis: ao contrário das ações permanentes as ações variáveis apresentam
variação significativa durante a vida da construção.
Excepcionais: são aquelas que apresentam duração extremamente curta, e com
baixa probabilidade de ocorrência, durante a vida da construção.
Durante o cálculo de estruturas deve-se fazer uma combinação das ações, com a
aplicação de coeficientes sobre cada uma delas, para levar em conta a probabilidade de
ocorrência simultânea.
A combinação das ações deve ser feita de modo a se conseguirem as situações mais
críticas para a estrutura.
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a) Classes de carregamento
Um carregamento, segundo a ABNT (1997), é especificado pelo conjunto de ações que
tem probabilidade não desprezível de atuação simultânea (NBR 7190/1997 – item 5.1.4).
Conforme a duração da atuação simultânea das ações pode-se definir uma classe para o
carregamento.
As classes de carregamento de qualquer combinação de ações são definidas pela
duração acumulada prevista para a ação variável tomada como principal na combinação.
As classes de carregamento estão especificadas na tabela 05.
b) Carregamentos
Conforme o tipo de ações envolvidas no carregamento pode-se subdividir os
carregamentos em: normal, especial, excepcional e de construção.
• Carregamento normal
Um carregamento normal inclui apenas as ações decorrentes do uso previsto para a
construção, é considerado de longa duração e deve ser verificado nos estados limites último e
de utilização. As eventuais ações de curta ou média duração, contidas no carregamento
normal, terão reduzidos seus valores atuantes (NBR 7190/1997 – item 5.2.1).
No caso de um telhado, por exemplo, o carregamento normal incluiria a ação permanente
devidas ao peso próprio da estrutura e das telhas e as ações variáveis correspondentes ao
peso da água embebida pelas telhas e à ação do vento.
No caso de uma ponte, o carregamento normal incluiria a ação permanente devida ao
peso da estrutura e as ações variáveis devidas ao trem-tipo e ao impacto vertical.
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• Carregamento especial
Um carregamento especial inclui as ações variáveis de natureza ou intensidade especiais,
cujos efeitos superem em intensidade os efeitos produzidos pelas ações consideradas no
carregamento normal (NBR 7190/1997 – item 5.2.2).
Um exemplo típico é o carregamento provocado pelo transporte de um equipamento
especial (como uma turbina para uma hidroelétrica) sobre uma ponte, cujo efeito supere o
carregamento normal produzido pelo trem-tipo considerado no dimensionamento da ponte.
A classe de carregamento é definida pela duração acumulada prevista para a ação
variável especial.
• Carregamento excepcional
Na existência de ações com efeitos catastróficos, o carregamento é definido como
excepcional, e corresponde à classe de carregamento de duração instantânea (NBR
7190/1997 – item 5.2.3).
Um exemplo típico, normalmente considerado no projeto de uma usina nuclear, é o efeito
provocado pela queda de um avião. Outro exemplo é a ação de um terremoto.
• Carregamento de construção
Um carregamento de construção é transitório e deve ser definido em cada situação
particular onde exista risco de ocorrência de estados limites últimos durante a construção
(NBR 7190/1997 – item 5.2.4). Erguer e posicionar uma treliça pré-fabricada, para a
montagem de uma cobertura, é um exemplo típico deste tipo de carregamento.
A classe de carregamento é definida pela duração acumulada da situação de risco.
c) Situações de projeto
São três as situações de projeto, que segundo a ABNT (1997) devem ser consideradas:
duradouras, transitórias e excepcionais.
• Situações duradouras
Nas situações duradouras, que podem ter duração igual ao período de referência da estrutura,
devem ser verificados os estados limites últimos e de utilização e devem ser consideradas em
todos os projetos (NBR 7190/1997 – 5.3.2).
Nas verificações de segurança a estados limites últimas consideram-se combinações
normais de carregamento, enquanto que nas de estados limites de utilização consideram-se
combinações de longa ou média duração.
• Situações transitórias
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Quando a duração for muito menor que o período de vida da construção tem-se uma
situação transitória (NBR 7190/1997 – item 5.3.3).
As situações transitórias são consideradas somente se existir um carregamento especial,
que deve ser explicitamente especificado para o projeto da construção, e na maioria dos
casos pode-se verificar apenas estados limites últimos.
Caso seja necessária a verificação dos estados limites de utilização, ela deve ser feita
considerando combinações de média (combinações especiais) ou curta duração
(combinações raras).
• Situações excepcionais
As situações com duração extremamente curta são consideradas excepcionais e
verificadas apenas quanto aos estados limites últimos (NBR 7190/1997 – item 5.3.4).
As situações excepcionais devem ser explicitamente especificadas para o projeto de
construções em que haja necessidade dessa consideração.
1.2.2. COMBINAÇÕES DE AÇÕES, EM ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
a) Combinações últimas normais
No caso de combinações, para verificação de estados limites últimos causados por um
carregamento normal, segundo a ABNT (1997), as ações variáveis, afetadas pelo coeficiente
de ponderação γQ, são divididas em dois grupos, as principais (FQ1,k) e as secundárias (FQj,k)
com seus valores reduzidos pelo coeficiente ψ0j, que considera a baixa probabilidade de
ocorrência simultânea das ações variáveis.
Para as ações permanentes (Fgi,k) , com a aplicação adequada do coeficiente de
ponderação γg, devem ser feitas duas verificações: a favorável, na qual as cargas
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OBSERVAÇÃO: Para considerar a maior resistência da madeira às cargas de curta
duração as ações variáveis FQ1,k e/ou FQj,k deverão ser reduzidas pelos fatores apresentados
na tabela 06.
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b) Combinações últimas especiais ou de construção
No caso de combinações, para verificação de estados limites últimos causados por um
carregamento especial ou de construção, segundo a ABNT (1997), a combinação é a mesma
utilizada para o carregamento normal, com ψ0j,ef = ψ0j, salvo quando ação variável principal
FQ1 tenha um tempo de atuação muito pequeno, neste caso ψ0j,ef = ψ2j.
Assim, para este caso, a ação, ou solicitação, de cálculo (Fd) é obtida utilizando-se a
seguinte expressão (NBR 7190/1997 – item 5.7.2):
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c) Combinações últimas excepcionais
No caso de combinações, para verificação de estados limites últimos causados por um
carregamento excepcional, segundo a ABNT (1997), não se aplica o coeficiente de
ponderação γQ à ação excepcional e se mantém o coeficiente ψ0j,ef definido para as
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b) Combinações de média duração
Utiliza-se esta combinação no caso de existirem materiais frágeis, não estruturais,
ligados à estrutura. Nestas condições a ação variável principal atua com valores de média
duração e as demais com os valores de longa duração (NBR 7190/1997 – item 5.8.2).
de duração instantânea. As demais ações variáveis, na falta de outro critério, podem ser
consideradas agindo com seus valores referentes a combinações de longa duração (NBR
7190/1997 – item 5.8.4).
REFERÊNCIA
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 7190/1997 – Projeto de Estruturas de
Madeira, Rio de Janeiro
MOLITERNO, A. Projeto de Estruturas de Telhados em Estruturas de Madeira, Editora Edgar Blücher
Ltda., São Paulo, 1980
PFEIL, W., & PFEIL, M. Estruturas de Madeira. Livros Técnicos e Científicos S.A., Rio de Janeiro,
2003.