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ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA

Engenharia Civil

CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA PROJETOS


INTRODUÇÃO
A norma brasileira para projeto de estruturas de madeira
especifica que um projeto é composto por memorial
justificativo, desenhos e, também por plano de execução
quando há particularidades do projeto que interfiram na
construção
O memorial justificativo deve conter os seguintes
elementos:
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CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA PROJETOS


• Descrição do arranjo global tridimensional da estrutura.
• Esquemas adotados na análise dos elementos estruturais e
identificação de suas peças.
• Análise estrutural.
• Propriedades dos materiais.
• Dimensionamento e detalhamento esquemático das peças
estruturais.
• Dimensionamento e detalhamento esquemático das emendas,
uniões e ligações.
• Os desenhos de acordo com o anexo A da NBR 7190:1997.
• Deve ser mantida coerência de nomenclatura entre o memorial
justificativo, os desenhos e as relações entre os cálculos e
detalhamentos.
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HIPÓTESES BÁSICAS DE SEGURANÇA

Estados limites
São os estados assumidos pela estrutura, a partir dos quais
apresenta desempenhos inadequados às finalidades da
construção.
Estados limites últimos
Estados que por sua simples ocorrência determinam a
paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção.
Estados limites de utilização
Estados que por sua ocorrência, repetição ou duração, causam
efeitos estruturais que não respeitam as condições
especificadas para o uso normal da construção, ou que são
indícios de comprometimento da durabilidade da construção.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA PROJETOS


Ações
A norma brasileira NBR 8681 (Ações e segurança nas
estruturas) define ações como as causas que provocam
esforços ou deformações nas estruturas. As ações podem
ser de três tipos:
a) Ações permanentes: são aquelas que apresentam pequena
variação durante praticamente toda a vida da construção.
b) Ações variáveis: ao contrário das ações permanentes as
ações variáveis apresentam variação significativa durante a vida
da construção.
c) Ações excepcionais: são aquelas que apresentam duração
extremamente curta, e com baixa probabilidade de ocorrência,
durante a vida da construção.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA PROJETOS


Ações
Para a elaboração dos projetos, as ações devem ser
combinadas, com a aplicação de coeficientes sobre cada uma
delas, para levar em conta a probabilidade de ocorrência
simultânea. A aplicação das ações deve ser feita de modo a se
conseguirem as situações mais críticas para a estrutura.
A fim de levar em conta o bom comportamento estrutural da
madeira para cargas de curta duração, na verificação da
segurança em relação a estados limites últimos, pode-se fazer
uma redução de 25% sobre as solicitações.
No caso da verificação de peças metálicas, inclusive nos
elementos de ligação, deve ser considerada a totalidade dos
esforços devidos à ação do vento.
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Ações
Classes de carregamento
As classes de carregamento de qualquer combinação de ações é
definida pela duração acumulada prevista para a ação variável tomada
como principal na combinação. As classe de carregamento estão
especificadas na tabela abaixo.
TABELA - Classes de carregamento (Fonte: NBR 7190:1997)
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Ações
Carregamentos
Carregamento normal
Um carregamento é normal quando inclui apenas as ações
decorrentes do uso previsto para a construção, é considerado
de longa duração e deve ser verificado nos estados limites
último e de utilização.
Como exemplo podemos citar para coberturas a consideração
do peso próprio e do vento e para pontes o peso próprio junto
com o trem-tipo.
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Ações
Carregamento especial
Neste carregamento estão incluídas as ações variáveis de
natureza ou intensidade especiais, superando os efeitos
considerados para um carregamento normal. Como por exemplo
o transporte de um equipamento especial sobre uma ponte, que
supere o carregamento do trem-tipo considerado.
A classe de carregamento é definida pela duração acumulada
prevista para a ação variável especial.
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Ações
Carregamento excepcional
Na existência de ações com efeitos catastróficos o
carregamento é definido como excepcional, e corresponde à
classe de carregamento de duração instantânea. Como exemplo
temos a ação de um terremoto.

Carregamento de construção
Outro caso particular de carregamento é o de construção,
onde os procedimentos de construção podem levar a estados
limites últimos, como por exemplo o içamento de uma treliça.
Determina-se a classe de carregamento pela duração
acumulada da situação de risco.
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Situações de projeto
São três as situações de projeto que podem ser
consideradas: duradouras, transitórias e excepcionais.
Nas situações duradouras são verificados os estados
limites últimos e de utilização, devem ser consideradas em
todos os projetos e têm a duração igual ao período de
referência da estrutura. Para os estados limites últimos
consideram-se as combinações normais de carregamento
enquanto que para os estados limites de utilização devem
ser verificadas as combinações de longa ou média duração.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA PROJETOS

Quando a duração for muito menor que o período de vida da


construção tem-se uma situação transitória.
Deve ser verificada quando existir um carregamento especial
para a construção e na maioria dos casos pode-se verificar
apenas estados limites últimos. Caso seja necessária a
verificação dos estados limites de utilização, ela deve ser
feita com combinações de média ou curta duração.
As situações com duração extremamente curta são
consideradas excepcionais e somente são verificadas para os
estados limites últimos.
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Combinações de ações
Combinações últimas normais

Fd = ΣγgiFgi,k + γq(Fq1,k +Σψ0jFqj,k)


.
Onde:
Fd: é a ação resultante, calculada no ELU;
𝛾gi: é o coeficiente de majoração das ações permanentes (tabela
1);
𝛾q: é o coeficiente de majoração das ações vaiáveis (tabela 1);
Fgi,k: representa o valor característico das ações permanentes;
Fq1,k: representa o valor característico da ações variável
considerada como principal;
ψ0j.Fqj,k: representa os valores reduzidos de combinação das
demais ações variáveis.
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Combinação de Ações
Combinações últimas especiais ou de construção
Fd = ΣγgiFgi,k + γq(Fq1,k +Σψ0j,efFqj,k)

Onde:
• Fd: é a ação resultante, calculada no ELU;
• 𝛾gi: é o coeficiente de majoração das ações permanentes, tabela 1;
• 𝛾q: é o coeficiente de majoração das ações vaiáveis, tabela 1;
• Fgi,k: representa o valor característico das ações permanentes;
• Fq1,k: representa o valor característico da ações variável
considerada como principal para a situação transitória;
• Fqj,k: representa os valores das demais ações variáveis;
• ψ0j,ef: é o fator de combinação (ψ0j,ef =ψ0j nas combinações
normais ou ψ0j,ef = ψ2j quando a ação principal Fq1 tiver um tempo
de atuação muito pequeno), tabela 2.
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Combinação de Ações
Combinações últimas excepcionais
Fd = ΣγgiFqi,k + Fq,exc + γqΣψ0j,efFqj,k
Onde:
Fd: é a ação resultante, calculada no ELU;
𝛾gi: é o coeficiente de majoração das ações permanentes, tabela 1;
𝛾q: é o coeficiente de majoração das ações vaiáveis, tabela 1;
Fgi,k: representa o valor característico das ações permanentes;
Fq1,k: representa o valor característico da ações variável considerada
como principal para a situação transitória;
Fqj,k: representa os valores das demais ações variáveis;
Fq,exc: representa o valor da ações transitória excepcional;
ψ0j,ef: é o fator de combinação (ψ0j,ef =ψ0j nas combinações normais
ou ψ0j,ef = ψ2j quando a ação principal Fq1 tiver um tempo de atuação
muito pequeno), tabela 2.
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Combinação de Ações
Tabela 1 – Coeficientes de majoração 𝛾
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Tab 2 – Fatores de combinação ψ0 e de utilização ψ1 (frequente) e ψ2 (quase-permanente)


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Estado limite
Estado limite de serviço é o estado que causa efeitos
estruturais que não respeitam as condições especificadas
para o uso normal da construção ou que dá indícios de
comprometimento da sua durabilidade.
No projeto, usualmente devem ser considerados os estados
limites de utilização caracterizados por deformações
excessivas e vibrações de grande amplitude.
Nesse estado limite, as ações são combinadas sem
majoração e os valores característicos das ações variáveis
são multiplicados pelos fatores ψ para se obter valores
frequentes ou quase-permanentes. Essas combinações são
representadas abaixo.
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Carga de longa duração

Fd,uti = ΣFgi,k +Σψ2jFqj,k

Onde:
• Fd,uti: é a ação resultante, calculada no ELS;
• Fgi,k: representa o valor característico das ações
permanentes;
• Fq1,k: representa o valor característico da ações variável
considerada como principal para a situação transitória;
• Fqj,k: representa os valores das demais ações variáveis;
• ψ2j: é o fator de utilização, tabela 2.
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Combinação de média duração

Fd,uti = ΣFgi,k + ψ1Fq1,k +Σψ2jFqj,k

Onde:

▪ Fd,uti: é a ação resultante, calculada no ELS;


▪ Fgi,k: representa o valor característico das ações permanentes;
▪ Fq1,k: representa o valor característico da ações variável
considerada como principal para a situação transitória;
▪ Fqj,k: representa os valores das demais ações variáveis;
▪ ψ1: é o fator de utilização frequente, tabela 2;
▪ ψ2j: é o fator de utilização quase-permanente, tabela 2;
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Combinação de curta duração

Fd,uti = ΣFgi,k + Fq1,kΣψ1jFqj,k

Onde:

• Fd,uti: é a ação resultante, calculada no ELS;


• Fgi,k: representa o valor característico das ações permanentes;
• Fq1,k: representa o valor característico da ações variável
considerada como principal para a situação transitória;
• ψ1: é o fator de utilização frequente, tabela 2.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA PROJETOS


Combinação de duração instantânea

Fd,uti = ΣFgi,k + Fq,especial +Σψ2jFqj,k


Onde:

Fd: é a ação resultante, calculada no ELS;


Fgi,k: representa o valor característico das ações permanentes;
Fq,especial: representa o valor característico da ações variável
considerada como principal para a situação transitória;
Fqj,k: representa os valores das demais ações variáveis;
ψ2j: é o fator de utilização, tabela 2.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA PROJETOS


CALCULO DA RESISTÊNCIA DE PROJETO DA MADEIRA, NO
ESTADO LIMITE ÚLTIMO.
Para se determinar a resistência de cálculo é necessário
calcular antes a resistência característica da madeira, que
é o resultado do ensaio de resistência na direção paralela às
fibras e é feito com corpos de prova isentos de defeitos.
Como esses resultados seguem uma distribuição
aproximadamente gaussiana, usa-se a resistência
característica fk, como sendo o valor abaixo do qual se
encontram apenas 5% dos resultados.
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CALCULO DA RESISTÊNCIA DE PROJETO DA MADEIRA, NO
ESTADO LIMITE ÚLTIMO.
Os resultados dos ensaios, no entanto, não representam as
propriedades mecânicas da madeira serrada utilizadas em
estruturas, pois estas variam com o teor de umidade, tempo de
duração da carga e com a ocorrência de defeitos.
A resistência característica da madeira é, então, calculada
conforme abaixo.

Resistência característica

Onde:
fk é a resistência característica (kN/m²);
fm é o valor médio de resistência da madeira (kN/m²)

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