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FUNDAÇÕES

CP 02 – Terminologia, ações, requisitos de


projeto e verificação da segurança em
fundações
OBJETIVOS
• Apresentar elementos indispensáveis ao
desenvolvimento de um projeto de fundações;
• Discutir os requisitos básicos a que este projeto deve
atender para um desempenho satisfatório das
fundações.

2
CONTEUDO
1. Definições.
2. Ações nas fundações.
3. Requisitos de um projeto de fundações.
4. Verificação da segurança ao colapso e fatores de
segurança.

3
DEFINIÇÕES
Capacidade de carga: é a carga que imposta ao terreno não é
suscetível de conduzir a ruptura do solo ou da infra-
estrutura.
Carga de ruptura: é a carga, que imposta a uma fundação,
conduz à ruptura do solo, da infra-estrutura ou a recalques
excessivos, inutilizando ou impedindo a utilização da
superestrutura.
Carga admissível: é a carga de ruptura dividida por um
coeficiente de segurança, os quais variam de caso para caso.
Portanto a carga ou taxa admissível, define a maior carga que
se deve utilizar no projeto.
Carga de trabalho: é a carga que realmente age no elemento
de fundação.
AÇÕES NAS FUNDAÇÕES
Ø Ações provenientes da superestrutura
• Os esforços, determinados a partir das ações e suas
combinações devem ser solicitados ao projetista da
estrutura, a quem cabe individualizar qual o conjunto de
esforços para verificação dos estados limites últimos
(ELU) e de serviço (ELS). Esses esforços devem ser
fornecidos em valores de cálculo, já afetados pelos
coeficientes de combinação e de ponderação.

• Para o caso de fator de segurança global, deve-se fornecer


os valores dos coeficientes pelos quais as solicitações de
cálculo devem ser divididas.

• As ações são classificadas conforme sua variabilidade no


tempo, conforme prevê a ABNT NBR 8681:
a) Ações permanentes: as que ocorrem com valores
constantes ou de pequena variaçao em torno de sua média,
durante praticamente toda a vida da obra (peso próprio da
construção e de equipamentos fixos);

b) Ações variáveis: as que ocorrem com valores que


apresentarn variações significativas em torno de sua
média, durante a vida da obra (ações variáveis devidas ao
uso da obra e ações ambientais, como vento, etc.);

c) Ações excepcionais: são as que têm duração


extremamente curta e muito baixa probabilidade de
ocorrência durante a vida da construçao, mas que devem
ser consideradas nos projetos de determinadas
estruturas (explosões, colisões, incêndios, enchentes,
sismos).
Ø Ações decorrentes do terreno
Empuxos de terra e empuxos de sobrecargas atuantes no
solo.

Ø Ações decorrentes da água superficial e subterrânea


Devem ser considerados os empuxos de água, tanto
superficial quanto subterrânea.

Ø Ações variáveis especiais


a) alteração do estado de tensões, causada por obras nas
proximidades (escavações, aterros, túneis etc.);
b) tráfego de veículos pesados e equipamentos de
construção;
c) carregamentos especiais de construção.
Ø Análise de interação fundação-estrutura
Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações
pode influenciar na distribuição de esforços, deve-se
estudar a interação fundação-estrutura, sendo
obrigatório esse estudo nos seguintes casos:
a) estruturas nas quais a carga variável é significativa em
relação à carga total, tais como silos e reservatórios;
b) estruturas com mais de 55,0 m de altura, medida do
térreo até a laje de cobertura do último piso
habitável;
c) relação altura/(menor dimensão) superior a quatro;
d) fundações ou estruturas não convencionais.
REQUISITOS DE UM PROJETO DE FUNDAÇÕES
ü Deformações aceitáveis sob as condições de trabalho: Fig.
(a) à ELS;
ü Segurança adequada ao colapso do solo de fundação ou
estabilidade "externa" Fig. (b) à ELU;
REQUISITOS DE UM PROJETO DE FUNDAÇÕES
ü Segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais
ou estabilidade "interna“ Fig. (e) à ELU.
REQUISITOS DE UM PROJETO DE FUNDAÇÕES
ü Segurança adequada ao tombamento e deslizamento Fig. (c-
d) em casos onde forças horizontais elevadas atuam em
elementos de fundação superficial.
VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AO COLAPSO E
COEFICIENTES DE SEGURANÇA
A verificação dos possíveis colapsos é conhecida como
verificação dos estados limites áltimos (ELU).
Nos problemas de fundações, ha sempre incertezas,
seja nos métodos de cálculo, seja nos valores dos parâmetros
do solo que são introduzidos nesses cálculos, seja nas cargas
a suportar. Consequenternente, ha a necessidade de
introduçao de coeficientes de seguranca que levem em conta
essas incertezas.
• Coeficiente de segurança global
Todas as incertezas são concluidas num único coeficiente.
• Coeficiente de segurança parcial
As insertesas são tratadas nos cálculos com coeficietes
de ponderação para aspecto do cálculo.
Fator de segurança global (valores admissíveis)
Método em que as forças ou tensões de ruptura são
divididas por um fator de segurança global e a condição de
verificação da segurança é:

P!"# = R $/FS% e P!"# ≥ S$

P!"# : é a tensão admissível de sapatas e tubulões e carga


admissível de estacas;
R $ : representa as forças ou tensões características de
ruptura (últimas);
S$ : representa as solicitações características;
FS% : é o fator de segurança global.
Fatores de segurança parciais (valores de projeto)
Método em que as forças ou tensões características
de ruptura são divididas pelo coeficiente de ponderação das
resistências, as solicitações características são multiplicadas
pelos coeficientes de ponderação, e a condição de verificação
da segurança é:

R " =R $ /γ# e S" = S$ ∗ γ& e R " ≥ S"

R " : representa a tensão resistente de cálculo para sapatas ou


tubulões ou a força resistente de cálculo para estacas;
S" : representa as solicitações de cálculo;
γ# : coeficiente de ponderação dos valores característicos
das resistências;
γ& : coeficiente de ponderação dos valores característicos das
solicitações.
Norma brasileira NBR 6122/2010
As fundãções devem ser verificadas pela análise de ELU
(perda de capacidade de carga, tombamento, ruptura por
tração, flabagem etc.) e ELS(recalque). A seguir será tratada
mais especificamente a verificação do estado limite último de
ruptura por perda da capacidade de carga (ruptura do solo
que suporta a fundação).
A resistência de um elemento de fundação deve ser
obtida como valor característico, podendo-se utilizar:
ü método teórico (empregando-se valores característicos de
resistência dos solos e rochas);
ü método semiempirico ou empírico: São métodos que
relacionam resultados de ensaios com tensões admissíveis
ou tensões resistentes de cálculo;
ü resultados de prova(s) de carga: Ensaio realizado de acordo
com a ABNT NBR 6489.
Fundações rasas – Fatores de segurança e coeficientes
de ponderação para solicitações de compressão
Fundações profundas: Método dos valores admissíveis

• Resistência determinada por método semiempírico


O fator de segurança global a ser utilizado para
determinação da carga admissível é 2,0.

• Resistência determinada por provas de carga


estáticas executadas na fase de elaboração ou
adequação do projeto
O fator de segurança global a ser utilizado para
determinação da carga admissível é 1,6.
Fundações profundas: Método dos valores de cálculo

Resistência determinada por método semi-empírico

𝑅',)é+ 𝑅',)-.
𝑅& = 𝑀𝑖𝑛 ;
𝜉, 𝜉/
Fundações profundas: Método dos valores de cálculo

Resistência determinada por provas de carga estáticas


executadas

𝑅',)é+ 𝑅',)-.
𝑅& = 𝑀𝑖𝑛 ;
𝜉0 𝜉1

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