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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR

CÂMPUS PATO BRANCO – PR


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

AÇÕES E SEGURANÇA DE ESTRUTURAS

Notas de aula
Assunto: Segurança e Filosofias de Projeto
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
➢ Identificar as principais diferenças entre os método de tensão admissível e o
método estados limites para cálculo de estruturas metálicas.
Ações Segurança ABNT NBR 8681

ABNT NBR 6123

Normas Estruturais
ABNT NBR 8800

ABNT NBR 14762


Contextualização

Método da Tensão Fator de Segurança


Admissível
Segurança e
Filosofias de
Projeto
Estados Limites
Últimos (ELU)

Método dos Estados


Limites
Estados Limites de
Serviço (ELS)
AÇÕES

➢ Definição;

❑ Por ação entende-se qualquer influência ou conjunto de influências capaz de


produzir estados de tensão, deformação ou movimento de corpo rígido em
uma estrutura;
SEGURANÇA ESTRUTURAL

➢ Quando uma estrutura pode ser considerada segura?


❑ Resistência

❑ Estabilidade

❑ Durabilidade

➢ Muitos fatores influenciam a segurança, é difícil quantificar!!!

❑ Variabilidade das ações e das resistências;

❑ Importância da estrutura, custo dos eventuais danos;

❑ Imprecisões geométricas;

❑ Incertezas dos métodos de cálculo.


SEGURANÇA ESTRUTURAL
➢ Os esforços ou tensões resistentes e solicitantes são grandezas probabilísticas, e
estão sujeitas as incertezas de naturezas diversas;

➢ Não existe uma garantia plena de que uma estrutura seja absolutamente segura;

➢ No entanto, os coeficientes de ponderação da resistência, os coeficientes de


ponderação e os fatores de combinação das ações são estabelecidos de forma que
a probabilidade de ocorrência de um estado limite último (ELU) seja extremamente
reduzida, situando-se dentro de limites considerados aceitáveis pela sociedade.
NORMAS ESTRUTURAIS
NORMAS ESTRUTURAIS

➢ As normas são o resumo do resultado da experiência acumulada em cada área de


conhecimento e devem estar em continuo aperfeiçoamento, com base nas últimas
pesquisas e testes. O seu emprego garante ao projetista um projeto seguro e
econômico;

➢ Podemos empregar normas nacionais e estrangeiras, devendo-se, entretanto,


tomar muito cuidado ao se misturar recomendações de diferentes normas.
NORMAS ESTRUTURAIS

➢ As principais normas ABNT aplicáveis a construção com estruturas em aço são:

❑ NBR 8681 – AÇÕES E SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS – PROCEDIMENTO

❑ NBR 6120 – CARGAS PARA O CÁLCULO DE ESTRUTURAS DE EDIFÍCIOS

❑ NBR 6123 – FORÇAS DEVIDAS AOS VENTOS EM EDIFICAÇÕES

❑ NBR 14762 – DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE AÇO CONSTITUÍDAS


POR PERFIS FORMADOS A FRIO

❑ NBR 8800 – PROJETO DE ESTRUTURAS DE AÇO E DE ESTRUTURAS MISTAS


DE AÇO E CONCRETO DE EDIFÍCIOS

❑ NBR 14323 – DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE AÇO DE EDIFÍCIOS


EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO

❑ NBR 14432 – EXIGÊNCIAS DE RESISTÊNCIA AO FOGO DE ELEMENTOS


CONSTRUTIVOS DE EDIFICAÇÕES
FILOSOFIAS DE PROJETO
FILOSOFIAS DE PROJETO

➢ Existem duas filosofias de projeto correntemente em uso:

❑ Projeto pelos estados limites (referenciado pelo AISC como projeto pelos
fatores de carga e de resistência ou LRFD “Load & Resistance Factor Design”);

❑ Projeto pelas resistências “tensões” admissíveis (referenciado pelo AISC


como projeto pelas resistências admissíveis ou ASD “Alowable Strenght
Design”).
MÉTODOS DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS

➢ O método das tensões admissíveis serviu de base às normas de dimensionamento


de estruturas até meados da década de 1980 (atualmente ainda é aceito como
método alternativo em algumas normas);

➢ São apresentadas as propostas do método, bem como críticas a ele, em decorrência


de algumas falhas inerentes, razão pela qual foi substituído por outros métodos,
como o método dos estados-limites;

➢ O método das tensões admissíveis introduz a segurança no dimensionamento de


duas maneiras distintas;

❑ Nos elementos submetidos a solicitações estabilizantes, como aquelas


decorrentes da tração, é utilizado o coeficiente de segurança interno, γi;

❑ Nos elementos submetidos a solicitações não estabilizantes, e que por isso


podem apresentar instabilidade, como pilares ou vigas que não possuem
adequadas contenções laterais, o método utiliza o coeficiente de segurança
externo, γe, dividindo-se o carregamento teórico de falha para obter o valor
admissível.
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
➢ Em outras palavras, resume-se a interpretação do método das tensões admissíveis
por meio da equação abaixo, em que se compara a máxima tensão atuante no
elemento com a tensão denominada admissível;

Onde:
FS é denominado fator de segurança, representa o coeficiente de segurança interno ou o
coeficiente de segurança externo, para situações de solicitações estabilizantes ou não
estabilizantes, respectivamente. O coeficiente deverá afetar a tensão de falha (escoamento,
ruptura ou instabilidade) para obtenção da tensão admissível
FATOR DE SEGURANÇA
➢ Elementos estruturais ou máquinas devem ser concebidos de tal forma que as
tensões de trabalho (solicitantes) sejam menores do que a resistência do material;

FS = Fator de segurança
u Tensão limite
FS = =
 all Tensão admissível
➢ Considerações para um fator de segurança;
❑ Incerteza nas propriedades do material;
❑ Incerteza de cargas;
❑ Incerteza das análises;
❑ Número de ciclos de carga;
❑ Tipos de falha;
❑ Requisitos de manutenção e os efeitos de deterioração;
❑ Importância da barra para a integridade de toda estrutura;
❑ Risco à vida e à propriedade;
❑ Influência sobre a função da estrutura.
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
EXEMPLO 1

➢ Determinar a tensão admissível no pilar, com seção transversal 14,25cm × 40cm, de


modo a se obter γe = 2,0.
MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
EXEMPLO 1 – SOLUÇÃO

➢ Admitindo regime elástico, o procedimento para a obtenção da tensão admissível,


neste caso, nada mais é do que dividir a tensão crítica de flambagem pelo
coeficiente de segurança externo, ou seja:

➢ A força admissível é;

➢ A força admissível é o valor da força de colapso dividido por γe;


CRÍTICAS AO MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS

➢ Com base nos coeficientes de segurança interno e externo, o método das tensões
admissíveis procura:

❑ Estabelecer uma medida da segurança das estruturas;

❑ Estabelecer uma sistemática para a introdução da segurança nos projetos


estruturais.
CRÍTICAS AO MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
➢ No que diz respeito à medida da segurança introduzida, observar-se que essa
medida ou sistemática é deficiente;

❑ O coeficiente de segurança γi deve depender, entre outros fatores, da


variabilidade das resistências dos materiais. Esse fator justifica, por exemplo,
a utilização de γi = 2 em uma estrutura metálica e a utilização de γi = 4 ou 5 em
uma estrutura de madeira;

❑ A simples consideração da diferença entre os valores de γi apresentada acima


permite concluir não ser tal coeficiente uma boa medida da segurança, pois
quando se projeta uma estrutura de madeira com γi=4, não se deseja nem se
consegue que ela tenha segurança maior que a de uma estrutura metálica
projetada como γi=2, mas sim que ambas as estruturas tenham a mesma
segurança ou, pelo menos, segurança da mesma ordem de grandeza.

❑ Por outro lado, se duas estruturas, de madeira e metálica, possuírem γi=2, a


estrutura de madeira terá segurança menor que a estrutura metálica, embora
ambas possuam o mesmo γi.
CRÍTICAS AO MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS
➢ Existe a preocupação apenas com o estabelecimento de uma conveniente distância
entre a situação de utilização da estrutura e aquela que corresponderia à sua
ruptura (desagregação do material) ou ao seu colapso (perda da sua capacidade
portante, por se tornar parcial ou totalmente hipostática);

➢ Não existe a preocupação com a verificação de outras condições que possam


invalidar a utilização da estrutura, como o aparecimento de sua deformabilidade
exagerada;

➢ A principal crítica que se pode, e que se deve fazer, ao método das tensões
admissíveis, reside justamente na distância que ele introduz entre a situação de
utilização da estrutura e aquela que corresponderia a uma ruptura ou a um
colapso.
CRÍTICAS AO MÉTODO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS

➢ Existe também nesse método uma confusão filosófica e falta de rigor, não existindo
uma estrutura lógica de raciocínio por meio da qual possam ser examinados todos os
estados limitativos da estrutura;

➢ O método das tensões admissíveis não retrata com boa precisão a condição de
colapso nem permite que seja feita uma avaliação confiável dessa condição.
Contudo, tem o grande mérito de ser simples, direto e fácil de usar, desde que os
coeficientes de segurança sejam adequadamente escolhidos;

➢ Não é um método realista, poderia ser perigoso nos casos em que a confiança
numa análise estrutural mais sofisticada induzisse o calculista a reduzir o
coeficiente de segurança, conduzindo a uma subestimativa da segurança. Para que
tal redução seja justificada, é necessário também que seja feito um estudo mais
rigoroso a respeito das incertezas do sistema e dos parâmetros.
MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES
PROPOSTA DO MÉTODO

➢ O conceito de dimensionamento pelo método dos estados limites foi desenvolvido


na Rússia, no período de 1947 a 1949, aprovado em 1955 e introduzido na
engenharia civil em 1958;

➢ Consistiu, na primeira tentativa de disciplinar todos os aspectos da análise de


estruturas, incluindo a especificação de ações e a análise de segurança;

➢ Consiste em estabelecer limites acima dos quais a estrutura (ou parte dela) não
respeita as condições especificadas para o uso normal da construção ou que
impliquem comprometimento da durabilidade, caracterizando limites de serviço, ou
acima dos quais a estrutura (ou parte dela) será considerada insegura, caracterizando
limites últimos;
MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES
➢ A norma brasileira ABNT NBR 8681:2003 – Ações e segurança nas estruturas –
procedimento – classifica os estados limites em duas categorias:

❑ Estados limites últimos, os quais estão associados à segurança propriamente


dita, isto, à ocorrência de falha (colapso) estrutural;

❑ Estados limites de serviço, associados ao desempenho da estrutura sob


condições normais de uso da construção.
MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES
➢ Estados limites últimos (ELU) são fenômenos comportamentais como:
❑ Resistência dúctil;
❑ Máxima flambagem;
❑ Fadiga;
❑ Fratura;
❑ Torção;
❑ Deslizamento.

➢ Estados Limites de Serviço (ELS) são aqueles ligados com a ocupação de um


edifício, tais como:

❑ Deformações;
❑ Vibrações;
❑ Trincas.
ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS

➢ Os estados limites últimos estão relacionados com o colapso da estrutura ou


parte dela (colapso real ou convencional) e deverão apresentar probabilidade
muito pequena de ocorrência, pois terão como consequência a perda de vidas
humanas ou de patrimônio;

➢ Os estados limites últimos também decorrem de sensibilidade da estrutura aos


efeitos da repetição das ações, do fogo, de uma explosão, etc. Essas causas devem
ser consideradas por ocasião da concepção da estrutura;

➢ A verificação desses estados limites é obrigatória, mesmo que não explicitamente


listados em normas.
VERIFICAÇÕES DE PROJETO
➢ A aproximação atual para um método simplificado para obter a base probabilística
da segurança estrutural assume que a solicitação S e a resistência R são variáveis
aleatórias;
➢ A Figura apresenta a distribuição de frequência típica as variáveis aleatórias;
Distribuição de frequência da solicitação S e da resistência R.

Magnitudes de S e R.

➢ A menos que R exceda S por uma grande margem, existira alguma probabilidade
de que R seja menor que S, e em geral uma análise que leva em conta todas as
incertezas que podem influenciar um “estado limite” não e pratica ou talvez até
mesmo impossível.
VERIFICAÇÕES DE PROJETO
➢ A Figura abaixo mostra um exemplo de distribuição da resistência medida através da
amostragem da tensão de escoamento de espécimes provenientes de um lote de aço de um
determinado fabricante de aço;

Resultados de teste de tração do material.

➢ Além da variação estatística da característica do material ilustrada na Figura do slide


anterior, a resistência de uma peça de aço é também afetada pela variação na geometria e
pelas incertezas oriundas das hipóteses simplificadoras adotadas no método de cálculo;
➢ A condição básica de projeto nos estados limites últimos é que a resistência da estrutura, ou
de seus elementos componentes e ligações, reduzida por um fator adequado, seja sempre
maior que o efeito das ações modificadas por fatores de majoração, os quais são chamados
de coeficientes de ponderação de ações.
VERIFICAÇÕES DE PROJETO
➢ Algumas probabilidades típicas de ruína utilizadas no cálculo estrutural são
ilustradas na tabela abaixo:

Probabilidades Típicas
VERIFICAÇÕES DE PROJETO
➢ Verificando as probabilidades “ruína de cálculo estrutural” com outras de eventos aceitáveis
na sociedade é feita uma comparação quantitativa, como mostra a Figura abaixo.

Taxa anual de mortes de pessoas por ano.


PROJETO ESTADOS LIMITES ABNT NBR 8800:2008 E AISC-LRFD

➢ Durante os últimos anos tem se estudado processos de projeto que utilizem a


expressão geral da segurança estrutural, e o AISC lançou em 1986 a sua primeira
especificação para o projeto de estruturas metálicas, com base no critério dos fatores
de carga e de resistência – LRFD, baseada em adaptações de métodos
probabilísticos;

➢ Desde então e cada vez maior o numero de normas que adotam o novo código,
sendo o método de calculo adotado também pela NBR 8800 desde a sua primeira
edição em 1986;
PROJETO ESTADOS LIMITES ABNT NBR 8800:2008 E AISC-LRFD

➢ A edição de 2008 da NBR 8800 passou a adotar também os critérios de verificação


da segurança estrutural da ABNT NBR 8681, e utiliza a seguinte expressão para a
verificação da segurança estrutural:

𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑

ONDE:

𝑅𝑢 Representa os valores de calculo dos esforços resistentes, conforme o tipo de


𝑅𝑑 = situação, obtidos dividindo-se as resistências ultimas pelo respectivo
𝛾𝑚 coeficiente de ponderação (γm) que leva em conta as incertezas das
resistências (fator de resistência).

Representa os valores de calculo dos esforços atuantes, com base nas


𝑆𝑑 = 𝛾𝑓 𝑆 combinações ultimas das ações, obtidos multiplicando-se cada tipo de esforço
que compõe a combinação pelos respectivos coeficientes de ponderação (γf)
que levam em conta as incertezas das solicitações (fatores de carga).
PROJETO ESTADOS LIMITES ABNT NBR 8800:2008 E AISC-LRFD
➢ A expressão geral da segurança estrutural para uma solicitação isolada pode ser
escrita, como:

𝑅𝑢
= 𝛾𝑓 𝑆
𝛾𝑚

➢ Como as ações podem atuar juntas, estas devem ser combinadas de acordo com a
probabilidade de atuarem simultaneamente, durante um período estabelecido e
a expressão geral da segurança estrutural para uma combinação de ações será:

𝑚 O índice “i” no coeficiente de ponderação das ações,


𝑅𝑢 indica que para cada tipo de solicitação Si (carga
= ෍ 𝛾𝑓𝑖 𝑆𝑖
𝛾𝑚 permanente - CP, carga acidental - CA ou carga devida aos
𝑖=1 ventos – CV), tem o seu nível de incerteza.
MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES

➢ As principais vantagens do método dos estados limites são:

❑ Confiabilidade entre as várias situações de projeto, pois a variabilidade das


resistências e das ações é representada de forma explícita e independente para
resistências e ações;

❑ Permite que o calculista compreenda melhor os requisitos que uma estrutura


deve atender e o comportamento da estrutura, necessário ao preenchimento
desses requisitos;

❑ Simplifica o processo de dimensionamento;

❑ Permite atualizar normas de maneira mais racional;

❑ Trabalha-se com variáveis probabilísticas (ou semiprobabilísticas).


EXEMPLO
FILOSOFIAS DE PROJETO
EXEMPLO 2

➢ Dimensionar a viga e os pilares ilustrados na Figura, considerando material com


σe=10kN/cm2, E=20.000 kN/cm2, seções constantes e retangulares em que a altura é
o dobro da largura, e admitindo que não ocorram instabilidades fora do plano do
pórtico.

Os valores característicos nominais das ações são:


p1=6kN/m - ação permanente;
p2=20kN/m - sobrecarga de utilização.
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
a) Pelo método das tensões admissíveis, com γ = 2,0;
i. Dimensionamento da viga (considerando simplesmente apoiada nos pilares).

❑ Momento Fletor solicitante;

❑ Tensão Admissível;

❑ Teoria clássica de Flexão;


EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
❑ A condição de segurança, resulta:

❖ Adota-se seção transversal com:


b = 15 cm
h = 30 cm

❑ Com relação à força cortante, pode-se, então, verificar se as dimensões


estabelecidas com base no momento fletor são suficientes:
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
❑ Para seção retangular:

❑ A condição de segurança imposta pelo método, resulta:

❑ Para a viga, deve-se também verificar a flecha, que é o deslocamento máximo,


que, neste caso, ocorrerá no meio do vão:

❑ As normas estabelecem, em geral, deslocamentos limites com intervalo da ordem de


l/500 a l/350 . Considerando l/350 para vigas de piso, resulta:
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
ii. Dimensionamento dos pilares (admitindo regime elástico)
❑ Força axial de compressão solicitante:

❑ Força crítica de flambagem:

❑ Pela equação de Euler (flambagem elástica), obtém-se o momento de inércia


mínimo que a seção deve ter:

❑ As dimensões da seção do pilar considerando que a instabilidade poderá ocorrer


somente no plano do pórtico, basta fazer:
❖ Adota-se seção transversal com:
b = 6,5 cm
h = 2b = 13 cm
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
❑ As normas estabelecem um valor limite para λ (Parâmetro de esbeltes). Por
exemplo, a norma brasileira ABNT NBR 8800:2008, estabelece para barras
𝐾𝐿 2𝐿
comprimidas λmáx = 200.Considerando o pilar em balanço, 𝜆 = = :
𝑟 𝑟

❑ O resultado obtido não atende o requisito normativo. Para que isso, impõe-se que:

2𝐿 2 × 300
𝜆= → 200 = → 𝑟 = 3𝑐𝑚
𝑟 𝑟
❑ Resulta em r =3cm:
❖ Adota-se seção transversal com:
b = 10,5 cm
h = 21 cm
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
b) Pelo método dos estados limites, com γf = 1,4 e γm = 1,5;
i. Dimensionamento da viga:
❑ Os valores de cálculo da ação e do momento fletor solicitante máximo são:

❑ A resistência de cálculo (no caso, o momento fletor resistente de cálculo) resulta:

Onde:
𝑏ℎ2
𝑍= = 𝑏3 → é o módulo de resistência plástico da seção
4
❑ A condição de segurança do método, resulta:

6,67𝑏3 ≥ 16.380 ∴ 𝑏 = 13,49𝑐𝑚

❖ Adota-se seção transversal com:


b = 13,5 cm
h = 27 cm
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
❑ Para a força cortante, considerando b = 13,5 cm e h = 27 cm, tem-se:

❑ A resistência de cálculo (no caso, a força cortante resistente de cálculo) resulta:


Onde:
Aw é a área efetiva de cisalhamento, igual a 0,67A para seção retangular
τe = 0,6σe critério de resistência de von Misses

❑ A condição de segurança do método, resulta:

Rd > Sd (OK!)
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
❑ Verificação do deslocamento, considerando combinação rara de serviço, resulta:

❑ Impondo-se o mesmo valor limite para a flecha (l/350), resulta:


EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO
ii. Dimensionamento dos pilares
❑ Força axial de compressão solicitante de cálculo:

❑ Força crítica de flambagem:

❑ Para determinar as dimensões da seção do pilar, basta fazer:

❑ Assim, como pelo método das tensões admissíveis, resulta:


b = 6,5 cm
h = 2b = 13 cm
❑ No método dos estados limites, também tem-se o requisitos normativo λ ≤ 200;
❖ Então, adota-se seção transversal com:
b = 10,5 cm
h = 21 cm
EXEMPLO 2 - SOLUÇÃO

❑ Comparativo entre os métodos

COMPARATIVO DIMENSÕES (cm)

VIGA PILAR
MÉTODO SEGURANÇA
Md Vd b h Flecha Ncr b h
(kN/m) (kN) (kN)
Tensão Admissível 𝛾 = 2,0 117 78 15 30 0,65 156 10,5 21

Estados Limites 𝛾𝑓 = 1,4 𝛾𝑚 = 1,5 163,8 109,2 13,5 27 0,99 163,8 10,5 21

❑ Questões?

1) Por que a seção dos pilares não foi alterada quando dimensionada por métodos
diferentes?

2) Por que no método das tensões admissíveis considerou-se o módulo elástico


(W) e, no método dos estados limites, o módulo plástico Z?
COLUNAS SUBMETIDAS A UMA FORÇA CENTRADA
➢ Análises anteriores assumiu tensões abaixo do limite proporcional e inicialmente
que a coluna era em linha reta e homogênea;

➢ Dados experimentais demonstram;

❑ Para grandes Le/r → σcr segue


a fórmula de Euler e depende
do E mas não de σE;

❑ Para pequenas Le/r → σcr é


determinada pela resistência
ao escoamento σE e não de E;

❑ Para intermediárias Le/r → σcr


depende de ambos σE e E;
VIGA
REFERÊNCIAS

a. Munaiar Neto, Jorge. Segurança nas estruturas / Jorge Munaiar Neto, José
Jairo de Sáles, Maximiliano Malite. - 2. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2015.
b. Bellei, lldony H. Edifícios de múltiplos andares em aço / Ildony H. Bellei,
Fernando O. Pinho, Mauro O. Pinho. 2º ed. - São Paulo : Pini, 2008.
c. Comportamento e projeto de estruturas de aço / Sebastião Andrade, Pedro
Vellasco. – 1º. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier: Editora Puc Rio, 2016. 408 p.: il.;
28 cm.

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