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VIGA DE UMA PONTE ROLANTE

O trabalho tem o objetivo de compreender como a viga se comporta sob diferentes


condições de carga, identificando áreas de tensão, deformação ou possíveis pontos de falha.
Garantir que a viga é capaz de suportar as cargas esperadas sem exceder os limites de tensão e
deformação. Comparar os resultados da análise por elementos finitos com cálculos manuais para
validar a precisão do modelo e sua representação da realidade.

INTRODUÇÃO
A Computação de Análise de Engenharia (CAE) transformou a engenharia mecânica,
especialmente no projeto e análise de estruturas como a viga de uma ponte rolante. Essa
ferramenta permite modelar virtualmente a viga, simulando condições operacionais variadas
sem a necessidade de protótipos físicos. Com a análise por elementos finitos, é possível
identificar áreas críticas de estresse, prever falhas e otimizar o design para melhorar a
resistência estrutural. A CAE também assegura a conformidade com normas de segurança,
reduzindo custos e tempo de desenvolvimento ao realizar simulações virtuais eficazes. Em
suma, a CAE é crucial na engenharia mecânica, proporcionando insights detalhados, segurança
e eficiência no desenvolvimento de vigas de ponte rolante.
O estudo da análise por elementos finitos em vigas de ponte rolante é crucial para
garantir a segurança e eficiência na indústria. Ao modelar virtualmente as vigas, essa análise
oferece insights detalhados sobre o comportamento estrutural, permitindo a otimização do
design, prevenção de falhas e garantia de conformidade com os padrões de segurança. Isso
resulta em operações mais seguras, eficientes e econômicas, evitando custos desnecessários de
prototipagem física e melhorando a qualidade do projeto estrutural.

REVISÃO DA LITERATURA
A análise por elementos finitos (FEM - Finite Element Analysis) é uma técnica
numérica que divide sistemas complexos em elementos menores para resolver equações que
descrevem seu comportamento. Desenvolvida nos anos 1950 e amplamente aplicada desde
então, a FEM é usada em engenharia estrutural, mecânica dos fluidos, transferência de calor,
eletromagnetismo e outras áreas.
Avanços recentes incluem modelagem multifísica, otimização de design e simulações
em escalas diversas. Desafios atuais incluem equilibrar precisão e custo computacional, além de
aprimorar modelos para materiais complexos. A FEM permanece como uma ferramenta
essencial, impulsionando a inovação e a eficiência em diversas aplicações científicas e
industriais.

METODOLODIA
Ao iniciar a análise por elementos finitos da viga de uma ponte rolante, o processo
começa com a definição dos parâmetros fundamentais, como as propriedades do material em
questão.
Com o auxílio do software SolidEdge especializado em modelagem, criamos uma
representação geométrica tridimensional da viga, contemplando suas dimensões exatas e
detalhes estruturais. Em seguida, essa estrutura é dividida em elementos finitos, cada um
representando uma porção da viga. Isso nos permite uma análise detalhada, considerando as
diferentes seções transversais e a interação entre os elementos.
Cada elemento da viga recebe as propriedades do material correspondente, levando em
consideração a resistência, rigidez e demais características mecânicas. Com algoritmos
matemáticos, resolvemos as equações que descrevem o comportamento estrutural da viga sob as
condições de carga especificadas.
Os resultados são reveladores. Após calculado os deslocamentos nodais, tensões e
deformações ao longo da viga, permitindo uma análise minuciosa do seu comportamento
estrutural. A precisão desses dados é fundamental para garantir a segurança e eficiência da viga
em operação.
Comparando esses resultados com dados experimentais ou teóricos já validados,
podemos validar a precisão da nossa análise. Caso necessário, ajustes podem ser realizados para
otimizar a eficiência estrutural da viga, sem comprometer a segurança.

MODELAGEM E SIMULÇAO

Cálculo da carga total


A Norma Brasileira ABNT NBR 8400-1:2019 estabelece diretrizes essenciais para a
correta manipulação de cargas em processos de elevação e movimentação. Dentro desses
parâmetros, há uma consideração particular em relação ao cálculo da carga total que deve ser
minuciosamente avaliado. Para determinar essa carga total, diversos valores e fatores devem ser
levados em conta, garantindo a segurança e eficiência do processo.
Imaginemos uma situação prática onde um trole com capacidade para 450 kg está
envolvido no içamento de um objeto que pesa 1000 kg. Esta análise não apenas envolve o peso
dos itens em questão, mas também requer a exclusão de certos efeitos externos que podem
influenciar no processo de elevação. Especificamente, a norma preconiza a exclusão dos efeitos
provenientes do esforço aerodinâmico gerado pelo vento, bem como a força resultante da
oscilação horizontal, visando uma avaliação precisa e direcionada à carga efetivamente
manipulada.
Essa consideração criteriosa é fundamental para garantir a segurança dos equipamentos,
dos operadores envolvidos e, por conseguinte, a integridade da carga durante o processo de
elevação. Portanto, ao aplicar os princípios estabelecidos pela norma, é possível assegurar um
procedimento de movimentação de carga que atenda aos padrões de segurança e eficiência
preconizados pelas regulamentações estabelecidas.
Os valores do coeficiente de majoração e do coeficiente dinâmico são elementos críticos
na determinação da capacidade de carga e na avaliação da segurança dos equipamentos de
elevação e movimentação conforme preconizado pela Norma Brasileira ABNT NBR 8400-
1:2019. Esses parâmetros essenciais são obtidos por meio de tabelas específicas, que fornecem
diretrizes precisas para cada situação e tipo de equipamento utilizado.

Diagrama de corpo livre:

Verificação de resistência dos mecanismos para evitar a ruptura


O processo de verificar os componentes dos equipamentos de elevação busca garantir
que a tensão nos materiais permaneça segura, sem ultrapassar os limites que o material pode
suportar antes de se romper. Em resumo, é uma verificação fundamental para garantir a robustez
e a segurança dos mecanismos usados no movimento de cargas.
As duas tabelas retiradas da norma são fundamentais para fornecer valores específicos
usados em fórmulas essenciais. Uma delas trata dos fatores de serviço, considerando diferentes
condições de operação, enquanto a outra fornece informações sobre variáveis específicas dos
equipamentos de elevação. Utilizar esses valores nas fórmulas correspondentes garante cálculos
precisos e seguros, alinhados com os padrões de segurança estabelecidos pela norma.

“Pela experiência adquirida com equipamentos os mais diversificados, admitiu-se que o


coeficiente 1,6 é uma segurança suficiente. Motores com potência excessiva deverão ser
evitados.”
Fonte: Norma ABNT NBR 8400, adaptado pelos autores (2017).

Para análise específica, decidiu-se utilizar o aço A 36, em vez do comum A 572 Grau 50,
amplamente utilizado em elevação e movimentação de cargas. Embora possuam propriedades
mecânicas semelhantes, essa escolha estratégica permite comparar comportamentos sob
diferentes condições de carga, oferecendo insights sobre suas respostas em cenários
específicos. Isso contribui para entender melhor as características dos materiais em contextos
operacionais específicos.

Calculo do módulo resistente


Determinar a tensão de cisalhamento admissível é essencial para dimensionar
adequadamente as vigas usadas na manipulação de cargas. Esse cálculo, baseado no módulo
resistente da viga, considera as propriedades do material e a geometria da seção transversal. A
estimativa da tensão admissível estabelece um limite seguro para as tensões de cisalhamento
suportadas pela viga, prevenindo falhas estruturais e garantindo operações de elevação seguras.

O cálculo do módulo resistente é crucial para determinar as dimensões ideais das vigas
utilizadas na elevação. A busca por valores acima de 398 visa garantir uma estrutura mais leve,
mantendo sua capacidade de suportar cargas. Utilizando o catálogo da Gerdau, encontrou-se a
viga W 360 x 39,0, alcançando um equilíbrio entre resistência estrutural e eficiência na
movimentação de cargas.

Verificando a tensão normal


Usando as dimensões da viga, determina-se o valor de y. Em seguida, calcula-se a
tensão normal (tração/compressão).

Como σx < σadm a viga está pré-selecionada para a montagem da ponte rolante.

Verificando em relação ao limite de escoamento

A tensão de cisalhamento é estimada como 60% da tensão limite de escoamento do aço


ASTM A36, que possui uma tensão limite de escoamento de 250 MPa. Assim, a tensão de
cisalhamento para esse material é calculada como 150 MPa. Esse cálculo é importante para
entender a resistência do material ao deslizamento entre partes da estrutura, sendo fundamental
para garantir a integridade estrutural em várias aplicações, como elevação e movimentação de
cargas.
A norma NBR 8400 de 2017 estabelece uma equação para determinar a tensão
admissível ao cisalhamento em elementos sujeitos a esse tipo de carregamento. Essa equação é
crucial para calcular com precisão os limites seguros de tensão permitidos para materiais sob
essa condição específica. Ela considera propriedades dos materiais, fatores de segurança e
limites aceitáveis de deformação. Essa abordagem é essencial para garantir a integridade
estrutural e a segurança dos elementos submetidos a cisalhamento, orientando o projeto e
dimensionamento adequado de estruturas em várias aplicações.

Assim, 87 MPa é a tensão máxima segura para operação da viga, representando um


limite crítico para garantir a integridade estrutural durante as operações. Esse valor é
determinado com base em análises das propriedades do material e do projeto, evitando falhas
estruturais e assegurando a estabilidade da viga durante o uso. Essa medida crítica permite
operar dentro de limites seguros, prevenindo danos à estrutura ou colapsos inseguros.

Verificando a deflexão
O módulo de elasticidade para diferentes tipos de aço mantém-se uniforme, variando
entre 200 GPa e 210 GPa. Com esses valores e outras grandezas conhecidas, é viável calcular a
deflexão na viga de aço. Essa característica permite entender a deformação elástica da viga sob
carga, garantindo que ela permaneça dentro de limites aceitáveis de deformação, contribuindo
para o projeto e dimensionamento adequados da estrutura em diversas situações.

Segundo a norma NBR (ABNT, 2008), para vigas em pórticos com capacidade inferior
a 200 kN, a flecha máxima permitida (δm) é estabelecida como igual a L/600, sendo L o
comprimento da viga. Essa diretriz visa controlar a deformação das vigas, limitando a flexão e
assegurando a integridade estrutural sob cargas operacionais. Essa medida é crucial para
garantir a estabilidade e segurança das estruturas em situações de menor capacidade de carga.
Simulação - Novo estudo
Simulação – Geometria

Simulação - Restrições

Simulação – Conectores
Simulação – Malha
Simulação - Cargas estruturais

Simulação – Solução

Simulação – Tensão Von Mises


Simulação – Deslocamento

CONCLUSÃO

A validação da precisão dos cálculos e a confirmação por meio de análises de elementos


finitos destacam a eficácia e confiabilidade do projeto da viga de uma ponte rolante. Quando os
números e simulações se alinham com a performance real da estrutura, vai além de apenas
validar o conhecimento teórico. Isso garante a segurança e funcionalidade da viga, assegurando
sua capacidade de suportar cargas e desafios operacionais.
Quando os resultados das simulações e cálculos se equiparam à realidade da estrutura
em uso, isso não apenas reforça a confiança no conhecimento teórico aplicado, mas também
confirma a robustez do projeto. Essa correspondência entre a teoria e a prática assegura que os
parâmetros utilizados na concepção da viga são confiáveis, reforçando a segurança e eficiência
operacional da ponte rolante.
Ter confiança nos cálculos bem-sucedidos é fundamental na engenharia, principalmente
em projetos críticos como o de uma ponte rolante. A precisão e resistência são aspectos vitais
para o funcionamento seguro e eficiente dessas estruturas, e a validação desses cálculos por
meio de análises detalhadas e comparações com a performance real garantem a robustez do
projeto e a segurança das operações. Essa validação reforça a confiabilidade do conhecimento
teórico aplicado, oferecendo uma base sólida para o sucesso e a durabilidade da ponte rolante.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Norma Brasileira ABNT NBR 8400-1:2019. Disponível em: <
https://pt.scribd.com/document/383735742/NBR-8400-1-pdf>. Acesso em: 03 novembro
2023
Ponte Rolante Univiga. Disponível em: <https://www.ifmg.edu.br/arcos/ensino-
1/tai/20172_TAI3_Ponterolante.pdf>. Acesso em: 03 novembro 2023

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