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LAB ORATÓRIO DE ENSAIOS DE MATERIAIS E

ESTRUTURAS DA UFPB

IBRACON – Representação do Estado da Paraíba

Cadernos de Concreto Armado


Fascículo 4

SEGURANÇA, ESTADOS LIMITES, AÇÕES E SUAS COMBINAÇÕES:

Prof. Normando Perazzo Barbosa

Departamento de Tecnologia da Construção Civil


Centro de Tecnologia
Universidade Federal da Paraíba
4 - Segurança, Estados Limites, Ações e suas combinações Prof. Normando Perazzo Barbosa nperazzo@lsr.ct.ufpb.br

Introdução

A preocupação com a segurança das construções vem de muito tempo atrás. O célebre
Código de Hamurabi (rei da Babilônia, atual Iraque, hoje destruído pelas bombas americanas e
inglesas, autor do primeiro grande código de leis da História, por volta de 1750 AC.) deixava claro:

“Se a construção cair e matar o filho do proprietário, o filho do construtor será morto”!

Porém, a garantia de que uma estrutura projetada e construída não apresente problemas não é
tão simples. De fato, as grandezas utilizadas no cálculo estrutural têm, todas elas, certo grau de
imprecisão. Tanto os pesos próprios e as resistências dos materiais quanto os valores dos
carregamentos são grandezas cuja quantificação aparece sempre associada a uma determinada
probabilidade de ser ou não superado um seu particular valor. Portanto, no projeto das estruturas,
trabalha-se com grandezas aleatórias, isto é, que não têm valor fixo.

Pode-se citar como principais fatores de incerteza no cálculo estrutural:

- variabilidade dos pesos próprios e demais carregamentos

- variabilidade das resistências dos materiais

- diferença de comportamento do materia l no ensaio e na estrutura

- falhas na execução de ensaios laboratoriais

- precisão das hipóteses de cálculo

- defeitos de execução das peças

Evidentemente o cálculo do peso próprio de uma peça estrutural é feito admitindo-se uma
determinada massa específica para o material, em princípio, aquela indicada na NBR 6120,
apresentada no fascículo anterior. Na realidade ela nem sempre é constante. No caso do concreto
armado ou protendido, por exemplo, aquela norma admite 25 kN/m3, porém na prática ela pode
variar um pouco em relação a este valor, dependendo da quantidade de armadura presente, do tipo
do agregado, do traço do concreto e de muitos outros fatores. Zonas densamente armadas
apresentam um peso específico maior que regiões onde a taxa de armadura é menor. Também o
próprio concreto quando de sua aplicação pode estar mais adensado em uma parte que em outra,
apresentando, portanto, pequena variação de densidade. Assim, o valor exato do peso especifico do
concreto armado não é conhecido. Também as cargas variáveis estão longe de terem sabidos seus
valores precisos. Na NBR 6120 foram fixados valores para fins de projeto, porém a incerteza sobre
eles persiste. Imagine-se agora a variabilidade da força do vento nas edificações: impossível saber
com precisão seu valor.

Tão pouco se consegue saber com exatidão a verdadeira resistência do concreto e mesmo a
do aço. Numa mesma peça estrutural, pode acontecer de o concreto, por ter sido melhor adensado
em uma parte dela, apresentar uma resistência superior a outra zona onde a compactação não foi
perfeita. Além disto, a resistência do concreto é estimada nos ensaios de corpos de prova de

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dimensões padronizadas e cura em condições ideais. Os elementos estruturais têm formas as mais
diversas e muitas vezes sequer passam por um processo de cura. Os ensaios mostram que as
dimensões do corpo de prova influem no valor da resistência. Portanto, o valor de resistência
medido nos testes laboratoriais não corresponde àquela da peça real, onde, em geral, é inferior.
Além disto, os próprios ensaios de laboratório não são perfeitos, podendo apresentar pequenas falhas
(como falta de paralelismos entre as superfícies do corpo de prova, velocidade de ensaio não
exatamente igual em todas as medições, equipamentos de ensaio não calibrados, etc) que dão idéia
não exata da resistência que se está medindo.

Em vista da complexidade do comportamento das estruturas (na realidade conjuntos


tridimensionais), o cálculo estrutural só é possível de ser executado mediante certas hipóteses
simplificadoras. Muitas vezes estas não correspondem à realidade, porém são admitidas como
verdadeiras. É o caso, por exemplo, do carregamento de uma laje. Supõe-se, por exemplo, a
sobrecarga uniformemente distribuída sobre a laje, porém na realidade o peso dos móveis ou das
pessoas não vai estar atuado homogeneamente sobre toda ela. Também na obtenção da reação de
apoio de uma laje sobre uma viga se faz uma grande simplificação. Quase sempre se considera que
esta reação se distribui uniforme ou mesmo trapezoidalmente por sobre a viga. Na realidade isto não
ocorre, porém a lei exata de distribuição desta reação é impossível de ser considerada, pois vai
depender das dimensões da laje, da posição do carregamento, da rigidez das vigas que dão apoio à
laje, da existência ou não de continuidade da laje, etc.

O cálculo estrutural é, em geral, feito considerando-se que algumas peças, como vigas e
pilares são lineares. Algumas vezes incluem-se mesmo excentricidades de carregamento na tentativa
de levar em conta pequenos defeitos de execução dos elementos estruturais. Porém nunca se pode
saber com exatidão qual vai ser, por exemplo, o desvio real de prumo de um determinado pilar.
Também não se pode prever que em um determinado ponto, a forma não ficou bem feita e uma viga
apresentou uma flecha ou um desvio de eixo já quando de sua moldagem. Uma parede fora de
prumo ou uma laje com acabamento superficial mal feito pode exigir espessuras de revestimento
superior ao normalmente usado (Figura 1). Assim, é incerto o peso da parede e do revestimento na
laje, visto que dependem da execução.

Figura 1 – Parede e laje com espessura de revestimento fora do normal

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Portanto, pelo exposto, no domínio do cálculo das estruturas, a certeza não existe. Então,
com tantas incertezas, pode-se perguntar: qual o objetivo do projeto estrutural? Eis a resposta:

O objetivo do projeto estrutural é que se tenha uma probabilidade aceitável de que a


estrutura projetada se torne imprópria a sua destinação, durante sua vida útil prevista.

A expressão “probabilidade aceitável”, que deve ser bem pequena, vai depender de muitos
fatores, desde condições técnicas e econômicas de um país, até o tipo e finalidade da estrutura em
questão. Como, de uma maneira geral, a probabilidade de a estrutura se tornar imprópria está
associada a seu custo, paises mais pobres podem adotar índices de probabilidade maiores.

Com referência ao tipo de estrutura, é lógico se esperar que aquelas que se tornando
imprópria causariam grandes danos, como uma central nuclear, por exemplo, devam ter a
“probabilidade aceitável” bem menor que as outras estruturas correntes.

Segundo o Comitê Eurointernational du Béton (CEB 1992) todas as estruturas ou elementos


estruturais devem ser concebidos e calculados de sorte a:

- resistir com certo grau de segurança a todas as cargas e deformações possíveis de ocorrer
durante sua construção e exploração.

- comportar-se adequadamente sem apresentar deformações ou fissuração exageradas

- apresentar durabilidade conveniente durante sua existência.

Então, o projeto estrutural deve se basear no tripé: resistência-comportamento adequado-


durabilidade

Para se atingir estes objetivos, a concepção e o método de cálculo devem ser baseados em:

- teorias científicas
- dados experimentais
- experiência adquirida na prática de projetos.

As teorias científicas são aquelas apresentadas nos cursos de formação de engenheiros


Figura 2), vindos de Leonardo da Vinci, Galileu, Newton, Hooke, Bernouli, Euler, Lagrange
Castigliano, Morsch, Freyssinet e tantíssimos outros (Figura 3).

Figura 2 – Difusão das teorias científicas

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Figura 3 - Leonardo da Vinci, Galileu, Bernouli, Euler, Lagrange ,


criadores de teorias científicas na Engenharia

Os dados experimentais são aqueles oriundos das pesquisas realizadas nos inúmeros
Laboratórios de Estruturas espalhados por todo o mundo (Figura 3). Neles são feitas as
confrontações e adaptações das teorias científicas para que correspondam à realidade.

Figura 3 – Laboratório s de Ensaio s de Estruturas s

Por fim, a experiência prática, permite ao engenheiro inserir algo de pessoal em seus
projetos. Esta é fundamental para a sociedade. Nos dia s de hoje, com o excessivo academismo das
escolas de engenharia, sobretudo nos paises periféricos, corre-se o perigo de a experiência não ser
transmitida aos jovens estudantes. No caso brasileiro, burramente, o sistema universitário passou a
valorizar excessivamente publicações em periódicos desprezando as atividades de extensão, onde se
pode adquirir a experiência para passá- la ao alunado.

Convém, no entanto, lembrar que a segurança, o comportamento e a durabilidade das


estruturas não são função apenas do projeto e do cálculo, mas dependem também da qualificação e
competência do pessoal envolvido no controle e construção da obra. A má execução de uma
estrutura, com as imperfeições inevitáveis não sendo limitadas a níveis toleráveis, pode por a perder
todo o cuidado tido no seu projeto. O mesmo se pode dizer se são empregados materiais sem
controle de qualidade.

Em geral, não é exigido que as estruturas seja capazes de resistir a certas ações acidentais,
como aquelas resultantes de uma guerra. No entanto, no caso em que certas cargas, tais como
choque de veículos, pressões oriundas de explosões, etc. possam ocorrer, embora com freqüência e
intensidade mal definidas, o engenheiro ou autoridades responsáveis devem assegurar que os riscos

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associados a tais causas sejam limitados. Isto quer dizer, por exemplo, que numa fábrica que abriga
recipientes de material explosível, a estrutura deve ser projetada de sorte se não a resistir intacta ao
impacto causado por uma explosão acidental, pelo menos a não apresentar um colapso progressivo
causador de grandes danos.

Do que foi exposto, fica claro que no projeto estrutural não se lida com certeza e sim com
probabilidades. Como, então, deve o engenheiro projetar de forma a ter a “probabilidade aceitável”
de sua estrutura se tornar imprópria? Resposta: projetando de acordo com as Normas Técnicas.

Normas Técnicas

Embora a normalização e padronização seja um termo muito atual, elas já datam de muitos
séculos atrás. Os tijolos dos persas, a seção dos aquedutos romanos, as pedras de construção dos
egípcios tinham dimensões padronizadas.

Roma, nos tempos áureos, chegou a ter uma população de cerca de um milhão de habitantes,
construindo casas populares de até 10 andares. Provavelmente alguns insucessos construtivos
fizeram o imperador Augusto (27 AC a 28 DC) limitar a altura dos edifícios ao equivalente a cerca
de 20 m. Outros acidentes devem ter ocorrido de tal forma que, posteriormente, Trajano (98 a 117
DC) normalizou a altura máxima das construções em torno de 18 m.

Hoje em dia, para guiar o engenhe iro projetista em relação à segurança das estruturas,
existem as Normas Técnicas oficiais. Estas estão em constante evolução procurando sempre
aproximar cada vez mais o comportamento dos modelos de cálculo daquele real. Projetando e
calculando de acordo com as Normas, o engenheiro vai ter a “probabilidade aceitável” de sua
estrutura se tornar imprópria. Como probabilidade aceitável não significa certeza, se por acaso sua
estrutura ruir, provando que seu projeto estava todo obedecendo as Normas em vigor, sua
responsabilidade estará coberta e não terá o engenheiro estrutural o destino dos infortunados
construtores súditos de Hamurabi.

As normas técnicas variam de país a país. O cada vez mais intenso intercâmbio internacional,
faz com que haja uma certa convergência à uniformização. Os países europeus, por exemplo, estão
neste domínio, pouco a pouco chegando à padronização comum a todos eles através das
Euronormas. Um organismo que promove esta uniformidade a nível internacional é o Comitê Euro-
Internacional du Béton, conhecido como CEB, com sede em Lausanne, Suíça. Desde os anos 70,
este organismo e a Federation Internationale de la Precontrait, FIP, publicam boletins periódicos, e,
de tempos em tempos, um Código Modelo, incorporando os avanços conseguidos com as pesquisas
dos últimos anos na área do concreto armado e protendido. Esta publicação serve de guia para as
normas de numerosos países, inclusive o Brasil. As normas estão pois tendo um tronco comum,
porém não convém que sejam completamente idênticas, em todos os países, pois devem conter
adaptações compatíveis com a realidade e com os materiais locais.

Na América Latina, os Estados Unidos, país imperialista que procura submeter os demais
povos do mundo ao seu domínio, vêm evidenciando esforços no sentido de impor sua norma de
concreto armado e protendido no continente, através do ACI (American Concrete Institute).
Infelizmente têm conseguido que alguns paises latinos simplesmente traduzam as normas

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americanas e as adotem oficialmente. Isto feito, forçando também a criação da ALCA (Associação
de Livre Comércio das Américas), poderão, em futuro próximo, tomar o me rcado dos engenheiros
estruturais locais e fazer projetos para toda a América em seus poderosos escritórios sediados
naquela potência que se baseia no poderio econômico e militar. Se a comunidade dos engenheiros
no Brasil não se opuser à penetração dos tentáculos americanos, as obras de vulto brasileiras serão
projetadas nos Estados Unidos, restando aos nativos calcularem obras de menor importância como
prédios residenciais corriqueiros a preços aviltados ou um primeiro andar na bodega da esquina.

No Brasil, as normas técnicas são publicadas pela Associação Brasileira de Normas


Técnicas, ABNT, com sede principal no Rio de Janeiro. No domínio das construções de concreto,
seja armado, protendido, ou concreto simples, a norma que atualmente rege seu projeto é a NBR
6118 (ABNT 2004). Antes dela, tinha-se, em separado, duas normas: a de concreto armado NBR
6118 e a de concreto protendido NBR 7197 (ABNT 1987).

As primeiras normas de cálculo de estruturas usavam o critério das tensões admissíveis.


Resumidamente, este método consiste em se determinar a tensão máxima nas zona mais solicitada
do elemento estrutural e verificar se ela é igual ou inferior a um determinado valor, chamado de
tensão admissível. Esta última corresponde a uma parcela da resistência do material e é obtida
dividindo-se a resistência por um fator conhecido como coeficiente de segurança. Quando a tensão
calculada é menor ou igual à tensão admissível, diz-se que a segurança está satisfeita.

Com o desenvolvimento da arte de projetar estruturas, o método das tensões admissíveis foi
se mostrando muito limitado, e, hoje, o processo nos quais as modernas normas se baseiam é o
método dos coeficientes parciais semi-probabilístico aos estados limites. Isto porque, através de
variados coeficientes, procura-se levar em conta o maior número possível de parâmetros que
influem em determinado fenômeno. Não existe mais um coeficiente de segurança único. Um certo
coeficiente pode ser constituído pelo produto de alguns outros. É um método “semiprobabilístico ao
estados limites” porque leva em conta, de forma aproximada, a aleatoriedade dos carregamentos
atuantes e a variabilidade das resistências dos materiais, considerando o critério dos estados limites
que é descrito a seguir.

Estados Limites

Diz-se que uma estrutura, ou parte dela, atinge um estado limite quando deixa de satisfazer
às condições para as quais foi projetada.

Então por exemplo, considere-se uma viga que foi calculada para receber um determinado
carregamento sem apresentar fissuras visíveis. Se, quando as cargas começam a atuar, aparecem
fissuras de grande abertura, de aspecto psicologicamente desagradável e que podem facilitar a
corrosão da armadura, diz-se que esta viga atingiu um estado limite por fissuração excessiva. Ela
não tinha sido projetada para ter tal comportamento.

No domínio das estruturas de concreto armado e protendido, há dois grande grupos de


estados limites:

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- estados limites últimos

- estados limites de serviço ou de utilização

Os estados limites últimos (ELU) são aqueles que dizem respeito à máxima capacidade
portante da estrutura. Sua simples ocorrência determina a paralisação, no todo ou em parte, do uso
da construção.

Os estados limites de serviço (ELS) são aqueles que dizem respeito à funcionabilidade e
durabilidade da estrutura. Sua ocorrência não implica na necessidade imediata de interdição de uso
da construção.

Estados limite últimos

Os estados limites últimos podem ser atingidos por:

- ruptura ou deformações excessivas de seções críticas

b) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em


parte, devido às solicitações normais e tangenciais, admitindo-se a redistribuição de esforços
internos desde que seja respeitada a capacidade de adaptação plástica definida na seção 14, e
admitindo-se, em geral, as verificações separadas das solicitações normais e tangenciais; todavia
quando a interação entre elas for importante, ela estará explicitamente indicada nesta Norma;

d) estado limite último provocado por solicitações dinâmicas (ver seção 23).

e) outros estados limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais.

Como exemplo, considere-se a seção de momento máximo de uma viga na qual a


deformação do aço atinge valores da ordem de 10 por mil. Mesmo sem a ruptura definitiva ter
ocorrido, esta deformação já é incompatível com o concreto armado pois começa a provocar a
separação do aço e do concreto.

A Figura 4 mostra o caso de o estado limite último ter ocorrido por ruptura causada
principalmente pelo esforço cortante (ou mais realisticamente, pelas tensões principais de tração). A
viga, após atingido o estado limite, teoricamente perde a capacidade portante. Assim, as normas
estruturais vão estabelecer critérios segundo os quais são atingidos tais estados limites.

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Figura 4 – Estado limite último atingido por esgotamento da capacidade resistente

-flambagem (ou instabilidade provocada por deformações)

É o caso de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte,


considerando os efeitos de segunda ordem. Pode ocorrer em pilares, em almas de vigas pouco
espessas e outras partes de elementos estruturais submetidos preponderantemente a esforços de
compressão. Veja-se o que ocorre em pilares, por exemplo (Figura 5) : quando o esforço normal
atinge determinado valor (função de vários parâmetros, entre ele o módulo de elasticidade do
material, o momento de inércia da seção transversal, a esbeltez da peça) começam a aparecer
deformações transversais. A carga deixa de estar centrada em relação ao eixo da coluna, assim
momentos adicionais aparecem ao longo da mesma, chegando-se a um ponto que a capacidade
portante é superada e advém a ruptura.

Figura 5 – Esquema de flambagem e estado limite último por flambagem


de pilar de colmos de bambu

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- perda de equilíbrio total ou parcial da estrutura considerada como corpo rígido

O exemplo clássico deste estado limite sendo atingido é o tombamento de um muro de


arrimo. Girando como um corpo rígido, mesmo sem ter quebrado, já não serve para o fim a que foi
projetado. Uma outra possibilidade é um recalque diferencial elevado de uma fundação da estrutura,
que, mesmo sem quebrá- la totalmente, como no caso da Figura 6, deve ser desativada a menos que
sofra um serviço de reforço e um macaqueamento que a ponha na posição original, o que é possível!

Figura 6 – Estado limite último de parte da estrutura atingido por perda parcial de equilíbrio

- transformação da estrutura em um mecanismo hipostático

No caso, o exemplo são estruturas hiperestáticas nas quais pode ocorrer plastificação de uma
seção, gerando uma rotação localizada que em seguida faz plastificar outra seção criando partes
hipostáticas na estrutura. Considere-se um pórtico hiperestático como o mostrado na Figura 7.

Figura 7 – Estado limite último por formação de mecanismo hiperestático

Aplicado um carregamento vertical e um horizontal, surgem os momentos fletores em suas


barras. Aumentando-se o carregamento vertical, chega-se a um ponto em que o momento no ponto
A provoca a plastificação da seção (por exemplo, o escoamento do aço). Quando isto ocorre, o
ponto A passa a ter liberdade de rotação, o que provoca uma redistribuição de momentos, fazendo
aumentar o momento em B que também atinge a plastificação, e como conseqüência aumenta o
momento em C que, por sua vez, vai plastificar, formando rótula. Assim a estrutura passa a ser

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rotulada em todos os apoios e encontros de barras. Sob a ação horizontal, ela perde completamente a
estabilidade, tombando.

- fadiga (ou instabilidade dinâmica)

Fadiga é o fenômeno da diminuição da resistência de um material quando submetido a


variações de tensão consideráveis. Ocorre em pontes rodoviárias e ferroviárias e em pontes rolantes
industriais, por exemplo. Qua ndo passam os veículos, as tensões aumentam, depois diminuem, isto
inúmeras vezes, ao longo da vida da estrutura, provocando enfraquecimento do material.

Estados limites de utilização (ou de serviço)

Os estados limites de utilização são aqueles que dizem respeito à funcionabilidade e


durabilidade da estrutura. Em funcionabilidade estão incluídos aparência, conforto dos usuários e a
boas condições da estrutura, seja em relação a eles, seja em relação às máquinas e aos equipamentos
que sobre elas vão ser instalados.

Os estados limites de utilização podem ser atingidos por:

- deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou seu aspecto estético

É o caso de flechas exageradas em lajes e vigas. Se a flecha de uma viga é muito grande, por
exemplo, pode provocar fissuras na parede que existe sobre ela, como na Figura 8, danificar o
funcionamento de portas e janelas prejudicando o uso do edifício. Embora o risco de ruína seja
baixíssimo, além dos inconvenientes citados, é desagradável aos usuários observarem peças
estruturais com deformações grandes. As deformações excessivas das estruturas também podem
prejudicar o funcionamento de motores e equipamentos sobre elas, tirando-os de nível e de prumo.

Figura 8 – Viga atingindo o estado limite de deformação excessiva danificando parede sobre ela

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- danos ligeiros ou localizados que comprometam a durabilidade da estrutura ou seu aspecto estético

Exemplo típico são peças estruturais com fissuração excessiva, que embora não signifique
absolutamente perigo iminente, psicologicamente perturba os usuários da estrutura. Além disto as
fissuras serão um caminho aberto à penetração de agentes agressivos às armaduras. Também aqui se
incluem os pontos localizados de armadura danificada pela ferrugem, como indicado na Figura 9.

Figura 9 – Peça estrutural atingido estado limite de utilização por dano localizado na armadura

- vibrações de amplitude excessiva

Podem ocorrer em estruturas esbeltas submetidas a vibrações por ação do vento ou de


motores de máquinas. Também construções próximas a estrada de ferro ou mesmo locais de muito
tráfego, em certas condições podem ficar sujeitas à vibrações indesejáveis. Se bem que não levem a
estrutura ao colapso, as vibrações excessivas produzem desconforto e sensação de insegurança.

A redução das vibrações nas estruturas passa pelo aumento da inércia das peças estruturais.
Em casos especiais, utilizam-se sistemas para isolar a estrutura do meio vibrante, como se pode ver
na Figura 10.

Figura 10 – Sistemas para isolar uma estrutura de vibrações (www.acengenharia.com.br)

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Além dos estados limites de utilização citados, existem ainda outros próprios do concreto
protendido.

Considerações finais sobre os estados limites

Do exposto fica claro que quando a estrutura atinge um estado limite de utilização os
prejuízos causados são menores, pois não chega a haver o colapso nem a desocupação da estrutura.
É natural que a “probabilidade aceitável” de eles serem atingidos deva ser maior que aquela de se
chegar a um estado limite último. De fato, projetando-se de acordo com as modernas normas, tem-se
probabilidade da ordem de 10-3 a 10-2 para serem atingidos os estados limites de utilização, enquanto
os estados limites últimos são atingidos com probabilidades da ordem de 10-6 a 10 -5 [Migliaci
(1979)]. Isto é conseguido através de coeficientes que, nos projetos, minoram as resistências dos
materiais e majoram as solicitações como será adiante explicado.

Assim, como a certeza não existe, não deve ser de admirar que se vejam notícias como as
constantes na Figura 11. Vê-se, então, a imensa responsabilidade do engenheiro estrutural que lida
com vidas humanas, e hoje está tão desprestigiado! De fato, o preço dos projetos estruturais têm
caído vertiginosamente e de maneira perigosa para a própria sociedade.

As normas de projeto de estruturas indicam como os estados limites são considerados


atingidos. No concreto armado, por exemplo, é dito na NB 1 que uma seção sob flexão é
considerada como tendo atingido o estado limite último por deformação excessiva quando a
deformação do aço chega a 10 por mil, ou quando a deformação do concreto comprimido atinge 3,5
por mil. E assim, existem valores limites para as flechas, para a abertura das fissuras, para a
amplitude das vibrações, etc. tudo indicado nos regulamentos normativos. Assim cabe ao projetista
fazer com que a estrutura por ele concebida não atinja um estado limite, ou pelo menos tenha uma
probabilidade aceitável de fazê-lo.

O entendimento do método de projeto dos coeficientes parciais aos estados limites exige o
conhecimento mais detalhado das ações atuantes nas estruturas. Estas são apresentadas e
classificadas a seguir, conforme indica a NBR 8681 – Ações e segurança das estruturas [ABNT
1984].

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ACIDENTE NO CHARLES DE GAULE MATA 5 PESSOAS

06 de janeiro, 2006 - 19h48 GMT (17h48 Brasília)

Peregrinos mortos por desabamento de prédio em Meca chegam a 76

Prédio de 6 andares desaba no Egito Teto cai e mata 66 na Polonia 15 mortos na Alemanha
Figura 11– Acidentes nas construções: estados limites últimos sendo atingidos

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Ações

Em capítulo anterior já foi feita referência às cargas usadas para se projetar as estruturas.
Aqui vai-se aprofundar um pouco mais o conhecimento, tendo em vista a nomenclatura e os
conceitos probabilísticos mais modernos.

Pode-se dizer que ações são as causas que provocam solicitações nas estruturas.

Por solicitações entendem-se os esforços internos quais sejam M (momento fletor), N


(esforço normal), V (esforço cortante) e T (momento fletor). Então, tudo que provoca estes esforços
é considerado ação: o peso próprio de uma viga, o carregamento total de uma laje, um recalque de
apoio de uma viga hiperestática, as sobrecargas da NBR 6120, tudo isto provoca momento fletor e
esforço cortante nessas peças, portanto são ações.

Normalmente as forças são ditas ações diretas e os deslocamentos impostos às estruturas são
chamados ações indiretas. Portanto, os carregamentos das estruturas, como peso próprio, peso de
revestimento, sobrecargas, cargas de vento, empuxo de água ou de terra, são ações diretas. As ações
indiretas são aquelas que provocam deslocamentos forçados à estrutura, como recalque de apoio,
variação de temperatura, retração do concreto, fluência o concreto, protensão. As imperfeições
geométricas também são consideradas ações indiretas.

Classificação das ações segundo sua variabilidade no tempo

As ações, conforme sua atuação ao longo do tempo podem ser classificadas em:

- ações permanentes: Fg

- ações variáveis : Fq

As ações permanentes são aquelas que ocorrem com valores constantes ou que variam
muito pouco em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da estrutura. É o caso do peso
próprio dos elementos da construção, peso de peças ou equipamentos fixos, empuxos de terra não
removíveis, e as ações indiretas como protensão, recalque de apoio, retração do concreto.

As ações variáveis são as que ocorrem com valores que apresentam significativas variações
em torno da média, durante a vida da estrutura. É o caso das cargas acidentais das construções (tais
como peso das pessoas, do mobiliário), cargas devidas ao vento, empuxos de terra ou líquidos, força
de frenação ou aceleração de veículos em pontes, atrito nos aparelhos de apoios, etc.

As ações variáveis que produzem efeitos favoráveis não são consideradas atuando nas
estruturas. Isto porque elas podem ou não atuar. Considere-se uma viga com balanço (Figura 12)
com carga originária do peso próprio e outras ações permanentes g, e com carga originária de ações
variáveis (como a sobrecarga, por exemplo) q. Vê-se que o momento no apoio atinge o maior va lor
quando nele está aplicada a carga total (g+q). Já para o momento do vão, a aplicação da carga
variável no balanço vai diminuí- lo. Assim, a sobrecarga no balanço vai atuar favoravelmente, não
devendo, pois, ser considerada. Então, para fins de dimensionamento no estado limite último, a

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situação de cálculo para o momento negativo no apoio vai ser a indicada na Figura 12 b) já para o
momento positivo no vão vai ser a indicada na Figura 12c.

Figura 12 – Ação variável no balanço reduz momento positivo no vão

Classificação das ações variáveis

Em função da probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, as ações variáveis


classificam-se em:

- ações variáveis normais: são aquelas cuja probabilidade de ocorrência é suficientemente


grande, devendo obrigatoriamente serem consideradas no projeto (ex: sobrecarga correspondente ao
peso de pessoas em um edifício, peso de veículos nas lajes de garagem, sobre uma ponte (esta é uma
ação móvel pois se desloca por sobre a estrutura), força de frenagem de veículos em pontes, pressão
da água em um pilar de ponte dentro de rio, etc.).

- ações variáveis excepcionais são aquelas cuja probabilidade de ocorrência é pequena, como
é o caso das cargas devidas a sismos. A obrigatoriedade da consideração deste tipo de ações
depende do caso. Numa região onde não há terremotos, por exemplo, não há a necessidade de se
considerar o efeito das cargas sísmicas, porém, nas zonas susceptíveis à ocorrência de tremores,
estas devem ser obrigatoriamente consideradas. Mesmo que isto ocorra muito raramente. Lisboa foi
destruída por um terremoto em 1755, mas as construções lá feitas têm que incluir as ações oriundas
dos terremotos. Do contrário seu efeito pode ser devastador (Figura 13).

Os Terremotos ocorrem nas proximidade das placas tecntônicas que revestem o globo
terrestre e podem ser vistas na Figura 14. O Brasil situa-se praticamente no centro da placa sul-
americana, estando praticamente livre dos terremotos, mas os vizinhos andinos, da Venezuela à
Argentina têm sofrido bastante com os sismos, cuja ação destruidora é impressionante. Muito
resumidamente pode-se dizer que a ação variável dos terremotos corresponde a uma força horizontal
de magnitude igual à massa da edificação multiplicada pela aceleração gerada no solo pelo
terremoto. Essa aceleração é função da intensidade do sismo. Quanto mais próximo se está das
bordas das placas tectônicas, maior deve ser a intensidade.

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Figura 13 - Efeito devastador dos terremotos

Figura 14 – Placas tectônicas

- ações varíaveis excepcionais : são as que têm duração extremamente curta e baixa
probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas no
projeto de determinadas estruturas. Consideram-se como excepcionais as ações provenientes de
causas tais como explosões, choque de veículos, enchentes, terremotos excepcionais, incêndios.
Estes últimos, ao invés de serem tratados como causas de ações excepcionais podem também ser
levados em conta por meio de uma redução da resistência dos materiais. Então, por exemplo, se uma
estrutura abriga uma fábrica de material explosivo, deve ser projetada prevendo a possibilidade,
ainda que remota, de uma explosão acontecer no seu interior. Já uma outra indústria onde não se
manipula tal tipo de material pode ser calculada sem se levar em conta as ações excepcionais
devidas a explosões.

Valores representativos das ações.

As ações, nos métodos semi-probabilistícos de projeto, são introduzidas no cálculo através


de seus valores representativos, ou seja, valores correpondentes a certos níveis de intensidade. Para
diferentes cálculos, pode-se ter diferentes valores representativos de uma mesma ação.

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Valores característicos das ações

Chamam-se valores característicos das ações, Fk , aqueles que têm uma probabilidade pré-
fixada de serem superados ao longo da vida útil da construção.

No caso das ações permanentes, o valor característico desta corresponde ao valor da ação.
Então se uma viga tem peso próprio de 2 kN/m, este é o valor característico da ação peso próprio.

No caso das ações variáveis, os valores característicos estão indicados nas normas
específicas. Por exemplo, o valor característico das cargas variáveis a serem usadas no projeto de
edifícios estão na norma NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. O
procedimento para se obter o valor característico das ações variáveis resultantes do vento está
indicado na NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações. E assim ocorre com pontes
rodoviárias, pontes ferroviárias, passarelas de pedestres, etc.

Os valores característicos das ações variáveis correspondem àqueles que têm de 25 a 35% de
probabilidade de serem ultrapassados durante o período de 50 anos. Então eles terão 100% de
chance de serem ultrapassados num intervalo de 200 a 140 anos, respectivamente. Por exemplo,
num edifício comercial a NBR 6120 diz que se deve considerar nas lajes uma sobrecarga de 2
kN/m2 . Esta corresponde ao peso de pessoas, de móveis, de máquinas de escritório. Considere-se
agora uma sala de tal edifício com 20m2 de área. Para se chegar ao valor da norma seria necessário
que ela contivesse quase 60 pessoas pesando em média 70 quilos. Muitíssimo raramente isto poderá
acontecer (quase três pessoas por metro quadrado).

Valores representativos das ações permanentes

Uma ação permanente, em geral, é representada por um simples valor, Fgk ou simplesmente
Fg (correspondente ao valor médio Fg méd.). Se, por acaso, nenhuma das três condições abaixo forem
verificadas, é necessário trabalhar com os valores máximo (F g max) e mínimo (F g min ) da ação
permanente:

- Fg max – F g min < 0,1 Fg méd


- o efeito da ação permanente no total das ações é pequeno
- é evidente que tanto Fg max como Fg min atuam em todas as partes da estrutura.

A NBR 6120 traz também o peso específico de muitos materiais de construção, que podem
ser utilizado para o cálculo das ações permanentes de peso próprio dos componentes da construção.

Valores representativos das ações variáveis

Muito raramente as ações variáveis ocorrem com seus valores característicos, Fqk . Por
exemplo, a ação variável a ser posta sobre uma laje de quarto de edifício residencial, para seu
dimensiona mento, segundo a norma NBR 6120, é de 1,5 kN/m2 . Ora, dificilmente este valor de fato
ocorre.

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Quando se tem mais de uma ação variável, é ainda muito menos provável que todas elas
atuem com o valor característico. Então, definem-se outros valores representativos que têm maior
probabilidade de ocorrer. Estes são obtidos à partir do valor característico multiplicado por
coeficientes apropriados:

- valores reduzidos – ? o .Fqk – são valores que, empregados nos estados limites
últimos, levam em conta a pequena probabilidade de ocorrência simultânea dos valores
característicos de duas ou mais ações variáveis de natureza diferente.

- valores freqüentes: ? 1 .Fqk – são aqueles que poderão ter um grande número de
repetições na vida da estrutura.

- valores quase permanentes: ? 2 .Fqk – são aqueles que correspondem


aproximadamente ao valor médio da ação ao longo do tempo.

Os valores dos coeficientes acima estão indicados na norma sobre a segurança nas
estruturas, NBR 8681, sendo alguns deles reproduzidos na Tabela 1.

Tabela 1 – Valores de ? ? , ? 1 , ? 2
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ações ?? ? i ? 2
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
cargas acidentais de edifícios

- edifícios residenciais 0,5 0,4 0,3

- edifícios comerciais 0,7 0,6 0,4

- bibliotecas, arquivos, oficinas, garagens 0,8 0,7 0,6

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
pressão do vento

- edifícios residenciais 0,6 0,3 0

- estruturas em geral 0,4 0,2 0

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
variação de temperatura

- estruturas em geral 0,6 0,5 0,3

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Os valores reduzidos, freqüentes e quase permanentes vão ser usados quando se for fazer a
combinação de todas as ações para se proceder ao dimensionamento dos elementos estruturais.

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Combinações das ações

As estruturas estão normalmente submetidas a mais de um tipo de ações. Uma laje de


edifício, por exemplo, está sujeita à ação do peso próprio, do peso do revestimento, do peso das
pessoas e do mobiliário. Como fazer para obter um carregamento com o qual se deva, por exemplo,
achar a quantidade de armadura necessária? E para saber a flecha que esta laje vai apresentar, usa-se
o mesmo carregamento? Segundo a NBR 6118, um carregamento é definido pela combinação das
ações que têm probabilidade não desprezível de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante
um período pré-estabelecido. Como nos estados limites últimos se deseja uma probabilidade bem
menor de a estrutura se tornar imprópria que nos estados limites de utilização, o carregamento
obtido a partir da combinação das ações atuantes não vai ser o mesmo. Estas combinações devem
ser feitas de diferentes maneiras, de forma que possam ser determinados os efeitos mais
desfavoráveis para a estrutura.

Conforme o estado limite em questão, as combinações de ações podem ser:

- combinações últimas

- combinações de utilização ou de serviço

Combinações últimas das ações

As combinações últimas, a serem usadas nos estados limites últimos, a fim de considerar que
a probabilidade de eles serem atingidos deve ser baixíssima, considera que todas as ações devem ser
multiplicadas por um coeficiente de ponderação, γƒ, indicado na Tabela 2. O valor total das ações
assim obtido é chamado valor de cálculo, e anotado com o índice d (de design, projeto em inglês). É
este valor que vai ser efetivamente usado nos cálculos, daí o seu nome.

O coeficiente γ f é chamado de γ g quando majora ação permanente e γ q quando majora ação


variável.

Uma combinação última pode ser classificada em:

- normal
- especial ou de construção
- excepcional

- combinação última normal – é a principal combinação, prevista para os carregamentos


normais da construção. Sua consideração é obrigatória. É com ela que se faz o dimensionamento das
peças estruturais. Ela pode ser expressa por:

Fd = (S ?g .F g) + ? q . F q1 k + (S ?q.? o .Fqik ) (1)

onde Fq1k é a principal ação variável (que não entra mais no somatório seguinte), Fqik as demais
ações variáveis (i>=2).

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Assim na combinação última normal, todas as ações permanente obrigatoriamente entram


com seus valores característicos majorados, a principal ação variável também com seu valor
característico majorado, e as demais ações variáveis entram com o valor reduzido, também majorado
pelo coeficiente ? q .

- combinação última especial ou de construção - é aquela em que estão envolvidas as ações


variáveis especiais, como as provenientes de sismos, ou quando se está considerando cargas que
ocorrem apenas durante a fase de construção da edificação. Nela devem ser consideradas, todas
afetadas dos coeficientes de ponderação, as ações permanentes, a ação especial com seu valor
característico e o restante das ações variáveis com seus valores reduzidos:

Fd = (S?g . F g) + ? q . Fqk esp + ( S?q. ? o .F qk )

- combinação última exepcional (ou especial) – é aquela utilizada quando se tem ação
excepcional. Nela devem constar as ações permanentes, a ação variável excepcional, com seu valor
representativo, e as demais ações variáveis com seus valores reduzidos, sempre multiplicadas pelos
respectivos coeficientes de ponderação:

Fd = ( S?g.Fg ) + ? qFexep – ( S?q.? o .fqk )

Coeficientes de ponderação nos estados limites últimos

Os coeficientes de ponderação nos estados limites últimos, podem ser considerados como o
produto de dois outros:

γ f = γf1 . γ f3

onde:

γ f1 leva em conta a variabilidade das ações, ou seja a incerteza sobre seu valor;

γ f3 é usado para considerar os desvios gerados nas construções, não explicitamente


considerados, e as aproximações feitas em projeto do ponto de vista das solicitações.

A Tabela 2 mostra os valores do coeficiente de ponderação conforme o tipo de ação.

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Tabela 2 - Coeficiente de ponderação γ f = γ f1.γf3

Combinações Ações
de ações Permanentes Variáveis Protensão Recalques de
(g) (q) (p) apoio e retração
Desfa- Favo- Geral Tempo- Desfa- Favorá- Desfa- Favorá-
vorável rável rária vorável vel vorável vel
Normais 1,4 * 1,0 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0

Especiais ou 1,3 1,0 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0


de construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0 1,2 0,9 0 0
*
Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso próprio das estruturas,
especialmente as pré- moldadas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1,3.

Diz a NBR 6118 que os valores das tabelas 1 e 2 podem ser modificados em casos especiais
aqui não contemplados, de acordo com a NBR 8681- Ações e Segurança nas estruturas.

Ela também cita que o nível d'água característico adotado para cálculo de reservatórios,
tanques, decantadores e outros pode ser igual ao máximo compatível com o sistema de extravasão,
considerando apenas o coeficiente γ f = γ f3 = 1,2. Nas estruturas em que a água de chuva possa ficar
retida deve ser considerada a presença de uma lâmina de água correspondente ao nível da drenagem
efetivamente garantida pela construção.

Combinações de utilização das ações

As combinações de utilização são usados para verificações dos estados limites de utilização.
Neles, o coeficiente ?f = ?f2 é tomado com valor unitário. Podem ser classificadas em:

- combinação freqüente – é aquela que se repete muitas vezes durante a vida útil da estrutura.
É, em geral, usada para a verificação do estado limite de abertura de fissuras e vibrações excessivas.
Nelas entram as ações permanentes, a ação variável principal com seu valor freqüente, e as demais
ações variáveis com seu valor quase permanente:

Ffreq = ( S Fg ) + ? 1 .Fq1k + S ? 2 . F qk

- combinação quase permanente – é aquela que pode atuar muitas durante o período de vida
da estrutura. É a combinação de cargas normalmente usada para verificação do estado limite de
deformações (flechas) excessivas. Aqui, todas as ações variáveis aparecem com seu valor quase
permanente (que corresponde aproximadamente ao seu valor).

Fqp = S Fg + S ? 2 . F qk

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- combinação rara – é aquela que pode atuar, no máximo, algumas vezes durante o período
de vida da estrutura. É, em geral, usada para a verificação dos estados limites de vibrações
excessivas e de outros estados limites no concreto protendido. Neste tipo de combinação, a ação
variável principal entra com seu valor característico, ao passo que as demais aparecem com seu
valor freqüente:

Frara = ( S Fg ) + Fq l k + ( S? 1 . F qk ) .

Exemplo de aplicação

Considere-se uma laje de edifício, cuja soma de todas as cargas permanentes seja igual a 3,5
kN/m , e a carga variável característica de 1,5 kN/m2 . Achar o carregamento para:
2

a) dimensio nar a laje


b) calcular a flecha

Solução:

a) o dimensionamento de um elemento estrutural é feito sempre considerando os estados limites


últimos. Assim deve ser empregada a combinação última normal. No caso, só há uma ação variável,
que é a principal. Da Tabela 2, tem-se:

?g =1,4; ?q = 1,4

Então a carga para o cálculo da armadura necessária será:

Fd = 1,4 Fg + 1,4 Fq = 1,4.3,5 + 1,4.1,5 = 7,0 kN/m2

b) a verificação da flecha deve ser feita com base nos estados limites de serviço. Deve ser
usada a combinação quase permanente. Da tabela 3, considerando edifícios residenciais:

? 2 = 0,3

Então, o carregamento para o cálculo da flecha da laje será:

Fqp = Fg + ? 2 .Fq = 3,5 + 0,3.1,5 = 3,95 kN/m2

Este exemplo mostra claramente que o carregamento a ser usado nas estruturas depende do
que se quer calcular. A responsabilidade no dimensionamento de uma peça é muito maior que no
simples cálculo de sua deformação. Assim, a laje em questão, em vez de ser dimensionada para 3,5
+ 1,5 = 5 kN/m2 , atribuído às pessoas e móveis, o é para 7 kN/m2 , de forma a ser baixíssima a
probabilidade de ela atingir o estado limite último.

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Resistências dos materiais

Resistência de um material é sua capacidade de resistir a tensões. A resistência dos materiais


é medida em ensaios padronizados. Apesar disto, também aqui não existe certeza no valor da
resistência real do material. Se forem feitos vários ensaios, o que se obtém é um valor médio para a
resistência. A fim de manter baixa a probabilidade de ser atingido o estado limite último, não é a
resistência média que é considerada nos cálculos. Utiliza-se o critério probabilístico definindo-se
como base a chamada resistência característica, e a partir dela, outros valores a seguir apresentados.

Resistência característica

O valor característico de uma resistência, f k , é aquele que, num lote de material, tem uma
determinada probabilidade de ser ultrapassado, no sentido desfavorável para a segurança.
Normalmente é de interesse a resistência característica inferior, cujo valor é menor que a resistência
média, fm .

Nos projetos de estruturas correntes de concreto armado e protendido, toma-se por base a
resistência característica (inferior), f k, definida como sendo o valor que tem 5% de probabilidade
de não ser atingido pelos elementos de um dado lote do material. Assim, se fm é a resistência média
medida e Sd o desvio padrão obtido, estatisticamente pode-se dizer que:

fk = fm - 1.645.Sd

Nos projetos, ao calculista interessa fixar o valor característico para a resistência do concreto
e adotar aquela do aço a ser usado. A obtenção da resistência característica na obra é função do
responsável pela fabricação do concreto.

No caso de barragens, pode-se adotar outros critérios, como por exemplo, em vez do quantil
de 5%, adotar 10% ou mesmo 20%.

Resistência de cálculo

Nos projetos estruturais, como já enfatizado inúmeras vezes, deseja-se uma probabilidade
baixíssima de serem atingidos os estados limites últimos. Então, por segurança, ainda não é com o
valor característico que se vai projetar, mas com este valor minorado. Define-se então resistência de
cálculo como sendo a resistência característica minorada por um coeficiente de ponderação das
resistências, ? m (índice m querendo significar material, transformando-se em s quando se refere a
aço de concreto armado, p a aço de protensão e c a concreto):

fd = fk /?m

No método dos coeficientes parciais, ?m depende do material (aço ou concreto), e do tipo de


combinação das ações. Seus valores estão indicados na Tabela 3.

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Tabela 3 – Valores dos coeficientes de ponderação dos materiais nos estados limites últimos.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
combinação concreto: ?c aço: ?? e ? p
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
normal 1,4 1,15
especial ou de construção 1,2 1,15
excepcional 1,2 1,0
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Para peças em cuja execução sejam previstas condições desfavoráveis, como por exemplo,
más condições de transporte, ou adensamento manual, ou concretagem deficiente por excesso de
concentração de armadura, a NB 1 manda que se multiplique o coeficiente ?c por 1,1. Em vez do
valor 1,4 (na Europa é usado o valor de 1,5), em usinas de pré- moldados, com alto controle
tecnológico do concreto, pode-se até empregar ? c = 1,3.

A NBR 6118 indica que o coeficiente γ m é formado por outros coeficientes da seguinte
forma:
γ m = γ m1 γm2 γm3

onde:
γ m1 considera a variabilidade da resistência dos materiais envolvidos;

γ m2 considera a diferença entre a resistência do material no corpo-de-prova e na estrutura;

γ m3 considera os desvios gerados na construção e as aproximações feitas em projeto do ponto


de vista das resistências

Nos estados limites de serviço, os coeficientes ?m são considerados unitários.

Uma análise do acima explicitado, mostra como os métodos modernos de projeto permitem a
adaptação de coeficientes (antigamente chamados coeficientes de segurança, hoje coeficientes de
ponderação) às condições em questão. Assim, na Europa, onde a riqueza é maior, usa-se um
coeficiente de minoração da resistência do concreto maior. Isto quer dizer que, para se ter a mesma
resistência de cálculo, lá é necessário uma resistência característica maior. Em princípio, maior
resistência característica, maior o custo do concreto. Na combinação normal de ações, por exemplo,
o concreto apresenta um coeficiente de minoração da resistência superior ao do aço. Isto pelo fato de
o aço ter seu processo de fabricação controle muito mais preciso que o concreto. Há uma incerteza
menor quanto ao valor da resistência característica do aço. Nada mais lógico, pois, que ?s seja
inferior a ?c.

Verificação da segurança

As condições analíticas de segurança estabelecem que as resistências não devem ser menores
que as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados limites e todos os

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carregamentos especificados para o tipo de construção considerada. Isto quer dizer que, em qualquer
caso deve ser respeitada a condição:

Rd ≥ Sd
onde

Rd representa o esforço resistente de cálculo


Sd representa a solicitação de cálculo

Rd é determinado a partir dos valores de cálculo das resistências dos materiais adotados no
projeto, ou das tensões resistentes de cálculo, quando for o caso. Segundo a NBR 6118, as tensões
resistentes de cálculo σ Rd ou τRd são estabelecidas para a determinação das solicitações resistentes de
cálculo que não dependam diretamente das resistências medidas convencionalmente em ensaios de
corpos-de-prova padronizados dos materiais empregados. Os valores de σ Rd e τRd são estabelecidos,
em cada caso particular, a partir das teorias de resistência dos elementos estruturais considerados e
serão explicitadas mais adiante.

Assim, enfatizando, diz-se que, no estado limite último, a segurança está satisfeita quando a
o esforço resistente de cálculo (obtido minorando-se a resistências dos materiais) é maior ou igual à
solicitação de cálculo Sd (obtida majorando-se as ações):

R d ≥ Sd

De uma maneira geral, é desta igualdade que se tira, por exemplo, a quantidade de armadura
necessária, a uma seção de concreto armado (dimensionamento), de forma a ter ela a “probabilidade
aceitável” de atingir um estado limite último.

Para se assegurar que a segurança obtida no s cálculos seja transferida para a estrutura, é
necessário que sejam atendidas as condições construtivas de segurança:

Devem ser atendidas as exigências estabelecidas:

- nos critérios de detalhamento constantes na NBR 6118 e que serão oportunamente apresentados

- nas normas de controle dos materiais, especialmente a NBR 12655;

- no controle de execução da obra, conforme NBR 14931 e Normas Brasileiras específicas.

Referências

1. ABNT – NBR 6118: 2003 – Projeto de Estruturas de Concreto

2. ABNT - NBR 7197 – Cálculo e execução de obras de concreto protendido.

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3. ABNT - NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estrutura – Procedimento

4. CEB 1992 – Model Code, Viena, 1992.


4. MIGLIACCI, A, MOLA, F (1979) - Proggetto agli stati limite delle strutture in cemento armado.
Ed.Tamburini, Milano, Itália, 1979.

6. NBR 6120 :1980 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações.

7. NBR 6123:1988 - Forças devidas ao vento em edificações.

Lista de Exercícios LE 4

1 - Citar alguns fatores de incerteza no cálculo estrutural.

2 - Qual o objetivo do projeto estrutural?

3 - Quais as condições básicas que devem as estruturas ou elementos estruturais satisfazer?

4 - A segurança e durabilidade das estruturas depende apenas do projeto?

5 - Quem deve apresentar menor probabilidade de ruptura, uma peça em uma central nuclear ou
um elemento estrutural em um galpão de depósito? Por que?

6 - Como pode o engenheiro projetista de estruturas saber que está tendo as margens de
segurança necessárias em seus projetos?

7 - Quando se diz que uma estrutura atinge um estado limite?

8 - Quais os dois grandes grupos de estado limite?

9 - Quais os principais estados limites últimos?

10 – Quais os principais estados limites de utilização?

11 – Que são ações? Quais os principais tipos segundo sua variabilidade no tempo?

12 – Qual a classificação das ações variáveis?

13 – O que é valor característico de uma ação?

14 – Quais e como se apresentam as ações na combinação última normal das ações?

15 – Desejando-se dimensionar uma viga de um edifício comercial, qual a combinação de ações


deve ser utilizada?

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16 – Desejando-se agora a flecha da viga da questão anterior, qual combinação usar?

17 – O que é resistência de materiais? Como é medida?

18 – O que é resistência característica de um material?

19 – A resistência do bambu à tração é próxima da do aço. No entanto, numa análise estatística,


sendo um material natural, o coeficiente de variação é bem superior à daquele industrializado.
Supondo-se que se deseja empregar o bambu como reforço no concreto, seu coeficiente de
minoração de resistência deve ser maior ou maior ou menor que o do aço?

20 – No método de projeto dos coeficientes parciais, quando se diz que a segurança está satisfeita?

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