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SNPTEE

SEMINÁRIO NACIONAL Versão 1.0


DE PRODUÇÃO E XXX.YY
TRANSMISSÃO DE 19 a 24 Outubro de 2003
ENERGIA ELÉTRICA Uberlândia - Minas Gerais

GRUPO XI
IMPACTOS AMBIENTAIS – GIA

A SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE RUÍDO EM TRANSFORMADORES DE SUBESTAÇÕES

Carlo Giuseppe Filippin* Paulo Henrique Trombeta Zanin Vladimir Pessoa de Oliveira
Carlos Alberto Bavastri Roque Auersvald Calomeno
Fabiano Belizário Diniz
LACTEC UFPR COPEL

RESUMO sistema de ventilação geralmente é encoberto pelo


ruído gerado pela vibração estrutural do transformador.
O processo de transmissão de energia elétrica é feito Esta vibração estrutural tem origem no núcleo, que é
em tensões elevadas. Junto às regiões de grande excitado principalmente por forças de
consumo faz-se necessário o rebaixamento da tensão magnetoestricção e por forças de atração e repulsão
de transporte da energia para tensões compatíveis magnéticas, já que é constituído por um conjunto de
com os sistemas de distribuição. Para o rebaixamento chapas justapostas. A causa do elevado ruído é a
de tensão são empregados transformadores. Estes vibração gerada pelo núcleo do transformador;
transformadores e os sistemas associados constituem vibração que é transmitida ao resto da carcaça e
uma subestação. A subestação produz ruído acústico a sistemas auxiliares a ela fixados (caixas de
partir, principalmente, dos transformadores. comando/fusíveis, trocadores de calor e suportes
Normalmente as subestações são instaladas longe de vários). Pelas características do núcleo, a freqüência
aglomerados urbanos para não gerar impacto de excitação é o dobro da freqüência da rede e seus
ambiental sobre a população do ponto de vista de harmônicos (Medeiros, 2001). No Brasil, a freqüência
poluição sonora. Com o crescimento das cidades de excitação fundamental corresponde a 120 Hz.
surgem bairros novos e a população se aproxima da Em geral, os transformadores mais antigos
região onde existe uma subestação, chegando a e/ou econômicos apresentam um nível de ruído
envolvê-la. Faz-se necessário, portanto, o estudo de elevado nas freqüências de excitação acima
metodologias e/ou produtos que venham a reduzir a mencionadas. Já os transformadores mais modernos,
poluição ambiental de origem acústica gerada por geralmente com um custo inicial maior, são fabricados
transformadores de subestações. de forma de atender a exigências de ruído comunitário.
Para isto, o núcleo (fonte primaria) é isolado da
PALAVRAS-CHAVE carcaça do transformador (fonte secundária) e esta,
por sua vez, é enclausurada e revestida com material
Ruído em transformadores. Acústica. Vibrações. acústico altamente absorvente (TOSHIBA). Na maioria
Neutralizadores. dos transformadores atualmente em funcionamento, o
núcleo é apoiado diretamente na carcaça, transmitindo
as vibrações para a mesma e seus sistemas auxiliares.
1.0 - HISTÓRICO
Devido às características construtivas do
transformador - grandes placas de aço unidas por
O ruído acústico gerado em uma subestação reforços intercalados - espera-se uma elevada
de geração de energia elétrica tem por origem as densidade modal o que poderia provocar amplificações
vibrações estruturais dos transformadores, o sistema na vibração provocada pelo núcleo. Desta forma, a
de ventilação dos transformadores, o chaveamento, o carcaça do transformador se transformaria em uma
efeito Corona, entre outros. Destes, as vibrações e o fonte secundaria de ruído.
sistema de ventilação são preponderantes, levando o Pelo exposto acima, existem dois caminhos que
foco do ruído para os transformadores. O ruído do podem ser seguidos para reduzir o nível de ruído
* Rua Prefeito Lothário Meissner, 01 - CEP 80210-170 - Curitiba - PR - BRASIL
Tel.: (041) 361 6289 - Fax: (041) 366 7373 - E-MAIL: filippin@lactec.org.br
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comunitário provocado pelos transformadores completamente, em função das coordenadas


atualmente em funcionamento e levá-lo aos níveis generalizadas do sistema primário. Assim, conhecendo
compatíveis com os apresentados pela norma nacional os parâmetros modais do sistema primário, é possível
vigente: analisar a dinâmica do sistema composto em um
- Projetar um controle de ruído na trajetória subespaço modal do sistema primário que está
através da implementação de barreiras; relacionado com a banda de freqüência de analises. A
- Estudar e projetar um controle de vibração e partir daqui, desconsiderando o acoplamento
ruído na própria fonte (utilizando-se provocado pelos neutralizadores, se realiza um
neutralizadores dinâmicos viscoelásticos). controle modo a modo, através de uma analogia direta
O neutralizador de vibrações, também conhecido com a teoria apresentada por Ormondroyd y Den
como absorvedor dinâmico, é um dispositivo físico Hartog (1928). Desta forma, foi apresentada uma
(denominado sistema secundário ou auxiliar) que ao metodologia para o projeto ótimo de “p” dispositivos
ser fixado em um sistema dinâmico ou estrutura mecânicos simples atuando sobre uma estrutura linear
(geralmente denominado sistema primário) reduz seus geometricamente complexa.
níveis de vibração e ruído irradiado a valores Continuando com aquela linha apresentada
aceitáveis. Estes dispositivos atuam sobre o sistema por Espíndola e Silva (1992), nos trabalhos Espíndola
primário aplicando forças de reação e/ou dissipando e Bavastri (1995, 1997,1999) foi desenvolvida uma
energia vibratória. Em outras palavras, estes metodologia geral para o estudo de NDVs tipo II,
dispositivos introduzem uma elevada impedância sobre aplicados a sistemas geometricamente complexos,
o sistema primário, em determinadas freqüências ou lineares e invariantes no tempo. Naqueles trabalhos, se
banda de freqüências. O controle passivo de vibrações mostra como projetar os parâmetros ótimos de “p”
e ruído é mais econômico que o controle ativo, que, por NDVs para controlar de forma passiva uma estrutura
sua vez, é mais eficiente em situações mais complexas geometricamente complexa, em una amplia banda de
onde o sistema a controlar é variante no tempo. freqüências e com uma dada densidade modal. Para
Existem estudos sobre a aplicação de controle ativo de tal fim, devem ser considerados conceitos tais como:
ruído e vibração em transformadores de subestações parâmetros equivalentes generalizados (Espíndola e
(Li, 2000). Silva, 1992), modelo modal do sistema primário
Os primeiros a modelar um neutralizador (determinados em forma analítica ou analítico-
dinâmico simples atuando sobre um sistema primário experimental) e técnicas numéricas de otimização no
de um grado de liberdade foram Ormondroyd y Den linear (PONL). Desta forma, o controle deixou de ser
Hartog (1928). O modelo utilizado para o neutralizador um controle modo a modo para se converter em um
foi massa-mola-amortecedor viscoso (MCK). Para o controle global sobre toda a banda de freqüência de
sistema primário utilizou-se um modelo massa-mola. interesse. O modelo utilizado em Espíndola e Silva
Naquele trabalho se apresentou uma metodologia para (1992) e Espíndola e Bavastri (1995) para o elemento
achar os parâmetros ótimos (sintonização) de um resiliente (material viscoelástico tipo II segundo
neutralizador dinâmico viscoso. Aquele modelo, citado Snowdon) do neutralizador viscoelástico, foi um
na maioria dos trabalhos como referência, é um modelo tão ideal quanto o modelo viscoso. Naqueles
modelo teórico com poucas aplicações práticas. trabalhos, foi assumida uma inclinação da parte real do
Os neutralizadores dinâmicos viscoelásticos módulo de cisalhamento (α), na região de transição,
(NDVs), estudados em casos particulares sob certas em escala log-log, igual a um. Quando Snowdon define
condições de contorno, foram apresentados por materiais tipo II estava frente a materiais que tinham
Snowdon (1968). Em geral, os materiais viscoelásticos um coeficiente α que oscilava entre 0.6 e 0.8. A
apresentam uma elevada dissipação de energia na sua simplificação daquele coeficiente resulta atrativa para o
região de transição (denominados tipo II segundo projeto ótimo do sistema de controle devido a sua
Snowdon, 1968), fundamental para aplicações em simplicidade, mas torna aquele modelo dos
controle de vibração e ruído. Nos últimos anos o neutralizadores viscoelásticos tão ideal quanto o
avanço tecnológico sobre estes materiais permitiu que viscoso. Aquele modelo surge da teoria da
um particular material viscoelástico possa ser obtido a viscoelasticidade linear, que considera derivadas de
partir de especificações pré-estabelecidas. Isto levou a ordens inteiras na equação diferencial que relaciona
que os NDVs se convertessem em uma ferramenta tensão e deformação.
possível de ser aplicada em distintas estruturas, Segundo Bagley and Torvik (1983), o modelo
reduzindo a resposta vibratória sobre una amplia de derivada fracionaria, para estudar o comportamento
banda de freqüências. de estruturas viscoelasticamente amortecidas, possui
Vários trabalhos sobre neutralizadores varias características importantes. Uma delas é que a
dinâmicos, aplicados em distintos sistemas forma matemática do modelo viscoelástico a través do
particulares, têm sido apresentados nos últimos anos. cálculo fracionário se fundamenta na aceitação da
Ainda assim, Sun (1995) expressou: “Apesar de todo o teoria molecular que governa o comportamento
esforço realizado até o presente, não existe uma mecânico para a maioria dos materiais viscoelásticos
metodologia geral para o estudo e projeto completo de encontrados na prática (Bagley and Torvik, 1983).
neutralizadores dinâmicos aplicados a sistemas Ainda, este modelo satisfaz a segunda lei da
lineares geometricamente complexos”. termodinâmica (Bagley, 1979) e predisse o ciclo de
Procurando generalizar a teoria de histereses tensão-deformação para materiais
neutralizadores, Espíndola e Silva (1992) viscoelásticos (Bagley and Torvik, 1979). Ao utilizar
apresentaram um novo conceito denominado este modelo, poucos parâmetros são necessários para
parâmetros equivalentes generalizados. Estes ajustar com precisão, por mínimos quadrados, as
parâmetros permitiam representar a dinâmica do propriedades mecânicas, obtidas experimentalmente,
sistema composto (primário + neutralizadores), dependentes da freqüência e da temperatura.
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Em 1996, Pritz (1996) mostra a excelente


correlação do modelo de derivada fracionária com TABELA 1: MEDIÇÕES NA SE/PILARZINHO
quatro parâmetros para predizer as variações das
propriedades elásticas e dissipadoras em uma ampla TRAFO POSIÇÃO DISTÂNCIA Leq –
faixa de freqüências, sempre que exista apenas uma DO TRAFO dB(A)
região de transição (um pico no fator de perda) – A1 1 4m 66,9
materiais reologicamente simples. 2 10m 66,1
Em Torvik and Bagley (1984), se apresenta o A2 3 4m 68,7
modelo de derivada fracionária com três parâmetros 4 10m 64,1
para descrever o comportamento de materiais 5 4m 73,0
viscoelásticos cujo comportamento se encontra entre a 6 4m 69,0
região de baixos valores do módulo de cisalhamento G B1 7 4m 57,1
e a região de transição. B2 8 4m 57,6
9 4m 54,3
2.0 - RUÍDO NA SUBESTAÇÃO DE PILARZINHO
2.3 - Resultados da Análise de Freqüência
O presente trabalho relata medições dos
níveis de pressão sonora na Subestação Pilarzinho Os resultados das medições de freqüência
para comparação com medições efetuadas em outras dos dois transformadores estão sumarizados na tabela
subestações e para avaliação das condições de 2 abaixo. É importante destacar a influência do ruído
conforto acústico nas residências vizinhas. Na gerado pela rodovia, que pode ser sentido pela
seqüência serão avaliadas as possibilidades da presença de componentes significativas do ruído em
implantação de neutralizadores dinâmicos freqüências de 400 Hz e superiores. As medições
viscoelásticos. foram realizadas próximas aos transformadores, a 4 m.
Apresenta-se a seguir a localização dos do transformador A1.
pontos de medição, o resultado e análise das medições
e proposta da continuidade deste projeto. TABELA 2: ESPECTRO DE FREQÜÊNCIAS
(MEDIÇÕES PRÓXIMAS AOS
2.1 - Medições Realizadas TRANSFORMADORES)
Freqüência NPS – Freqüência NPS –
Foram efetuadas medições dos níveis (Hz) dB(A) (Hz) dB(A)
equivalentes de pressão sonora (Leq), nas posições 31,5 18,1 500 60,2
indicadas na Figura 1, aproximadamente a 1,50 m de 40 23,8 630 61,6
altura para cada ponto. As medições foram realizadas 50 31,9 800 54,7
com um medidor de pressão sonora modelo B&K 2238 63 31,8 1000 54,2
dotado de um microfone B&K 4188. Cada medição 80 40,6 1250 47,4
durou cerca de 1 minuto, tomando-se então o valor do 100 36,9 1600 50,5
nível equivalente para esse intervalo. Para os dois 125 51,3 2000 44,4
transformadores de maior potência foram medidos 160 40,3 2500 40,5
também os espectros de freqüência.
200 45,9 3150 37,0
250 60,8 4000 35,1
315 58,2 5000 32,6
400 61,9 6300 31,9

2.4 - Tratamento dos Dados

Utilizou-se para fins de um melhor


conhecimento quanto à natureza do ruído que chega à
casa da Sra. Maria Helena um software desenvolvido
na Dinamarca: O SoundPlan v. 5, do Laboratório de
Acústica Ambiental da UFPR. Este software permite
mapas acústicos completos de toda a região da
subestação e das casas vizinhas a partir das medições
efetuadas próximo aos 4 transformadores e do tráfego
observado na rodovia dos Minérios (vide anexo). Ao se
Figura 1: Subestação Pilarzinho – identificação dos inserir os dados no software, procurou-se ser o mais
pontos de medição. fiel possível ao mapa da região, ao perfil do terreno e
na locação da potência sonora gerada por cada fonte.
Em suma, o ruído que chega à casa da Sra.
2.2 - Resultados das Medições Maria Helena foi considerado como a soma dos ruídos
gerados pelos 4 transformadores e pela rodovia. Por
As medições foram processadas para obter os meio do SoundPlan foi possível, além da geração dos
níveis equivalentes de pressão sonora em dB(A). Na mapas, se estabelecer a contribuição individual de
tabela 1 apresenta-se o resultado sumário destas cada fonte sonora ao ruído total incidente na casa. O
medições. programa permite a abstração de considerar o ruído
gerado pelos transformadores como se a rodovia não
4

existisse. O valor obtido para esta soma é de 36,05 Os limites de exposição ao ruído em uma
dB(A), um nível de ruído que não seria incômodo aos residência situada em uma ZR-2 (Zona Residencial de
vizinhos da subestação. baixa densidade), de acordo com a lei municipal 8583,
Foi possível se fazer ainda uma nova de 02 de janeiro de 1995, Tabela 4, são de
simulação do campo sonoro ao se acrescentarem respectivamente 55, 50 e 45 dB(A) para os períodos
barreiras acústicas. Para a simulação em questão diurno, vespertino e noturno. O nível sonoro no período
adotou-se barreiras de 7,8m de altura em torno dos diurno incidente na casa da Sra. Maria Helena é de
transformadores principais, distanciadas de 2m destas, 50,1 dB(A) que, quando acrescido da penalização de 5
e barreiras de 7m de altura em torno dos dB(A) previsto pela norma para ruídos que apresentam
transformadores secundários, à mesma distância de componentes monotônicas, passa a ser 55,1 dB(A).
2m. Os ruídos incidentes na casa da Sra. Maria Este nível está acima do limite estabelecido pela
Helena, antes e depois da colocação das barreiras, são legislação.
mostrados na tabela 3. Apesar da maior componente de ruído
incidente na casa da Sra. Maria Helena ser da rodovia,
TABELA 3: CONTRIBUIÇÕES DE CADA FONTE a exposição a ruídos permanentes de baixa freqüência
PARA O RUÍDO NA CASA DA RECLAMANTE é deveras estressante e atinge a todas as residências
(ANTES E DEPOIS DAS BARREIRAS) naquelas imediações, o que recomenda a adoção de
Fonte de NPS – dB(A) NPS – dB(A) medidas de redução e controle dos níveis de ruído em
ruído (sem barreiras) (com barreiras) subestações localizadas em ambientes urbanos.
Rodovia dos 50 49,9
Minérios TABELA 4: LEI MUNICIPAL 8583
Transformador 32,7 27,2
A1 Limites Máximos Permissíveis de Ruídos
Transformador 31,2 25,9
A2 Noturno
Zonas De Uso Diurno Vespertino
Transformador 28,6 21,3
B1
Transformador 20,8 20,8 Todas as ZR
B2 inclusive SR1,
TOTAL 50,17 49,95 55
SR2, ZEH, ZE, 50 dB(A) 45 dB(A)
TOTAL SEM A 36,05 30,68 dB(A)
AV, ZA (exceto
RODOVIA ZR4), SEHIS
ZR4, SEREC, CC
A nova soma dos ruídos que seriam gerados pelos (exceto Av.
transformadores nessa situação, abstraindo-se o ruído 60
Cândido de 55 dB(A) 55 dB(A)
da rodovia, seria 30,68 dB(A). O nível individual do dB(A)
Abreu), NC, UM,
transformador B2 não sofreu queda, pois o conjunto SC-1
transformador / parede corta-fogo está em um CC (Av. Cândido
alinhamento tal que a casa fica protegida contra esse de Abreu), SE,
ruído. 65
ZC, vias de 60 dB(A) 55 dB(A)
dB(A)
penetração e
3. 0 – COMENTÁRIOS SOBRE AS MEDIÇÕES coletoras, SH
SAI, ZS, ZE,
As simulações efetuadas após as novas Serviços, ZI, AI,
medições, realizadas no período da tarde, 70
TC, TT, Central 60 dB(A) 60 dB(A)
apresentaram valores muito próximos daqueles que dB(A)
de
haviam sido obtidos por medição direta na residência Abastecimento
da reclamante em janeiro e março deste ano.
Na análise dos efeitos das medidas ZR-1 Zona residencial (estritamente)
simuladas, pode-se observar que, apesar da redução ZR-2 Zona residencial baixa densidade
do nível global ter sido inferior a 1 dB(A) na ZR-3 Zona residencial média densidade
comparação entre os valores atuais e aqueles obtidos ZR-4 Zona residencial média densidade
com a simulação de barreiras, a contribuição dos (mista)
transformadores foi quase 6 dB(A) menor, o que SEHIS Setor especial de habilitação de
representa uma redução significativa. Portanto a interesse social
instalação dessas barreiras pode contribuir muito para ZE Zona especial de serviço
o aumento do conforto da vizinhança mesmo que o AV Área verde
ruído global não sofra redução, pois as barreiras ZA Zona agrícola
atuarão na redução da influência dos ruídos gerados SR-1 Setor residencial de Santa Felicidade
pelos transformadores, constantes e monotônicos, SR-2 Setor residencial de Santa Felicidade
portanto mais incomodativos. Das diferentes ZEH Zona especial habitacional
simulações foram gerados os mapas acústicos das SH Setor histórico
Figuras 2, 3, 4 e 5. SEREC Setor de recuperação residencial
CC Centro Cívico
4.0 – AVALIAÇÃO DOS RUÍDOS EM FACE DA ZS Zona de serviço
LEGISLAÇÃO ZI Zona industrial
5

SAI Serviço de apoio à indústria - CIC importante amortecimento introduzido pelo óleo do
AI Área industrial próprio transformador.
TC Terminal de carga Medições realizadas em transformadores que
TT Terminal de transporte apresentaram um elevado nível de ruído verificaram
NC Nova Curitiba diferentes amplificações para distintas freqüências,
UM Uso misto - CIC corroborando o apresentado no parágrafo anterior. Nas
SC-1 Setor comercial Figuras 12 até 20 são mostradas diferentes respostas
SE Setor estrutural no domínio da freqüência, amplitude de aceleração [g],
obtidas com o transformador em funcionamento. É de
5.0 – ANÁLISES DE VIBRAÇÕES se esperar respostas de vibração em 120 Hz e seus
harmônicos predominando uma ou outra freqüência
Para identificar as características dinâmicas dependendo da característica dinâmica do sistema.
do sistema (fonte sonora), foram medidas funções
respostas em freqüência (FRF, plural FRF’s) em 6.0 – COMENTARIOS E CONCLUSÕES
distintos setores para distintos transformadores e seus
subsistemas. Estas funções características - O controle de ruído atuando na trajetória
Inertâncias - são mostradas nas figuras 6 até 11. As empregando barreiras é uma solução viável. As
medições em campo foram realizadas com um martelo simulações apresentadas indicam uma redução
piezoelétrico PCB 086C03 serie 9882 e um suficiente no nível de ruído na comunidade vizinha à
acelerômetro PCB 353B34. A aquisição de dados foi essa subestação em particular com o emprego de
obtida com um analisador de Fourier de dois canais HP barreiras. Na subestação Pilarzinho estão sendo
3560 A. Devido à impossibilidade de se realizar estas construídas barreiras de modo que em breve este
medições nos transformadores em serviço, as FRF’s trabalho terá dados de campo para confrontar com os
foram medidas em 4 transformadores distintos, de dados numéricos, oriundos da simulação.
potências similares, que se encontravam fora de O sistema dinâmico em estudo apresenta uma
serviço. Os transformadores estudados foram: densidade modal tal que o sistema trabalhará em
ressonância. Este fato fará que as vibrações
Transformador ABB (AF 1988) – 45 MVA – provenientes da fonte primaria (núcleo) sejam
230/130/13,8 kV. amplificadas pela carcaça dos transformadores e seus
Transformador WEG 2001 – 5/7MVA – 34,5/13,8 kV. subsistemas o que provocará um nível de ruído
Transformador WEG – 5/7MVA – 34,5/13,8 kV. elevado em toda a banda de freqüências audível. Por
Transformador ABB (AF 1999) – 230/138/13,8 kV – outro lado as baixas e médias freqüências serão as
150 MVA. que mais longe chegam antes de serem dissipadas
Como pode ser observado nas FRF’s pelo ar ou outros obstáculos.
medidas, as carcaças dos transformadores estudados Uma vez que o sistema possui um
(fonte secundaria) amplificam as vibrações considerável amortecimento introduzido pelo óleo do
provenientes do núcleo (120 Hz e seus harmônicos) próprio transformador, um controle de vibração e ruído
dependendo do ponto de excitação e resposta. Assim, eficiente resultará com a utilização de neutralizadores
é de se esperar elevados níveis de vibração e ruído em dinâmicos.
toda a faixa de freqüências da excitação, com maior Para tal fim, o conhecimento preciso das
intensidade em uma ou outra freqüência, dependendo características dinâmicas do sistema (transformador e
das características dinâmicas do sistema subsistemas) é fundamental.
(transformador e subsistemas). As distintas curvas de Devido à complexidade deste sistema e à
resposta em freqüência, dependendo da região dificuldade de realizar um analise modal para aplicar a
analisada, mostram uma densidade modal tal que a teoria moderna de projeto em neutralizadores
estrutura como um todo trabalha muito perto de suas dinâmicos viscoelásticos, será realizado um
freqüências naturais o que caracterizaria o fenômeno mapeamento sobre o transformador em funcionamento
de ressonância em 120 Hz e seus harmônicos. para determinar os pontos de fixação dos mesmos.
Na ressonância, os controles de vibração e A quantidade de massa adicionada a través
ruído na fonte mais eficiente são: dos neutralizadores seguirá a teoria moderna
• Modificação estrutural; apresentada por Espíndola e Silva (1992) e Espíndola
• Introdução de amortecimento na estrutura; e Bavastri (1995).
Um estudo de casos que servirá como
• Utilização de neutralizadores dinâmicos.
referência será realizado em um transformador de
Dentre as três possibilidades acima
distribuição de menor tamanho. Este sistema será
mencionadas, o controle de vibração e ruído através de
modelado por elementos finitos assim como o sistema
neutralizadores dinâmicos resulta ser a mais adequada
de controle para predizer o comportamento dinâmico
para este caso particular, já que a primeira é
do sistema composto (transformador – sistema de
impossível de ser realizada uma vez construído os
controle). Estes resultados serão extrapolados para os
transformadores, e a segunda não teria o efeito
transformadores de maior potencia.
desejado devido a que a estrutura já apresentar um
Figura 02: Situação atual.
Figura 03: Situação atual + barreira.
Figura 04: Sem rodovia - sem barreira.
.
2

Figura 05: Sem rodovia - com barreira.


2

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4

Figura 10: Amplificação de resposta esperada em 120, Figura 14: Resposta da carcaça no domínio da
240 e 480 Hz. freqüência.

Figura 11: Amplificação de resposta esperada em 120 Figura 15: Resposta da carcaça no domínio da
Hz. freqüência.

Figura 12: Resposta da carcaça no domínio da Figura 16: Resposta da carcaça no domínio da
freqüência. freqüência.

Figura 13: Resposta da carcaça no domínio da Figura 17: Resposta da carcaça no domínio da
freqüência. freqüência.
5

Figura 18: Resposta da carcaça no domínio da


freqüência.

Figura 19: Resposta da carcaça no domínio da


freqüência.

Figura 20: Resposta da carcaça no domínio da


freqüência.

Figura 21: Resposta da carcaça no domínio da


freqüência.

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