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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

PROF: WILAMES SANTOS


DATAS IMPORTANTES
Em 1920, na Europa, são iniciados estudos relativos à aplicação dos
“Raios-X” na inspeção dos materiais.

Em 1954, explosão em pleno ar do Comet. Criação de sistemas de


inspeção periódicas obrigatórias para todas as aeronaves
comerciais, impulsionando o desenvolvimento dos ensaios não
destrutivos, como o Ultra-Som.

Em 1905, explosão da caldeira da fábrica de sapatos Brockton,


USA, morreram 58 pessoas. Os Estados Unidos adotam o Código
ASME (American Society of Mechenical Engineers).

Em 1943, preocupação brasileira – foi elaborada a NR-13,


norma sobre caldeira e vasos de pressão, que em 1994 recebeu
um novo texto, publicado pela Secretária de Segurança e Saúde
no Trabalho (SSST).
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Objetivo

A radiografia industrial é usada para detectar variação de


uma região de um determinado material que
apresenta uma diferença em espessura ou densidade
comparada com uma região vizinha, em outras palavras, a
radiografia é um método capaz de detectar com boas
sensibilidade defeitos volumétricos.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Isto quer dizer que a capacidade do processo de
detectar defeitos com pequenas espessuras em planos
perpendiculares ao feixe, como trinca dependerá da
técnica de ensaio realizado.

Defeitos volumétricos como vazios e inclusões


que apresentam uma espessura variável em todas direções,
serão facilmente detectadas desde que não sejam muito
pequenos em relação à espessura da peça.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Introdução
Raios X e Gama (ondas eletromagnéticas) penetram nos
materiais. Capacidade de penetração depende de:
• Comprimento de onda
• Tipo e espessura do material

Quanto menor o comprimento de onda maior a penetração.


Parte da radiação atravessa o material e parte é absorvida.
Quantidade de radiação absorvida depende da espessura do
material (menor espessura – menor quantidade de
absorvida). radiação

A radiação ao atravessar o material irá impressionar o


filme radiográfico (radiografia).
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Conceito

A radiografia é um método usado para inspeção não


destrutiva que baseia-se na absorção diferenciada da
radiação penetrante pela peça que está sendo inspecionada.

Devido às diferenças na densidade e variações na


espessura do material, ou mesmo diferenças nas
características de absorção causadas por variações na
composição do material, diferentes regiões de uma peça
absorverão quantidades diferentes da radiação penetrante.
Ensaio Radiográfico
Conceito

Essa absorção diferenciada da radiação poderá


ser detectada através de um filme, ou através de um
tubo de imagem ou mesmo medida por detectores
eletrônicos de radiação.

Essa variação na quantidade de radiação


absorvida, detectada através de um meio, irá nos
indicar, entre outras coisas, a existência de uma falha
interna ou defeito no material.
ENSAIO
RADIOGRÁFICO
Conceito
ENSAIO
RADIOGRÁFICO
Raios X
Os Raios X, destinados ao uso industrial, são gerados numa ampola
de vidro, denominada tubo de Coolidge, que possui duas
partes distintas: o ânodo e o cátodo.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
O ânodo e o cátodo são submetidos a uma tensão elétrica da
ordem de milhares de Volts, sendo o pólo positivo ligado
ao anodo e o negativo no cátodo.

O ânodo é constituído de uma pequena parte fabricada


em tungstênio, também denominado de alvo, e o cátodo de
um pequeno filamento, tal qual uma lâmpada incandescente,
por onde passa uma corrente elétrica da ordem de mA.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Quando o tubo é ligado, a corrente elétrica do filamento, se aquece e
passa a emitir espontaneamente elétrons que são atraídos e acelerados
em direção ao alvo. Nesta interação, dos elétrons com os átomos
de tungstênio, ocorre a desaceleração repentina dos
elétrons, transformando a energia cinética adquirida em Raios X.
ENSAIO
RADIOGRÁFICO
Unidade Geradora, Painel de Comando
Os equipamentos de Raios X industriais se dividem geralmente em
dois componentes:
o painel de controle e o cabeçote (unidade geradora).
O painel de controle consiste em uma caixa onde estão
alojados todos os controles, indicadores, chaves e medidores, além
de conter todo o equipamento do circuito gerador de alta tensão.
A foto representa uma unidade de
comando de um aparelho de Raios X
industrial moderno. O painel, digital, resume
uma série de informações técnicas sobre a
tais
exposição, distância fonte-filme, kV,
como mA,informações
exposição.
tempo depoderão ser Asmemorizadas
display
recuperadas quando no e
necessário.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
É através do painel de controle que se fazem os ajustes
de tensão e corrente, além de comando de acionamento
do aparelho.

No está a ampola e os dispositivos de


cabeçote alojada
refrigeração.
A conexão entre o painel de controle e o cabeçote se
faz
através de cabos especiais de alta tensão.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Esses dados determinam a capacidade de operação do
equipamento, pois estão diretamente ligados ao que o
equipamento pode ou não fazer. Isso se deve ao fato
dessas grandezas determinarem as características da radiação
gerada no equipamento.

A tensão se refere à diferença de potencial entre o ânodo e


o cátodo e é expressa em quilovolts (kV). A corrente se
refere à corrente elétrica do tubo e é expressa em
miliamperes (mA).
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Outro dado importante se refere à forma geométrica do
ânodo no tubo. Quando em forma plana, e angulada,
propicia um feixe de radiação direcional, e quando em
forma de cone, propicia um feixe de radiação panorâmico,
isto é, irradiação a 360°, com abertura determinada.

Os equipamentos considerados portáteis, com tensões até


400 kV, possuem peso em torno de 40 a 80 kg,
dependendo do modelo. Os modelos de tubos
refrigerados a gás são mais leves ao contrário dos
refrigerados a óleo.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Acessórios do Aparelho de Raios X

Cabos de energia:
O aparelho de Raios X composto pela mesa de comando e
unidade geradora, são ligadas entre si através do cabo de energia. A
distância entre a unidade geradora e a mesa de comando deve
ser tal que o operador esteja protegido no momento da
operação dos controles, segundo as normas básicas de segurança.

Para tanto os fabricantes de aparelhos de Raios X fornecem cabos de


ligação com comprimento de 20 a 30 metros dependendo da potência
máxima do tubo gerador.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Blindagem de
Proteção
O início da operação do aparelho deve ser feita com
aquecimento lento do de Raios X, conforme as
tubo recomendações do
fabricante.
Neste processo o operador deve utilizar as cintas ou blindagens
especiais que são colocadas na região de saída da
radiação, sobre a carcaça da unidade geradora. Este
acessório fornecido pelo fabricante permite maior
segurança durante o procedimento de aquecimento do
aparelho.
Ensaio Radiográfico

Raios X industrial, de até 300 Inspeção radiográfica de


kV (portáteis) soldas em tubos
ENSAIO
RADIOGRÁFICO
Gerados na interação de elétrons em alta velocidade com a matéria.
Raios X
Quando elétrons com suficiente energia interagem com elétrons de
um
átomo, são gerados raios-X.

Cada elemento quando atingido por um elétrons em alta velocidade


emite o seu Raio-X característico.

Quando elétrons de suficiente energia interagem com o núcleo de


átomos, são gerados Raios-X contínuos, assim chamados porque o
espectro de energia é contínuo.

Condições para geração de Raios-C:


Fonte de elétrons
Alvo para ser atingido pelos elétrons (foco)
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Raios Gama

Os isótopos de alguns elementos têm seus núcleos em estado


de desequilíbrio, devido ao excesso de nêutrons, e tendem
a evoluir espontaneamente para uma configuração mais
estável, de menor energia.

As transformações nucleares são sempre acompanhadas


de uma emissão intensa de ondas eletromagnéticas,
chamadas raios-.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Os raios- são ondas eletromagnéticas de baixo
comprimento
de onda e com as mesmas propriedades dos raios-X.

Dos isótopos radioativos, o Cobalto 60 e o Irídio 192 são


os mais utilizados em radiografia industrial.

Por causa do perigo da radiação sempre presente, as


fontes radioativas devem ser manejadas com muito
cuidado e são necessários aparelhos que permitam
guardá-las, transportá- las e utilizá-las em condições de
segurança total.
ENSAIO
RADIOGRÁFICO
Estes aparelhos consistem em uma
carcaça protetora de chumbo, tungstênio
blindagem ou
ou urânio 238.
Esta carcaça apresenta um furo axial no interior, do qual
existe um estojo metálico, chamado porta-isótopo, fixado
a um comando mecânico flexível, munido de um pequeno
volante ou manivela para manobra à distância.
mBobina de
angueiras
Irradiador

M anivela para
M angueira
controle rem oto

Chaves de
segurança

M angueiras

Porta isótopo
ENSAIO
RADIOGRÁFICO
Raios Gama
Isótopos com núcleo em desequilibro (excesso de
nêutrons) tendem a evoluir para situaçãomais
estável (menor energia), liberando ondas
eletromagnéticas (Raios Gama).
Raios Gama são ondas eletromagnéticas de
baixo comprimento de onda e com as mesmas
propriedades que os Raios-X.
Principais isótopos radioativos:
Co60

Ir192
Fontes radioativas devem ser manuseadas com muito
ENSAIO RADIOGRÁFICO

Aparelho usando Fonte Radioativa de Cobalto-60, pesando 122


Kg.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Comparação entre Raios-X e Raios Gama

Raios-X pode regular a tensão anódica e por isso pode ser controlado o
poder de penetração (varia o comprimento de onda).

Raios Gama não pode modificar o


comprimento de onda (é característica do isótopo).

Do ponto de vista da qualidade radiográfica os Raios-X são melhores.

Raios Gama são emitidos espontaneamente. Não


necessitar de corrente elétrica.

Para grandes espessuras (acima de 90 mm) o poder de penetração dos


Raios-X não é suficiente.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Equipamentos de Raios Gama tem mais facilidade de uso.

Instalações de Raios Gama são mais baratas.

Certos casos particulares apresentam problemas de acesso,


tornando o uso de raios- mais indicado. Para estes casos, as fontes
radioativas são mais maleáveis e tornam possíveis posicionamentos
corretos.

Uma grande vantagem dos raios- é a sua emissão esférica a partir


da fonte, permitindo efetuar radiografias circunferenciais em
uma única exposição (exposição panorâmica).
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Absorção da radiação em função do tipo de
material
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Absorção da radiação em função da
espessura
ENSAIO
RADIOGRÁFICO
Técnica Parede Simples – Vista
Simples
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Filme
O filme radiográfico consiste de uma fina chapa de
plástico transparente, revestida de um ou ambos os lados
com uma emulsão de gelatina, de aproximadamente
0,03 mm de espessura, contendo finos grãos de brometo
de prata.

Quando exposto aos raios-X, raios- ou luz visível, os cristais


de brometo de prata sofrem uma reação que os torna
mais sensíveis ao processo químico (revelação), que os
converte em depósitos negros de prata metálica.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Em resumo, a exposição à radiação cria uma imagem implícita
no
filme, e a revelação torna a imagem visível.

Quando o inspetor interpreta uma radiografia, ele está vendo


os detalhes da imagem da peça em termos da quantidade de luz
que passa através do filme revelado.

Áreas de alta densidade (expostas a grandes quantidades


de radiação) aparecem cinza escuro; áreas de baixa densidade
(áreas expostas a menos radiação) aparecem cinza claro.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
A densidade é o grau de enegrecimento do filme. A densidade é
medida por meio de densitômetros eletrônicos. A medição da densidade é
feita no negatoscópio, que é o aparelho usado para a interpretação de
radiografias.

É uma caixa contendo lâmpadas, com luminosidade variável, e um


suporte de plástico ou vidro leitoso, onde o filme é colocado.

Negatoscópio alta
intensidade para radiografia
industrial.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
INDICADORES DE QUALIDADE DE IMAGEM (IQI)

O IQI é um dispositivo, cuja imagem na radiografia é


para
usada determinar o nível de qualidade radiográfica
(sensibilidade). Não é usado para julgar o tamanho das
descontinuidades estabelecer limites de das
ou mesmas. aceitação
ENSAIO RADIOGRÁFICO
O IQI adotado
padrão
pelo código ASME é um
prisma retangular de
metal com três furos de
determinados
diâmetros, e a
sensibilidade radiográfica
é definida em função do
menor furo visível na
radiografia.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
O IQI padrão adotado pela norma
DIN (Deutsche Industrie Normen)
é composto de uma série de sete
arames de metal e de
diâmetros padronizados.

A sensibilidade radiográfica é
definida em função do menor
arame visível na radiografia.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Os penetrômetros devem ser de material idêntico, ou
radiograficamente similar, ao material radiográfico.
Obs.:Recentemente foram introduzidos no código ASME V, os IQI's
de
arame na norma ASTM.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Preparação do Filme

Preparação dos banhos: a preparação dos banhos


devem seguir a recomendação dos fabricantes, e preparados
dentro dos tanques que devem ser de aço inoxidável ou da
matéria sintética, sendo preferível o primeiro material.

É importante providenciar agitação dos banhos, utilizando


pás de borracha dura ou aço inoxidável ou ainda de material
que não absorva e nem reaja com as soluções do
processamento. As pás devem ser separadas, uma para cada
banho, para evitar a contaminação das soluções.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Manuseio: após a exposição do filme, o mesmo ainda se
encontra dentro do portafilmes plástico, e portanto deverá
ser retirado na câmara escura, somente com a luz de
segurança acionada.

Nesta etapa os filmes deverão ser fixados nas presilhas de


aço inoxidável para não pressionar o filme com o dedo,
que poderá manchá-lo permanentemente.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Revelação: Quando imergimos um filme exposto no tanque
contendo o revelador, esta solução age sobre os cristais de
brometo de prata metálica, por ação do revelador.

Esta seletividade está na capacidade de discriminar os


expostos dos não expostos. grãos

A revelação deve ser feita com agitação permanente do filme


no revelador, afim de que se obtenha uma distribuição homogênea
do líquido em ambos os lados da emulsão, evitando-se a
sedimentação do brometo e outros sais que podem provocar
manchas susceptíveis de mascarar possíveis descontinuidades.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Em princípio, o revelador deveria somente reduzir os
cristais de haletos de prata que sofrem exposição durante a
formação da imagem latente. Na realidade, os outros
cristais, embora lentamente, também sofrem redução.

Chama-se “Véu de fundo” o enegrecimento geral


resultante, que deve ser sempre mínimo para otimizar a
qualidade da imagem radiográfica.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Os filmes devem ser agitados na solução reveladora para
que não haja formação de bolhas grudadas no filme que
possam causar falta de ação do revelador nestes pontos,
formando assim um ponto claro.

Deixar escorrer por alguns segundos o filmes.


ENSAIO RADIOGRÁFICO
Banho interruptor ou banho de parada: O banho interruptor
pode ser composto, na sua mistura, de água com ácido
acético ou ácido glacial.

Neste último caso, deve-se ter cuidado especial, prevendo-


se uma ventilação adequada e evitando-se tocá-lo com as
mãos. Quando se fizer a mistura com água e não ao
contrário, pois poderá respingar sobre as mãos e face
causando queimaduras.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Fixação: Após o banho interruptor, o filme é colocado em um
terceiro tanque, que contém uma solução chamada de
“fixador”.

A função da fixação é remover o brometo de prata das porções


não expostas do filme, sem afetar os que foram expostos
à radiação.

O fixador tem também a função de endurecer a emulsão


gelatinosa, permitindo a secagem ao ar aquecido.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Lavagem dos Filmes: Após a fixação, os filmes seguem para
o processo de lavagem para remover o fixador da emulsão.

O filme é imergido em água corrente de modo que


toda superfície fique em contato constante com a água
corrente.
Cada deve ser lavado por aproximadamente, 30
filme ,
minutos.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Vantagens

Registro permanente dos


resultados;
Detecta facilmente defeitos volumétricos, tais como
porosidades, inclusões, falta de excesso de
penetração. penetração,
ENSAIO RADIOGRÁFICO
Desvantagens
Descontinuidades bi-planares (Tr, FF), somente
DL,
detectadas se estiverem no mesmo plano da
radiação; Acesso em ambas as superfícies;
Geometria complexa dificulta o ensaio;
Radiação afeta a saúde dos operadores e
público; Necessário interromper trabalhos
próximos; Custo elevado;
Ensaio demorado – Resultado não é
imediato; Treinamento demorado dos
inspetores.
ENSAIO RADIOGRÁFICO
ENSAIO RADIOGRÁFICO
ENSAIO RADIOGRÁFICO
ENSAIO RADIOGRÁFICO
ENSAIO RADIOGRÁFICO
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