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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

WILER GUIMEL DUTRA GUIMARÃES – GRR20179994


RAFAEL LAU DE MOURA – GRR20187055
MARCELO HAHN AITA – GRR 20165705

RELATÓRIO
DISCIPLINA TE993 – INTRODUÇÃO À ENGENHARIA BIOMÉDICA

TRABALHO 1

CURITIBA
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

TRABALHO 1 – INTRODUÇÃO À ENGENHARIA BIOMÉDICA

Wiler Guimel Dutra Guimarães – GRR20179994


Rafael Lau de Moura – GRR20187055
Marcelo Hahn Aita – GRR20165705

DESENVOLVIMENTO DE UM AMPLIFICADOR DE BIOPOTENCIAL

Projeto realizado na disciplina de Introdução à


Engenharia Biomédica do curso de Engenharia
Elétrica (ênfase em sistemas eletrônicos embarcados)
visando realizar através de um protótipo e testes em
laboratório os princípios observados na teoria.

Orientador: José Carlos da Cunha, Dr.

CURITIBA
2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 6
Amplicador de Biopotencial ......................................................................................... 6
Eletromiografia – EMG ................................................................................................ 6
Eletrodos ....................................................................................................................... 7
Filtros ............................................................................................................................ 7
MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................. 9
DESENVOLVIMENTO ................................................................................................. 10
Diagrama do circuito .................................................................................................. 10
Diagrama de Blocos .................................................................................................... 11
Testes feitos em laboratório ........................................................................................ 12
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 16
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 17
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INTRODUÇÃO

Esse trabalho consiste em apresentar tecnologias de sistemas


embarcados voltadas à área de Engenharia Biomédica. Será abordado sobre
os Amplificadores de Biopotenciais, aplicados para aquisição e
processamento de sinais através de um protótipo de Eletromiografia – EMG.
Os sinais EMG foram investigados por H. Piper para a primeira vez usando
galvanômetro em 1912. Trabalho semelhante foi realizada por Gasser e
Erlanger com a ajuda de osciloscópio em 1924. Normalmente, os sinais estão
dentro da faixa de +/- 5000 microvolts, e as faixas de conteúdo de frequência
são de 6 Hz a 600 Hz, em que a faixa de frequência dominante é de 20 Hz a
150 Hz. Dois tipos de ruídos são contidos por este sinal, o ruído ambiente é
causado devido à dispositivos eletromagnéticos e tem uma ampla faixa de
frequência componente, porém 50 ou 60 Hz é a frequência dominante
componente. O ruído do transdutor é gerado na pele junção do eletrodo. O
eletrodo converte a corrente iônica dos músculos na corrente elétrica e
durante o processo dois tipos de ruídos do transdutor são produzidos.
Voltagem direta potencial é gerado devido à diferença na impedância entre a
superfície do eletrodo e a da pele, e a tensão alternada, é gerada devido às
flutuações impedância entre a pele e o eletrodo. Para remover esses ruídos,
o sinal EMG deve ser processado. Esses processos incluem pré-amplificação,
limitação de banda e retificação e depois disso o sinal torna-se utilizável e é
uma representação verdadeira da força de contração muscular. Dois eletrodos
são usados para gravar o sinal EMG dos músculos em um dispositivo protético
típico, juntamente com um terceiro eletrodo que é um eletrodo de referência e
deve ser colocado nas áreas eletricamente inativas, como pulso, cotovelo ou
tornozelo em caso de extremidades inferiores. Um amplificador diferencial é
usado como o primeiro estágio de processamento, sua vantagem é que os
elementos que são comuns em ambas as entradas de sinal são subtraídos
por este amplificador diferencial. O ruído ambiente é muito subtraído nesta
primeira fase. Em se tratando da Rejeição do Modo Comum, se a distância
entre eletrodos (IED) for mantida menor, o ruído sinal gravado por cada
eletrodo é quase o mesmo. No entanto, a diferença entre o potencial de cada
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eletrodo será reduzido. Portanto, trata-se de uma troca como o rejeição de


modo comum (CMRR) aumenta e há uma redução do ganho. Amplificador
diferencial com maior CMRR é outra maneira de ter um modo comum melhor
rejeição. Amplificador diferencial subtrai a leitura de ambos os eletrodos e
então amplifica a diferença obtida. Daí os sinais obtidos por ambos os
eletrodos, que valores semelhantes são suprimidos. A razão para um valor
semelhante desses sinais podem ser fontes de energia, dispositivos e sinais
EMG devido aos músculos remotos. CMRR é a medida da capacidade de um
diferencial circuito para suprimir os sinais, que são comuns em ambos as
entradas e são iguais em sua fase e frequência em relação à tensão de
referência ou GND. Como princípio orientador, possivelmente, a maior taxa
de rejeição de modo comum (CMRR) é desejável. A expressão de CMRR é
realizada em forma logarítmica: CMRR = 20 * LOG (Vout / Vin) dB. Temos,
também, a filtragem de passagem de banda, pois Artefatos de movimento
produzem componentes de baixa frequência, tipicamente < 10 Hz, portanto,
pode ser removido passando o sinal através de um filtro passa-altas da
mesma faixa de frequência. Da mesma forma, a fim de remover os efeitos de
aliasing de alta componentes de frequência também devem ser eliminados,
portanto, o sinal deve passar por um filtro de passagem.
Nesse trabalho será apresentado e explicado o funcionamento de um
protótipo de EMG, através de conceitos sobre o assunto e testes feitos em um
laboratório usando o osciloscópio.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Amplicador de Biopotencial

Sua função essencial é a de aumentar a amplitude, de modo que o sinal


resultante possa ser processado, registrado ou mostrado convenientemente.
Eles exibem baixa amplitude e frequência, e são prejudicados por ruído
biológico e do ambiente. As considerações de projeto levam em conta alta
impedância de entrada, amplificação apropriada e largura de banda,
estabilidade ante flutuações de tensão e temperatura. O amplificador de
Biopotencial possui alta CMRR e baixa corrente de polarização, sendo que
quanto mais alta a CMRR, melhor o cancelamento do sinal de modo comum.
Um CMRR de 32.000 vezes ou 90 decibéis1 (dB) é geralmente suficiente para
suprimir ruídos elétricos.

Eletromiografia – EMG

Técnica de monitoramento da atividade elétrica das membranas excitáveis,


representando a medida dos potencias de ação do sarcolema, como efeito
de voltagem em função do tempo. O sinal eletromiográfico (EMG) é a
somação algébrica de todos os sinais detectados em certa área, podendo ser
afetado por propriedades musculares, anatômicas e fisiológicas, assim como
pelo controle do sistema nervoso periférico e a instrumentação utilizada para
a aquisição dos sinais.
O exame de miografia, é uma técnica que serve para identificar os músculos
que são utilizados em determinado movimento, o nível de ativação muscular
durante a execução do movimento, a intensidade e duração da solicitação
muscular ou avaliar fadiga muscular. Ele permite, através da análise da
atividade elétrica dos músculos, diagnosticar doenças do músculo e da parte
do sistema nervoso periférico que controla os músculos. Este é um método
não invasivo, que pode ser feito em clínicas de saúde, por um profissional de
saúde e que tem uma duração de cerca de 30 minutos.
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Eletrodos

Dispositivos de entrada e saída de corrente em um sistema elétrico. O eletrodo


é o local de conexão entre o corpo e o sistema de aquisição, devendo ser
colocado próximo o bastante do músculo para que este possa captar sua
corrente iônica. Existem diversos tipos de eletrodos, delineados para
diferentes tipos de aquisição, tarefa, natureza da pesquisa e músculo
específico. Um dos tipos, são os eletrodos superficiais, que são aderidos à
pele, constituindo uma superfície de detecção que capta a corrente na pele
através da interface pele-eletrodo. São geralmente compostos por um sistema
Ag-AgCL associado a um gel condutor (eletrólito). Contudo, qualquer
combinação metal/gel que permita reação eletrolítica pode servir (DE LUCA,
1997).
O SENIAM (HERMENS et al., 2000) recomenda a utilização de eletrodos
Ag/AgCL associado a um gel condutor, que promove uma transição estável
com relativo baixo ruído, possuindo, desta forma, um comportamento estável
em função do tempo (reações químicas em sua interface com a pele). Todo
eletrodo (descartável ou não) funciona como um mediador de transmissão:
ele entra em contato com a pele para fazer uma ponte entre o corpo e o
aparelho usado para avaliar, examinar ou tratar determinada parte do
organismo.
Quando tratamos sobre os eletrodos descartáveis, nota-se que servem para
agilizar a preparação de pacientes para os exames, já que estes dispositivos
já vêm esterilizados e são auto-colantes (dispensam o uso de outros
adesivos). Outra vantagem é a higiene, já que eletrodos descartáveis são
dispensados após o uso. Além destes pontos, eletrodos descartáves
costumam apresentar uma melhor performance.

Filtros

Circuitos que permitem separar determinadas frequências de um sinal CA,


permitindo a passagem de algumas frequências e limitando a passagem de
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outras. A frequência de transição entre as frequências permitidas e as não


permitidas é chamada frequência de corte (fc).
Três filtros são utilizados durante os procedimentos da Eletromiografia e na
sala de exame: Filtro Low Pass (os componentes de alta frequência acima de
um determinado valor são eliminados quando esse filtro é utilizado), Filtro
Band Pass (as frequências abaixo e acima dos valores selecionado de corte
são removidas durante o uso desse filtro no exame) e Filtro Band Stop (Se o
exame for feito com esse filtro, uma frequência específica poderá ser
removida com mais facilidade).
Somente por meio do uso dos filtros no exame de Eletromiografia é possível
atenuar sinais em várias áreas do conhecimento e eliminar os ruídos que
podem interferir na frequência do sinal de interesse, pois os filtros limpam os
sinais.
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MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido com base nas aulas teóricas, arquivos


disponibilizados pelo professor, pesquisa exploratória na internet e
desenvolvimento de um protótipo de Eletromiografia.

A metodologia de desenvolvimento deste trabalho foi dividida em três etapas:


Etapa 1: análise da literatura focando nas seguintes áreas: Amplificador de
Biopotenciais e Eletromiografia.
Etapa 2: testes do protótipo considerando um cenário de uso.
Etapa 3: avaliação dos resultados obtidos através da utilização de um
osciloscópio

Os materiais utilizados foram:


- Eletrodos;
- Cabo Manga Blindado 04x26 AWG;
- Circuito Integrado INA 128;
- Circuito Integrado TL072;
- Trimpot 500R 3006P 15 voltas;
- Baterias 9v e conectores;
- Fios jumpers;
- Garra de jacaré 28/35/45;
- Placa perfurada 50x100;
- Soquete torneado 8 pinos;
- Cabo para gerador de Funções;
- Ponta de prova para osciloscópio;
- Ferro de solda e Estanho.
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DESENVOLVIMENTO

Diagrama do circuito

O diagrama do circuito implementado (Figura 1), foi confeccionado no


Proteus, software para criação de projetos eletrônicos, composto por várias
ferramentas, incluindo captura esquemática, simulação e módulos de projetos
de placas de circuito impresso, usadas principalmente para o projeto de
circuitos integrados.

Figura 1 – Diagrama do circuito

Fonte: Autor
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Diagrama de Blocos

O diagrama de blocos (Figura 2), demonstra um esboço simplificado do


presente trabalho. O protótipo desenvolvido, consiste em um conjunto de
sinais condicionados, captados pelos eletrodos, fornecendo-os ganhos, e
filtragem adequada.

Figura 2 – Diagrama de Blocos (EMG)

Fonte: Autor

A primeira fase para aquisição do sinal é através do uso de eletrodos


descartáveis, como elementos transdutores, que proporcionam a aquisição de
sinal mioelétrico e, consequentemente, a comunicação entre a pele e os
circuitos de condicionamento de sinal. A opção por este tipo de eletrodo, foi
devido à sua confiabilidade, uma vez que eles vêm com uma camada de gel
eletrolítico para diminuir a impedância entre a pele do indivíduo e o eletrodo,
prontos para o uso.

Já a segunda fase, consiste na escolha e utilização de amplificador de


instrumentação, visto que os sinais elétricos do corpo humano, possuem baixa
amplitude e são susceptíveis à interferência e ruídos. Estes podem ser
externos, como os 60Hz da rede elétrica, ou até mesmo intrínsecos do próprio
corpo humano, denominados artefatos. Tal escolha é devido ao fato de os
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amplificadores possuírem como principal característica a alta Taxa de


Rejeição de modo comum (CMRR - Common Mode Rejection Ratio),
permitindo, então, que os sinais acoplados nas entradas inversora e não
inversora do amplificador sejam atenuados. Neste trabalho optou-se pelo
Circuito Integrado INA 128, o qual possui uma CMRR de aproximadamente
120 dB min e um ganho que pode variar entre 1 a 10000 V/V.

Por fim, antes da apresentação no osciloscópio, era necessário possuir na


cadeia de condicionamento um filtro analógico do tipo passa-baixas (FPB),
com fc de aproximadamente 500 Hz, visando limitar a banda do sinal evitando
o efeito de aliasing. Além disso, necessário também um filtro passa-altas, para
reduzir efeitos provenientes do movimento e possíveis deslocamentos CC
causados pelos eletrodos, e um filtro rejeita-faixas para reduzir efeitos
indesejados causados pelo 60 Hz da rede elétrica. Para desenvolver os
circuitos dos filtros, foi utilizado o Circuito Integrado TL074, o qual possui 4
amplificadores operacionais em seu encapsulamento.

Testes feitos em laboratório

Na figura 3, temos três eletrodos descartáveis, sendo dois conectados


diretamente no bíceps e outro no cotovelo que é a referência. Eles têm a
função de fazer a ponte entre o corpo e o circuito de aquisição.
Figura 3 – Eletrodos

Fonte: Autor
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Na figura 4, temos o protótipo finalizado, feito conforme esquemático


confeccionado no proteus, e também, representação do teste com a ponteira
do osciliscópio no pino 7 do circuito integrado.

Figura 4 – Protótipo

Fonte: Autor

Nas figuras 5, 6 e 7, temos a representação no osciloscópio do sinal adquirido


conforme movimento de força com o braço.

Figura 5 – sinal adquirido

Fonte: Autor
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Figura 6 – sinal adquirido

Fonte: Autor

Figura 7 – sinal adquirido

Fonte: Autor
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Na figura 8, temos a aquisição do sinal usando a funcionalidade FFT do


osciloscópio, normalmente identificada como “analisador de espectro” e serve
para processar matematicamente um sinal no domínio do tempo,
desmembrando as frequências que o compõem e o apresentando no domínio
da frequência.

Figura 8 – FFT do sinal adquirido

Fonte: Autor
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CONCLUSÃO

Pode-se observar através das imagens tirada no laboratório durante o


experimento e apresentadas neste trabalho, que o protótipo proporcionou uma
visualização com boa qualidade do sinal, correta caracterização da forma
de onda correspondente, e sinal dos biopotenciais com baixíssimo ruído ou
interferências eletromagnéticas e/ou fisiológicas, ou seja, filtragem adequada
para representar corretamente frequências comuns de uso em um EMG. O
condicionamento do sinal garantiu a correta visualização através de um
osciloscópio.
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REFERÊNCIAS

FERRARI, Mauro; LEE, Abraham P; LEE, L. James. BioMEMS and


Biomedical Nanotechnology: Volume I Biological and Biomedical
Nanotechnology. Boston: Springer Science + Business Media, 2006. Ebook.
v.: digital. (Engineering (Springer-11647; ZDB-2-ENG).

SURI, Jasjit S; LAXMINARAYAN, Swamy; WILSON, David L. Handbook of


Biomedical Image Analysis: Volume I: Segmentation Models Part A. Boston:
Kluwer Academic / Plenum Publishers, New York, 2005. Ebook. v.: digital.
(Engineering (Springer-11647; ZDB-2-ENG). International Topics in
Biomedical Engineering).

PRASAD, Bhanu. Speech, Audio, Image and Biomedical Signal Processing


using Neural Networks. Berlin: Springer, 2008. Ebook. (Studies in
Computational Intelligence, 83).

Arquivo disponibilizado pelo professor:


TE993_07_Amplificadores%20de%20Biopotenciais.pdf

https://sites.google.com/view/ifsc-itj-del-eng-pi3-21-1-alp

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