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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

ENGENHARIA DE ALIMENTOS
LABORTÓRIO DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS
CILENE MENDES REGES

DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA ABSORVIDA EM MICRO - ONDAS

ANTONINA MADALENA SANTANA PONTES

PALMAS - TO
ABRIL – 2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
2. OBJETIVO GERAL ....................................................................................................................... 6
3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 6
3.1. Materiais .................................................................................................................................. 6
3.2. Métodos ................................................................................................................................... 7
3.2.1. Experimento 1 ..................................................................................................................... 7
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................................. 7
4.1. Experimento 1 .............................................................................................................................. 7
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 9
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 9
1. INTRODUÇÃO

Desde a 2º Guerra Mundial os aparelhos que emitem radiação de micro-ondas


passaram a estar presentes em nosso cotidiano. Inicialmente, funcionavam como radar (Radio
Detection and Ranging) para detectar aeronaves inimigas. As micro-ondas, ao serem
refletidas pelo objeto procurado, eram detectadas pelo radar que fornecia sua posição, forma,
velocidade e direção.

Em 1947, Percy L. Spencer fez alterações nestes aparelhos e a companhia Raytheon


apresentou o primeiro forno de micro-ondas para aquecer ou descongelar alimentos. Chamado
de Radarange, o micro-ondas possuía 1,5 m de altura, pesava cerca de 340 kg e custava entre
US$ 2.000 e 3.000. Hoje, os fornos de micro-ondas domésticos são bem mais leves e
acessíveis.

As micro-ondas (MO) são ondas eletromagnéticas geradas por um magnetron situadas


na região do espectro eletromagnético, entre a radiação do infravermelho e as ondas de rádio.
A frequência das micro-ondas oscila entre 300 MHz (300 x 106 Hz) e 300 GHz (300 x
109 Hz), com comprimentos de onda de 1 mm a 1 m, respectivamente. A frequência utilizada
em fornos comerciais é de 2,450 GHz.

O aquecimento através das micro-ondas ocorre por dois mecanismos, polarização


dipolar e condução iônica. As micro-ondas ao penetrarem em materiais que contêm moléculas
polares, provocam o alinhamento dos pólos destas moléculas com o campo eletromagnético
aplicado. A responsável pelo efeito descrito é a componente do campo elétrico, ao invés do
campo magnético. Com a remoção do campo eletromagnético, as moléculas voltam ao estado
desordenado, fazendo com que a energia absorvida para a orientação seja dissipada na forma
de calor. Este processo ocorre em ciclos devido à oscilação do campo eletromagnético.

O uso de micro-ondas em atividades científicas avança devido a novas aplicações,


simplicidade e baixo custo. “O forno de micro-ondas tem deixado cada vez mais de ser visto
como um mero eletrodoméstico e passado a figurar entre os equipamentos laboratoriais de
utilidade na pesquisa científica”, apontam. A aplicação de micro-ondas em áreas da química e
ciências afins tem decorrido da redução do número de etapas em muitas sínteses, melhoria de
propriedades físicas em cerâmicas tecnológicas e economia de energia e tempo alcançada no
processamento de materiais. Os autores apresentam um dispositivo capaz de efetuar tanto a
síntese quanto o tratamento de sólidos, mesmo quando os materiais em questão não possuem
susceptibilidade às micro-ondas. O dispositivo consiste de um forno doméstico modificado,
que contém uma célula radio suscetível inserida em sua cavidade.

Estrutura do Forno e Controles de Operações

Magnetron
O magnetron é uma válvula eletrônica, que tem como função a transformação de
energia elétrica em ondas eletromagnéticas (RF) de alta frequência (micro-ondas).
O circuito de um forno de micro-ondas é mais simples que o sistema de “transmissão”.
Consiste em um grande transformador chamado de MOT ou “Micro-ondas Transformer”, um
grande capacitor que dependendo da marca do forno pode variar de 1 a 2 kV e de 1 a 100 uF,
alguns diodos de alta tensão para retificar a corrente alternada a partir do transformador, um
magnetron e outros componentes elétricos – eletrônicos.

Fonte de Potência

A fonte de potência é uma fonte elétrica, um artefato ativo que pode proporcionar
corrente elétrica graças à produção de uma diferença de potencial entre os seus bornes. É
concebida a partir de uma fonte ideal, que é um conceito utilizado na teoria de circuitos para
analisar o comportamento dos componentes eletrônicos e os circuitos reais.

Circuito de controle

Os micro-ondas antigos controlavam o tempo de preparo dos alimentos através de uma


chave acoplada a um motor de redução. O conjunto chave-motor recebe o nome de "timer
mecânico". Os fornos atuais possuem um circuito eletrônico localizado numa placa de circuito
impresso atrás do painel.

Nesta placa há um CI chamado micro controlador. Como seu nome indica ele controla
todas as funções do micro ondas como tempo de preparo, descongelamento, relógio, etc e
acende um display mostrador que pode ser fluorescente ou de cristal líquido.

Fonte de alimentação da placa do controle


Tem a função de fornecer as tensões contínuas necessárias para a alimentação da placa
de controle. A fonte é facilmente achada na placa de controle através do trafo, 4 diodos e o
capacitor de filtro (o maior eletrolítico da placa). Geralmente a fonte da placa fornece as
seguintes tensões: 12 ou 24 VDC para os relês, 5 V para o CI micro e 2 ou 3 VAC para
acender o filamento do display fluorescente. Se o forno usa display de cristal líquido não
haverá a tensão de filamento.

Multímetro Digital

O multímetro é um aparelho de medida elétrica, capaz de realizar a medição elétrica


de três tipos diferentes: Voltímetro, Ohmímetro e Amperímetro.

Essa ferramenta é capaz de medir: Corrente elétrica (contínua e alternada) – função


amperímetro, tensão elétrica (contínua e alternada) – função voltímetro; Resistência elétrica -
função ohmímetro; capacitância, frequência de sinais alternados, temperatura e outros.

Teste IEC

O processo de certificação tem como objetivo avaliar a capacidade de um equipamento


em atender a todos os requisitos de um conjunto de normas ou regulamentos técnicos
específicos que são impostos para garantir a segurança do usuário na utilização do
equipamento. A certificação para equipamentos eletro médicos é compulsória, dessa forma,
devem ser respeitados requisitos regulatórios que são os mecanismos legais por meio dos
quais produtos e processos devem ser projetados. As exigências técnicas contemplam todas as
etapas do ciclo de vida de um produto, desde a concepção, desenvolvimento, fabricação,
rotulagem, embalagem, marketing, venda até a sua utilização. O enquadramento funcional de
um equipamento determina quais normas regulatórias devem ser consideradas na certificação.
Nesse processo avalia-se o contato físico entre o equipamento e as pessoas que o utilizam de
forma invasiva ou não invasiva. Com base nas normas são especificados os procedimentos de
teste para cada tipo de equipamento para que independentemente dos benefícios de um
produto para a saúde todos os riscos de sua utilização possam ser analisados e mitigados. Os
procedimentos de testes especificam os ensaios laboratoriais aos quais cada tipo de
equipamento deverá ser submetido. Nesses testes poderão ser analisadas as características
funcionais, mecânicas e elétricas de um equipamento, e por meio dos resultados é possível
identificar a conformidade deste equipamento perante as normas. Assim, os procedimentos
abordados pelas normas técnicas podem ser a única forma de assegurar que os equipamentos
não apresentem riscos á saúde humana. Além de assegurar a responsabilidade na fabricação e
comercialização de produtos com qualidade, as normas têm sido utilizadas também como
barreira comercial para a exportação de produtos.

Irradiação de alimentos

A irradiação de alimentos é uma técnica utilizada pela indústria na quais determinados


tipos de alimentos são expostos à radiação ionizante de maneira controlada e por tempo
adequado. Esse processo pode ser feito com o alimento já embalado ou não, e tem como
finalidade o combate à ação maléfica de microrganismos, e, em alguns casos, retardar o
amadurecimento de alguns vegetais, especialmente frutas e legumes. Na irradiação de
alimentos são aplicados, basicamente, cinco tipos diferentes de radiação, sendo eles: raios
alfa, beta, gama, raios-X e nêutrons. A diferença entre essas radiações está no grau de
penetrabilidade, os raios alfa e beta são menos penetrantes, enquanto os raios gama e raios-X
têm uma vasta capacidade de penetração (podendo até ultrapassar um bloco de chumbo).
Esses últimos são os mais aplicados na irradiação de alimentos, que possuem as mesmas
características e produzem os mesmos resultados no processo. Os raios gama são obtidos
através do radioisótopo Cobalto 60 e a irradiação é feita num aparelho denominado irradiador
(BRUNO, A, C. et al, 2010).

2. OBJETIVO GERAL

Esse experimento tem por objetivo testar a potência absorvida do aparelho de micro-
ondas e avaliar o processo.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
 Balança Toledo Prixlll (máx. 5 Kg, precisão ± 0,005);
 Béquer de 1000 ml;
 Agua destilada;
 Cronômetro;
 Aparelho de micro-ondas (Electrolux modelo MEF41/60 Hz/2450 MHz/
potencia do fabricante 1600W);
 Freezer;
 Termômetro.
3.2. Métodos
3.2.1. Experimento 1

Inicialmente, foram pesados dois béqueres vazios e logo após, pesou-se novamente os
mesmos preenchidos com água até o volume de 1000 ml. Após o procedimento de pesagem,
os béqueres contendo água foram colocados no freezer até atingir 10ºC, verificando-se essa
temperatura com um termômetro de mercúrio. Então, ao atingir a temperatura esperada, cada
béquer foi submetido à irradiação no aparelho de micro-ondas por 60 segundos, e aferiu-se
novamente a temperatura logo ao término do tempo, e realizou se o mesmo procedimento
descrito anterior com o outro béquer.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Experimento 1
As tabelas abaixo apresentam os resultados relacionados a pesos, temperaturas iniciais
e finais, bem como tempo, e dimensões dos materiais e equipamentos obtidos a partir do
experimento.

Tabela 1: Valores referentes ao peso dos béqueres.

BÉQUER 1 BÉQUER 2
Peso Inicial 300g Peso Inicial 250g
Peso Final 1270g Peso Final 1180g

Avaliando a tabela 1, nota-se que béqueres de 1L que teoricamente deveria apresentar


mesmas medidas. Constatou-se que não é uma vidraria com volume de precisão.

Tabela 2: Dados obtidos

Tempo (s) Temperatura Inicial (ºC) Temperatura Final (ºC)


Béquer 1 60 10 21
Béquer 2 60 10 21
A tabela 2, demonstram os resultados obtidos durante o experimento. E mediante as
esses dados, nota-se que o aparelho de micro-ondas do modelo MEF41 60Hz, 2450 MHz,
apresenta uniformidade no processo de irradiação, que por sua vez, a dispersão das partículas
vai ser influenciada pelo tempo que o usuário determinar.
Através da equação abaixo será possível obter a potência do equipamento.

[4,187 × 𝑀𝑎 × (𝑇𝑓− 𝑇𝑖 )+0,55 × 𝑀𝑐 × ( 𝑇𝑓− 𝑇0 )]


𝑃(𝑤) = Equação (1)
𝑡

Onde:
𝑀𝑎 = Massa de água (g);
𝑀𝑐 = Massa do recipiente (g);
𝑇𝑓 = Temperatura final (ºC);
𝑇𝑖 = Temperatura inicial (ºC);
𝑇 0 = Temperatura ambiente (ºC);
t = tempo de aquecimento (s).

Foram realizados os cálculos de média de cada temperatura e tempo, onde os


resultados foram substituídos e aplicados na equação 1, para obtenção da potência efetiva do
micro-ondas.
Béquer 1:

4,187 × 900 × (21 − 10) + 0,55 × 300 × (21 − 26)


𝑃(𝑤) =
60

𝑱
𝑷(𝒘) = 𝟔𝟕𝟕, 𝟏𝟎𝟓
𝒔
Béquer 2:

4,187 × 930 × (21 − 10) + 0,55 × 250 × (21 − 26)


𝑃(𝑤) =
60
𝑱
𝑷(𝒘) = 𝟕𝟎𝟐, 𝟒𝟐𝟓
𝒔

Com base nos cálculos, constatou-se que a potência encontrada apresentou valor
menor que o apresentado pelo fabricante que é (900 W). Essa diferença pode ser advinda de
vários fatores, um dos quais a "falsa" indicação do fabricante. Onde os 900W indicados pelo
mesmo, refere-se à potência total dissipada no aparelho e não a potência útil que é a que
interessa ao consumidor. Outra possibilidade pode ser a perda de energia quando o recipiente
é retirado do micro-ondas, no entanto, julgamos que isso não justifica a perda de energia. E
outros fatores, como o aquecimento do próprio aparelho e do vapor de água existente no ar de
seu interior, podem ser pensados.
5. CONCLUSÃO

Mediante ao experimento, avaliou-se que a potência do micro-ondas, que por sua vez,
obteve-se valores ( 677,105 J/s ; 702,425 J/s) menor que o indicado pelo fabricante que é de
900 W.

No entanto o aparelho apresentou uniformidade de aquecimento durante o


experimento, onde a cavidade e o modelo do mesmo é fator fundamental para obter-se bons
resultados.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Info Escola. Irradiação de Alimentos. <http://www.infoescola.com/saude/irradiacao-de-


alimentos/>. Acesso em 06 de Abri. de 2018.

Nova Eletrônica. Magnetron. <http://blog.novaeletronica.com.br/brincando-com-o-


magnetron-microondas/>. Acesso em 06 de Abr. de 2018.

Pesquisa FAPESP. Micro-ondas.< http://revistapesquisa.fapesp.br/2006/11/01/microondas-


cientifico/>. Acesso em 07 de Abr. de 2018.

Mundo Educação. Multímetro. Disponível em:


<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/o-multimetro.htm>.Acesso> em 07 de Abr. de
2018.

Bruno, A. C.; Moreli, E. C.; Oliveira, J. P. L.; Marques, D. S. P.; Porto, G. S. Manual de
Utilização da Norma IEC 6060 / A. C. Bruno, E. C. Moreli, J. P. L. Oliveira, D. S. P.
Marques; G. S. Porto. – Ribeirão Preto : [s.n.], 2010. 37 p. : il.

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