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Resumo: Neste trabalho são apresentadas as etapas de desenvolvimento de um limpador ultrassônico, empregando-se
um sensor piezoelétrico comercial, e discutindo-se a eficiência e o custo de sua implantação. As aplicações dos
materiais piezoelétricos são variadas, tais como: sensores para estacionamento, transdutores ultrassônicos empregados
em sistemas de radares e sonares, etc. A área que os materiais piezoelétricos se mostram mais presentes é a médica,
sendo que sua utilização foi fundamental para o desenvolvimento de equipamentos de investigação por imagem, como o
equipamento de ultrassonografia. O projeto eletroeletrônico do equipamento de limpeza ultrassônica foi desenvolvido
com o auxílio de ferramentas computacionais CAE (Engenharia Auxiliado por computador), que auxiliam em projetos
de circuitos eletrônicos. A placa de circuito impresso foi confeccionada por método de transferência térmica. No
projeto foi empregada uma cerâmica piezoelétrica, do tipo eletroestritivo de corpo cilíndrico de 50 mm, operacional na
frequência de 40 kHz e potência de 35 W. Testes foram realizados para analisar se o limpador está atuando de acordo
com os objetivos iniciais, entre eles o processo de cavitação ampliada, que foi verificado pelos testes da folha de
alumínio e da ampola sonocheck. Também foram realizadas avaliações visuais da superfície de amostras, após serem
submetidas à limpeza por 15 minutos, por meio de lupa e Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). Todos os
ensaios corroboraram a eficiência do processo de limpeza ultrassônica com o dispositivo desenvolvido.
1 Introdução
Com o avanço tecnológico, os materiais piezoelétricos passaram a ser observados como uma
fonte de energia alternativa. Seu maior emprego é como fonte geradora de ondas sonoras,
aplicando-se pulsos elétricos alternados na faixa do ultrassom (acima de 20KHz). Desta forma, o
objetivo deste trabalho é, após analisar um cristal PZT (Titanato Zirconato de Chumbo), aplicar
suas características para desenvolver um limpador ultrassônico por meio do modo reverso, onde se
aplica uma tensão na cerâmica piezoelétrica, para gerar uma frequência ultrassônica.
A limpeza ultrassônica é realizada pela cavitação, que é a formação rápida de bolhas,
seguida pelo seu colapso abrupto, formando cavidades no líquido de limpeza (Figura1). Esta
agitação por incontáveis pequenas bolhas implodindo de forma intensa cria uma lavagem altamente
eficaz, tanto das partes expostas como das ocultas, imersas na solução de limpeza. Frequências mais
baixas, de 20 a 30 kHz, são geralmente escolhidas para aplicações difíceis, onde níveis de tensões
mais intensos são necessários para remover sujeiras e assegure que os danos nas peças sejam
desprezíveis. Tais frequências são frequentemente usadas para a limpeza de peças grandes e
pesadas, ou de peças menores de alta densidade. Já as frequências mais altas são usadas para limpar
peças menores e mais delicadas, ou em circunstâncias onde pequenas partículas devem ser
removidas. Sendo este segunda característica, a escolhida para a elaboração do protótipo proposto.
2 Metodologia
Figura 3 - Curva de indicação de fator de qualidade (azul) e curva de capacitância (amarela) do PZT 4.
Fonte: Imagem Autoral
Quando o cristal piezoelétrico é submetido a uma pressão, ele responde com uma carga
proporcional. Devido à alta impedância do cristal, amplifica-se a carga com um circuito ou um
amplificador de carga para sensores. Neste modo, usa-se dentro da caixa do sensor um MOSFET
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como amplificador, que converte a carga de alta impedância em um sinal de tensão com baixa
impedância.
Após o projeto eletrônico ser desenvolvido (Figura 4), a etapa seguinte foi a impressão em
tamanho real do circuito e com a imagem invertida, pois depois de transferido, ele assume a sua
orientação correta. Para transferência do layout para a placa, foi impresso em papel de transferência
e recortou-se a placa do tamanho ideal para se acoplar os componentes.
Figura 4A – Projeto eletrônico da placa de circuito desenvolvido com auxílio de ferramenta CAE.
Fonte: Imagem autoral
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Figura 4B – Projeto eletrônico da placa de circuito desenvolvido com auxílio de ferramenta CAE. Alguns componentes
não trazem sua representação real (TRAFO1, TRAFO DE AÚDIO, FUSÍVEL 1A, RESISTOR CERÂMICO 5W2.2ΩJ
E INDUTOR TOROIDAL 22uH), sendo assim, os mesmos foram substituídos por componentes com pinagem
semelhantes. Fonte: Imagem autoral
Para finalizar o processo, utilizou-se transferência térmica do projeto seguida pelo processo
de soldagem dos componentes na placa de circuito impresso. Foi desenvolvida outra placa para
alojar o circuito temporizador (função de timer), para que assim seja possível ter um controle do
processo no painel de controle do equipamento. Para o desenvolvimento desse timer foi utilizado
como componente principal um CI analógico, do tipo LM555.
Após a confecção da placa, acoplou-se a cerâmica piezoelétrica do tipo PZT de corpo
cilíndrico de 50 mm, 40 kHz e 35 W (Figura 5), na cuba de aço inoxidável (Figura 6), e utilizou-se
Loctite EA E -20NS para a fixação. Optou-se por este adesivo em função de suas especificações
serem compatíveis com as áreas a serem cavitadas e resistir a uma variação de temperatura entre
-20ºC e 100ºC. A etapa seguinte foi confecção de uma estrutura à base de MDF.
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Para a montagem da base e estrutura do limpador ultrassônico foi utilizado uma caixa para
circuito eletrônico de material plástico ABS, pois facilita o manuseio e pelo fato de ser um
protótipo, apresenta uma condição inicial adequada para a realização dos testes e experimentos. Por
fim, foi fixado a placa de circuito em sua parte interna, e logo acima a cuba de inox.
3 Resultados e Discussão
Após a montagem, foram realizados testes para verificar se o produto executava as funções
como especificado nos objetivos iniciais. Colocou-se 200 ml de água na cuba de inox com objetos
pessoais, tais como óculos, aliança e moeda, e pressionou-se o botão LIGAR do equipamento,
acendendo o LED sinalizador e ao mesmo tempo acionando o timer programado para 15 minutos.
Após o timer indicar o término do processo de limpeza, notou-se visualmente, comparando os
objetos antes e depois de passarem pelo processo de cavitação, que foram superficialmente tratados
ou beneficiados. Ou seja, o limpador está atuando de acordo com os objetivos iniciais.
Figura 7 – Aspecto do papel alumínio após o teste. Observe as perfurações e marcas deixadas pela cavitação na parte
inferior da folha.
No laboratório da Universidade Braz Cubas, um óculos foi utilizado como um objeto para
verificação da eficácia da limpeza ultrassônica com o auxilio de uma Lupa. Após 2 minutos de
limpeza o objeto foi exposto à lente de aumento a fim de obter imagens ampliadas. Visualmente
notou-se que a limpeza ocorreu, porém concluímos que este não é o equipamento adequado para
analisar, visando que buscou-se dados comprovatórios da eficácia.
(A) (B)
Figura 8 - Imagens obtidas em Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) de amostra de cerâmica de Co-Ba-Fe. A
imagem (A) corresponde a imagem superficial sem o tratamento no limpador ultrassônico. Após 15 minutos de
tratamento, a amostra se mostrou livre de artefatos, conforme observa-se na imagem (B).
4 Conclusão
O limpador ultrassônico, desenvolvido ao longo do processo de pesquisa, passou por
diversas modificações que levassem a melhor eficiência, tendo em vista que não há circuitos open
source que realizassem o proposto. Foram encontrados diversos empecilhos para se chegar a um
circuito funcional, porém isto serviu como um fator importante, pois foram aprimorados diversos
conceitos, como elaboração de layout eletrônico, utilização de engenharia reversa sobre múltiplos
aparelhos e estudo das normas exigidas para certificação do limpador.
Antes de projetar qualquer circuito, foi necessário realizar estudos minuciosos sobre o
comportamento das cerâmicas piezoelétricas, pois assim se encontrou o modelo mais adequado para
desenvolver o limpador.
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Após as realizações dos testes de eficiência, conclui-se que o teste mais adequado para a
análise da limpeza ultrassônica foi com o auxilio do Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV),
pois nele foi possível obter dados referentes à taxa de limpeza das amostras utilizadas.
O intuito com relação ao limpador é emprega-lo em um procedimento automatizado, onde
fará parte de um sistema de limpeza de objetos, além desenvolver outros estágios, como o processo
de secagem automatizado.
5 Referências