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Projetos Complementares em Edificações A escolha do tipo de fundação a ser utilizado em

uma edificação será em função da intensidade da


Os projetos complementares de engenharia são carga e da profundidade da camada resistente do
desenvolvidos em parceria com as equipes técni- solo. Com base nessas duas informações, esco-
cas especializadas. Nas quais fazem parte, pro- lhe-se a opção que for mais barata, que tenha um
fissionais e empresas qualificadas nas devidas prazo de execução menor e que atenda todas as
áreas, oferecendo ao cliente completa orientação normas de segurança.
e assessorias que produz um melhor resultado
final. 2. Tipos de fundações

As fundamentais compatibilizações e verificações As fundações podem ser divididas em 2 grandes


entre os projetos são realizadas nesta etapa, e grupos: Fundações superficiais (ou rasas ou dire-
visam à adequação técnica e estética entre o tas) e fundações profundas.
projeto arquitetônico e os projetos de engenharia.
2.1 Fundações superficiais (ou rasas ou diretas)
Os projetos complementares de engenharia são
constituídos por projetos: Conforme a NBR 6122/1996, as fundações super-
ficiais são elementos de fundação em que a carga
·Estrutural; Fundações, arrimos, estruturas de é transmitida ao terreno, predominantemente
(concreto armado, metálica, madeira, pré- pelas pressões distribuídas sob a base da funda-
moldados de concreto). ção.

·Hidráulico; Instalações hidro-sanitárias, abaste- As fundações superficiais são tipicamente proje-


cimento, distribuição, sistemas de aquecimento tadas com pequenas escavações no solo não
de água, reservatórios, captação de água pluvial, sendo necessários grandes equipamentos para
tanques sépticos, esgotos, gás. execução.

·Elétrico; Instalações elétricas, sistemas de e- São tipos de fundações superficiais as sapatas


nergia, cargas, circuitos, pontos elétricos, fiação, (sapatas isoladas, sapatas associadas, vigas de
potencias, correntes, distribuição, aterramento. fundação e sapatas corridas), os blocos, os radi-
ers.
·Telefonia e Lógica; Redes, terminais, telefone,
interfone, internet, TV a cabo, PABX. Sapatas

·Luminotécnica; Iluminação especial, tipos de As sapatas são elementos de fundação com base
lâmpadas e luminárias, quantidade de potencia, em planta geralmente quadrada, retangular ou
localização, distribuição. trapezoidal. Se caracterizam por trabalharem à
flexão já que são executadas em concreto arma-
·Climatização; Ar condicionado, aquecedores, do.
calefação, pisos aquecidos.

·Segurança; Centrais, alarmes, câmeras, senso-


res, cerca elétrica.

·Automação; Controle de equipamentos, siste-


mas de iluminação, temperatura ambiente, segu-
rança, telecomunicações, entretenimento, etc.

·Proteção conta incêndio; Hidrantes, extintores,


sprinklers, portas corta-fogo, detector de gás e
calor por alar
Tipos de fundações: Sapata
1 – Noções de Fundações, Estrutura, Instala-
ções Elétricas, Instalações Hidrossanitárias e Blocos De Fundação
Prevenção Contra Incêndio
Os blocos são elementos de fundação com base
Fundações são elementos que têm por finalidade geralmente em planta quadrada ou retangular e
transmitir as cargas de uma edificação para as em elevação assumem a forma de bloco escalo-
camadas resistentes do solo sem provocar ruptu- nado ou pedestal ou de um tronco de cone. Se
ra do terreno de fundação. caracterizam por trabalharem à compressão já
que não é necessário o emprego de armadura
pois os blocos de fundação são dimensionados

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para que as tensões de trações atuantes sejam feitas de madeira, aço, concreto pré moldado,
resistidas pelo concreto. concreto moldado in situ ou mistos.

Os diversos tipos de estacas e suas execuções


podem ser conferidas em: Tipos de estacas.

Tubulões

Tubulões são elementos de fundação cilíndricos


de base alargada ou não que podem ser execu-
tados a céu aberto ou sob ar comprimido (pneu-
mático) e com ou sem revestimento podendo este
ser de aço ou concreto. Em sua etapa final de
execução, é necessária a descida de um operário
para completar a geometria ou fazer a limpeza da
Tipos de fundação: blocos base. Deve-se evitar bases com alturas superio-
res a 2m de acordo com a NBR 6122/1996.
Radiers
Caixões
Radiers são elementos de fundação superficial
que recebe toda a carga da edificação e distribui São elementos de fundação profunda de forma
no terreno. Se assemelha com uma placa que prismática, concretado na superfície e instalado
abrange toda a área da construção. Neste caso, por escavação interna.
todos os pilares da estrutura transmitem as car-
gas ao solo através de uma única sapata. A instalação elétrica é uma das etapas mais deli-
cadas da obra e merece atenção especial, tendo
em vista que o choque elétrico é uma das princi-
pais causas de acidentes graves e fatais em
construções. Por isso, a falta de conhecimento
coloca em risco não só quem trabalha na obra,
mas compromete os futuros ocupantes da edifi-
cação. As instalações elétricas devem ser inicia-
das na fase de concretagem e se desenvolver
durante a pintura, quando são instalados os espe-
lhos das tomadas e os interruptores.

Nesta etapa, é imprescindível utilizar materiais


que atendam às normas vigentes do país. Nas
Tipos de fundações: Radier embalagens de fios e cabos elétricos, por exem-
plo há identificação da certificação de conformi-
2.2 Fundações profundas dade do Instituto Nacional de Metrologia, Norma-
lização e Qualidade Industrial (Inmetro), bem
As fundações profundas são elementos que
como nas tomadas, disjuntores e outros materi-
transmite a carga ao terreno pela base (resistên-
ais.
cia de ponta), por sua superfície lateral (resistên-
cia de fuste) ou por uma combinação da duas. Um sistema elétrico bem feito pode durar, em
média 20 anos. Mas ao completar 10 anos, já é
As fundações profundas são utilizadas geralmen-
recomendável realizar uma revisão para verificar
te em projetos grandes que precisam transmitir
o estado dos condutores, soquetes, interruptores
maiores cargas ao terreno e quando as camadas
e outros materiais usados na instalação.
superficiais do solo são pobres ou fracas.
As instalações hidrossanitárias de uma edificação
Incluem-se neste tipo de fundação as estacas,
são realizadas em paralelo com o trabalho do
tubulões e caixões.
pedreiro. O encanador deve acompanhar o se-
Estacas guimento do trabalho do pedreiro de forma a
compatibilizar os trabalhos.
As estacas são elementos de fundação profunda
executadas por equipamentos e ferramentas, O pedreiro deve ter o cuidado de observar com
podendo serem cravadas ou perfuradas, caracte- atenção as informações relativas a cada passa-
rizadas por grandes comprimentos e seções gem de tubulação, pontos hidráulicos, registros,
transversais pequenas. As estacas podem ser etc., para poder dar continuidade ao seu trabalho,
sem interferir com a programação da obra.

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racterizar um serviço (e de o distinguir de
A marcação das instalações hidráulicas em obras um produto) é pelo fato deste não poder ser ar-
tradicionais com o uso de blocos cerâmicos é mazenável, isto é, apenas é possível de ser con-
feita na parede ou piso, logo após a execução da sumido no momento em que está a ser produzido.
alvenaria, para serem abertos os rasgos necessá-
rios para a passagem das tubulações e pontos Exemplos de serviços são as actividades de
hidráulicos. transporte de pessoas e produtos, comércio de
produtos, comunicações e telecomunicações,
Após a abertura dos rasgos na alvenaria e a ins- fornecimento de energia eléctrica, apoio jurídico,
talação dos elementos hidráulicos, é realizada a apoio à gestão, actividades de educação, activi-
aplicação do revestimento da parede e respectivo dades de saúde e uma variadíssima gama de
acabamento. serviços pessoais. Ao conjunto de todos fornece-
dores os serviços é dada a designação de sector
É importante que o pedreiro, neste momento, terciário.
consiga manter a posição dos pontos hidráulicos
deixados pelo encanador, para garantir que o Todos os materiais para uso na obra, deverão ser
trabalho esteja adequado de acordo com o proje- de primeira qualidade e satisfazerem as condi-
to. Deve-se tomar cuidado com os pontos de en- ções estabelecidas nos projetos e especificações
trada e saída de água, para não serem tapados correspondentes.
no revestimento de argamassa e principalmente
estarem alinhados com as cotas recomendadas O uso de quaisquer materiais, somente se pro-
quanto à superfície do revestimento. cessará, após vistoria e liberação por parte da
FISCALIZAÇÃO, a quem cabe o refugo, quando
Os Planos de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) em desacordo com o antes citado. Os materiais,
são medidas adotadas para prevenir e proteger por quaisquer motivos rejeitados, deverão ser
as pessoas e os imóveis de possíveis incêndios, retardados as áreas da PREFEITURA dentro de
decorrentes de diversos fatores. quarenta e oito horas, contadas a partir da im-
pugnação.
O órgão regulamentador é o Corpo de Bombeiros,
responsável pelo planejamento, análise, aprova- Quando as circunstâncias ou condições locais
ção e fiscalização das instalações e equipamen- tornarem aconselhável por outros similares, esta
tos de prevenção e proteção contra incêndio. mudança se efetuará mediante autorização formal
da FISCALIZAÇÃO.
Os prédios comerciais, industriais, de entreteni-
mento e residenciais, com mais de uma economia 3 – Métodos e Técnicas de Desenho e Projeto
e mais de um pavimento, devem possuir um pro-
jeto elaborado, aprovado e executado conforme O desenho começou a ser usado como meio pre-
as normativas encontradas nas Normas e Decre- ferencial de representação do projeto arquitetôni-
tos de Lei específicos. co a partir do Renascimento. Apesar disso, ainda
não havia conhecimentos sistematizados
É necessário para todas as tipologias arquitetôni- de geometria descritiva, o que tornava o processo
cas existentes ou a construir, salvo as residências mais livre e sem nenhuma normatização.
unifamiliares a partir de suas dimensões, caracte-
rísticas e funcionalidades, conforme legislação Com a Revolução Industrial, os projetos das má-
em vigor, o Laudo de Proteção Contra Incêndio. quinas passaram a demandar maior rigor e preci-
são e consequentemente os diversos projetistas
O projeto de PPCI segue normas específicas que necessitavam agora de um meio comum para se
regulamentam as dimensões de peitoris, guarda- comunicar e com tal eficiência que evitasse erros
corpos e saídas de emergência. Temos ainda a grosseiros de execução de seus produtos. Desta
especificação de equipamentos, tais como: extin- forma, instituíram-se a partir do século XIX as
tores, iluminação de emergência e sprinklers (re- primeiras normas técnicas de representação grá-
de de aspersores d’água fixadas no teto). fica de projetos, as quais incorporavam os estu-
dos feitos durante o período de desenvolvimento
Especificação Técnica de Serviços e de Mate- da geometria descritiva, no século anterior. Por
riais este motivo, o desenho técnico (e, portanto, o
desenho de arquitetura) era naquele momento
O termo serviço designa um tipo específico considerado um recurso tecnológico imprescinível
de bem com características de intangibilidade, ao desenvolvimento econômico e industrial.
isto é, sem existência física. Distingue-se, portan-
to, do produto, o qual apesar de ser também A normatização hoje está mais avançada e com-
um bem, é um bem tangível. Outra forma de ca- pleta, embora o desenho arquitetônico tenha pas-

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sado a ser executado predominantemente em Os traços de um desenho normatizado devem ser
ambiente CAD (ou seja, em formato digital). Por regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir
outro lado, para grande parte dos profissionais, o contraste umas com as outras.
desenho à mão ainda é a génese e o principal
meio para a elaboração de um projeto. Espessura dos traços

NormalizaçãoA representação gráfica do desenho


em si corresponde a um conjunto de normas in-
ternacionais (sob a supervisão da ISO). Porém,
geralmente, cada país costuma possuir suas pró-
prias versões das normas, adaptadas por diver-
sos motivos.

No Brasil, as normas são editadas pe-


la Associação Brasileira de Normas Técni-
cas (ABNT), sendo as seguintes as principais:

 NBR-6492 - Representação de projetos de


arquitetura

 NBR-10067 – Princípios gerais de repre- Pesos e Categorias de Linhas


sentação em desenho técnico
Normalmente ocorre uma hierarquização das
Cabe notar, no entanto, que se por um lado re- linhas, obtida através do diâmetro da pena (ou
comenda-se a adequação a tais normas quando do grafite) utilizados para executá-la. Tradicio-
da apresentação de desenhos para fins de exe- nalmente usam-se quatro espessuras de pena:
cução de obras ou em situações oficiais (como
quando os profissionais enviam seus projetos à  Linhas complementares - Pena 0,1. Usada
aprovação em prefeituras), por outro lado admite- basicamente para registrar elementos comple-
se algum nível de liberdade em relação a elas em mentares do desenho, como linhas de cota, se-
outros contextos. Durante o processo de elabora- tas, linhas indicativas, linhas de projeção, etc.
ção e evolução do projeto, por exemplo, normal-
mente os arquitetos utilizam-se de métodos de  Linha fina - Pena 0,2 (ou 0,3). Usada para
desenho próprios apropriados às suas necessi- representar os elementos em vista.
dades momentâneas, os quais eventualmente se
afastam das determinações das normas. Esta  Linha média - Pena 0.4 (ou 0,5). Usada
liberdade se dá pela necessidade de elaborar para representar os elementos que se encontram
desenhos, que exijam uma facilidade de leitura imediatamente a frente da linha de corte.
maior por parte de leigos ou para se adequarem a
diferentes publicações, por exemplo.  Linha grossa - Pena 0.6 (ou 0,7). Usada
para representar elementos especiais, como as
Elementos do Desenho linhas indicativas de corte (eventualmente é usa-
da para representar também elementos em corte,
Para que a (futura) realidade do projeto seja bem como a pena anterior).
representada, faz-se uso dos diversos instrumen-
tos disponíveis no desenho tradicional, na geome- Tipos de traços
tria euclidiana e na geometria descritiva. Basica-
mente, o desenho arquitetônico manifesta-se Quanto ao tipo de traços, é possível classificá-los
principalmente através de linhas e superfícies em:
preenchidas (tramas).
 Traço contínuo. São as linhas comuns.
Costuma-se diferenciar no desenho duas entida-
des: uma é o próprio desenho (o objeto represen-  Traço interrompido. Representa um ele-
tado, um edifício, por exemplo) e o outro é o con- mento de desenho "invisível" (ou seja, que esteja
junto de símbolos, signos, cotas e textos que o além do plano de corte).
complementam.
 Traço-ponto. Usado para indi-
As principais categorias do desenho de arquitetu- car eixos de simetria ou linhas indicativas de pla-
ra são: as plantas, os cortes e secções e nos de corte.
as elevações (ou alçados).
Tramas
Traços

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Os elementos que em um desenho projetivo es- mente se usava para executar desenhos de arqui-
tão sendo cortados aparecem delimitados com tetura tem se tornado cada dia mais obsoleta.
um traço de espessura maior no desenho. Além Alguns desses materiais, no entanto, ainda são
do traço mais grosso, esses elementos podem eventualmente usados para verificar algum pro-
estar preenchidos por um tracejado ou trama. blema com os desenhos impressos, ou no pro-
Cada material é representado com uma trama cesso de treinamento de futuros desenhistas téc-
diferente. nicos. Após a impressão de pranchas produzidas
em CAD, ainda está em uso o escalímetro, que é
Folhas normalmente, as folhas mais usadas para uma multi-régua com 6 escalas, que serve para
o desenho técnico são do tipo sulfite. Anterior- conferir medidas, se o desenho foi impresso na
mente à popularização do CAD, normalmente escala 1/50 utiliza-se a mesma escala em uma de
desenvolvia-se os desenhos em papel mantei- suas bordas visíveis.
ga ou vegetal de esquiço (desenhados a grafite) e
eles eram arte-finalizados em papel vege- CAD
tal (desenhados a nanquim ou tinta da China).

Tamanho das folhas

Tamanhos de folhas (mm)

A4 210 X 297

A3 297 X 420

A2 420 X 594

A1 594 X 841

A0 841 X 1189

As folhas devem seguir os mesmos padrões do Desenho gerado em um programa do tipo CAD
desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o pa-
drão ISO: usa-se um módulo de 1 m² (um metro A execução de desenhos de arquitetura no com-
quadrado) cujas dimensões seguem uma propor- putador em geral exige a operação programas
ção equivalente a raiz quadrada de 2 (841 x gráficos do tipo CAD que normalmente deman-
1189 mm). Esta é a chamada folha A0 (a-zero). A dam um hardware robusto e de alta capacidade
partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a de processamento, e memória. Atualmente, o
folha A1 corresponde à metade da A0, assim principal programa para lidar com estes tipos de
como a A2 corresponde a metade do A1). desenho é o AutoCad, um software produzido
pela empresa americana Autodesk. O formato em
A maioria dos escritórios utiliza predominante- que nativamente grava seus arquivos, o .dwg, é
mente os formatos A1 e A0, devido à escala dos considerado o padrão "de fato" no mercado
desenhos e à quantidade de informação. Os for- daconstrução civil para troca de informações de
matos menores em geral são destinados a dese- projeto.
nhos ilustrativos, catálogos, etc. Apesar da nor-
matização incentivar o uso das folhas padroniza- Existem, no entanto, diversos outros softwares de
das, é muito comum que os desenhistas conside- CAD para arquitetura. A maioria deles nem sem-
rem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés pre é capaz de ler e escrever arquivos no forma-
da A0. Isto costuma se dever ao fato de que to .dwg, embora muitos utilizem-se do alternativo
qualquer folha obtida a partir desde móculo pode formato .dxf. Além de programas CAD destinados
ser dobrada e encaixada em uma pasta neste ao desenho técnico de uma forma geral, como
tamanho, normalmente exigida pelos órgãos pú- o AutoCAD e o Microstation, também existem
blicos de aprovação de projetos. softwares designados especificamente para o
trabalho de projeto arquitetônico, como
Materiais De Desenho o ArchiCAD, o ArchiStation, o VectorWorks,
o Revit, entre outros, com os quais é possível
Com a ampla difusão do desenho auxiliado pelo visualizar o modelo arquitetônico em suas várias
computador, a lista de materiais que tradicional-

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etapas de projeto, mais do que meramente repre- Conjunto de Normógrafo e Réguas Caligráfi-
sentá-lo na forma de desenho técnico. cas

Desenho à Mão Auxiliam a escrita de blocos de texto padroniza-


dos e com caligrafia técnica.
A seguinte lista apresenta os materiais que tradi-
cionalmente foram utilizados no desenho di- Lâmina e Borracha de Areia
to instrumentado (ou seja, o desenho feito
à mão com auxílio de instrumentos de desenho). Permitem a correção de desenhos errados efetu-
Ressalta-se, porém, que muitos destes materiais ados à nanquim sobre papel vegetal.
estão se tornando raros nos escritórios de arqui-
tetura, dada a sua informatização. Gabaritos ou Escantilhões.

Prancheta de Desenho Pequenas placas plásticas ou metálicas que pos-


suem elementos pré-desenhados vazados e auxi-
Uma mesa, normalmente inclinável, na qual é liam seu traçado, como instalações sanitárias,
possível manter pranchas de desenho em forma- circunferências, etc.
tos grandes (como o A0) e onde se possam insta-
lar reguas T ou paralelas. Curva Francesa.

Régua T ou Régua Paralela Um tipo especial de gabarito composto apenas


por curvas, nos mais variados raios.
Estas réguas eram instrumentos para traçado
de retas parelelas e perpendiculares, a serem
usadas juntamente de um par de esquadros.

Par de Esquadro.

Elementos para auxiliar o traçado de retas
em ângulos pré-desenhados, como 30º, 45º, 60º Um par de esquadros
e 90º.

Escalímetro

Um tipo especial de régua, normalmente com


seção triangular, com a qual podem ser realiza-
das medidas em escalas diferentes.

Lapiseiras ou lápis 
Curvas francesas em tamanhos diversos
Adequados às espessuras desejadas.

canetas nanquim

Tais canetas eram utilizadas na execução dos


desenho finais, como aqueles destinados à cons-
trução. Exigiam cuidado constante, pois seu en-
tupimento, caso não fossem limpas com freqüên-
cia, seria um problema comum. 

Mata-gato. Exemplos de gabaritos

Instrumento que auxilia o uso da borracha em


locais determinados do desenho. Constitui-se de
uma placa perfurada a ser posicionada sobre o
setor do desenho a ser corrigido, de forma a que
apenas se apague o desejável.

Borracha 
Podendo ser a comum ou a elétrica. Gabaritos caligráficos

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de detalhes da construção. Em um projeto resi-
dencial, por exemplo, costuma-se trabalhar nas
escalas 1:100 ou 1:200. Nesta etapa ainda são
anexadas perspectivas feitas à mão ou produzi-
 das em ambiente gráfico-computacional para
permitir melhor compreensão do projeto.
Diversos materiais de traçado
 Projeto legal ou Projeto de licenciamen-
to. Corresponde ao conjunto de desenhos que é
encaminhado aos órgãos públicos de fiscalização
de edifícios. Por este motivo, possui algumas
regras próprias de apresentação, variando de
cidade em cidade. Costuma-se trabalhar nas
mesmas escalas do anteprojeto.

 Projeto Executivo ou Projeto de Execu-


ção. Esta etapa corresponde à confecção dos
 desenhos que são encaminhados à obra, sendo,
portanto, a mais trabalhada. Devem ser desenha-
Exemplo de um compasso dos todos os detalhes do edifício, com um nível
de complexidade adequado à realização da cons-
O desenho em cada uma das etapas de um proje-
trução. O projeto básico costuma ser trabalhado
to
em escalas como 1:50 ou 1:100, assim como seu
detalhamento é elaborado em escalas como 1:20,
1:10, 1:5 e eventualmente, 1:1.

Existem diversos métodos de projetos, mas todos


seguem uma estrutura básica:

1. Observação e análise: Definição do problema,


pesquisa, definição de objetivos e restrições;

2. Planejar e projetar: geração de opções de pro-


Projeções ortogonais de uma casa. O estudo jeto, escolha de opção de projeto, desenvolvimen-
preliminar mostra as vistas: frontal em corte, su- to, aprimoramento, detalhamento;
perior em corte e lateral esquerda.
3. Construir e executar: protótipo; produção
Normalmente a complexidade e quantidade de
Assim, podemos descrever os seguintes passos:
informações de um desenho variam de acordo
com a etapa do projeto. Apesar de existirem eta-  Identificação de oportunidade
pas intermediárias de projeto, as apresentadas a
seguir normalmente são as mais comuns, pelas  Análise do problema (levantamento de
quais passam praticamente todos os grandes informações)
projetos.
 Geração de idéias (fontes / técnicas)
 Estudo Preliminar. O estudo preliminar,
que envolve a análise das várias condicionantes  Seleção de idéias (triagem)
do projeto, normalmente materializa-se em uma
série de croquis e esboços que não precisam  Desenvolvimento e teste do conceito
necessariamente seguir as regras tradicionais do
desenho arquitetônico. É um desenho mais livre,  Desenvolvimento da estratégia de marke-
constituído por um traço sem a rigidez dos dese- ting (através do Plano de marketing)
nhos típicos das etapas posteriores.
 Análise do negócio (financeira/comercial)
 Anteprojeto. Nesta etapa, com as várias
características do projeto já definidas, (implanta-  Desenvolvimento do produto
ção, estrutura, elementos construtivos, organiza-
ção funcional, partido, etc), o desenho já abrange  Teste de mercado
um nível maior de rigor e detalhamento. No en-
tanto, não costuma ser necessário informar uma  Comercialização
quantidade muito grande, nem muito trabalhada,

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4 – Controle Ambiental das Edificações (tér- com o exterior. Em edifícios altos, por exemplo, a
mico, acústico e luminoso) envoltória é a maior superfície exposta às condi-
ções climáticas e ao ambiente urbano, sendo de
O objetivo maior de qualquer edificação é propici- extrema importância tratá-la de maneira adequa-
ar as melhores condições de conforto térmico, da. Visando ao conforto térmico, acústico e lumi-
acústico, visual, ergonômico e funcional. E estas noso dos usuários, é preciso estudar cada uma
condições são geradas quando da definição da das fachadas e avaliar, dada a sua orientação e a
envoltória, da sua implantação/orientação, tipolo- sua condição de inserção urbana, qual a melhor
gia formal (dimensões/volumetrias/proporções) e estratégia para o seu tratamento. A partir de es-
construtiva (sistemas construtivos e definições de tudos de insolação, para o nosso clima em geral,
materiais e componentes). A tudo isso, se agrega precisamos sombrear e permitir a ventilação natu-
a questão da eficiência energética. Uma envoltó- ral, sendo que somente assim o consumo energé-
ria bem concebida e construída pode proporcio- tico das edificações será reduzido.
nar o conforto térmico sem a necessidade de
utilização de sistema de ar condicionado, por “Vale ressaltar o controle da área de vidro em
exemplo. diferentes orientações, visando não somente a
minimização do acesso ou da penetração da ra-
Em busca da menor troca térmica entre o interior diação solar direta (bloqueio esse que pode ser
e o exterior do edifício, aconselhável lançar mão feito com o recurso de proteções solares exter-
de recursos como marquises, elementos de som- nas), mas também da radiação difusa, que pene-
breamento que diminuem a carga térmica trans- tra pelas áreas envidraçadas e que, em climas
mitida para o interior do edifício, coberturas em quentes, também é responsável por uma signifi-
telhas termoisolantes, cujo coeficiente de baixa cativa carga térmica, como acontece em São
condutividade térmica contribui para a diminuição Paulo, por exemplo, nos meses de verão”, explica
da transmissão de calor; coberturas pintadas na Érika.
cor branca; iluminação zenital; telhados com co-
bertura vegetal; SRI (Solar Reflectance Index) Guido Petinelli, arquiteto e consultor da Petinelli
maior que 78% (elevada refletância solar); venti- Inc., acrescenta que entender o clima local e con-
lação natural e cruzada; caixilharia com vidros dições do terreno e o seu entorno começa pela a
que contenha a combinação entre os percentuais arquitetura, mas não para por aí.
de radiação transmitida, refletida e absorvida,
pois definem o desempenho foto energético do “Quando as engenharias também têm um enten-
vidro entre a transmissão de luz direta e o blo- dimento completo desses itens, fica mais fácil
queio máximo de calor. identificar oportunidades e otimizar sistemas.
Construir um edifício mais eficiente é fácil. Fazer
Segundo Erica Umakoshi, Prof. Dra e pesquisa- isso com baixo custo é o desafio. Por isso que a
dora do LABAUT - Laboratório de Conforto Ambi- sinergia entre as disciplinas se torna tão impor-
ental e Eficiência Energética da FAU-USP, para tante. Por exemplo, uma boa orientação do edifí-
termos um edifício energeticamente eficiente, é cio e uma fachada com alto desempenho térmico
imprescindível uma equipe multidisciplinar de resultam em uma menor carga térmica e consu-
projeto, formada por arquitetos, engenheiros, mo de energia. Boa orientação não tem custo
consultores ambientais e demais profissionais nenhum e o desempenho da fachada depende
trabalhando juntos desde o início do processo. tanto da escolha dos materiais quanto do projeto
arquitetônico. E quando se reduz a carga térmica,
“Essa equipe deve ser capacitada a fim de que reduz o custo de instalação do sistema de ar con-
possa desenvolver um projeto que responda bem dicionado. Assim, a envoltória é determinante
às questões climáticas, resultando numa boa para o conforto térmico, visual e acústico de uma
escolha da orientação, da forma e dos elementos edificação”, revela Petinelli.
de sombreamento das fachadas, pois cada orien-
tação exige estratégias diferenciadas para o seu Para ele, em relação ao conforto térmico, o edifí-
tratamento. A combinação forma e orientação tem cio ganha e perde calor pela envoltória; a quanti-
um impacto muito grande no consumo energético, dade de radiação e incidência direta solar tam-
principalmente quando falamos da exposição à bém depende dela. O mesmo aplica-se ao con-
radiação direta, que impacta tanto no acúmulo de forto visual. Condições lumínicas mudam ao lon-
calor quanto nas questões de iluminação natural”, go do dia e das estações. Se a envoltória não
diz Érika. levar isso em consideração as chances dos ocu-
pantes sofrerem com ofuscamento são quase
A envoltória, bem como a cobertura, são as su- certas.
perfícies responsáveis pelas trocas de calor entre
o interior e o exterior dos edifícios, além de ser o Principais estratégias
meio pelo qual os usuários entram em contato

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Várias são as estratégias que podem ser usadas - Proteger aberturas ao Norte, Leste e Oeste (a
em relação às envoltórias. De acordo com Érica, utilização de ferramentas de simulação pode aju-
primeiramente, é preciso sombrear as áreas envi- dar a avaliar diferentes alternativas);
draçadas expostas à radiação direta, evitando
que ela atinja os usuários e os monitores, o que - Especificar um vidro com maior transmissão de
causaria desconforto térmico e ofuscamento. luz visível (a quantidade de luz que passa pelo
vidro);
Por outro lado, é preciso cautela ao utilizar o
sombreamento para que as visuais não sejam - Incorporar desde o início do projeto a utilização
afetadas. Outra importante questão sobre o som- de persianas para controle de ofuscamento pelos
breamento, ao calculá-lo para uma determinada ocupantes;
orientação, nem sempre o componente terá a
eficiência desejada nas demais fachadas, ou seja, - Avaliar em detalhe a incidência direta solar, a
cada orientação deve ser estudada separada- posição de trabalho dos ocupantes e buscar solu-
mente. A relação entre a área envidraçada e a ções para prevenir o ofuscamento sem compro-
área opaca necessita ser estudada, tendo em meter o aproveitamento de iluminação natural,
vista que, quanto maior for a área envidraçada por exemplo, bandejas de luz.
exposta sem o devido sombreamento, maior será
o ganho de calor. “Estratégias de iluminação natural podem ser
exploradas, tais como trabalhar com lajes mais
Bandejas de luz instaladas nas fachadas propor- estreitas e buscar uma arquitetura (na forma de
cionam maior alcance de iluminação natural organização dos espaços) de modo a reduzir as
chances de ofuscamento. Isso pode ser feito ma-
“É imprescindível que as janelas possam abrir ximizando a exposição Sul, e evitando aberturas
para ventilar naturalmente os ambientes internos, nas orientações Leste e Oeste. Reduzir ofusca-
fator que propiciará a retirada de grande parte da mento sem comprometer o potencial de aprovei-
carga térmica, principalmente em climas como o tamento de iluminação natural é muito mais difícil
da cidade de São Paulo. Em edifícios de escritó- para essas orientações, consequentemente, para
rio, particularmente, mesmo que não seja possí- reduzir o ofuscamento, acaba-se sacrificando o
vel a abertura das janelas durante o dia em de- aproveitamento de iluminação natural.
corrência do calor ou do ruído urbano, a abertura
de janelas no período noturno pode ser uma ex- A iluminação zenital também é uma alternati-
celente estratégia para o resfriamento das pare- va. Integrada à arquitetura, ou através de tubos
des internas e a remoção da carga térmica acu- (como o solatube) ela pode ser uma opção para
mulada durante o dia, melhorando as condições lajes mais profundas, contanto que o edifício te-
térmicas internas antes da que a ocupação co- nha poucos pavimentos (2 a 3 no máximo). Hoje
mece na manhã seguinte”, orienta a Dra da FAU- o custo de se utilizar dimerização continua (redu-
USP. zir o fluxo luminoso da luminária de acordo com a
disponibilidade de luz natural no ambiente) caiu
Petinelli lista algumas estratégias: muito e é padrão em todos os nossos projetos.
Lembrando que, um sistema de aproveitamento
1 - Redução de carga térmica: de iluminação natural não é substituto para um
sistema mal concebido e dimensionado. Quem
- Buscar orientar o edifício de forma favorável (a define o potencial de aproveitamento de ilumina-
utilização de ferramentas de simulação pode aju- ção natural de um edifício é o arquiteto, mas é o
dar a avaliar diferentes alternativas); projeto luminotécnico que transforma esse poten-
cial em realidade. O desafio para equipes de pro-
- Reduzir a área de vidro nas orientações Leste e jeto no Brasil é como aproveitar iluminação natu-
Oeste; ral sem ganhar calor. A entrada de luz em um
ambiente é geralmente associada ao ganho de
- Manter a área de vidro inferior a 40% na facha- calor.
da Norte e estudar a viabilidade de sombrear
essas aberturas; Maior calor, maior o tamanho e consumo do sis-
tema de ar condicionado. Por isso que, a orienta-
- Utilizar vidros com Fator Solar (FS) baixo. Quan- ção das aberturas, o seu tamanho, o tipo de vidro
to menor o fator solar, menor o ganho de calor utilizado e a sua proteção, através de sombrea-
pelo vidro; mento externo, são determinantes para fornecer
conforto e eficiência. Poucos percebem que um
2 - Aproveitamento de iluminação natural:
projeto eficiente de iluminação (baixa densidade
- Buscar trabalhar com lajes menos profundas; de potência de iluminação e dimerização contí-
nua) também resulta em uma menor dissipação

9
de calor pelo sistema que, conseqüentemente, através de um projeto que já nasça eficiente, po-
reduz a carga térmica e consumo de ar condicio- tencializando a utilização das estratégias passi-
nado”, explica Petinelli. vas de iluminação e ventilação natural quando
necessário”, alerta Érika.
A chave para o melhor aproveitamento da ilumi-
nação natural, acrescenta Érika, é garantir o mai- Petinelli acrescenta que depende do clima: “En-
or grau possível de uniformidade na distribuição tender o comportamento termo energético do
da luz, haja vista que o contraste de áreas muito edifício dentro do seu contexto (clima e localiza-
iluminadas com áreas com pouca iluminação ção) é critico, e, para isso, o uso de ferramentas
causa ofuscamento e o acendimento da ilumina- de simulação é imprescindível. Trabalhar o con-
ção artificial na busca por uma compensação de forto térmico através de sistemas passivos exige
luz. Para tanto, é preciso controlar a entrada da a redução de cargas térmicas. Algumas das ou-
iluminação natural e garantir que ela possa ter o tras estratégias que estudamos frequentemente
maior alcance possível. são a inércia térmica da edificação (troca de calor
pela fachada e massa térmica) e a ventilação
“Bandejas de luz instaladas na fachada podem natural (diurna e noturna). Com menos frequên-
redirecionar a radiação direta na forma de radia- cia, também estudamos o pré-condicionamento
ção difusa para o teto e, com isso, ocasionar um do ar através da troca de calor com o subsolo ou
maior alcance da luz. A altura da janela também corpo d’água (sem a utilização de bombas de
contribui para o maior alcance da iluminação na- calor). Cito alguns exemplos de obras com a apli-
tural, isto é, quanto mais alta, maior o alcance. cação de estratégias mencionadas acima, como o
Isso inclui, também, um pé-direito maior. Os sis- Colégio Internacional Positivo, nova sede da Aker
temas de iluminação precisam ser organizados de Solutions, e o Residencial EOS, todos em Curitiba
modo que o seu acionamento seja feito por filei- (PR)”.
ras paralelas à fachada, isto é, o acionamento
será independente e a partir da área menos ilu- Estratégias de projeto e o papel do projetista
minada até a mais iluminada. Esse tipo de acio-
namento permite que apenas as áreas menos O projeto deve ser concebido e construído para
iluminadas sejam acesas, mantendo as áreas atingir o nível aceitável de desempenho térmico,
periféricas, junto às fachadas, apagadas por levando em consideração a transmitância térmica,
grande parte do período de ocupação do edifício, capacidade térmica, absortância solar das super-
gerando uma economia significativa de energia”, fícies, a ventilação natural e iluminação natural.
explica ela. A demonstração do atendimento pode ser com-
provada através do método prescritivo ou através
Para o resfriamento passivo, Érika explica que a de simulação. E qual é o papel do projetista de ar
ventilação natural pode ser utilizada de duas for- condicionado para a eficiência energética das
mas. A primeira está relacionada à ventilação edificações?
noturna, período (mais fresco) no qual as janelas
são abertas, o que permite que a ventilação retire De acordo com George Raulino, diretor da Ester-
a carga térmica acumulada durante o dia e faz mic, há mais de um ano se tem notícia que o pico
com que a temperatura interna, pela manhã, seja de consumo de energia elétrica no Brasil, com
mais amena. A segunda refere-se à utilização da ênfase no Centro Sul, não ocorre mais entre
ventilação natural, além da noturna, durante o 17h00 e 20h00 como acontecia há décadas. Os
período de ocupação, sendo necessário atentar- novos picos se transferiram para o início da tarde
se aos elementos de sombreamento interno a fim e naturalmente a explicação para tal fato são as
de que não impeçam a ventilação. A ventilação instalações de condicionamento de ar, sempre
natural pode ser apenas por uma fachada, por considerado o vilão do consumo.
duas ou mais, permitindo, assim, uma ventilação
cruzada no ambiente, que é mais eficaz do que a “O projeto arquitetônico deve nascer com a cola-
realizada por apenas uma. boração dos demais projetistas e o acompanha-
mento do agente comissionador. O projetista de
“Quando discutimos trocas de calor, precisamos AVAC tem papel crucial no projeto de um edifício
ter, no ambiente, elementos que possam retirar o a ser certificado, desde a elaboração no OPR
calor gerado pela ocupação e liberá-lo mais tarde, (Owner's Project Requirements), que certamente
processo este que é feito pela massa da própria significa aumento de custos. O engenheiro de
edificação através da inércia térmica. Assim, o AVAC deve sair de seu campo normal de atuação
elemento da construção apto a contribuir de ma- e participar de decisões em todos os itens do
neira significativa é o teto, que deve estar expos- projeto, respondendo às questões oriundas dos
to, sem forro. Em suma, é importante que se en- demais participantes e decidindo conjuntamente
tenda que o primeiro passo para se atingir a efici- como serão alcançados os objetivos determina-
ência energética reside na redução da demanda dos. O projetista participa da análise das opções

10
a serem consideradas, realiza a simulação destas de cobertura é determinante no consumo de e-
com modelagem matemática computacional, alte- nergia, pois as decisões tomadas no projeto refle-
ra inputs, e resultados obtidos terão papel decisi- tirão por décadas na despesa operacional e sa-
vo na escolha da orientação do prédio, nas quan- bemos que o valor investido no projeto e constru-
tidades de iluminação natural e nas de áreas ção é pouco significativo em comparação aos
transparentes, além dos tipos de vidros e demais custos operacionais e aos de manutenção duran-
componentes do invólucro. Ele pode também te o ciclo de existência do edifício”, explica o dire-
atuar junto aos projetistas de instalação elétrica e tor da Estermic.
de arquitetura no sentido de incorporar iluminação
natural e controles no projeto de luminotécnica. Ele diz ainda que embora a maioria dos empre-
Enfim, em todos os itens do projeto da edificação endimentos que busca a certificação objetiva a
que resultem em dissipação térmica a ser consi- sua valorização comercial ou política, não há
derada na carga térmica, o projetista deverá ofe- dúvida que os sistemas e equipamentos de con-
recer ideias que possam minimizá-las”, orienta dicionamento de ar destas instalações proporcio-
Raulino. nam a melhoria do conforto, da qualidade do ar
interno e a diminuição do consumo de energia.
Segundo ele, a atenção à qualidade do ar é outro
ponto que se deve ter particular atenção e seu “Até pouco tempo havia um número mágico
correto gerenciamento será fundamental na ob- quando se estimava a capacidade do sistema de
2
tenção do conforto dos futuros usuários. O proje- ar condicionado de 20 m /TR. Atualmente, não é
tista pode colaborar para a diminuição do consu- raro encontrar edifícios comerciais com taxas de
2
mo de energia, examinando o clima local e a ope- 35 m /TR, sendo este proporcionado por concei-
ração do sistema e propondo a utilização de ciclo tos novos aplicados à envoltória e ao projeto de
economizador ou recuperador entálpico no lado luminotécnica. A aplicação nas coberturas das
ar do sistema. O aproveitamento da água con- edificações de isolamento térmico e revestimen-
densada nas serpentinas dos climatizadores é tos com alto valor de SRI (Solar Reflectance In-
outra iniciativa, que embora não afete diretamente dex) traz redução significativa no ganho térmico.
o sistema de climatização dentro do processo de A concepção das fachadas das edificações é
credenciamento, gera dividendos que implicam onde se encontra oportunidade real de redução
em redução do consumo de água. A utilização de da carga térmica na envoltória. Em nossos proje-
pré-aquecimento de água em chillers é mais uma tos, onde houve a participação de consultores
opção do projetista, que reflete em outro sistema, estrangeiros, estes sempre estranharam a com-
no caso, o aquecimento de água na edificação. posição das paredes externas da edificação que
não consideram isolamento térmico, fato este
“Cabe ao projetista explicar os critérios adotados resultante da nossa cultura, assim como não há a
e convencer investidores e projetistas de outras devida preocupação na redução de áreas trans-
disciplinas que sua propositura possibilitará a parentes e aplicação de proteções externas à
melhor solução. Dependendo do programa de radiação solar.
certificação, há valores mínimos de consumo de
energia requeridos para equipamentos. No caso A proteção das fachadas em relação à radiação é
de resfriadores de líquido e de ar, existem valores sempre um ponto de resistência por parte dos
mínimos de COP requeridos, nos chillers o IPLV e empreendedores que argumentam a valorização
em bombas e ventiladores valores máximos de comercial com fachadas pele de vidro. Embora os
kW/vazão. Algumas certificações envolvem grau vidros hoje disponíveis no mercado nacional te-
de eficiência e nestas o tipo de sistema proposto nham uma performance térmica melhor, a capa-
é crucial, pois existem sistemas cujos componen- cidade de redução à passagem de calor em um
tes e equipamentos não alcançariam os índices país como o Brasil, sempre terá na proteção ex-
de economia de energia requeridos. terna a melhor solução. Há também soluções de
fachadas que incluem geração fotovoltaica de
Atualmente, pode-se afirmar que todas as máqui- energia, que incorporam superfície complementar
nas de fluxo e de refrigeração que incorporam de vidro, permitindo o escoamento vertical de ar
inversores de frequência apresentam resultados que arrefece as paredes externas. Na verdade, os
que favorecem a obtenção da certificação e me- materiais são basicamente os mesmos, o que
lhoria do grau de economia de energia. Considero evoluiu foi a combinação destes, como em uma
um edifício inteligente não aquele que tem um cobertura onde a laje recebeu isolamento térmico
vasto sistema de automação, mas sim aquele que na espessura adequada e foi revestida com ele-
foi criado dentro de conceitos que privilegiam o mento refletivo, o que evita a transmissão de ca-
conforto e o uso racional de energia. Nestes dois lor para o interior do prédio.
quesitos, o projeto de arquitetura e, consequen-
temente, a envoltória da edificação tem papel A indústria de vidros atual produz uma gama de
fundamental, ou seja, a concepção de fachadas e produtos com alta refletividade, elevado fator de

11
sombra e baixo coeficiente de transmissão de mento, uma vez que estas informações básicas
calor. Na minha opinião, o fator que mais contri- serão os principais combustíveis para o desen-
buiu para a diminuição de carga térmica em edifi- volvimento do projeto. Ainda dentro deste aspec-
cações foram os projetos de luminotécnica. Dissi- to, está a localização do empreendimento e ca-
2
pações da ordem de 40 W/m eram comumente racterísticas da região; o tipo de uso; as condi-
encontradas e atualmente não nos surpreende- ções necessárias frente ao tipo de uso adotado
2
mos com projetos com 6,0 W/m que operam (condições de conforto, qualidade do ambiente de
utilizando sistemas de automação que medem os trabalho, etc.); flexibilidade necessária para esta
níveis de iluminação, reduzindo a quantidade de operação em seu dia a dia; e recursos de opera-
luminárias em funcionamento, conforme a inci- ção;
dência de luz natural e de ocupação medidos.
- O uso de uma ferramenta de simulação energé-
Outras estratégias recomendadas para pontuação tica e modelagem de seu sistema, a fim de que o
de certificações é o aproveitamento da ventilação projetista possa enxergá-lo (comportamento, de-
e iluminação naturais, através da análise do clima sempenho, etc.) juntamente com o edifício;
local, da atividade desenvolvida e da localização
relativa a outros prédios. Um exemplo da aplica- - Cuidados para um menor custo de operação e
ção destes recursos, mesmo em um clima adver- manutenção para a instalação, envolvendo o fácil
so, é a Rede Sarah de Hospitais, construído na e adequado acesso aos equipamentos para a sua
Zona Oeste do Rio de Janeiro. manutenção, demanda por mão de obra de mer-
cado para esta operação e manutenção, existên-
O Arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, desen- cia de um bom suporte local por parte do fabri-
volveu o hospital sob uma grande cobertura loca- cante/fornecedor, integração de equipamentos e
lizada a 5 metros do teto do prédio. Por este es- sistemas a um sistema informatizado inteligente
paço há a penetração da luz natural e correm (automação), assegurando cada vez mais o res-
brisas oriundas do oceano, funcionando como a peito aos parâmetros de operação estabelecidos
copa de uma imensa árvore, sobre a qual há em projeto, assim como assegurando uma opera-
sombra, luz e ventos. No teto do hospital há su- ção mais segura e sob controle (monitoramento e
perfícies transparentes que propagam a luz natu- gestão dos recursos implantados), e alinhamento
ral e centenas de registros de ar que se abrem de seu projeto com um plano de medição e verifi-
quando as condições climáticas são favoráveis a cação para a edificação, através do qual será
ventilação natural, possibilitando o desligamento possível gerenciar e auferir um melhor rendimen-
de parte do sistema de condicionamento de ar”, to, comparando-o com o previsto em projeto e
exemplifica Raulino. ajustando-o continuamente durante a vida útil da
edificação.
Para Alexandre F. Lara, diretor da A&F Partner
Consulting, assim como vemos em um arquiteto o “Na realidade o projetista deverá estar compro-
importante papel relacionado ao desempenho de metido com o desempenho da edificação ao lon-
uma edificação, o projetista de ar condicionado go de sua vida útil (até uma reforma ou um retrofit
também tem a responsabilidade de projetar um no futuro), e não apenas com a certificação ou
sistema que atenda não somente ao requisito de etiquetagem. Entendo que a obtenção de um selo
eficiência energética, mas também aos de quali- para o empreendimento será a consequência de
dade do ar interno, conforto aos seus usuários, um bom projeto e de uma boa instalação / cons-
menor custo operacional e praticidade e seguran- trução.
ça durante a sua manutenção.
Entendo também que o envolvimento do projetista
“Neste sentido, deve-se buscar um projetista pela não poderia se dar apenas no momento em que
sua experiência e técnica, por seu potencial de lhe solicitam um projeto, mas também, durante
inovação e compromisso com a eficiência do sis- todo o processo de contratação das instaladoras,
tema projetado. Fala-se muito em baixo consumo compra de equipamentos, instalação, validação
de energia versus desempenho do sistema. En- formal das alterações em obra e entrega técnica
tretanto, entendo que o projetista deverá ir um dos sistemas (comissionamento) e infelizmente,
pouco além, cuidando para que outros requisitos esta é uma questão cultural que ainda precisa-
que compõem o desempenho de um sistema mos tratar no Brasil. Hoje no mercado o termo
estejam contemplados, conforme listo abaixo”, comissionamento vem sendo amplamente divul-
informa Lara. gado através da criação de um Departamento
Nacional específico na Abrava e da chegada da
São eles: BCA (Building Commissioning Association) ao
Brasil. Este é sem dúvida um aspecto positivo
- A compreensão sobre as reais necessidades e trazido pelas certificações, embora se tenha ainda
expectativas do cliente para o seu empreendi-

12
um longo percurso a caminhar e muito a evoluir”, edificações inteligentes, construídas a partir de
diz Lara. materiais, produtos, equipamentos e soluções
mais eficientes, objetivando melhorar a economia
Sistemas construtivos e materiais de energia e propiciar aos ocupantes dessas edi-
ficações um ambiente confortável, salubre e se-
Para coberturas e subcoberturas, André Santos, guro. Nestes quesitos, os materiais isolantes tér-
diretor Isorecort, cita os forros de EPS, telhas de micos e atenuadores acústicos são componentes
EPS e lajotas de EPS, todas de poliestireno ex- que contribuem significativamente para a eficiên-
pandido para adicionar conforto térmico à obra. cia dos empreendimentos, pois os benefícios que
eles proporcionam, agregam um alto valor na
“Estas soluções em EPS se destacam no merca- avaliação de todos os sistemas de certificação de
do devido à praticidade, bom preço, facilidade e sustentabilidade das edificações. Um dos aspec-
rapidez de instalação, conforto térmico e econo- tos mais importantes a ser considerado em qual-
mia ao não gerar resíduos como os produtos simi- quer sistema de isolamento térmico é assegurar o
lares feitos de outros materiais. O EPS é um ex- benefício da economia de energia, de forma efeti-
celente isolante térmico e uma das soluções com va ao longo do tempo de operação da instalação.
melhor custo benefício. A utilização desses pro- A exemplo, estão as espumas de polietileno de
dutos reduz muito o consumo de energia elétrica baixa densidade expandido e as espumas elas-
de sistemas de refrigeração e conforto ambiental toméricas. São materiais flexíveis, o que facilita o
(ar condicionado). Com os recentes aumentos no seu manuseio e instalação, e, também, têm estru-
valor da energia elétrica, colaboram para uma tura celular fechada, que proporciona uma efetiva
economia importante além de contribuir para o barreira de vapor, incorporada ao longo de toda a
meio ambiente. As lajotas são mais leves, o que sua espessura, o que lhes confere um alto fator
deixa a carga da laje menor, necessitando uma de resistência à difusão do vapor de água. As
quantidade igualmente reduzida de escoramen- espumas de polietileno de baixa densidade ex-
tos”, explica Santos. pandido e as elastoméricas possuem em sua
composição, aditivos especiais que, diante de um
Willian Bonatto, gerente de vendas – construção
incêndio as classificam como Auto Extinguíveis e
civil da Dânica, acrescenta as soluções construti-
Não Inflamáveis, respectivamente, ou seja, não
vas termoisolantes industrializadas e modulares,
irão contribuir de forma significativa para o fogo,
que permitem atendimento rápido e eficaz a de-
comportamento esse que agrega ao empreendi-
mandas de obras de todos os portes e são adap-
mento maior segurança aos seus ocupantes e
táveis a empreendimentos industriais, comerciais
patrimônio.Devido às suas características físicas,
e residenciais, proporcionando redução real de
agregam, também, o benefício da atenuação de
custos de obra e forte incremento na produtivida-
ruídos em sistemas mecânicos ou causados por
de.
impacto”, conclui Dickert.
“Isolamento térmico é um processo em que é
Isolamento térmico é um processo em que é re-
reduzida a troca de energia térmica (calor) entre
duzida a troca de energia térmica (calor) entre
dois sistemas físicos (corpos ou ambientes) pela
dois sistemas físicos
interposição de um material não condutor de e-
nergia ou com propriedades isolantes. Todo ma- Envoltória e as certificações/etiquetagem
terial que minimiza de forma satisfatória e conve-
niente a transmissão de calor entre dois sistemas Segundo Roberto Lamberts, Prof Dr da Universi-
físicos pode ser considerado isolante térmico. dade Federal de Santa Catarina, a avaliação de
Dessa maneira, a temperatura é condicionada e o edificações é uma atividade complexa, pois o
conforto térmico é acentuado. Como complemen- desempenho depende do conjunto (cobertura,
to, o termoisolamento proporciona projetos de ar- paredes, vidros, carga interna, etc.) e o mercado
condicionado mais racionais, com redução do vem procurando introduzir produtos de alto de-
consumo de TR e, consequentemente, economia sempenho e em muitos casos, o problema é
no consumo de energia elétrica”, informa Bonatto. comprovar os ganhos. Em suma, uma boa envol-
tória, produto de um bom projeto de arquitetura,
André Dickert, do departamento técnico da Poli- vai gerar naturalmente maior conforto para o usu-
pex, diz que atualmente, o mundo tem como me- ário e maior economia dos meios (tanto na sua
tas prioritárias minimizar os impactos negativos fase de construção quanto, e principalmente, na
ao meio ambiente e preservar e reduzir a utiliza- de operação e uso), lembrando que é neste se-
ção de recursos não renováveis. gundo momento que as edificações mais conso-
mem energia e água. A NBR 15.220 de conforto
“Essa conscientização trouxe a necessidade de
térmico já define isso, ou seja, estabelece inicial-
um aprimoramento contínuo nas especificações e
mente um zoneamento bioclimático brasileiro,
exigências dos novos projetos, que resultam em
partindo do pressuposto que projetar em Porto

13
Alegre não é a mesma coisa que projetar em Manter uniformes as alturas das vigas de um
Manaus ou Brasília. A partir dai, fixa os critérios mesmo pavimento
de desempenho térmico tanto para as paredes
quanto para as coberturas (em ambos os casos, Evitar a execução de encontro de vigas em ângu-
opacas e transparentes). E isso pode ser avaliado los agudos, pois complicam tanto a montagem
de diferentes formas, como por exemplo, por das fôrmas como a desforma
meio do coeficiente de transmitância térmica glo-
bal (K ou U), da absortância das superfícies, dos Lajes
fatores solares dos elementos iluminantes e de
suas proporções em relação às áreas totais de Evitar panos de lajes com diversas espessuras
fachadas e coberturas. Estas definições da norma dentro de um mesmo pavimento
devem ser adotadas na concepção do projeto
Manter as cotas de fundo de laje no mesmo pano
tanto na disposição dos espaços quanto na ado-
ção das estratégias mais adequadas para o local Compatibilizar espessuras com as armaduras
a ser implantado o edifício, para melhor desem- embutidas na mesma - malha positiva, malha
penho no todo. negativa, cobrimentos, reforços etc.
5 – Compatibilização de Projetos Verificar as deformações previstas para os panos
de laje muito extensos, sobretudo nas regiões
A compatibilização de projetos é uma forma de
que não contarão com camada de regularização
analisar os diversos projetos, procurando solucio-
de piso
nar interferências que não devem ser resolvidas
durante a execução da obra. Ela permite a inte- Estrutura x alvenaria Na compatibilização entre os
gração das soluções adotadas para os diversos projetos estrutural e de alvenaria devem ser ob-
subsistemas. A compatibilização dos projetos de servados os seguintes itens:
um edifício tem por função principal a integração
das soluções adotadas nos projetos de arquitetu- Pilares
ra, estrutura, instalações prediais, vedações, es-
quadrias, impermeabilização, contrapiso etc., Compatibilizar a largura dos pilares com as alve-
assim como nas especificações técnicas para a narias, evitando dentes no acabamento
execução de cada subsistema. Alguns itens a
serem compatibilizados dentre os diversos sub- No caso de pilares inclinados ou chanfrados, exe-
sistemas de projetos: Estrutura x estrutura cutar os chanfros perpendiculares às alvenarias;
o encontro da alvenaria com a estrutura deve ser
Ao desenvolver o projeto de estruturas, devemos de topo
observar alguns aspectos das peças estruturais.
Vigas
Pilares
Projetar as vigas evitando dentes e requadros
Executar os pilares evitando dentes ou requadros com as alvenarias, tornando as espessuras com-
com as vigas, mantendo as espessuras iguais patíveis

Executar pilares com dimensões constantes ao Procurar modular as alturas de vigas de acordo
longo dos andares, procurando modificar as fôr- com o projeto de alvenaria e de caixilharia, tor-
mas na passagem do subsolo para o térreo. Se nando, sempre que possível, a quantidade de
utilizarmos concreto de alto desempenho, esta fiadas de blocos um número inteiro
recomendação pode não ser válida; devemos
fazer uma análise de valor entre o excedente de Estruturas x Instalações
concreto gasto para manter a seção do pilar cons-
tante e o custo da modificação das fôrmas Compatibilizar o projeto de instalações (elétrica,
hidráulica, ar condicionado, exaustão, sprinklers,
Evitar formas de difícil execução na obra, privile- automação etc.) com o projeto estrutural é vanta-
giando formatos retangulares e quadrados joso, evitando retrabalho.

Vigas Vigas

Evitar a utilização de vigas invertidas, principal- Compatibilizar os furos previstos nos diversos
mente junto aos pilares, pois dificultam a execu- projetos, locando-os e marcando-os com exatidão
ção de gastalhos e atrapalham o ciclo de concre- no projeto estrutural
tagem

14
Verificar se estes furos não interferem nas arma- Compatibilizar a posição e altura das vigas com
duras ou estão com dimensões compatíveis com as passagens das rampas de garagem e escadas
a altura da viga
Atentar para a previsão de rebaixos em vigas
Verificar as espessuras de eletrodutos passantes quando houver:
nas vigas até o limite imposto pelo calculista
- mudança de níveis na arquitetura (terraços,
Locar e verificar se os pontos de luz no teto não térreo interno e externo, jardineiras, escadas etc.)
coincidem com posições de vigas - chumbamento de contra-marco de porta se não
houver contrapiso na laje - atentar para rebaixo
Locar e verificar se as prumadas hidráulicas não na face das vigas invertidas nas regiões onde
coincidem com posições de vigas haverá impermeabilização

Lajes Sendo necessário encobrir as vigas, compatibili-


zar a altura das mesmas com as cotas de forros;
Prever na fôrma, assim que o projeto de instala- atentar para a região de arremate do forro nas
ções definir, a locação exata das passagens de bordas
prumadas e shafts
Lajes
Verificar se na espessura projetada da laje “ca-
bem” as tubulações embutidas e as armações Compatibilizar níveis da estrutura com espessu-
positiva e negativa ras previstas para os revestimentos de piso
Verificar as dimensões dos sulcos criados para Compatibilizar rebaixos com as cotas previstas
passagens de tubulação de gás com a espessura para o piso acabado e desníveis
da laje, armações e vigas
Compatibilizar rebaixos com a impermeabilização
Verificar todos os rebaixos criados nas lajes con-
siderando as tubulações embutidas Estrutura x elevadores

Estruturas x acabamento Os aspectos ligados ao Para a caixa de elevadores, compatibilizar os


acabamento da obra devem ser observados des- pilares que suportam a caixa de corrida dos ele-
de o projeto de estrutura. vadores com as dimensões e folgas necessárias
para a obra e instalação do mesmo
Pilares
Criar condições favoráveis à desforma, principal-
Compatibilizar a locação de pilares com a arquite- mente nos pilares que formam a caixa de corrida
tura do elevador, se esta tiver formato em "C"; verificar
sua real necessidade.
Compatibilizar a locação dos pilares com as va-
gas de garagem ANOTAÇÕES
________________________________________
Vigas
________________________________________
Atentar para os tipos de revestimentos a serem ________________________________________
utilizados nas paredes e a necessidade de es- ________________________________________
pessuras diferenciadas para as vigas e a alvena- ________________________________________
ria ________________________________________
________________________________________
Verificar as alturas dos peitoris e dimensões dos ________________________________________
caixilhos para evitar a execução de vergas sobre ________________________________________
os mesmos ________________________________________
Verificar tipo, material e dimensões das portas ________________________________________
para evitar que as vigas impeçam sua instalação ________________________________________
posterior, evitando cortes e fragilização das folhas ________________________________________
ou a execução de portas sob encomenda ________________________________________
________________________________________
Verificar o detalhe de arremate dos forros nas ________________________________________
varandas, compatibilizando as alturas das vigas ________________________________________
com os caixilhos e forros ________________________________________
________________________________________

15

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