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LAURO CLEVER DE SOUZA VASCONCELOS

ELEMENTOS CONSTRUTIVOS: Quais são e suas funções

São Paulo - SP
2022
LAURO CLEVER DE SOUZA VASCONCELOS

ELEMENTOS CONSTRUTIVOS: Quais são e suas finalidades

Desenvolvido para cumprir os requisitos


acadêmicos da disciplina: Oficina
Interdisciplinar III, no Curso de Engenharia Civil
pela Universidade Cidade de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr.


Dr.Xxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxx
Coordenadora: Profa. Dra. Larissa Volpe

São Paulo - SP
2022
“Em todas as coisas, o sucesso depende de preparação prévia."
Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.), filósofo chinês
RESUMO

Trabalho que traz de forma resumida porém abarcante os principais elementos


construtidos da engenharia de vedação e suas principais características. Em nosso
país onde a maioria esmagadora da construção civil é realizada por este método que
pode ser adaptada para grandes vãos, usar janelas e portas de acordo ao que
determina o projeto e tem na junção do concreto e da armação de ferro uma coalizão
perfeita para as forças as quais é submetida, mostra-se de grande importância
entender quais são as principais partes presentes neste método e como eles se se
complementam e interagem entre sí.
Utlizando como padrão a norma da ABNT 6118, que contém grande parte das
especificações de concreto armado, mas quando necessario citando outras normas
respectivas.
Longe de esgotar o tema, este apresenta uma visão geral para atender os requisitos
do curso e gerar no leitor o desejo de seguir aprofundando e ampliando os
conhecimentos nesta área que é tão ampla.

Palavras-chave: alvenaria, concreto armado, viga, pilar, laje, ABNT 6118/2003.


LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Norma Técnicas


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1 INTRODUÇÃO

O Trabalho a seguir foi elaborado para cumprimento das exigências


acadêmicas do curso de Oficina Interdisciplinar III e seu objetivo é apresentar de forma
sintética os principais elementos da construção civil para alvenaria convencional, ou
de vedação com concreto armado. Se apresentará os principais elementos tanto para
a vedação quanto para a formação do “esqueleto”, ou a estrutura que receberá todas
as cargas.
Existem muitos outros sistemas construtivos e cada um deles forma sua
estrutura de maneira diferente, exatamente por isto a abordagem será unicamente
para um tipo de construção.
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VARIABILIDADE DE ACORDO AO MODELO CONSTRUTIVO

Os elementos construtivos estão diretamente ligados ao sistema construtivo


empregado, pois cada um deles tem sua particularidade e elementos esssenciais para
seu desenvolvimento. Entende-se por sistema construtivo:

“conjunto de técnicas e tecnologias utilizadas para a construção de


um edifício. Dessa maneira, os métodos construtivos correspondem
à estrutura de uma casa ou prédio e servem para dar sustentação ao
mesmo.”i

Atualmente existem vários modelos construtivos entre eles: a alvenaria tradicional,


alvenaria estrutural, wood frame, light steel frame, concreto pré moldado, paredes de
concreto, containers, blocos de eps, etc.

Cada um destes, ou de qualquer sistema, exige corpos ou elementos estruturais, que


se ajustarão a cada um deles de acordo a necesidade, porém todos eles tem algo em
comum: devem ser suficientemente forte para suportar o peso da propria estrutura e
as cargas a que serão submetidas. Estes elementos estruturais podem ser fixos ou
móveis, ligados por nós ou inteiros, variáveis por geometria, podendo tambem estar
tensionados ou comprimidos. Devido a esta multiplicidade de sistemas e pelas
particularidades de cada um deles, profissionais como arquitetos e engenheiros são
indicados para realizar a viabilização do projeto e os cálculos necessários para
encontrar o melhor sistema que atenda a necesidade e as possibilidades de recursos
financeiros, de insumos e profissinais.

A pesar de haver dezenas de sistemas, aquele que é amplamente usado no Brasil é


a alvenaria de vedação, que modernamente é definida como um conjunto coeso e
rígido, construído em obra através da união entre tijolos ou blocos (unidades de
alvenaria) por juntas de argamassa sendo em sua maioria levantado em forma de
cutelo. Esta estrutura não desempenha função estrutural, somente suporta o seu
proprio peso e tem a função de fechar os espaços. Para suportar o peso da alvenaria,
da estrutura e das cargas a ela submetidas é utilizado concreto armado, que é a
junção de concreto que é obtido pela mistura de cimento, água, agregado miúdo
(areia) e agregado graúdo (pedra ou brita) E a armadura de ferro. Nas vigas e pilares
as armaduras de aço são previamente posicionadas dentro da fôrma (molde), e em
seguida o concreto fresco é lançado para preencher a fôrma e envolver as armaduras,
e simultaneamente o adensamento vai sendo feito. Após a cura e o endurecimento do
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concreto, a fôrma é retirada originando assim a peça de concreto armado. Para


confirmar a explicação anterior, a NBR 6118 no item 3.1.3 define assim os elementos
de Concreto Armado:

“aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre


concreto e armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das
armaduras antes da materialização dessa aderência.”

são muitos os fatores que levaram a esta preferência, alguns dele são o custo, o fácil
acesso aos materiais, farta quantidade de mão de obra e possiblidade de futuras
modificações no projeto. Por isto, o conteúdo a seguir, estará direcionado a alvenaria
de vedação e concreto armado, cujos parametros estão estabelecidos na NBR 6118.

PRINCIPAIS ELEMENTOS DE ALVENARIA E CONCRETO ARMADO

Nas construções de concreto armado, tanto de grande porte quanto de casas ou


construções pequenas temos basicamente 5 elementos:

1. Fundação
2. Vigas
3. Pilares
4. Lajes
5. fechamento

Entre os elementos anteriormente citados, os quatro primeiros tem funções estruturais,


que vão variar de acordo com o tamanho do projeto e suas particularidades, no entanto,
se apresentará os elementos contidos neles de forma geral.

1) FUNDAÇÃO

O conceito de fundações segundo Barrosii é de que fundações “são os elementos


estruturais destinados a transferir as cargas da estrutura ao terreno onde ela se apoia.
As fundações vão variar de acordo com as condições de solo, de tamanho, altura,
esforços atuantes, etc., das condiçoes de lençol freático, de recursos financeiros e das
edificações vizinhas, entre muitas outras.

As principais normas tecnicas de referencia são:

· ABNT NBR 6112 – Projeto e execução de fundações;


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· ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto;


· ABNT NBR 6484 – Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT;
· ABNT NBR 6489 – Prova de carga direta sobre o terreno de fundação;
· ABNT NBR 6502 – Rochas e solos;
· ABNT NBR 8036 – Programação de sondagens de simples reconhecimento dos
solos para fundações de edifícios;

As fundações podem ser divididas entre fundações rasas ou profundas.

a) Fundações Rasas

São aquelas em que a carga da estrutura da edificação é transmitida ao solo


pelas pressões distribuídas pela base da fundação, seus principais elementos
são as sapatas, sapatas corridas, sapatas associadas, vigas de fundação
ou baldrame, blocos e radier.

i) Sapatas

É um tipo de fundação superficial, que recebe as ações dos pilares e as


transmitem diretamente ao solo, são normalmente utilizadas em construção
de pequeno porte onde o solo é mais ou menos homogêneos e resiste a
compressões médias ou altas. Podem ser isoladas ou corridas.

(1) Sapata isolada

servem de apoio para apenas um pilar

(2) Sapata corrida

Recebem este nome porque vao ao longo do comprimento da viga que


plicará sobre ela o carregamento de dois ou mais pilares.

b) Fundações profundas

Segundo a NBR 6122/1996, define-se como fundação profunda como “aquela


que transmite a carga proveniente da superestrutura ao terreno pela base
(resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste), ou pela
combinação das duas.” Portanto, são normalmente utilizadas quando os solos
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superficiais não apresentam capacidade de suportar elevadas cargas ou estão


sujeitos a processos erosivos.
Tambem pela NBR 6122/1996 encontramos os seguintes elementos
catalogaddos como parte das fundações profundas:

i) Bloco de Fundação

Os blocos de fundação são utilizados para receber as ações dos pilares e


transmití-las ao solo, diretamente ou através de estacas ou tubulões que
podem ser vários em cada bloco.

ii) Estacas

elemento de madeira, aço ou concreto, executado com o auxílio de


ferramentas ou equipamentos sem que haja descida de operário em
qualquer fase de execução. Elas transmitem as ações ao solo, por meio do
atrito ao longo da superfície de contato e pelo apoio da ponta inferior no
solo

iii) Tubulões

Elemento cilíndrico que são também destinados a transmitir as ações


diretamente ao solo, por meio do atrito do fuste com o solo e da superfície
da base, e tem pelo menos na sua fase final a descida de operário, podendo
ser executado a céu aberto, a ar comprimido ou por escavação de
maquinário especial para perfuração de solo.

iv) Caixões

elemento de fundação de forma prismática, concretado na superfície do


terreno, e instalado por escavação interna.

2) VIGAS
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São elementos simples, retos, horizontais, com a função de vencer os vãos e receber
as cargas advindas das lajes, de outras vigas, das paredes e alvenaria (para este
método construtivo) e levá-las aos apoios que comumente são os pilares, que por sua
vez trasmistirão os esforços á fundação. Pela definição da NBR 6118/03 (item
14.4.1.1), vigas “são elementos lineares em que a flexão é preponderante”. Estão, em
sua maoria sujeita aos esforços de flexão, compressão e cortante, atuando tambem
no contraventamento e dando estabilidade a estrutura.

3) Pilar

Os Pilares são catalogados segundo a NBR 6118/2003 item 14.4.1.2 como


“elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças
normais de compressão são preponderantes”. São as colunas que recebem as cargas
tanto das vigas, cuanto das lajes e transmitem diretamente á fundação. Ainda que
tenham as mesmas funções que as vigas, normalmente é mais robusto, geralmente
retangular e são fundamentais nas estuturas pois são eles que resistem aos esforços
verticais dando estabilidade aos edificios.

4) Laje

As lajes são os elementos planos que se destinam a receber a maior parte das ações
aplicadas numa construção. Encontramos a seguinte definição de laje:

“As lajes são classificadas como elementos planos bidimensionais, que são aqueles
onde duas dimensões, o comprimento e a largura, são da mesma ordem de
grandeza e muito maiores que a terceira dimensão (espessura). As lajes são
também chamados elementos de superfície ou placas. Destinam-se a receber a
maior parte das ações aplicadas numa construção, normalmente de pessoas,
móveis, pisos, paredes, e os mais variados tipos de carga que podem existir em
função da finalidade arquitetônica do espaço que a laje faz parte. As ações são
comumente perpendiculares ao plano da laje, podendo ser divididas em
distribuídas na área, distribuídas linearmente ou forças concentradas.”iii

As lajes mais usadas são nervurada, lisa e cogumelo, as pré-moldadas e as maciças


de concreto, esta ultima tem espessuras que normalmente variam de 7 cm a 15 cm,
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são comuns em edifícios de pavimentos e em construções de grande porte, como


escolas, indústrias, hospitais, pontes, etc. De modo geral, não são aplicadas em
construções residenciais e outras de pequeno porte, pois nesses tipos de construção
as lajes pré-fabricadas apresentam vantagens nos aspectos custo e facilidade de
construção. “Lajes nervuradas são as lajes moldadas no local ou com nervuras pré-
moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos está localizada nas nervuras
entre as quais pode ser colocado material inerte” (NBR 6118/03, item 14.7.7).

3 CONCLUSÃO

Na alvenaria tradicional com todas as suas vantagens e desvantagens é


sem duvida o método mais utilizado no mercado brasileiro. Ainda que de forma
empírica o brasileiro se acostumou a termos como colunas, saptas vigas e etc. Objeto
de muitos estudos e de várias normas tecnicas existe amplo material sobre o tema,
neste caso foi apresentado o que sãos as fundações rasas com suas sapatas unicas
ou corridas, profundas com os blocos de coramento e os tubulões ou outros métodos
onde há excesso de cargas para o solo, vigas, colunas, sapatas unicas e corridas e
finalmente as lajes térreas ou de andares.
Esperamos que o mesmo sirva como parâmetro não somente para o curso
acadêmico, mas como apoio a todos aqueles que desejam conhecer este método
construtivo.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6022:


informação e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica:
apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

O que é processo construtivo na construção civil, Treinamento 24.com, 2022.


Disponível em: < https://treinamento24.com/library/lecture/read/299604-o-que-e-
processo-construtivo-na-construcao-civil6bn>. Acesso em: 27, Abril de 2022.
ii
BARROS, Márcia. Apostila de Fundações. Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo – Departamento de Engenharia de Construção Civil. 2003.
iii
BASTOS, PAULO SÉRGIO DOS SANTOS. Apostila de ESTRUTURAS DE
CONCRETO I. - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNESP – Bauru/SP –
Departamento de Engenharia de Construção Civil. 2005.

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