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A importância das fundações superficiais nas construções de residências

André Yuri Lyra Coelho da Silva 1


dedebonfim@hotmail.com
Professor orientador: Paulo Ricardo Ramos Santos
Coordenação de curso de Engenharia Civil

Resumo
O artigo trata-se de uma discussão a respeito da importância das f undações rasas em obras
residenciais. O método utilizado segue os paradigmas de uma pesquisa descritiva e exploratória, pois
esse tipo de pesquisa permite que o objetivo proposto seja ef etivado. Usa-se como f erramenta a
pesquisa bibliográf ica para f azer uma busca mais aprof undada sobre o assunto. objetivo de reunir
conceitos para evidenciar a importância das f undações em construções residenciais e garantir a
segurança e estabilidade da obra.

Palavras-chave: Construção. Fundação. Residência.

1. INTRODUÇÃO
A partir do século XX, com a modernização dos métodos construtivos e a
inserção de novas tecnologias, as construções civis passam a ter estruturas mais
resistentes.

Com frequência, comenta-se sobre os eventuais problemas que são


encontrados nas residências por causa de uma má estrutura, como fissuras, trincas,
rachaduras etc. Todas essas adversidades poderiam ser evitadas se houvesse uma
sondagem do solo e uma fundação apropriada a carga que ela terá de suportar.

Em síntese, todo profissional na área da construção civil precisa buscar conhecimento


e técnicas que garantam a segurança e a durabilidade da obra, para isso é de suma
importância que o Engenheiro Civil conheça e execute da forma correta a fundação.
Sendo assim, este artigo busca fazer uma pesquisa bibliográfica, tendo como base a
ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS), com o objetivo de
reunir conceitos para evidenciar a importância das fundações em construções
residenciais e garantir a segurança e estabilidade da obra.

2. DESENVOLVIMENTO

As fundações são de suma importância para segurança da obra, pois são elas
que dão o alicerce necessário para que a obra se mantenha resistente e que tenha
maior durabilidade. Segundo Carvalho e Pinheiro (2009), “As fundações devem
possuir um coeficiente de segurança adequado de modo que garantem a estabilidade
da construção, durante toda sua vida útil”. Por esse motivo, é uma das primeiras
etapas da construção e devem suportar cargas e tensões que são causadas pelos
esforços solicitantes.

2.1 Sondagem do solo

Uma fundação de qualidade é essencial, sobretudo, a realização da sondagem


do solo. Essa sondagem consiste em fazer uma investigação do subsolo do terreno
para obter amostras e conhecer as suas características, tais como: tipo de solo,
valores de resistência, profundidade de elementos rochosos etc. Além do mais, a
sondagem permite que a infraestrutura seja adequada ao tipo de solo, evitando
eventuais problemas. (VELOSO,2010)

A sondagem à percussão ou sondagem SPT é o tipo de sondagem mais


utilizada no Brasil. Este estudo é um dos métodos mais utilizados para investigar a
resistência do solo.

A NBR 6484 (ABNT, 2020) prescreve a metodologia correta para a execução


da sondagem à percussão.

2.2 Fundações superficiais

As fundações superficiais conhecidas também como fundações rasas, são as


mais recomendadas para projetos com até dois andares, pois possuem como uma
das características principais a transmissão de carga para o solo através da sua base.
De acordo com a NBR 6122/2019, fundações rasas são aquelas onde a carga da
edificação é predominantemente transmitida ao terreno através da base da fundação.

A escavação desse tipo de fundação, geralmente, é feita de forma manual e


tem profundidade igual ou inferior a 3 metros, é feita em solo com boa resistência e
por esse motivo utiliza menos materiais e tem melhor custo-benefício.
(BASTOS,2019).As fundações rasas mais utilizadas são sapatas em seus diversos
tipos e o radier.

2.2.1 Sapatas

Sapatas são um dos principais elementos da fundação, pois ela é responsável


por distribuir no solo as cargas geradas pela estrutura. “Sapatas são elementos de
fundações superficiais de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões
de tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego
da armadura.” (LAURINDO, 1998).

As sapatas isoladas, Figura 1, são as mais simples e mais utilizadas na


construção civil. Ela é feita de concreto armado, possui base plana e pode ser feita
em vários formatos, quadrado, retangular, poligonal etc. Vale salientar, que ela é
usada para distribuir no solo a tensão exercida por apena um pilar. (DA SILVA, 1998).

Segundo Bastos (2020):

A sapata isolada pode ser representada como tendo volumes de concreto em


balanço que se projetam da seção transversal do pilar em ambas as direções,
e submetidos à pressão do solo de baixo para cima. Assim, a sapata pode
ser comparada a uma laje lisa invertida, em balanço ao redor do pilar, onde
se apoia diretamente, e submetida aos esf orços solicitantes internos de
momento f letor e f orça cortante. (BASTOS,2020)

Figura 1 - Sapata isolada


Fonte:Utilizando BIM, 2020¹

Disponível em: https://utilizandobim.com/blog/fundacoes-rasas/ ,acesso 29/11/22¹

Conforme a NBR 6122 (ABNT,2010) sapata associada é aquela “comum a mais


de um pilar”, Figura 2. Também é chamada sapata combinada ou conjunta, são
utilizadas quando uma mesma sapata suporta a carga de dois ou mais pilares. Isso
acontece porque duas sapatas isoladas estão muito próximas uma da outra ou quando
as cargas dos pilares são muito elevadas, fazendo com que uma sapata isolada
interfira na outra. Na construção desse tipo de sapata é muito importante que o centro
de gravidade dos pilares coincida com o centro de gravidade das sapatas associadas,
evitando esforços extras e eventuais problemas. (BASTOS,2020).

Figura 2 – Sapata associada

Fonte: Desterro construções, 2020 ²


Disponível em:<www.desterroconstrucoes.com.br/blog/construcao/conheca-cada-tipode-fundacao-de-
uma-obra> Acesso em: 29/11/22 ²

Sapata corrida, Figura 3, conforme a NBR 6122 é aquela “sujeita à ação de


uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento.”
(ABNT,2010). Em outras palavras, elas se diferenciam das associadas por suportar
tensões de elementos que possuem cargas distribuídas como muros e paredes. Por
isso, ela possui um comprimento muito maior que sua largura e são muito utilizadas
em construções de pequeno porte. (REBELLO,2019). Além do mais, as sapatas
corridas constituem uma solução economicamente muito viável quando o solo precisa
de suporte em baixa profundidade.

Figura 3 – Sapata corrida.

Fonte: Utilizando BIM, 2020³

Disponivel: <https://utilizandobim.com/wp -content/uploads/2020/09/2-Sapata-Corrida-Fonte-nossa-1-


970x1024-410x433.png> Acesso em: 29/11/22³

2.3 Radier
Radier, Figura 4, é um elemento muito aplicado em obras residenciais, definido
na NBR 6122 como o “elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos
os pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos.” (ABNT,2010) O radier é,
basicamente, uma grande sapata associada, com todos ou boa parte dos pilares da
construção presentes nele e é utilizado na distribuição de cargas da estrutura para o
solo. São recomendados para solos estáveis, onde não haja possibilidade de recalque
diferencial, pois, isso poderia causar grandes fissuras no radier. (CARVALHO e
FIGUEIREDO FILHO, 2013).

Figura 4 – Radier

Fonte: Nelson Schneider, 2020

Disponível:<https://nelsoschneider.com.br/fundacao-radier/> Acesso em: 29/11/22

2.4 Bloco de fundação direta

O bloco de fundação direta, Figura 5, definido na NBR 6122 Como “elemento


de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração
nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura.”
(ABNT, 2010). Consiste basicamente de um bloco de concreto sem armadura, pois as
tensões atuantes são resistidas pelo concreto devido as suas dimensões. Mas, é
preciso que as tensões de tração sejam baixas para que elas sejam resistidas pelo
concreto, por isso, é importante que o bloco seja relativamente grande, de base
quadrada ou retangular (PEREIRA, 2018).
Figura 5 – Bloco de fundação direta

Fonte: Utilizando Bim, 2022

Disponível:<https://utilizandobim.com/blog/fundacoes-rasas/> Acesso em:


29/11/2022

3. METODOLOGIA

A metodologia apresentada neste presente artigo segue os paradigmas de uma


pesquisa qualitativa por ser uma investigação voltada para tal. O tipo de pesquisa
usada é a pesquisa exploratória e descritiva, pois esse tipo de abordagem busca
analisar um fenômeno e compreendê-lo trazendo contribuições significativas para a
prática. Segundo Gil, (2002) “pesquisas exploratórias e descritivas têm como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito
ou a construir hipóteses, inclui levantamento bibliográfico.” (Gil,2002, p.41)

O tipo de procedimento utilizado é a pesquisa bibliográfica, pois ela aprimora e


atualiza o conhecimento através de uma investigação científica de obras já publicadas
por autores da área em estudo. (ANDRADE,2010).

Para Andrade (2010, p. 25):

A pesquisa bibliográf ica é habilidade f undamental nos cursos de graduação,


uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas.
Uma pesquisa de laboratório ou de campo implica, necessariamente, a
pesquisa bibliográf ica preliminar. Seminários, painéis, debates, resumos
críticos, monográf icas não dispensam a pesquisa bibliográf ica. Ela é
obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um
trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas citações, na
apresentação das conclusões. Portanto, se é verdade que nem todos os
alunos realizarão pesquisas de laboratório ou de campo, não é menos
verdadeiro que todos, sem exceção, para elaborar os diversos trabalhos
solicitados, deverão empreender pesquisas bibliográf icas (ANDRADE, 2010,
p. 25).

Diante do exposto, chega-se à conclusão de que a pesquisa descritiva e


exploratória será a melhor forma para atingir os objetivos almejados, e, para deixar
explícito a importância das fundações. Pois, Segundo Gerhardt(2009) essa pesquisa
“preocupa-se em identificar os fatores que determinam ou contribuem para ocorrência
dos fenômenos. Ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas através
dos resultados oferecidos” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009 p. 36).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante do exposto, percebe-se que é de grande valia para a construção


residencial, a discussão sobre os conceitos dos vários tipos de fundação. Neste
presente artigo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica que nos permitiu conhecer e
discutir acerca das fundações superficiais, que são aquelas mais utilizadas nas
construções de residências.

Podemos perceber, então, que as fundações superficiais suportam cargas de


acordo com o que foi planejado e executado. Por isso, inicia-se uma obra fazendo a
análise do solo, pois cada tipo de solo reage de uma forma diferente quando está
submetido a tensões. Além do mais, conhecer sua estrutura e fazer um projeto de
acordo com o que ele suporta, garante durabilidade e segurança.

5. CONCLUSÃO

Sendo assim, podemos classificar a fundação, como o elemento fundamental


da obra, capaz de suportar cargas atuante da estrutura e garantir total segurança para
a construção. Além disso, ela permite fazer uma análise dos aspectos econômicos,
buscando minimizar os custos, evitar desperdícios de matérias, fazendo todo
direcionamento correto.
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS:
.

ALONSO, R. U. Exercícios de fundações. 3ª edição, São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2019, 214p.
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na
graduação. São Paulo, SP: Atlas, 2010
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e execução de fundações. NBR
6122, ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sondagem a trado - procedimento. NBR
9603, ABNT, 2015.
BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Blocos de fundação. Bauru, 2020. Notas de Aula do Curso de
Estruturas de Concreto III da Faculdade de Engenharia da UNESP.
BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Sapatas de fundação. Bauru, 2019. Notas de Aula do Curso de
Estruturas de Concreto III da Faculdade de Engenharia da UNESP.
CARVALHO, Roberto Chust; PINHEIRO, Libânio Miranda. Cálculo e detalhamento de estruturas
usuais de concreto armado: volume 2. São Paulo: Pini, 2009
DA SILVA, Edja Laurindo. Análise dos modelos estruturais para determinação dos esforços
resistentes em sapatas isoladas. 1998. 141 f . Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil,
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade se São Paulo, São Paulo, 1998.
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolf o (organizadoras). Métodos de KENSKI, V. M.
Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação.3. ed. São Paulo: Papirus, 2008.

GIL, A. C. (2002) Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª. ed. São Paulo: Atlas S/A.
LAURINDO, Edja. Análise dos modelos estruturais para a determinação dos esforços resistentes
em sapatas isoladas. São Paulo: São carlos, 1998.
PEREIRA, Caio. O que é bloco de fundação? Escola Engenharia, 2017. Disponível em: <
https://www.escolaengenharia.com.br/blocos-de-f undacao>. Acesso em: 10 de setembro de 2018.)
REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Fundações: guia prático de projeto, execução e
dimensionamento. 3. ed. São Paulo: Zigurate, 2011.
VELLOSO, Dirceu de Alencar; LOPES, Francisco de Rezende. Fundações: critérios de projeto,
investigação de subsolo, f undações Superf iciais, fundações profundas. São Paulo: Of icina De Textos,
2010.

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