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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3
1.1 Escolha do Tipo de Fundações.............................................................. 5
2. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL (RASA OU DIRETA) .................................... 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 32
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FACULESTE
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1. INTRODUÇÃO
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As características do terreno de fundação;
Natureza e propriedades;
Sucessão e disposição das camadas;
Localização do lençol freático.
Dessa maneira pode-se avaliar mais corretamente a tensão admissível do solo.
Figura 1 - Exemplos de elementos de fundação
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o Escolha do Tipo de Fundações
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mesmos; como também a análise da tolerância aos ruídos e vibrações são
indispensáveis.
Custo: Depois da análise técnica é feito um estudo comparativo entre as
alternativas tecnicamente indicadas. De acordo com as dificuldades técnicas que
possam elevar os custos, o projeto arquitetônico poderá ser modificado. Um outro
ponto relativo ao custo é o planejamento de início e execução, pois, algumas vezes,
uma fundação mais cara, garante um retorno financeiro mais rápido.
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2. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL (RASA OU DIRETA)
Sapatas
Segundo Bastos (2019), dentre todos os elementos de fundação superficial, a
sapata é o mais comum. Devido à grande variabilidade existente na configuração e
forma dos elementos estruturais que nela se apoiam, existem diversos tipos de
sapatas, como isolada, corrida, associada, de divisa, com viga de equilíbrio, etc.
A NBR 6122 (2019) define sapata como elemento de fundação rasa, de
concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes
sejam resistidas pelo emprego de armadura especialmente disposta para esse fim.
Pode ter espessura constante ou variável e sua base em planta é normalmente
quadrada, retangular ou trapezoidal.
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Figura 3 - Imagem esquemática de uma sapata e foto durante sua concretagem
FIQUE LIGADO!
Armadura em malha é aquela com barras em duas direções,
geralmente perpendiculares, com os espaçamentos entre as barras das duas
direções não necessariamente iguais.
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Figura 4 - Sapata de fundação com a armadura principal
Sapata Isolada
Segundo Bastos (2019) a sapata isolada é a mais comum nas edificações,
sendo aquela que transmite ao solo as ações de um único pilar. As formas que a
sapata isolada pode ter, em planta, são muito variadas, mas a retangular é a mais
comum, devido aos pilares retangulares. (Figura 5)
Figura 5 – Sapata isolada
As ações que comumente ocorrem nas sapatas são a força normal (N), os
momentos fletores, em uma ou em duas direções (Mx e My), e a força horizontal (H),
Figura 6.
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Figura 6 – Ações em sapatas
Fonte: Bastos,2019.
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Figura 7 - Sapatas isoladas com o CG do pilar coincidente com o CG da sapata
Sapata Corrida
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Segundo Alva (2007), as sapatas corridas são empregadas para receber as
ações verticais de paredes, muros, ou elementos alongados que transmitem
carregamento uniformemente distribuído em uma direção.
A NBR 6122 (2019) a define como sapata sujeita à ação de uma carga
distribuída linearmente ou de três ou mais pilares ao longo de um mesmo alinhamento,
desde que representem menos de 70 % das cargas da estrutura.
O dimensionamento deste tipo de sapata é idêntico ao de uma laje armada em
uma direção. Por receber ações distribuídas, não é necessária a verificação da
punção em sapatas corridas.
Para diferenciar a sapata corrida da sapata isolada retangular, a sapata corrida
é aquela com comprimento maior que cinco vezes a largura (A > 5B).
Figura 9 - Comprimento A mínimo para configurar a sapata corrida.
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A equação deve também ser verificada relativamente às dimensões B e b p da
outra direção da sapata, sendo que para ser classificada como rígida a equação deve
ser atendida em ambas as direções. No caso da equação não se verificar para as
duas direções, a sapata será considerada flexível.
Figura 10 – Dimensões da sapata
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espessura, a ser lançado sobre toda a superfície de contato solo fundação. No caso
de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e, portanto, pode ter
espessura variável, no entanto observado um mínimo de 5 cm.
A superfície de topo da sapata deve ter um plano horizontal (mesa) maior que
a seção transversal do pilar, com pelo menos 2,5 ou 3 cm, que facilita a montagem e
apoio da fôrma do pilar (Figura 11).
Para evitar a possível ruptura nos lados da sapata é importante executar as
faces extremas em superfície vertical, com a seguinte sugestão para h o:
𝒉/𝟑
𝒉𝟎 ≥ {
𝟏𝟓 𝒄𝒎
Equação 2
Figura 11 - Detalhes construtivos para a sapata
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O ângulo , de inclinação da sapata, deve ser preferencialmenteigual ou menor
que 30, que é ângulo do talude natural do concreto fresco, a fim de evitar a
necessidade de fôrma na construção da sapata.
Observe na Figura 11 que cA e cB são distâncias da face do pilar à extremidade
da sapata, em cada direção. Para obtenção de momentos fletores solicitantes e
armaduras de flexão não muito diferentes nas duas direções da sapata, procura-se
determinar as dimensões A e B de modo que os balanços sejam iguais ou
semelhantes (cA cB).
Fazendo cA = cB tem-se:
𝑨 − 𝒂𝒑 = 𝑩 − 𝒃𝒑
Equação 3
𝑨 − 𝑩 = 𝒂𝒑 − 𝒃 𝒑
Equação 4 e consequentemente, As,A As,B.
Figura 12 - Notações para as dimensões da sapata isolada
onde:
Ngk= carga vertical devida às ações permanentes, valor característico;
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Nqk = carga vertical devida às ações variáveis, valor característico;
Kmaj = coeficiente majorador da carga vertical das ações permanentes;
σadm = tensão admissível do solo.
𝟏 𝟏 𝟐
𝑩= (𝒃𝒑 − 𝒂𝒑 ) + √ (𝒃𝒑 − 𝒂𝒑 ) + 𝑺𝒔𝒂𝒑
𝟐 𝟒
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Os momentos fletores são calculados nas seções de referência, relativas
respectivamente aos lados A e B da sapata. Os balanços c A e cB, como indicados na
Figura 13, são:
𝑨 − 𝒂𝒑 𝑩 − 𝒃𝒑
𝒄𝑨 = ; 𝒄𝑩 = ;
𝟐 𝟐
Equação 9
Figura 13 – Balanços cA e cB
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ruptura por tração diagonal, e sim a possibilidade de ruptura da diagonal comprimida.
Portanto, a força cortante atuante na sapata rígida não é verificada. No caso das
sapatas flexíveis, tanto as forças cortantes atuantes quanto a punção devem ser
verificadas.
Exemplo – Sapata Isolada Rígida Sob Carga Centrada
Dimensionar uma sapata de fundação superficial para um pilar com seção
transversal 20 x 80 cm, que transfere à sapata uma carga vertical centrada total de
1.250 kN (Nk= valor característico), com armadura vertical no pilar composta por
barras de 16 mm, tensão admissível do solo (σadm) de 0,26 MPa (2,6 kgf/cm²) e:
- Momentos fletores solicitantes externos inexistentes (Mx = My = 0);
- Coeficientes de ponderação da segurança: γc = γf = 1,4; γs= 1,15;
- Materiais: concreto C25, aço CA-50 (fyd = 43,48 kN/cm²);
- Cobrimento de concreto: c = 4 cm
Dimensões da sapata
Estimativa das dimensões da sapata em planta (Figura 14), considerando o
fator majorador de carga (Kmaj) de 1,1 a fim de levar em conta o peso próprio da sapata
e do solo sobre a sapata.
𝑲𝒎𝒂𝒋 𝑵𝒌 𝟏, 𝟏 . 𝟏𝟐𝟓𝟎
𝑺𝒔𝒂𝒑 = = = 𝟓𝟐. 𝟖𝟖𝟓 𝒄𝒎²
𝝈𝒂𝒅𝒎 𝟎, 𝟎𝟐𝟔
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Fazendo sapata com balanços iguais (cA = cB = c), a dimensão do menor lado
da sapata em planta é (Equação 8):
𝟏 𝟏
𝑩= (𝟐𝟎 − 𝟖𝟎) + √ (𝟐𝟎 − 𝟖𝟎)𝟐 + 𝟓𝟐𝟖𝟖𝟓 = 𝟐𝟎𝟏, 𝟗 𝒄𝒎
𝟐 𝟒
A altura da sapata, supondo-a como rígida conforme a NBR 6118 (2014), deve
atender (Equação 1):
𝑨 − 𝒂𝒑 𝟐𝟔𝟓 − 𝟖𝟎
𝒉≥ ≥ ≥ 𝟔𝟏, 𝟕 𝒄𝒎
𝟑 𝟑
como cA = cB, não é necessário verificar na direção do lado B.
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Para a altura das faces verticais nas extremidades da sapata tem-se (Equação
2):
𝒉 𝟕𝟎
𝒉𝟎 ≥ {𝟑 = 𝟑 = 𝟐𝟑, 𝟑 𝒄𝒎
𝟏𝟓 𝒄𝒎
ho = 25 cm (geralmente adota-se um valor múltiplo de 5 cm).
Bloco
De acordo com Bastos (2019), quando o elemento é projetado com grande
altura e a tensão de tração máxima diminui e pode ser resistida apenas pelo material,
sem necessidade de acrescentar armadura, o elemento é chamado bloco de fundação
direta.
A NBR 6122 (2010) definia bloco como elemento de fundação superficial
de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam
resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura.
Com a revisão da norma, a NBR 6122 (2019) passou a definir como elemento
de fundação rasa de concreto ou outros materiais tais comoalvenaria ou pedras,
dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas
pelo material, sem necessidade de armadura.
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Para que as tensões de tração sejam resistidas pelo concreto, elas precisam
ser baixas, de modo que a altura do bloco necessita ser relativamente grande. O bloco
assim trabalhará preponderantemente à compressão. Para economia de concreto, os
blocos têm geralmente a forma de pedestal ou as superfícies laterais inclinadas
(Figura 16). Pode ter as faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar planta
de seção quadrada ou retangular.
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Fonte: NBR 6122, 2019.
Radier
Segundo Bastos (2019). um outro elemento, muito aplicado em edificações
residenciais de pequeno porte em conjuntos habitacionais, é o radier.
É definido pela NBR 6122 (2019) como elemento de fundação rasa dotado de
rigidez para receber e distribuir mais do que 70 % das cargas da estrutura.
O radier é um elemento de fundação comumente flexível quando comparado
às sapatas, sendo assim, devem ser avaliadas as tensões de flexão e a distribuição
da pressão no solo de maneira mais cuidadosa.
Figura 18 – Fundação Radier
Fonte:Schneider, 2020.
Segundo Dória (2007), no projeto estrutural de radier podem ser usados vários
modelos, desde os mais simplificados até alguns mais complexos. Um modelo simples
seria o cálculo de lajes “trabalhando” de maneira invertida (de baixo para cima)
apoiadas nas paredes e solicitadas pela reação no solo. Neste caso o projetista tem
de assumir uma distribuição de tensões no solo compatíveis com a natureza do
mesmo.
Um modelo mais refinado, recomendado para visualizar um comportamento
mais próximo do real, seria considerar a laje apoiada em base elástica, que é obtida
a partir das características do solo. A análise dos esforços é, então, realizada por
programas específicos, que normalmente utilizam o Método dos Elementos Finitos.
Fundação Profunda
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A NBR 6122 (2019) define fundação profunda como elemento de fundação que
transmite a carga ao terreno:
Pela base: Resistência de ponta;
Por sua superfície lateral: Resistência de fuste;
Por uma combinação das duas
Sendo sua ponta ou base, segundo a atualização da norma em vigor, apoiada
em uma profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e
no mínimo 3,0 m. Quando não for atingido o limite de oito vezes, a denominação é
justificada.
A NBR 6122 (2010) considerava fundação profunda quando sua ponta ou base
assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e
no mínimo 3,0 m.
Segundo Alonso (2019), a resistência de ponta de uma fundação profunda, ao
contrário da aderência lateral (resistência de fuste), depende da tensão vertical do
solo na cota da sua ponta, ou seja, da parcela γ.h, sendo γ o peso específico do solo
e h o comprimento da estaca.
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Entendeu-se que o valor máximo, quando se usam os métodos semiempíricos
para estimar a capacidade de carga de ponta, ocorre da profundidade h = 8D para
baixo. Entre a cota de arrasamento e a profundidade 8D essa resistência de ponta
deve ser reduzida, em princípio, na proporção da profundidade/8D.
A grandeza fundamental para o projeto de fundações profundas por estacas é
a carga admissível, se o projeto for feito considerando fator de segurança global e
valores característicos, ou a força resistente de cálculo, quando for feito considerando
coeficientes de ponderação e valores de cálculo.
Para tubulões, a grandeza fundamental é a tensão admissível ou tensão
resistente de cálculo.
A NBR 6122 (2019) determina fatores a serem considerados para a
determinação da carga admissível ou da força resistente de cálculo, são eles:
Características geomecânicas do subsolo;
Profundidade da ponta ou base da fundação;
Dimensões e forma dos elementos de fundação;
Posição do nível d’água;
Eventual alteração das características dos solos (expansivos, colapsíveis etc.)
devido a agentes externos (encharcamento, contaminação, agressividade etc.);
Alívio de tensões;
Eventual ocorrência de solicitações adicionais como atrito negativo e esforços
horizontais devidos a carregamentos assimétricos;
Características ou peculiaridades da obra;
Sobrecargas externas;
Inclinação da carga;
Inclinação do terreno;
Estratigrafia do terreno;
Recalques.
Estacas
Estaca é definida pela NBR 6122 (2019) como elemento de fundação profunda
executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase
de sua execução, haja trabalho manual em profundidade. Os materiais empregados
podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco,
argamassa, calda de cimento, ou qualquer combinação dos anteriores.
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A respeito dos diversos tipos e processos executivos de estacas, a norma
apresenta as seguintes definições:
Estaca de concreto moldada in loco: Estaca executada preenchendo-se,
com concreto, argamassa ou calda de cimento, perfurações previamente executadas
no terreno, podendo ser total ou parcialmente armada.
Estaca Franki: Estaca moldada in loco executada pela cravação, por meio de
sucessivos golpes de um pilão, de um tubo de ponta fechada por uma bucha seca
constituída de pedra e areia, previamente firmada na extremidade inferior do tubo por
atrito. Esta estaca possui base alargada e é integralmente armada.
O concreto a ser utilizado deve satisfazer as seguintes exigências:
a) consumo de cimento igual ou superior a 350 kg/m³;
b) fck ≥ 20 MPa aos 28 dias
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Figura 20 - Método executivo de fundações em estaca raiz
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Estaca trado vazado segmentado (HollowAuger): Estaca moldada in loco
executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal
constituído por segmentos de pequeno comprimento (aproximadamente 1,0 m),
rosqueados, e injeção de argamassa pela própria haste central do trado,
simultaneamente à sua retirada.
Estaca Strauss: Executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira
e revestimento total com camisa metálica, realizando-se gradativamente o lançamento
e apiloamento do concreto, com retirada simultânea do revestimento.
O concreto a ser utilizado deve satisfazer as seguintes exigências:
a) consumo de cimento igual ou superior a 300 kg/m³;
b) abatimento ou slump test conforme entre 8 cm e 12 cm para estacas não
armadas e de 12 cm a 14 cm para estacas armadas;
c) agregado: diâmetro entre 12,5 mm e 25 mm;
d) fck ≥ 20 MPa aos 28 dias
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Estaca de reação (mega ou prensada): Estaca de concreto ou metálica
introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico reagindo contra uma estrutura
já existente ou criada especificamente para esta finalidade.
Figura 21 – Reforço de fundação com estaca mega
Fonte: MTW Sondagens, S.D.
Estaca escavada com uso de fluido estabilizante: Estaca moldada in loco,
sendo a estabilidade da perfuração assegurada pelo uso de fluido estabilizante (ou
água, quando houver também revestimento metálico). Recebe a denominação de:
Estacão: Quando a perfuração é feita por uma caçamba acoplada a uma perfuratriz
rotativa;
Estaca barrete: Quando a seção for retangular e escavada com utilização de clam-
shell.
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Figura 22 – Metodologia executiva da Estaca Barrete
Tubulão
Tubulão, segundo a NBR 6122 (2019), é um elemento de fundação profunda
em que, pelo menos na etapa final da escavação do terreno, faz-se necessário o
trabalho manual em profundidade para executar o alargamento de base ou pelo
menos para a limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação
as cargas são resistidas preponderantemente pela ponta.
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Figura 23 - Execução de um tubulão a céu aberto.
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Figura 24 – Base de tubulões
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1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEREIRA, Caio. Tubulão a céu aberto. Escola Engenharia, 2018. Disponível em:
https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ceu-aberto/. Acesso em: 17 de
setembro de 2020.
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