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Profº.

Emílio Queiroz
Esp. Engenharia de Estruturas
equeiroz.vic@ftc.edu.br

Fundações
Colegiado de Engenharia Civil

Semana 01
Semana 01
1. Conceitos de fundações superficiais e
tipos de fundações superficiais.
1.1 - Definição; 1.2 – Fundações superficiais; 1.3 – Tipos de
fundações superficiais; 1.4 – Aspectos executivos;
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS: NBR 6122:2019. Projeto e
execução de fundações. Rio de Janeiro,
ABNT, 2019.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALBUQUERQUE, P. J. R. GARCIA, J. R. Engenharia de
fundações. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2020. Livro digital. (1
recurso online). ISBN 978-85-216-3678-6. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/97885
21636977. Acesso em: 01 mar. 2022.
Introdução
A geotecnia é um ramo da Engenharia que estuda as
propriedades dos solos e das rochas que serão utilizadas na
solução de problemas de engenharia.

Geotecnia básica: que compreende o estudo da geologia,


mecânica dos solos e mecânica das rochas.
Geotecnia aplicada: que compreende o estudo da
estabilidade de taludes, barragens, túneis, obras de
contenção, fundações dentre outros.
Introdução
A engenharia de fundações é um ramo da geotecnia que
estuda os tipos de fundações, os tipos de investigação do
subsolo que servirão de base para a escolha do tipo de
fundação adequado, o dimensionamento e detalhamento das
fundações a partir da ótica geotécnica e estrutural.
Introdução
A estrutura de uma edificação seja ela de pequeno ou grande
porte, pode ser dividida em: superestrutura, mesoestrutura
e infraestrutura.

• Superestrutura: é representada como aquilo que fica


acima do nível do terreno, é formada pelos elementos
estruturais que, no caso do sistema construtivo em
concreto armado podem ser representados por: laje, viga
e pilar.
Introdução
• Mesoestrutura: faz a ligação entre a superestrutura e a
infraestrutura, ou seja, transfere as cargas dos elementos
estruturais para as fundações e costuma ser representada
por blocos de coroamento.

• Infraestrutura: é formada pelo elemento estrutural de


fundação e pelo elemento geotécnico de fundação. Como
elemento estrutural de fundação temos: blocos, sapatas,
radier, tubulões e estacas. Como elemento geotécnico de
fundação temos: maciço de solo.
Introdução
OBS: É importante salientar que apenas 10% dos erros de
projeto ocorrem nos elementos estruturais de fundação e 90%
dos erros de projeto ocorrem no elemento geotécnico de
fundação, ou seja, no maciço de solo.
Introdução
Toda estrutura está sujeita a forças externas. A atuação destas
forças provoca o surgimento de esforços solicitantes internos
nas estruturas tais como: esforço normal, esforço cortante,
momento fletor e momento torçor. O engenheiro de
fundações deve utilizar os esforços solicitantes que se
desenvolvem para projetar fundações que atendam aos critérios
de segurança através da verificação do estado limite último (que
analisa a sua ruptura) e do estado limite de serviço (que analisa
a sua deformação).
Introdução
Sabe-se que o estudo dos solos envolve mais variáveis do que
qualquer outro material de construção. Tal fato pode ser
atribuído à variabilidade das suas propriedades ao longo dos
horizontes e em profundidade.

De maneira geral, o engenheiro está interessado em determinar


a resistência, a compressibilidade (ou deformabilidade) e a
permeabilidade dos solos.
Introdução
OBS: É importante salientar que todos os solos quando
carregados apresentam deformações, porém os deslocamentos
ou recalques resultantes devem estar dentro dos limites
estabelecidos em projeto de forma que não afetem a sua
utilização, seu estado em serviço, ou causem a ruptura da
edificação, seu estado último.
Definição
Uma fundação é a parte de concreto, aço ou madeira que fica
enterrada para transferir carga para o terreno. De maneira mais
específica uma fundação é o conjunto do elemento estrutural
mais um elemento geotécnico que tem como finalidade principal
transmitir cargas para o solo firme. No estudo das fundações dá-
se ênfase ao componente geotécnico maciço de solo, pois é
onde a maioria dos problemas ocorre.

Fundação = elemento estrutural + elemento geotécnico


Definição
Um bom projeto e uma boa execução das fundações visam
segurança, custo e prazo.

De acordo com a ABNT NBR 6122 (2019) as fundações podem ser


classificadas de acordo com a profundidade da ponta ou base do
elemento estrutural em dois grupos: as fundações superficiais ou
rasas e as fundações profundas.
Definição
As fundações superficiais são conceituadas pela norma conforme
abaixo:

Fundações superficiais: elemento de fundação cuja base está


assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da
fundação, recebendo aí as tensões distribuídas que equilibram a carga
aplicada; para esta definição adota-se a menor profundidade, caso esta
não seja constante em todo o perímetro da fundação.
Definição
Como exemplo de
fundações superficiais
temos os blocos, as
sapatas e os radiers.
Definição
Blocos: elemento de fundação rasa
de concreto ou outros materiais tais
como alvenaria ou pedras,
dimensionado de modo que as
tensões de tração nele resultantes
sejam resistidas pelo material, sem
necessidade de armadura.
Definição
Sapatas: elemento de fundação
rasa, de concreto armado,
dimensionado de modo que as
tensões de tração nele resultantes
sejam resistidas pelo emprego de
armadura especialmente disposta
para esse fim.
Definição
Radiers: elemento de fundação
rasa dotado de rigidez para receber
e distribuir mais do que 70 % das
cargas da estrutura.
Definição
Fundações profundas: elemento de fundação
que transmite a carga ao terreno ou pela base
(resistência de ponta) ou por sua superfície
lateral (resistência de fuste) ou por uma
combinação das duas, sendo sua ponta ou base
apoiada em uma profundidade superior a oito
vezes a sua menor dimensão em planta e no
mínimo 3,0 m; quando não for atingido o limite de
oito vezes, a denominação é justificada. Neste
tipo de fundação incluem-se as estacas e os
tubulões.
Definição
Como exemplo de fundações profundas temos as estacas e os tubulões.

Estacas: elemento de fundação profunda


executado inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem que, em qualquer fase de
sua execução, haja trabalho manual em
profundidade. Os materiais empregados
podem ser: madeira, aço, concreto pré-
moldado, concreto moldado in loco,
argamassa, calda de cimento, ou qualquer
combinação dos anteriores.
Definição
Tubulões: elemento de fundação
profunda em que, pelo menos na
etapa final da escavação do terreno,
faz-se necessário o trabalho manual
em profundidade para executar o
alargamento de base ou pelo menos
para a limpeza do fundo da
escavação, uma vez que neste tipo de
fundação as cargas são resistidas
preponderantemente pela ponta.
Segundo Albiero, Aoki e Cintra (2011) além da
classificação acima pode-se também classificar as
fundações de acordo com a transferência de carga do
elemento estrutural para o maciço de solo em dois grupos:
as fundações diretas e as fundações por estacas.
Definição
Nas fundações diretas a carga é
transmitida unicamente pela base. Os
tubulões também são considerados
fundações diretas, uma vez que os
tubulões pneumáticos não
desenvolvem atrito lateral e os
tubulões a céu aberto tem o seu atrito
lateral desconsiderado por hipótese
de projeto, contando assim apenas
com a resistência da base.
Definição
Nas fundações por estacas a
carga é transmitida por atrito lateral
ao longo do fuste.
Definição
Pode-se então resumir os tipos de fundações no quadro abaixo.
Bloco
De acordo com a ABNT NBR 6122 (2019) o bloco é “Elemento de
fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as
tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem
a necessidade de armadura”.

Segundo Bastos (2019) para que as tensões de tração sejam


resistidas pelo concreto estas precisam ser pequenas, de modo que
para que isto aconteça a altura do bloco necessita ser relativamente
alta, fazendo com que o bloco trabalhe preponderantemente a
compressão.
Bloco
Algumas variações podem existir quanto a sua forma e podem
assumir a forma de bloco escalonado ou pedestal, ou de um tronco de
cone, de forma a reduzir o volume de concreto empregado em sua
confecção.
Bloco
Podem ser de concreto simples (não armado), alvenarias de tijolos comuns
ou mesmo de pedra de mão (argamassada ou não). Geralmente, usa-se blocos
quando a profundidade da camada resistente do solo está entre 0,5 e 1,0 m de
profundidade. Os alicerces, também denominados de blocos corridos, são
utilizados na construção de pequenas residências e suportam as cargas
provenientes das paredes resistentes, podendo ser de concreto, alvenaria ou de
pedra
Detalhes construtivos de fundações
em bloco
A ABNT NBR 6122 (2019) estabelece que “Os blocos de
fundação devem ser dimensionados de tal maneira que o
ângulo β, seja maior ou igual a 60º”.
Execução de bloco
1) escavação: executar a abertura da vala;

2) promover a compactação da camada do solo resistente,


apiloando o fundo;

3) colocação de um lastro de concreto magro de 5 a 10 cm de


espessura;

4) execução do embasamento, que pode ser de concreto,


alvenaria ou pedra;
Execução de bloco
5) construir uma cinta de amarração que tem a finalidade de absorver esforços
não previstos, suportar pequenos recalques, distribuir o carregamento e
combater esforços horizontais. A cinta de amarração pode ser de concreto
armado, mas muitas vezes, utiliza-se a própria alvenaria como fôrma lateral;

6) executar uma camada impermeabilizante cuja função é evitar a subida da


umidade por capilaridade para a alvenaria de elevação; sua execução deve
evitar descontinuidades que poderão comprometer seu funcionamento. São
diversos os sistemas de impermeabilização empregados, sendo hoje muito
comum o emprego de argamassas poliméricas ou mesmo emulsões asfálticas
ou acrílicas. A impermeabilização deverá se estender pelo menos 10 cm para
baixo do topo da alvenaria de embasamento.
Sapata
De acordo com a ABNT NBR 6122 (2019) a sapata é “elemento
de fundação rasa, de concreto armado, dimensionado de modo que
as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo
emprego de armadura especialmente disposta para esse fim”.

Albuquerque (2020) nos informa que as sapatas são elementos


construídos em concreto, que podem ser rígidas ou flexíveis. Torna-
se necessário armá-las especificamente para resistir às tensões de
tração. Esse tipo de elemento de fundação possui menor altura que
os blocos de fundação. Sua composição geométrica é formada
pelas dimensões em planta e corte.
Sapata
Quanto a sua forma as sapatas podem ser:
• Quadradas: A = B
• Retangulares: A > B e A ≤ 5B
• Circulares: B = ϕ
• Corridas: A >>> B e A > 5B
Sapata
Quanto ao número de cargas
que recebe pode ser: isolada
(recebe a carga de um único
pilar), associada (recebe a carga
de dois pilares) ou corrida
(recebe a carga de três ou mais
pilares alinhados ou carga
distribuída de parede).
Sapata
De acordo com a ABNT NBR 6122 (2019) sapata associada é
“sapata comum a dois pilares; a denominação se aplica também a
sapata comum a mais do que dois pilares, quando não alinhados e
desde que representem menos de 70 % das cargas da estrutura”.
A mesma norma descreve a sapata corrida como “sapata sujeita
à ação de uma carga distribuída linearmente ou de três ou mais
pilares ao longo de um mesmo alinhamento, desde que representem
menos de 70 % das cargas da estrutura”.
Sapata
Quanto à rigidez pode ser:

• Rígida: as sapatas rígidas têm a preferência no projeto de


fundações, por serem menos deformáveis, menos sujeitas à ruptura
por punção e mais seguras. Este tipo de sapata representa 99% das
construções. Sempre projetar sapatas rígidas devido a economia.

• Flexível: as sapatas flexíveis são caracterizadas pela altura


“pequena”, e segundo a ABNT NBR 6118 (2014) embora seu uso
seja raro, essas sapatas são utilizadas para fundação de cargas
pequenas e solos relativamente fracos.
Sapata
Sapata
A ABNT NBR 6118 (item 22.6.1) classifica as sapatas como rígidas
ou flexíveis, sendo as rígidas as que atendem a seguinte equação:

onde:
h = altura da sapata;
A = dimensão da sapata na maior direção;
B = dimensão da sapata na menor direção;
ap = dimensão do pilar na maior direção;
bp = dimensão do pilar na menor direção.
Sapata
Sapata
Quanto à aplicação da carga as sapatas podem se apresentar em:
• sapata centrada: quando a carga é aplicada dentro do centro de
gravidade da área da base da fundação.

• sapata excêntrica: quando a carga é aplicada fora do centro de


gravidade da área da base da fundação.
Observando a aplicação da carga, esta pode gerar uma reação do
solo uniformemente distribuída ou gerar uma reação que não seja
uniformemente distribuída.
Sapata
Sapata
Na sapata centrada consideramos que a tensão aplicada ao solo
que será igual a tensão admissível é constante e na sapata
excêntrica a tensão aplicada ao solo não será constante, haverá
uma tensão máxima e uma tensão mínima, a tensão máxima será
igual a tensão admissível do solo. Na prática de projetos procura-se
evitar sapatas excêntricas, resolvendo o problema com o emprego
de vigas alavanca ou de equilíbrio.
Sapata
Segundo a ABNT NBR 6122 (2019) a viga alavanca ou de viga de
equilíbrio é o “elemento estrutural que recebe as cargas de um ou
dois pilares (ou pontos de carga) e é dimensionada de modo a
transmiti-las centradas às fundações. Da utilização de viga de
equilíbrio resultam cargas nas fundações diferentes das cargas dos
pilares nelas atuantes”.
Sapata
A viga alavanca é de aplicação comum no caso de pilar posicionado
na divisa de terreno, onde ocorre uma excentricidade (e) entre o
ponto de aplicação de carga do pilar (N) e o centro geométrico da
sapata. O momento fletor resultante da excentricidade é equilibrado
e resistido pela viga alavanca, que na outra extremidade é
geralmente vinculada a um pilar interno da edificação, ou no caso de
ausência deste, vinculada a um elemento que fixe a extremidade da
viga no solo.
Sapata
Detalhes construtivos de fundações
em sapata
A ABNT NBR 6122 (2019) estabelece que “Todas as partes da
fundação rasa (direta ou superficial) em contato com o solo (sapatas,
vigas de equilíbrio etc.) devem ser concretadas sobre um lastro de
concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de espessura, a ser
lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação. No caso
de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e,
portanto, pode ter espessura variável, observado, no entanto o
mínimo de 5 cm”.
Detalhes construtivos de fundações
em sapata
Ainda segundo a norma “Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo
quando a fundação for assente sobre rocha, a profundidade de apoio
não pode ser inferior a 1,5 m. Em casos de obras cujas sapatas ou
blocos tenham, em sua maioria, dimensões inferiores a 1,0 m, essa
profundidade mínima pode ser reduzida. A cota de apoio de uma
fundação deve ser tal que assegure que a capacidade de suporte do
solo de apoio não seja influenciada pelas variações sazonais de
clima ou por alterações de umidade”.
Detalhes construtivos de fundações
em sapata
A superfície de topo da sapata deve ter um plano horizontal (mesa) maior que a
seção transversal do pilar, com pelo menos 2,5 ou 3 cm, que facilita a montagem
e apoio da fôrma do pilar. Para evitar a possível ruptura nos lados da sapata é
importante executar as faces extremas em superfície vertical, com a seguinte
sugestão para ho:
Detalhes construtivos de fundações
em sapata
O ângulo , de inclinação da sapata, deve ser preferencialmente
igual ou menor que 30, que é ângulo do talude natural do concreto
fresco, a fim de evitar a necessidade de fôrma na construção da
sapata.
Execução de sapata
ABNT NBR 6122:2019

ANEXO A - FUNDAÇÃO RASA (DIRETA OU SUPERFICIAL) –


PROCEDIMENTOS EXECUTIVOS

LINK PARA VÍDEO DE EXECUÇÃO DE SAPATA


Execução de sapata
1) Locar o centro de gravidade das sapatas, a partir dos eixos de
locação (A, B, C, 1, 2, 3 ...), presentes na planta de carga da
estrutura.

2) Iniciar a escavação da caixa de solo até a profundidade prevista


no projeto. Pode acontecer no campo ao escavar a profundidade do
projeto não se encontrar o tipo de solo previsto em projeto. Caso
isso aconteça mandar um as built para a obra, para que se possa
fazer a correção do projeto.
Execução de sapata
3) Após fazer a escavação e encontrar o solo desejado, devemos
compactar o fundo da cava com soquetes manuais (pilão) ou
mecânicos (sapinho). Recomenda-se fazer o agulhamento com
material granular (brita, caco de tijolo e pedaços de concreto)
compactado aplicando uma camada de pedrisco a brita 3 em
camada de 5 cm a 30 cm cuja finalidade é drenar a interface do solo
com a sapata trabalhando também como material de transição entre
o solo e a fundação. Soque bem o fundo com o soquete até que o
material granular esteja entranhado na terra e bem compactado. Não
jogue água, porque o barro gruda no soquete e dificulta o trabalho.
Execução de sapata
4) Executar um lastro de concreto magro de 5 cm e montar a forma se
necessário.

5) Caso o terreno tenha boa coesão, não é necessário o uso de formas


laterais. Chapiscar a lateral da cava. Colocar os espaçadores para garantir o
cobrimento nominal, em geral 5 cm, das armaduras depois distribuir a
armadura posicionada conforme projeto.

6) A concretagem deve ser feita conforme projeto. Deve-se utilizar concretos


com resistência à compressão maior ou igual a 25 MPa (concreto estrutural)
e slump igual a +- 6. O concreto precisa ser vibrado.
Execução de sapata
7) Fazer o reaterro da cava compactando cada camada de 20 em 20
cm. Ao efetuar a escavação da sapata se o solo for removido por
completo para fazer a cava, temos que fazer o reaterro com solo
cimento numa proporção de 1 de cimento para 6 de solo em volume
acrescentando 20 L de água por porção.
Radier
Radier
O radier é executado em obras de fundação quando a área das
sapatas ocuparem cerca de 70 % da área coberta pela construção
ou quando se deseja reduzir ao máximo os recalques diferenciais.
O radier pode ser dividido quanto ao sistema construtivo em
Radier Armado e Radier Protendido.
DEFINIÇÃO ABNT NBR 6122:2019
Radier
Radier em Concreto Armado: Nessa opção, a tela de aço é
desenvolvida e posicionada no solo, recebendo, em seguida, uma
generosa camada de concreto. Ela é mais utilizada para construções
de pequeno porte.
Radier
Radier
Radier em Concreto Protendido: Utilizado em imóveis de médio
ou grande porte. O processo de instalação é bastante semelhante ao
anterior, uma vez que a malha de aço recebe camada de concreto.
Contudo, há uma etapa a mais nessa execução: na fundação
protendida, os cabos de aço são tensionados (esticados) pouco
antes da secagem completa do concreto. O processo é feito com um
macaco hidráulico, que estica os cabos e continua a fazê-lo até a
secagem da superfície. Isso aumenta consideravelmente a
resistência da fundação.
Radier
Vantagens do radier
• Baixo custo em relação a sapatas corridas.
• Tempo de execução reduzido.
• Redução na mão de obra.
• Indicado para terrenos argilosos.
Desvantagens do radier
Se for necessário aumentar a resistência do radier devido as
cargas atuantes na laje, é preciso aumentar o volume de concreto, o
que acaba tornando esse tipo de fundação mais cara, ocasionando
maior dificuldade na execução. Ainda podem ocorrer várias fissuras
já que se trata de uma estrutura de concreto armado.
Execução de radier
1) Fazer a limpeza do terreno. Qualquer tipo de vegetação e lixo
deve ser retirada da superfície, de modo de ela se torne nivelada.
Geralmente, a fundação precisa ter área meio metro maior do que a
área do imóvel.

2) É necessário compactar o solo, garantindo que ele terá


resistência para receber a armação. Para potencializar essa
capacidade, é importante espalhar uma camada de brita sobre a
área. As pedras vão proteger o aço da fundação contra a ferrugem e
outros agentes. Deve-se colocar uma camada impermeabilizante
que pode ser feita por meio de produtos específicos.
Execução de radier
3) Estabelecer o perímetro com madeira, ou seja, colocar ao redor
da fundação uma série de formas de madeira, com largura
aproximada de 10 cm. Isso faz o fechamento da área que será
concretada.

4) É necessário fazer todo o assentamento de instalações


elétricas e hidráulicas sob o radier. Assim, os conduítes e tubos vão
ser passados através da laje.

5) A fundação será montada. Para isso, é preciso formar as telas


de aço e posicioná-las sobre a manta impermeabilizante. Assim que
dispostas as armaduras, fixa-se as colunas de aço do arranque, de
forma perpendicular ao solo.
Execução de radier
6) A finalização ocorre por meio da aplicação do concreto, numa
camada com espessura de 10 cm. A mistura deve estar bem
pastosa e homogênea, para que envolva do melhor modo possível à
malha de aço. Caso o tipo de fundação seja de concreto armado,
bastará deixar secar, e a estrutura estará pronta em cerca de 7 dias.

7) No caso do concreto protendido, porém, é necessário mais um


passo: fazer o tensionamento dos cabos. Isso deve ocorrer no
terceiro dia após a aplicação do concreto, por meio de macacos
hidráulicos. No sétimo dia, os macacos são retirados, e a superfície
está finalizada.
Execução de radier
Link vídeo de execução de radier
Profº Esp. Emílio Queiroz
equeiroz.vic@ftc.edu.br

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