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MÉTODOS
E PROCESSOS
DE CONSTRUÇÃO
CIVIL
Introdução
Fundações são elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas
atuantes sobre a superestrutura da edificação para o maciço de solo.
Portanto, o tipo de fundação utilizado depende das cargas transmitidas
pela estrutura e das características geotécnicas do maciço de solo. A
topografia do terreno e as características das construções vizinhas também
influenciam no projeto de fundações (VELLOSO; LOPES, 2010).
Assim, as fundações podem ser classificadas em rasas ou profundas.
Nas fundações rasas, a transmissão de cargas se dá nas primeiras ca-
madas do maciço de solo. Nas fundações profundas, por outro lado, a
capacidade de suporte necessária para resistir às cargas transmitidas pela
edificação somente é obtida em camadas mais profundas do maciço de
solo (SANTOS, 2017).
Neste capítulo, você vai conhecer as características dos principais
tipos de fundações rasas e profundas. Além disso, vai estudar quais são
os processos e as técnicas aplicados na execução das fundações.
2 Processos e técnicas construtivas de fundações
1 Fundações rasas
As fundações rasas — também denominadas superficiais — são aquelas em
que a transmissão de cargas ocorre logo nas primeiras camadas do maciço de
solo. De modo geral, considera-se como fundação rasa aquela executada com
até 2 m de profundidade. Fundações executadas com profundidades superiores
a 2 m são consideradas profundas.
Nas fundações rasas, as cargas são transmitidas diretamente ao terreno
pelas pressões distribuídas sob a base da fundação. Isso resulta na mobilização
de esforços resistentes exclusivamente na superfície de contato entre a base
da fundação e o solo (CINTRA; AOKI; ALBIERO, 2011). Desse modo, as
fundações rasas são classificadas como fundações diretas.
O projeto de fundações rasas deve satisfazer os seguintes critérios, de
acordo com Rebello (2008, p. 41):
https://qrgo.page.link/SEf8a
Grupo Descrição
A concretagem dos elementos de fundação nunca deve ser feita sem o uso de fôrmas,
visto que o contato do concreto fresco diretamente com o solo resultaria na perda
excessiva de água de amassamento, em função da porosidade do solo. Além disso,
haveria conformação inadequada do elemento de fundação e contaminação da
mistura de concreto por solo e matéria orgânica, prejudicando o desenvolvimento de
resistência mecânica, entre outras características do concreto endurecido.
Estaca broca
A estaca broca consiste em um tipo de fundação profunda em que a escavação
é realizada manualmente, com o uso de um trado rotativo, como representado
na Figura 4. O movimento de giro realizado pelo operário faz com que as
lâminas “rasguem” o solo, permitindo que este penetre no interior do cilindro
e viabilizando a escavação (REBELLO, 2008).
Estaca raiz
As estacas do tipo raiz consistem em fundações profundas, escavadas por
meio de perfuração rotativa ou rotopercussiva. Apesar de apresentarem custo
elevado e resultarem em um grande impacto ambiental, as estacas do tipo raiz
permitem a execução de fundações com até 50 m de profundidade, em maciços
de solo compostos por matacões e rochas. Na Figura 9, são representados os
procedimentos de execução de uma estaca raiz.
Estacas pré-moldadas
As estacas pré-moldadas são fabricadas em madeira, aço ou concreto ar-
mado/protendido. Elas também podem ser compostas pela combinação de
dois materiais diferentes, sendo denominadas estacas mistas. Essas estacas
normalmente são fabricadas em indústrias e transportadas já prontas para o
local da obra. No Quadro 2, você pode ver as principais características das
estacas pré-moldadas, de acordo com o tipo de material empregado.
Tipo Descrição
(Continua)
Processos e técnicas construtivas de fundações 17
(Continuação)
Tipo Descrição
ABNT. NBR 6122: projeto e execução de fundações – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.
BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. 9. ed. São Paulo: Blucher, 2009. v. 1.
CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H. Fundações diretas: projeto geotécnico. São Paulo:
Oficina de Textos, 2011.
REBELLO, Y. C. P. Fundações: guia prático de projeto, execução e dimensionamento. 3. ed.
São Paulo: Zigurate Editora, 2008.
SANTOS, J. S. Desconstruindo o projeto estrutural de edifícios: concreto armado e protendido.
São Paulo: Oficina de Textos, 2017.
YAZIGI, W. A técnica de edificar. 10. ed. São Paulo: PINI, 2009.
VELLOSO, D. A; LOPES, F. R. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo, fundações
superficiais, fundações profundas. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
Leitura recomendada
VIANA, D. Ensaio SPT: aprenda como interpretar os resultados. In: GUIA DA ENGENHARIA.
[S. l.: s .n.], 2018. Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/resultado-ensaio-spt/.
Acesso em: 11 fev. 2020.
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